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SOCIEDADE E

ECONOMIA FEUDAL
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Idade Média
 Termo inventado pelos Renascentistas
  Críticos
 “Idade das Trevas”

 Alta Idade Média: Séculos V a X


 Baixa Idade Média: Séculos XI a XV

 Simbolismo do Ano 1000

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Periodização “Clássica”

 Século V: Queda do Império Romano do


Ocidente (476)
 Século XV: Queda de Constantinopla (1453)

 1450/1550: Expansão Marítima


Renascimento
Reforma Religiosa

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Invasões
 Duas ondas de invasões
 Derrubada do Império Romano
 Francos, Anglo-Saxões, Lombardos

 Formação de diversos reinos


 Estado de guerra recorrente
 Império Carolíngio (Francos)
 Carlos Magno (768-814)
 Desagregação do Império após sua morte
 Invasões constantes até o século IX
 Árabes, Eslavos, Magiares, Normandos
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EXPANSÃO ÁRABE
 610: Início da pregação de Maomé
 715: Conquista da Península Ibérica
 711: Árabes atravessam o Estreito de Gibraltar
 732: Batalha de Poitiers

 Domínio do Mediterrâneo
 Redução drástica do comércio
 Origem do Feudalismo para alguns historiadores
(Pirenne)
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Consolidação do Sistema Feudal
 Final século IX
 Aumento dos ataques dos Húngaros Magiares e
Vikings
 Construção de castelos e fortalecimento dos
condes e duques
 Consolidação das relações de Vassalagem
 Poder político descentralizado
 Economia agrária
 Pouca atividade urbana e comercial

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A Europa atacada de todos os lados

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Refluxo das Invasões

 Século X: Vikings fixam-se no Norte da


França
 Século XI: Magiares fixam-se na Hungria

 Guerras Internas: Certo controle da Igreja

 1096: Europa parte para a “revanche”

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Cruzadas

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Cruzadas

 1096 a 1272: 8 Cruzadas


 1ª: 1096-1099 – Papa Urbano II
 2ª: 1144: São Bernardo
 3ª. 1189-1192: Cruzada dos Reis
 Filipe Augusto, Ricardo Coração de Leão,
Frederico Barba Ruiva
 4ª: 1202-1204: Interesses Venezianos
 (...)
 9ª. Cruzada: 1271-72

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Baixa Idade Média
 Principais acontecimentos:

 Peste Negra – Auge: 1348 a 1350

 Guerra dos Cem Anos: 1337 a 1453

 Guerra das Duas Rosas: 1455 a 1485


 Lancasters X Yorks

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Características Essenciais
do Feudalismo
 Relações entre Suserano e Vassalo
 Relação “horizontal”, entre nobres
 Não envolve pagamento de imposto ou outra
forma de “taxa”
 Juramento de fidelidade
 Descentralização do poder político
 Economia Agrária
 Pouco desenvolvimento do comércio

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Características Essenciais
do Feudalismo
 Relação entre Senhor e Servo
 Relação “Vertical”, entre nobre e plebeu
 Antigos escravos romanos e camponeses livres
germânicos
 Relação de Servidão:
 “Uma obrigação imposta ao produtor pela força e
independentemente de sua vontade para satisfazer certas
exigências econômicas de um Senhor, quer tais exigências
tomem a forma de serviços a prestar ou de taxas a pagar em
dinheiro ou espécie. Essa força coercitiva pode ser a militar,
possuída pelo superior feudal, a do costume apoiado por
algum tipo de procedimento jurídico ou a força da lei” (Dobb)
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Funcionamento do Feudo

PASTOS

PROPRIEDADE MANOR
(SENHORIA) MANSO
PRIVADA DO
CELEIRO SERVIL
SR. FEUDAL FORNO
LAGAR
(POR DIREITO) MOINHO

BOSQUES
Estrutura da Propriedade
 Senhorio: 4.000 hectares/300 famílias
 Costumes Romanos
 “Propriedade privada”
 Noção diferente da atual
 Costumes Germânicos
 Uso comum
 Nômades: Não havia noção de propriedade
 Co-Propriedade Senhor e Servo
 Produção feita em comum

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Direitos Senhoriais
 Corveia
 Trabalho nas terras do Senhor

 Talha
 “Taxa” paga pelo uso da terra

 Banalidades
 Cobrança pelo uso das instalações do feudo
 Mão Morta
 Capitação
 Pagamento anual em troca de proteção

 Dízimo  Igreja
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Excedente Econômico
 Camponês e sua família produzem para sua
subsistência e para a nobreza

 Nobreza:
 Abundância, ociosidade e guerras

 Servo: Condições de vida miseráveis

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Expansão do Sistema Feudal
 Qual a capacidade de Crescimento e de
Aumento da Produtividade do Sistema
Feudal?
 Estagnação
 Reduzido dinamismo tecnológico
 Produtividade baixa e estável

 Houve períodos de expansão da economia,


com algumas inovações importantes

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Indicadores da expansão
econômica
1) Expansão populacional
 Declínio nos séculos V a VII
 Crescimento a partir do ano 1000
 Duplicação da população entre 1000 e 1300
2) Expansão das áreas colonizadas da Europa
 Derrubada e arroteamento das florestas,
drenagem de pântanos
 Ocupação de áreas vazias  aldeias
Europa feudal até o ano 1000: restrita ao
espaço do antigo Império Carolíngio
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Crescimento Populacional
a partir do ano 1000
 Fim das guerras e invasões
 Inovações:
 Carroça de quatro rodas, uso do cavalo no
lugar dos bois, rotação de três campos
 Possibilidade de inovações e aumento da
produtividade – duas visões:
1) Produção em comum facilitaria a identificação
de oportunidades de introduzir inovações
2) Dificuldade de introduzir inovações
Riscos dos ganhos serem apropriados
pelo senhor feudal 25
Rotação de Três Campos

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Ressurgimento do comércio e seu
impacto sobre a sociedade feudal
 Como um “sistema” se altera?
1) Modificações internas: próprio “funcionamento”
leva a transformações
2) Impacto de alguma variável externa
 Noção usual da economia feudal:
 “Economia natural”: sem avaliação monetária
dos produtos e sem circulação de moeda
(oposta a uma economia monetária)
  Evidente exagero
 “Economia fechada”: comércio existe mas é
inexpressivo 27
Ressurgimento do comércio e seu
impacto sobre a sociedade feudal
 Visão mais comum: declínio do comércio e das
cidades devido às invasões bárbaras
 Estudos mais recentes  declínio econômico é
anterior (séc. II)
 Henry Pirenne: comércio não “desapareceu” no
século V, mas no início do século VIII
(muçulmanos)
 Amplas flutuações no nível da atividade
comercial entre o fim do século IV e o século IX
  Não houve declínio abrupto
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Ressurgimento do comércio e seu
impacto sobre a sociedade feudal
 Consenso sobre a expansão do comércio e da
vida urbana a partir do ano 1000
 Hipóteses alternativas:
1) Aumento do excedente econômico na economia
feudal
2) Pirenne: liberação do Mediterrâneo: Cruzadas
 Século XII: intenso movimento comercial
 Impacto: Processo de comutação: troca da
obrigação servil (corveia) por um pagamento
em dinheiro
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A Crise Feudal
 Expansão nos séculos XI a XIII
 Meados do século XIV: forte crise

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A Crise Feudal
 Sequência de guerras entre 1330 e 1450
 Crise: Evidência  Incapacidade para garantir
a reprodução da população
 Peste Negra como fator fundamental
 1348, 1360, 1371
 Acontecimento inserido no processo mais amplo
da crise feudal
 1315-1317: Grande fome na Europa
 Colheitas medíocres, grande alta nos preços dos
grãos, elevada mortalidade
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PIETER BRUEGHEL
O TRIUNFO DA MORTE (1562)

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A Crise Feudal
 Existência de desequilíbrio entre população e
recursos
População debilitada quando da ocorrência da
Peste Negra
 Migrações em busca de alimentos como fator de
disseminação
Esgotamento das áreas disponíveis para
colonização
 Crescimento populacional  terras menos
férteis  menor produtividade
Desestímulo à adoção de inovações 36
A Crise Feudal

 Toda a população foi atingida


 Ônus maior recaía sobre os camponeses
 Tentativa dos senhores feudais de

aumentar a exploração dos servos


 Revoltas bastante amplas:
 1310: Flandres
 1358: França (Jacquerie)
 1381: Inglaterra

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Na fortaleza de Meaux, Gastão Fébus e João III de Grailli contra-
atacam os Jacques, em defesa da família do Delfim. Miniatura.
Chroniques de Jean Froissart. Século XV. 39
Impacto sobre a economia feudal
do declínio populacional
 Duas constatações empíricas:
 Redução dos preços dos cereais
 Aumento dos salários
 Redução abrupta no número de servos
 Comprometimento da exploração senhorial
 Grande redução da renda dos senhores feudais
 Duas reações:
1) Maior exploração e repressão
Estatuto dos Trabalhadores: 1351
2) Concessões aos servos  Comutação 40
Impacto sobre a economia feudal
do declínio populacional
 Redução do preço dos cereais
 Disseminação de novas culturas (cevada, vinha,
linho) e criação de gado bovino e ovino (lã)
 Melhoria do padrão de vida dos sobreviventes
 Crise feudal:
 Interrupção do processo de expansão
 Questionamento das relações essenciais:
 Classe feudal substancialmente enfraquecida
 Camada de arrendatários
 Camponeses mais livres (plano jurídico)
 Europa Oriental e Rússia: 2ª. Servidão 41

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