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BAIXA IDADE MÉDIA (XI – XV)

Representa um longo período de


tempo. Nesses cinco séculos,
ocorreram profundas
transformações sociais, políticas e
econômicas que, a rigor, deram a
base para os tempos modernos.
BAIXA IDADE MÉDIA
séculos XI e XIII, o feudalismo viveu seu
apogeu, com o crescimento da agricultura, do
comércio e das cidades – foi a fase de
expansão feudal –; entre os séculos XIV e XV,
uma série de catástrofes e guerras colocou a
Europa Ocidental e o feudalismo em uma
fase de profunda crise e declínio – a
denominada fase de contração.
O APOGEU FEUDAL: AS
TRANSFORMAÇÕES
AGRÍCOLAS E O CRESCIMENTO
DEMOGRÁFICO


BAIXA IDADE MÉDIA
Iluminura referente
ao mês de março do
livro As riquíssimas
horas do Duque de
Berry).

Este é um livro com


as orações a ser ditas
a cada hora canônica
do dia – por isso
denominado Livro
das Horas. Foi
encomendado pelo
Duque de Berry,
aproximadamente
em 1410.
A imagem apresenta exemplos de várias
melhorias e novos manejos para a
produção de alimentos, como: a
charrua (espécie de arado que sulca a
terra mais profundamente), o cultivo por
meio do sistema de rotação de culturas
e o uso da tração animal.
Outras inovações para a produção agrícola e conservação de alimentos
Uso do cavalo com ferraduras, o atrelamento
peitoral, o uso do moinho hidráulico e o
aproveitamento de novas terras para plantações
– com a derrubada de florestas e drenagens de
solos pantanosos.

Esse conjunto de inovações técnicas e o aumento


da produtividade foram chamados de
Renascimento agrícola.
FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média: nascimento do ocidente. São Paulo:
Brasiliense, 2001. p. 23. (adaptado)
FEIRAS MEDIEVAIS
Diante da necessidade de ampliar a diversidade
e facilitar a distribuição de produtos de distintas
regiões – especialmente entre os polos do norte
e sul do continente europeu –, surgiram as
feiras medievais, as quais adquiriram um status
de suma importância nesta fase de retorno e
consolidação das atividades comerciais do
período.
FEIRAS MEDIEVAIS
Representação
de uma feira em
Paris por volta
de 1400-1405.
Paris,
Departamento
Francês de
Manuscritos,
12559, fol. 167.
As feiras medievais podiam durar de quinze a sessenta dias e
acontecer de uma a duas vezes no intervalo de um ano. Elas
eram montadas em clareiras de florestas ou em confluências de
rotas comerciais, como as feiras de Champagne, Flandres
(atualmente território da Bélgica e Holanda) e Veneza.

Lã, estanho, madeira, peles, cera, vinhos, mel, sal, ferro, armas,
especiarias e outros produtos passaram a ser comercializados, e
muitas feiras originaram núcleos urbanos, como você
pode observar no mapa a seguir, com destaque para a região de
Champagne, a qual se interligava com a região de Flandres e
com a Itália.
BURGOS
Assim, ao longo dessas rotas comerciais,
surgiram os burgos (do latim, burgus,
fortaleza), agrupamentos que tinham
multifuncionalidade e onde havia uma troca
social mais intensa, constituindo-se o
Renascimento urbano, o qual se derivou do
Renascimento comercial.
A FOME
Assim, no início do século XIV, a
Europa foi atingida por uma grave
crise de abastecimento nas
cidades e de produção nos
campos, decorrente das fortes
chuvas que castigaram as
plantações, arruinadas por
enchentes violentas e por
invernos rigorosos, gerando um
período de fome generalizada.
A PESTE
Nas cidades, casas
amontoadas, sem ventilação,
escuras e úmidas, ruas
estreitas, lixo por todos os
lados, esgoto correndo a céu
aberto, cachorros e ratos
disputando restos de comida
constituíam um ambiente
favorável à proliferação de
doenças.
Somam-se a isso a fome e a fraqueza
generalizadas da população. Como
resultado, o ambiente urbano tornou-se
propício à infestação de doenças e à
propagação de epidemias, provocando
alta mortandade, principalmente entre
os pobres
A PESTE
Entre 1348 e 1350, a peste bubônica, também
conhecida como peste negra, arrasou a Europa,
dizimando um terço da população.

A escassez de mão de obra, causada pelas baixas


populacionais provocadas pela peste, ocasionou
um forte deslocamento dos servos para os
centros urbanos.
Iluminura medieval de 1411
representando doentes
acometidos pela peste.
Em seguida, esses tumores
cresciam até ficar do tamanho
de uma noz, de um ovo de
galinha ou de gansa. Eram
muito dolorosos.

A doença durava três dias; no


quarto dia, os doentes eram
libertados das preocupações
humanas.
A famosa vestimenta com “bico de pássaro”, utilizada pelos
chamados “médicos da peste”, surge somente no séc XVII.
GUERRA DOS CEM ANOS
Entre 1337 e 1453, as TOMA-TE
rivalidades entre França
e Inglaterra pela disputa
dinástica do trono
francês e da região de
Flandres, nos Países
Baixos, grande
produtora de tecidos de SÓ TE
lã, deram origem à OLHO

Guerra dos Cem Anos.


Joana D’Arc foi a personagem que
mais se destacou, liderando o
exército francês contra os ingleses e
garantindo ao primeiro importantes
vitórias. Segundo a tradição,
Joana D’Arc, ao “ouvir o chamado
de Deus”, dedicou-se a lutar pela
França para expulsar o exército
inglês e garantir o trono aos Valois.
Posteriormente, Joana D’Arc passou
a ser vista como uma ameaça à
Igreja Católica, que se recusava a
aceitar que uma simples
camponesa pudesse ter contato
direto com Deus, privilégio
reservado somente ao papa.
Ela foi queimada na fogueira,
após ser capturada por um
grupo de franceses, aliado
dos ingleses (os
borguinhões), que a entregou
para os seus inimigos. Anos
depois, foi julgada e
absolvida pela Igreja Católica
e, já no século XX, foi
canonizada. Joana D’Arc (1450-1500), Centro Histórico de
Arquivos Nacionais, Paris, França.
A longa duração dessa guerra
desgastou os senhores feudais,
empobrecendo-os, e, para se
verem livres da manutenção de
seus exércitos particulares,
começaram a passá-los para o
comando do rei. Aos poucos, o rei
foi se fortalecendo e
estabelecendo uma aliança com a
burguesia, interessado em
derrubar os senhores feudais e
Joana D’Arc (1450-1500), Centro Histórico de
seus inúmeros impostos. Arquivos Nacionais, Paris, França.
Ilustração
Que se origina do latim illustris, que
significa brilhar, iluminar; ao ajudar
a decodificar uma mensagem, as
ilustrações iluminam e esclarecem o
pensamento.
Importante: conceito de renascimento.
Utilizamos a palavra renascimento para se
referir à volta das cidades e do comércio, pois
na Antiguidade Clássica, as civilizações grega e
romana apresentavam uma economia
predominantemente comercial e intensa vida
urbana, características que praticamente
deixaram de existir durante o feudalismo.
*Peagens: imposto
que se pagava pela
passagem por uma
ponte, estrada etc.
Linha do tempo com os períodos e marcos históricos.
Devemos lembrar que a Idade Média não se
restringe somente à Europa Ocidental. Nesse mesmo
período histórico, na Europa Oriental, ocorreu o
florescimento e a organização do Império Bizantino,
caracterizado pela política do cesaropapismo, o
surgimento da Igreja Cristã Ortodoxa – após o
Cisma Religioso do Oriente – e o grande
desenvolvimento do comércio, pois a capital desse
império, Constantinopla, se tornou um importante
entreposto comercial entre o Oriente e o Ocidente.
A Idade Média também viu a centralização
política e religiosa da Península Arábica, sob a
liderança de Maomé, principal profeta e
fundador da crença monoteísta do Islamismo. A
partir do século VII, o Estado Árabe Islâmico
iniciou uma política expansionista e conquistou
um amplo império que se estendia desde a
Península Arábica, passava pelo norte da África
e chegava até a Península Ibérica.

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