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No filme brasileiro, Cidade de Deus, observa-se a realidade de uma favela carioca

conhecida por ser um dos locais mais violentos do Rio de Janeiro. Paralelamente, essa
produção cinematográfica não se distancia do contexto em que diversos cidadãos estão
submetidos, o qual suscita o debate sobre a busca por moradia digna no Brasil, sobretudo
no que se refere ao déficit habitacional e à favelização. Nesse ínterim, a gestão
governamental somada à inobservância legislativa dada à questão são entraves que
acentuam a mazela supracitada.
Diante desse cenário, pode-se alegar que o governo brasileiro compactua com o
panorama de segregação em análise. De acordo com a pensadora brasileira Tania Pacheco,
o Racismo Ambiental é constituído por injustiças sociais e ambientais que recaem de
forma implacável sobre etnias e populações mais vulneráveis, ou seja, os menos
abastados da sociedade são aqueles que sofrem com a falta de uma residência digna,
submetidos a mazelas, como a falta de saneamento básico, a proliferação de doenças e o
deficitário acesso a serviços básicos de saúde. Sob esse viés, as implicações do racismo
ambiental em sociedade existem devido à precária atuação do Estado em promover os
direitos da população com equidade, a qual se submete a moradias arriscadas,
principalmente em favelas.
Além disso, a legislação que protege os mais afetados pelo problema em questão é
menosprezada. Segundo o Estatuto da Cidade, promulgado em 2001, a propriedade
urbana deve ser utilizada visando ao bem-estar dos cidadãos. Contudo, na prática,
observa-se que grande parte da população tupiniquim vive em situações que ameaçam a
vida com dignidade, posto que o cenário da favelização só se intensifica em âmbito
nacional, submetendo os mais vulneráveis – para além do desrespeito aos seus direitos –
ao cenário de sistematização da violência e do crime organizado presente nas favelas
brasileiras. Assim, urge que os dispositivos legais de proteção àqueles que residem em
situação de vulnerabilidade sejam devidamente respeitados.
Portanto, é inegável que, a respeito do déficit habitacional e da favelização, o Brasil
possui entraves que precisam ser resolvidos. Logo, o Governo Federal – conjunto dos três
poderes – deve criar um programa de assistência aos cidadãos submetidos a uma
residência precária. Essa ação será viabilizada por meio de liberação de verba aos estados
do país, que mapearão as moradias de risco, administrando a oferta de recursos de acordo
com a necessidade de cada região, de forma que – gradativamente – será possível observar
o usufruto da moradia digna pelos nacionais. Dessa forma, o drama vivido no filme Cidade
de Deus ficará restrito à ficção.

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