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RESUMO DA UNIDADE

A Segurança do Trabalho é o conjunto de técnicas e procedimentos que têm por


objetivo eliminar ou diminuir os riscos de acidentes do trabalho. Os atos inseguros
são causas da maioria dos acidentes de trabalho, que residem exclusivamente no
fator humano, ou seja, aqueles que ocorrem na execução das tarefas, de forma
contrária às normas de segurança. O fenômeno acidente do trabalho possui
natureza complexa, apresentando-se como resultado indesejado da interação de
múltiplos fatores causais, que ocorrem no exercício das atividades laborais do
trabalhador, acarretando em consequências que interferem diretamente na sua
saúde, como a lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte e a perda
ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho. Em razão do
caráter multifatorial e complexo deste evento, verifica-se a necessidade de buscar
todos os fatores que deram causa ao acidente decorrente do trabalho, desde a sua
origem. É esperado que nessa unidade o aluno consiga aprender, compreender e
desenvolver os conhecimentos sobre as legislações e as normas regulamentadoras
da Segurança de Trabalho, para que esta seja elaborada no ambiente industrial.

LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS


Palavras-chave: Segurança; Trabalho; Engenharia; Legislação; Normas.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
SUMÁRIO
RESUMO DA UNIDADE ............................................................................................. 1
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 3
CAPÍTULO 1 - LEGISLAÇÃO NA SEGURANÇA DO TRABALHO ......................... 5
1.1 LEGISLAÇÃO E CAUSA DE ACIDENTES .................................................... 5
1.2 CLASSIFICAÇÃO DE MONTEAU ................................................................ 13
1.3 HISTÓRIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL ........................ 16
1.4 HIERARQUIA LEGISLATIVA ....................................................................... 19
1.5 LEGISLAÇÃO ACIDENTÁRIA, PREVIDENCIÁRIA E SINDICAL ................ 21
1.6 CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS ........................................... 23
CAPÍTULO 2 - NORMAS DE REGULAMENTAÇÃO ............................................. 26
2.1 SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA .................................................. 26
2.2 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO .................................. 28
2.3 NORMAS TÉCNICAS .................................................................................. 29
2.4 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM
MEDICINA DO TRABALAHO – NR 4 ........................................................................ 32
2.5 TRANSPORTE ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATÉRIAS – NR 11 . 40
2.6 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) – NR 6 ................... 43
CAPÍTULO 3 - NORMAS DE REGULAMENTAÇÃO 12, 24 E 26 .......................... 48
3.1 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS - NR 12.................................................... 48
3.2 CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE
TRABALHO – NR 24 ................................................................................................. 50
3.3 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA – NR 26 .................................................. 51
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 60
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 61

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO

Os atos inseguros são causas da maioria dos acidentes de trabalho, que


residem exclusivamente no fator humano, ou seja, aqueles que ocorrem na
execução das tarefas de forma contrária às normas de segurança.
Os acidentes do trabalho então podem ser classificados como fenômenos
socialmente previsíveis e preveníveis. Como também os fatores provocadores dos
acidentes do trabalho são considerados multicausas.
A NR 11 estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais
de trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao
manuseio de materiais, tanto de forma mecânica, quanto manual, objetivando a
prevenção de infortúnios laborais.
A NR 12 trata da Proteção do Trabalhador no uso de máquinas e
equipamentos e de várias características a elas associadas. O empregador deve
garantir condições e medidas seguras de trabalho, como: proteção coletiva e
individual, administração e organização do trabalho. As máquinas devem atender
aos princípios de falha de segurança, principalmente quando em fase de utilização.
Nas especificações da norma regulamentadora 24 estão presentes
informações de segurança com relação aos alojamentos, cozinha, instalações
sanitárias, refeitórios e vestiários.
A NR 26 foi criada com o intuito de alcançar todas as gestões dentro de uma
empresa, de modo que fosse possível disponibilizar mais segurança aos seus
funcionários. Ela transmite informações que são de fácil compreensão, com a
finalidade de promover uma norma direta e objetiva, sem abrir margem para
interpretações ou entendimentos diversos. Isso porque, a norma busca que o
mercado de trabalho seja uniforme, seguindo exatamente o mesmo conjunto de
regras, promovendo uma melhoria dos processos.
A norma 14725-3 possui anexos com símbolos, frases e pictogramas já
definidos, de acordo com a categoria do produto químico. Essa rotulagem é aplicada
no contexto industrial, assim, o produto para o consumo apresentará um rótulo
diferenciado.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
As fichas de Informação de Segurança para Produtos Químicos devem ser
criadas com base no disposto no GHS e obedecer a NBR 14725-4. O fabricante ou
importador deve fornecer e tornar disponível a FISPQ para todo produto classificado
como perigoso e para produtos que não sejam classificados como perigosos, mas
que seus usos previstos ou recomendados originem riscos à segurança e à saúde
dos trabalhadores.
É esperado que nessa unidade o aluno consiga aprender, compreender e
desenvolver os conhecimentos sobre as legislações e as normas regulamentadoras
da Segurança de Trabalho, para que esta seja elaborada no ambiente industrial.

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CAPÍTULO 1 - LEGISLAÇÃO NA SEGURANÇA DO TRABALHO

1.1 LEGISLAÇÃO E CAUSA DE ACIDENTES

Legalmente, o Plano de Benefícios da Previdência Social, através da Lei 8.213


de 24/07/91 (BRASIL, 1991), em seu art. 19 define acidente do trabalho como

aquele que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo


exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Os acidentes de trabalho podem ser classificados como típico, doenças e


trajeto.

Tabela 1: Tipos de acidentes de trabalho


Tipos de acidentes de trabalho
Ocorre no local de trabalho, também denominado de trauma do
Típico
trabalho.
Lei 8.213/91, art. 20:
Doenças Profissionais → peculiar à atividade
Doenças
Doenças do Trabalho → em função de condições especiais em
que o trabalho é realizado
Lei 8.213/91, art. 21: “É aquele sofrido pelo trabalhador no
percurso da residência para o trabalho ou vice-versa e no
Trajeto percurso de ida ou volta para o local da refeição em intervalo do
trabalho, quer na área urbana, quer na área rural, qualquer que
seja o meio de locomoção.”
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Considera-se acidente do trabalho, aquele que ocorreu pelo exercício do


trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou
doença que cause morte, perda ou redução permanente ou temporária da
capacidade para o trabalho.

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Existem dois tipos de conceitos relacionados à segurança do trabalho: o


conceito prevencionista ou da prevenção e o conceito legal ou previdenciário, que
está relacionado à previdência social.
Acidente do Trabalho é uma ocorrência não programada, que interrompe ou
interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil
e/ou lesões no trabalhador e/ou danos materiais. A figura 1 esboça como é
constituído o conceito prevencionista e a relação com o incidente e o conceito legal.

Figura 1: Acidente de Trabalho

Conceito Prevencionista

Incidente
Conceito Legal
incidente

Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.

Com relação aos conceitos de incidente, não se pode limitar o estudo sobre os
acidentes somente àqueles que produzem lesões aos trabalhadores. Muitos
acidentes passam inadvertidos porque não chegam a produzir lesões, assim, sabe-
se que a relação entre um acidente com lesão e um sem pode chegar a se
configurar apenas como incidente. A prevenção elimina ou diminui a possibilidade de
origem do risco. A proteção minimiza-se as consequências do acidente. O perigo é a
fonte ou situação potencial de provocar danos, em se tratando de lesões, doenças,
danos à propriedade, dano ao meio ambiente, ou uma combinação destas.
O risco é a combinação de probabilidade de ocorrência e da consequência de
um determinado evento perigoso. A condição insegura é a aquela que, presente no
ambiente de trabalho, coloca em risco a integridade física e mental do trabalhador,
devido à possibilidade do mesmo acidentar-se.

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O fator pessoal de insegurança é o nome técnico dado as falhas humanas


decorrentes de problemas de ordem psicológica, social, congênitos ou de formação
cultural que alteram o comportamento do trabalhador.
São exemplos de condições inseguras e fatores pessoal de insegurança:
• Exposição de parte vida nos quadros elétricos;
• Proteção de periferia de laje;
• Cabo de fiação elétrica pelo chão;
• Operador de grau em posição de risco de queda sem cinto de segurança;
• Falta de capacete;
• Falta de máscara;
• Falta de fardamento e botas;
• Falta de cinto de segurança.

Para a avaliação e análise de um risco, o processo global busca estimar a


magnitude e decidir se ele é considerado tolerável ou inaceitável. Assim, Todas as
medidas de segurança aplicadas ao ambiente visam proteger as pessoas por
intermédio de uma das seguintes alternativas:
• ELIMINAR O RISCO: Torná-lo definitivamente inexistente;
• ISOLAR O RISCO: É a alternativa mais utilizada e não deve ser usada
como substituta da primeira; e,
• SINALIZAR O RISCO: É o recurso utilizado quando não há possibilidade
de se aplicar nenhum dos anteriores.

Para a identificação das causas dos acidentes de trabalho é utilizada uma


abordagem, por meio de modelos, para que através dessa identificação, seja
possível adotar a melhor estratégia. Entre os modelos temos:
• Acidentes casuais;
• Abordagem proativa;
• Melhoria contínua;
• Árvore de causas.

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Os ATOS INSEGUROS são causas da maioria dos acidentes de trabalho, com


origem quase que exclusiva da falha humana, ou seja, são aqueles que ocorrem na
execução das tarefas, bem como de forma contrária às normas de segurança.
Já as CONDIÇÕES INSEGURAS são as que têm menor índice de causas de
acidentes, uma vez que são aquelas decorrentes do ambiente de trabalho e não da
ação do homem. Mesmo sendo de origem diversa, as condições inseguras também
colocam em risco a integridade física e/ou mental do trabalhador, devido à
possibilidade de ele acidentar-se como deficiência técnica.
Existem duas teorias sobre a ocorrência dos acidentes de trabalho. A primeira
teoria é chamada de DOMINÓ, na qual os acidentes têm como causa os atos
inseguros e as condições inseguras. A segunda teoria é a MODERNA, em que os
acidentes têm origem social e multicausal.

Figura 2: Causa dos acidentes

Fonte: Sindicato dos Químicos SP/Sindicato dos Plásticos SP (1993).

Heinrich representa sua concepção da casualidade dos acidentes de trabalho


por meio de um arranjo específico de cinco peças de dominó (Ancestralidade, Falha
pessoal, Condições inseguras, Acidente e Lesão). Na concepção de Heinrich, os
elementos chaves para a prática de prevenção são os atos inseguros e as condições

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inseguras, sendo que a grande maioria dos acidentes seria causada pelo
comportamento inseguro do trabalhador.

FIQUE ATENTO
Os ATOS INSEGUROS são causas da maioria dos acidentes de trabalho, que
residem exclusivamente no fator humano, ou seja, aqueles que ocorrem na
execução das tarefas de forma contrária às normas de segurança.

Figura 3: Teoria de Heinrich

H A
O C
Fatores pessoais
M Atos I
de insegurança
E Inseguros D
M E
M
N
E Lesões Físicas
T
I Danos Materiais
E
O Perda de Tempo
S
A
e/ou Doenças
M Ocupacionais
D
B

I Fatores Condições O
Materiais Inseguras E
E

N N

T Ç

E A
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. S

Em 1960, o modelo de Heinrich foi atualizado por Bird e Lotus, o novo modelo
também era composto por 5 peças. A primeira peça seria a falta de controle, que é
proveniente de programas e padrões inadequados e do cumprimento indevido
destes padrões. A segunda peça seria a de causas básicas, que é composta pelos
fatores pessoais e os fatores de trabalho. A terceira peça é a de causas imediatas,

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onde estão incluídos os atos e as condições abaixo dos padrões exigidos. A quarta
peça é o incidente que se refere ao contato com a energia ou substâncias durante a
operação do trabalho. A quinta e última peça é a das perdas que podem ser de
pessoas, propriedades, processos e do meio ambiente.
Os acidentes do trabalho, então, podem ser classificados como fenômenos
socialmente previsíveis e preveníveis. Como também os fatores provocadores dos
acidentes do trabalho são considerados como multicausas.
Ao contrário de se constituir obra do acaso, como sugere a palavra acidente, os
acidentes do trabalho são fenômenos previsíveis, dado que os fatores capazes de
os desencadear encontram-se presentes na situação de trabalho (passíveis de
identificação) muito tempo antes de serem desencadeados.

Figura 4: Fatores que intervêm na produção do acidente

Agentes Materiais Entorno Ambiental

Ferramentas Substâncias perigosas Iluminação

Instalações Objetos Ordem

Máquinas Ruído

ACIDENTE

Conhecimento Sistemas de comunicação

Habilidades Formação

Atitudes Métodos e procedimentos

Características Pessoais Organização

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Para o acidente de trabalho, de modo geral, o fator humano remete sempre aos
erros, às falhas humanas ou mesmo aos erros ocasionados por ações diretas dos
operadores no desempenho de suas atividades. Desta forma, o comportamento do
obreiro também faz parte do fator humano, sendo aquele que podemos observar,
registrar e, em muitos casos, até filmar e quantificar, ou seja, é o conjunto de ações
que determinada pessoa executa na interação com o mundo.
É no âmbito dessa interação que ocorrem os acidentes e são geradas as
condições para a sua ocorrência. Portanto, o comportamento é o fator humano mais
visível, imediato e superficial, pois ocorre por diversos fatores, estando, entre eles, a
própria visão que o homem tem do ambiente.
Os valores das pessoas se desenvolvem como consequência do aprendizado e
da experiência que elas encontram no ambiente cultural em que vivem. A liderança
exerce forte influência na formação dos valores da organização. O mais forte
instrumento para comunicar valores é o exemplo. As atitudes são influenciadas
pelos valores. Uma atitude é o resultado de um comportamento pretendido.
A crença é algo em que se acredita e não se pergunta o porquê. Algumas
crenças exercem comandos negativos que prejudicam a segurança da pessoa:
“ninguém morre na véspera; sofrer acidente faz parte do destino das pessoas;
acidente faz parte do trabalho; coisa ruim não acontece comigo; sempre trabalhei
assim e nunca aconteceu nada; sou esperto e sei como fazer; só acontece com
quem não tem experiência”. As pessoas não se sentem motivadas para controlar
riscos por não acreditarem na possibilidade de interferir nos acontecimentos.

SAIBA MAIS
Os acidentes do trabalho, então, podem ser classificados como fenômenos
socialmente previsíveis e preveníveis. Como também os fatores provocadores dos
acidentes do trabalho são considerados como multicausas.

A cultura de segurança diz respeito ao conjunto de ações e costumes


compartilhados por um grupo de pessoas que se sentem responsáveis pela
segurança, com a finalidade de evitar ou diminuir os riscos de acidente. Os
empregados vão além de suas “obrigações” para identificar comportamentos e

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condições de risco para, intervindo, corrigi-los. Sendo assim, a segurança não é uma
prioridade que pode ser mudada dependendo das exigências da situação; ao
contrário, é um valor que está ligado a todas as outras prioridades, porém, isto é
mais fácil ser dito do que ser feito.
Entre os fatores responsáveis pela segurança e pela saúde, temos a gestão de
pessoas, que deve estar voltada à formação de uma consciência prevencionista em
todos os níveis da empresa, com o objetivo maior de alcançar uma cultura de
segurança na organização e a gestão de ambiente e comportamental.
De acordo com dados do Ministério da Previdência Social, no ano de 2009, os
riscos decorrentes dos fatores ambientais do trabalho geraram 83 acidentes a cada
hora, bem como uma morte a cada 3,5 horas de jornada diária, totalizando 2,5 mil
registros apenas naquele ano. Por isso, a necessidade de uma gestão de segurança
dentro do ambiente de trabalho. Estatísticas da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) indicam que o Brasil é o 4º colocado mundial em acidentes fatais e o
15º em acidentes gerais.
O fenômeno acidente do trabalho possui natureza complexa, apresentando-se
como resultado indesejado da interação de uma rede múltiplos fatores causais.
Dada a origem multifatorial e complexa deste evento, infere-se a necessidade de
buscar todos os fatores que participam de sua gênese.
A melhor maneira de minimizar os custos da empresa é investir na prevenção
de acidentes. Muitos empresários têm a ideia errônea de que devem diminuir seus
investimentos em equipamentos de proteção individual, contratação de pessoal de
segurança do trabalho e medidas de segurança. O custo de um acidente pode trazer
inúmeros prejuízos à empresa.
Equiparam-se aos acidentes de trabalho os acidentes que acontecem quando o
trabalhador:
• está prestando serviços por ordem da empresa fora do local de trabalho;
• estiver em viagem a serviço da empresa;
• estiver no trajeto entre a casa e o trabalho ou do trabalho para casa;
• doença profissional (as doenças provocadas pelo tipo de trabalho);
• doença do trabalho (as doenças causadas pelas condições do trabalho).

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1.2 CLASSIFICAÇÃO DE MONTEAU

Monteau sugere uma classificação dos acidentes do trabalho, que pode auxiliar
na escolha de métodos para sua investigação, em condições de segurança do
trabalho heterogêneas, como as existentes em nosso país. Ele classifica em três
tipos.

IMPORTANTE
Equiparam-se aos acidentes de trabalho os acidentes que acontecem quando o
trabalhador está prestando serviços por ordem da empresa fora do local de trabalho.

MONTEAU analisa as principais características do fenômeno acidente (AT)


segundo as fases de controle de risco das empresas e as respectivas taxas de
frequência de AT, sugerindo uma classificação de acidentes de trabalho (TIPO 1,
TIPO 2 e TIPO 3) que pode auxiliar a investigação das condições que possibilitaram
a ocorrência destes eventos.
• Tipo 1: Estrutura linear;
• Tipo 2: Conjunções de poucos fatos variados;
• Tipo 3: Conjunções de muitos fatos variados.

Na tipo 1, a taxa de frequência é elevada e apresenta uma estrutura de poucos


ou um único fator; é capaz de desencadear o acidente de trabalho. Eventos do tipo 1
são frequentes em empresas onde inexiste sistema de gestão de segurança e saúde
no trabalho ou onde essa gestão é ineficaz. A gravidade dos danos pode ser alta,
inclusive com a ocorrência de acidentes fatais. Entre as situações acidentogênicas
temos:
• frequência de aparecimento: alta;
• atividades em desenvolvimento: habituais e cotidianas;
• natureza dos problemas: desrespeito às medidas de segurança;
• diagnóstico a priori: fácil;
• como diagnosticar: inspeções de segurança de rotina;
• sistema de gestão de SST: inexistente ou ineficaz.

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Podemos tomar como exemplo, o trabalhador sobe em telhado de fibrocimento,


sem nenhuma proteção contra quedas, e cai de altura de 20 metros, vindo a falecer.
Na tipo 2, a taxa de frequência é moderada e apresenta uma estrutura de
acidentes de trabalho com conjunções de alguns fatores para o acontecimento.
Eventos do tipo 2 em geral ocorrem em empresas com sistemas de gestão de SST
reativo e baseado em controle de comportamentos, que fundamentam a segurança
na avaliação policialesca de falhas visíveis e na capacitação, sem abandonar a
punição. Assim, no tipo 2, temos as seguintes situações acidentogênicas:
• frequência de aparecimento: esporádica;
• atividades em desenvolvimento: manutenção, recuperação de incidentes,
alterações não programadas ou não esperadas, atividades sequenciais
interdependentes etc.;
• natureza dos problemas: relacionados a fatores da organização do
trabalho/ gerenciamento da empresa
• diagnóstico a priori: baseado em bom nível de conhecimento do sistema e
das atividades;
• como diagnosticar: análises específicas;
• sistema de gestão de SST: reativo e baseado em controle de
comportamentos.

Podemos tomar como exemplo, a furadeira de peças, com sistema de fixação


do conjunto peça-gabarito, quebra e é temporariamente substituída por outra
furadeira de peças, mas sem fixação. Durante a furação, uma peça sem fixação
escapa, atingindo o operador.
Na tipo 3, a taxa de frequência é baixa e apresenta uma estrutura de acidentes
de trabalho com conjunções de vários fatores para o acontecimento. Entre as
situação acidentogênicas do tipo 3, temos:
• frequência de aparecimento: excepcional;
• atividades em desenvolvimento: não habituais ou inespecíficas;
• natureza dos problemas: acúmulo de fatores;
• diagnóstico a priori: requer bom conhecimento sobre o sistema;
• como diagnosticar: auditorias, AET e outros;

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• sistema de gestão de SST: implantado e em funcionamento.

Podemos tomar como exemplo, uma empresa que possui dois pega-toras
(equipamentos tipo guindaste, destinados a transportar grandes toras de madeira).
Por questões de redução de vendas, tem sido utilizado somente um deles. Cada um
dos pega-toras tem sistema de operação diferente. Um dos operadores do turno
noturno, sem o que fazer, está deslocado para outras tarefas no turno diurno.

FIQUE ATENTO
Podemos tomar como exemplo, o trabalhador sobe em telhado de fibrocimento, sem
nenhuma proteção contra quedas, e cai de altura de 20 metros, vindo a falecer.

O pega-toras, em uso, entra em pane durante o turno noturno e a equipe de


manutenção de plantão (reduzida) não consegue consertá-lo. O operador disponível
não está habituado a operar o outro equipamento. Um carregamento de toras,
aguardado para o dia seguinte, chega à empresa ainda durante a noite e precisa ser
descarregado.
O supervisor designa o operador do pega-toras em pane para operar o outro
raramente utilizado e determina que a descarga das toras seja feita de forma
acelerada. Nessa situação, o trabalhador sofre um acidente.
No Brasil, as empresas normalmente adotam uma visão monocausal nas
análises de acidentes, que consiste na procura por uma causa única e fundamental
para a ocorrência do acidente, no indivíduo ou no meio que o cerca, atos e
condições inseguras, respectivamente. Na maioria dos acidentes, a falha humana é
considerada como causa, o que é uma visão limitada, e que por isso, impede
soluções definitivas para o problema.
Para compreensão das causas dos acidentes faz-se necessário buscar
respostas mais profundas, que só poderão ser obtidas com a migração da Visão
Monocausal para uma Visão Multicausal, a qual considera que as causas dos
acidentes são decorrentes da interação de diversos fatores humanos e
organizacionais.

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1.3 HISTÓRIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL

A Revolução Industrial começou na Inglaterra e, posteriormente, espalhou-se


pelos Estados Unidos e pela Europa Ocidental. O processo evolutivo nas operações
de manufatura ocorreu entre 1760 e 1840. Essa etapa de transformação culminou
na utilização de máquinas, na fabricação de produtos químicos, nos processos de
produção do ferro, na maior eficiência da utilização da água como recurso de
energia a vapor e no aperfeiçoamento de ferramentas, além da substituição da
madeira pelo carvão mineral.
No Brasil, a evolução da segurança do trabalho aconteceu mais tarde do que
na Europa, uma vez que a nossa revolução industrial começou por volta de 1930. O
país passava por um momento de desenvolvimento, mudando a economia de
agrária para industrial. Nessa época, o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas,
iniciou o processo de direitos trabalhistas individuais e coletivos com a criação da
CLT, em 1943.

SE LIGA
O pega-toras em uso entra em pane, durante o turno noturno, e a equipe de
manutenção de plantão (reduzida) não consegue consertá-lo. O operador disponível
não está habituado a operar o outro equipamento.

A Lei que tratava da proteção ao trabalho dos menores, foi desenvolvida só em


23 de janeiro de 1819, devido à preocupação prevencionista que existia. Esta foi a
primeira lei brasileira sobre acidentes de trabalho. A partir daí foi possível, em 21 de
abril de 1941, empresários fundarem a Associação Brasileira para Prevenção de
Acidentes (ABPA).
A Constituição Federal de 1934 incluiu a Justiça do Trabalho no capítulo "Da
Ordem Econômica e Social". A função a ela atribuída era a de resolver os conflitos
entre empregadores e empregados, dando origem à CLT e, no ano seguinte, com a
reforma da lei de acidentes de trabalho, foi possível surgir a COMISSÃO INTERNA
DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES, conhecida como CIPA.

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A regulamentação da utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI)


só veio acontecer no ano de 1960. Com isso, em 1966 foi criada, conforme Lei n°
5.161 a Fundação Centro Nacional de Segurança Higiene e Medicina do Trabalho, a
atual Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, em
homenagem ao seu primeiro presidente, hoje mais conhecida
como FUNDACENTRO.
A criação da Fundacentro foi sem dúvida um dos grandes feitos na história da
segurança do trabalho e, partir de ações da entidade, a segurança do trabalho pode
avançar de forma significativa.
A Portaria 3.237, do Ministério do Trabalho de 1972, criou os serviços de
Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho nas empresas. Foi o divisor entre a fase
do profissional espontâneo e o legalmente constituído. Esta portaria criou os cursos
de preparação dos profissionais da área.
Em 1978 foi feita a criação das NR – Normas Regulamentadoras, aprovadas
pela Portaria 3.214 do MTE, aproveitando e ampliando as postarias existentes e
Atos Normativos, adotados até na construção da Hidrelétrica e Itaipu. Na ocasião
foram criadas 28 NR’s. Essa portaria representou um dos principais impulsos dados
à área de Segurança e Medicina do Trabalho nos últimos anos.
Devido à escassez de profissionais para compor o SESMT, em 1979 ocorreu
uma resolução que regulamentou e realizou a criação de cursos em voltados à
necessidade que se tinha para esses profissionais. Em 1983 a Portaria n° 33 alterou
a Norma Regulamentadora 5 introduzindo nela os riscos ambientais.
Em 1985 foi oficializada a especialização em Engenharia de Segurança do
Trabalho e criada a categoria profissional de Técnico em Segurança do Trabalho. No
ano seguinte, correu a regulamentação para as profissões de Enfermagem, Técnico
em Enfermagem e Auxiliar de Enfermagem.

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Figura 5: Interseção do Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais (PPRA) com o


Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).

PPRA PCMSO
ASO Admissional, periódico,
demissional,
Higiene física, química, (ATESTADO DE SAÚDE
OCUPACIONAL) mudança de função,
ocupacional, biológica.
retorno ao trabalho.
Exames médicos
Medicina do Trabalho
Segurança do trabalho

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Em 1990 o quadro do SESMT da Norma regulamentadora 4 foi atualizado. O


SESMT a partir de então é formado por:
• Engenheira de Segurança do Trabalho;
• Medicina do Trabalho;
• Enfermagem do Trabalho;
• Técnico em Segurança do Trabalho;
• Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.

A Lei 8.213/91, que foi posteriormente alterada pelo Decreto nº 611, de 21 de


julho de 1992, também estabelece, nos artigos 19 a 21 e no artigo 22, a obrigação
da empresa em comunicar os Acidentes do Trabalho às autoridades competentes.
Em 1994 a NR 9, que anteriormente era nomeada como “Riscos Ambientais”,
teve sua nomenclatura alterada para “Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais”. As empresas e trabalhadores da área, que trabalhavam sobre essas
normas na época, imaginaram que tal mudança na norma resultaria em mudanças
permanentes e impactantes nos conceitos da segurança do trabalho. Apesar dos
impactos que a NR 9 trouxe terem sido de grande escala, a norma não chegou ao
patamar do que se era imaginado.
No ano de 2001 entra em vigor a Portaria n° 458, de 4 de outubro de 2001, e
fica proibido a partir de então, o trabalho infantil no Brasil. O termo Ato Inseguro é
retirado do item 1.7 da Norma Regulamentadora 1 em 2009. E isso é motivo de

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comemoração para muitos prevencionistas, que reclamam que o termo retirava, em


muitas vezes, a responsabilidade do empregador. Pois, era fácil rotular os acidentes
somente como Ato Inseguro, e isso dificultava encontrar a verdadeira causa.

1.4 HIERARQUIA LEGISLATIVA

É importante conhecer e compreender corretamente a relação hierárquica


existente entre as diferentes espécies normativas que integram nosso ordenamento
jurídico. A repartição de competência legislativa entre os entes da federação pode
ser horizontal, na qual se estabelecem campos materiais distintos, em atenção ao
princípio da predominância do interesse, pelo qual cabe à União as matérias em que
predomine o interesse nacional; aos Estados, as de interesse regional e aos
Municípios as de interesse local, o que será sempre averiguado de acordo com
a Constituição, em respeito ao denominado princípio da supremacia constitucional.
A pirâmide de Kelsen representa um sistema normativo, em que há normas de
hierarquia diversas. No topo da pirâmide está a Constituição. Em nível intermediário
estão as leis. Em níveis inferiores os decretos editados pelo Poder Executivo.
Para Kelsen, o fundamento de validade, não expresso, mas pressuposto, de
uma determinada norma, não é o fato de uma pessoa ter posto essa norma num
certo tempo e lugar, mas a norma segundo a qual devemos obedecer às ordens ou
mandamentos daquela pessoa.
A consequência é que normas de hierarquia inferior deverão observar as de
hierarquia superior. Se uma norma inferior entra no ordenamento jurídico e viola a
superior, aquela não pode ser apta a produzir efeitos jurídicos. Se a norma superior
é inaugurada no sistema normativo e viola a inferior, ocorre a ab-rogação
(revogação integral) ou derrogação (revogação parcial) desta.

“as leis se classificam, hierarquicamente, segundo a maior ou menor


extensão de sua eficácia e sua maior ou menor intensidade criadora do
direito. Sob o primeiro aspecto, nos regimes políticos baseados na
federação, as leis se distinguem em federais, estaduais e municipais. Sob o
segundo aspecto, a classificação hierárquica se baseia na conformidade
das normas inferiores às de categoria superior e esta conformidade se
traduz em dois princípios: o da constitucionalidade e o da legalidade” (RÃO,
1999, p. 23).

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As leis federais têm precedência – ou seja, prioridade – sobre as leis estaduais


e municipais, contemplando aspectos importantes da rotina do país. Nesse sentido,
a liberdade de legislação dos estados e municípios é relativamente estreita.
As leis delegadas são consideradas ato normativo elaborado pelo chefe do
poder executivo, nos âmbitos federal, estadual e municipal, com a autorização da
sua respectiva casa legislativa, para casos de relevância e urgência, quando a
produção de uma lei ordinária levaria muito tempo para dar uma resposta à situação.
O chefe do executivo solicita a autorização e o poder legislativo fixa o conteúdo e os
termos de seu exercício. Depois de criada a lei pelo chefe do executivo, ela é
remetida ao legislativo para avaliação e aprovação. Considerando que os limites
foram respeitados e que a lei é conveniente, o legislativo a aprova, contudo, essa
norma entra no sistema jurídico na qualidade de lei ordinária.
Ao contrário do que muitos podem ser levados a acreditar, as leis federais,
estaduais, distritais e municipais possuem o mesmo grau hierárquico. Assim sendo,
um eventual conflito entre leis federais e estaduais ou entre leis estaduais e
municipais não será resolvido por um critério hierárquico; a solução dependerá da
repartição constitucional de competências.
Analisando as normas federais, estaduais, municipais e distritais, convém
ressaltar que também não existe hierarquia entre as normas oriundas de diferentes
entes da federação brasileira. Portanto, descabe afirmar a superioridade da lei
federal diante da lei estadual ou municipal. Afinal, o exercício de suas competências
legislativas constitucionais, cada ente federado é dotado de autonomia política,
inexistindo subordinação entre estes.
As portarias são atos administrativo de qualquer autoridade pública, que
contêm instruções acerca da aplicação de leis ou regulamentos, recomendações de
caráter geral, normas de execução de serviço, nomeações, demissões, punições, ou
qualquer outra determinação da sua competência.
No Direito do Trabalho, os princípios constituem o fundamento do ordenamento
jurídico. Dentre os principais princípios informadores do Direito do trabalho pode-se
elencar o princípio da irrenunciabilidade dos direitos, princípio da continuidade da
relação de emprego, princípio da primazia da realidade, princípio da razoabilidade,
princípio da boa-fé e princípio protetor.

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1.5 LEGISLAÇÃO ACIDENTÁRIA, PREVIDENCIÁRIA E SINDICAL

O acidente pode decorrer de um acontecimento brusco e repentino (acidente


típico), quando a data do acidente coincide com a do evento lesivo. Pode decorrer
de doença do trabalho ou profissional, que foram equiparadas legalmente ao
acidente típico. Nesses casos, a data do acidente é uma criação jurídica, já que as
doenças ocupacionais são de lenta e progressiva evolução, pois, são decorrentes de
um ambiente de trabalho agressivo ou de uma atividade laborativa agressiva.
A legislação acidentária no Brasil seguiu o modelo germânico, modelo este
que, fica para o Estado o monopólio do seguro acidentário. As peculiaridades do
modelo germânico são que as empresas ficaram obrigadas a firmarem
contrato de seguro de acidentes do trabalho, jurisdição especial para julgar as
causas decorrentes de acidente de trabalho, e a fixação das indenizações
através de lei, com órgão estatal.
Ocorre que, apesar do sistema germânico adotar uma jurisdição especial, para
julgar as ações decorrentes de acidente de trabalho, no Brasil, até 2004, competia à
justiça comum processar e julgar esse tipo de litígio.
Além das Constituições Federais de 1934, 1937 e 1942 trazerem
expressamente a competência da justiça Estadual, para dirimir conflitos decorrentes
de acidente de trabalho, também a súmula nº. 501, do Supremo Tribunal Federal,
editada em 1969, declarava a competência da justiça ordinária estadual para
processar e julgar, em ambas as instâncias, causas decorrentes de acidentes de
trabalho. (MARTINS, 2010).
A segunda (ergopatia ou mesopatia ou doenças atípicas) advêm não da
profissão em si, mas das condições do exercício da função e do ambiente do
trabalho. A doença do trabalho não depende da existência de qualificação
profissional do obreiro, não acompanha o trabalhador no exercício da atividade.
Alcança todos que laborem em condições adversas à saúde. É contraída, deflagrada
ou agravada em virtude das circunstâncias em que o trabalho é realizado. Os
acidentados devem provar que a atividade exercida determinou o surgimento ou o
agravamento da doença. Não há presunção de nexo causal entre a doença e o
labor, mesmo sendo obrigatório que a doença ou lesão esteja relacionada como tal

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na lista de que trata o Anexo II do Regulamento dos Benefícios da Previdência


Social do Decreto nº.3.048, de 06 de maio de 1999.
A primeira lei brasileira que tratava das questões previdenciárias foi um
Decreto de 01/10/1821, de Dom Pedro, concedendo aposentadoria aos mestres e
professores que completavam 30 anos de serviço. No entanto, o marco da
Previdência Social no Brasil foi a publicação da Lei Eloy Chaves (Decreto 4.682 de
24/01/1923) que criou as Caixas de Aposentadorias e Pensões para os ferroviários,
em nível nacional, garantindo aposentadoria por invalidez, doença, velhice e morte.
Posteriormente, os benefícios foram estendidos para os trabalhadores dos serviços
portuários, marítimos, telegráficos, de luz, bonde e bancários, por meio de
legislações próprias. Com o passar do tempo, as caixas de aposentadoria e pensões
foram agrupadas em “Institutos de Aposentadoria e Pensões”. Em 1966, todos os
institutos foram unificados pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), o
embrião do atual INSS (MARTINS, 2010).
De acordo com a Constituição Federal, a saúde é um direito de todos e um
dever do Estado. Isso significa que seu acesso é universal e igualitário,
independentemente de contribuição direta pelo segurado.
O Estado, no sentido de ente público — o que inclui Estados, Distrito Federal,
União e Municípios — deve promover políticas sociais e econômicas com o objetivo
de reduzir o risco de doenças, mediante ações e serviços para
a proteção, promoção e recuperação da saúde. Isso significa que as ações voltadas
à saúde pública devem tanto ser preventivas, quanto recuperativas. O Direito
Previdenciário é, portanto, fundamental para a garantia do direito social de
previdência social e, consequentemente, da dignidade do ser humano.
Os sindicatos são a união dos trabalhadores para defenderem seus interesses,
manifestarem seus anseios e conduzirem a luta por suas necessidades. A
Contribuição Sindical, até outubro/2017, era devida por todos aqueles que
participassem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma
profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou
profissão (artigo 583, decreto 5.452).
A contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma
determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em

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favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo


este, na conformidade do disposto no artigo 591. (NR pelo Decreto-Lei nº 229/1967)
A legislação trabalhista em vigor está permitindo que os trabalhadores se
tornem menos dependentes dos sindicatos, mas ao mesmo tempo, que fiquem mais
expostos aos ditames da empresa em que trabalham, exigindo dos mesmos maior
organização coletiva.

1.6 CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS

As primeiras legislações sobre férias começaram a surgir no fim do século XIX,


e eram permitidas, apenas quando o empregador oferecia. Na Dinamarca, por
exemplo, havia uma lei que garantia o direito, mas somente para o trabalho
doméstico. Posteriormente, começaram surgir leis nesse sentido, exemplo dos
ingleses que adotaram lei específica em 1872 para determinadas indústrias. Mas
esse direito conquistou um alcance mundial, mesmo com a criação da Organização
Internacional do Trabalho.
Férias é o período em que o trabalhador tem o direito de gozar de 30 dias de
descanso. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, as férias mantêm a
saúde e a segurança do trabalhador. Todo o funcionário terá direito às férias, não
havendo prejuízos a sua remuneração, além disso, esse período é contabilizado
como tempo de serviço. O artigo 129 da lei da CLT diz: “Todo empregado terá direito
anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração” (Art.
129).
A jornada de trabalho é o período estabelecido no contrato da empresa, que
deve ser cumprido pelo empregado. A CLT prevê a quantidade máxima de 8 horas
diárias, um total de 44 horas semanais, desde que não seja definido outro horário
específico. Essas horas devem estar registradas em um documento, que pode ser
chamado de folha de ponto para o controle de horas. Ele anotará o seu horário de
saída e término, além dos intervalos.
Para muitos empregados, a jornada de trabalho serve para mensurar em que
momento estes passam a receber horas extras e engordar os seus vencimentos no
final do mês. Por outro lado, este não é o objetivo da Lei, a mesma está preocupada

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em evitar abusos por parte do empregador e exposição do empregado a uma carga


horária que possa prejudicar sua saúde e o próprio convívio familiar e social.
Segundo o artigo. 7º inciso XIII, da Constituição Federal, a jornada de trabalho
terá a duração de no máximo 8 horas diárias, com o limite de 44 horas semanais,
esclarecendo que jornadas menores podem ser fixadas pela Lei, convenções
coletivas ou regulamento de empresas.

Tabela 2: 44 horas semanais com e sem compensação

SEM COM
Segunda 08:00 08:40
Terça 08:00 08:40
Quarta 08:00 08:40
Quinta 08:00 08:40
Sexta 08:00 08:40
Sábado 08:00 Folga
Domingo Folga Folga

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Atividades insalubres são aquelas em que os trabalhadores são expostos a


agentes prejudiciais à saúde, em quantidades acima do que são permitidas por lei.
São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem na
Norma Regulamentadora 15.
Diante do disposto no artigo 192 da CLT, o trabalho exercido em condições
insalubres garante ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o
salário-base do empregado, conforme inteligência da súmula 228 do Tribunal
Superior do Trabalho. O percentual pode variar de 10%, 20% ou de 40%.
Considerando que a base de cálculo do adicional de insalubridade é o salário-
mínimo da região.
Periculosidade é a qualidade daquilo que é perigoso ou arriscado à vida. A
diferença entre insalubridade e periculosidade causa muitas dúvidas, tanto para os
trabalhadores, que recebem o adicional, como às empresas que pagam. É muito
comum se deparar com uma pessoa que acredita estar recebendo o adicional de

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periculosidade, mas na verdade é insalubridade. Também ocorre de uma pessoa


não entender o valor adicional do benefício, por acreditar que este está inferior ao de
uma determinada pessoa.

“Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por


sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os
empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância
fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de
exposição aos seus efeitos” (Consolidação das Leis do Trabalho, artigo
189º).

Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações nos termos do art. 5º, I
da CF/88, porém, sempre que houver uma diferença que os desiguale, a lei deve
implementar formas de eliminá-la levando em conta os princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade, de modo a concretizar a igualdade também
em sua acepção material.
Com a realização das convenções da OIT, a tutela do trabalho da mulher foi se
aprimorando progressivamente e, ainda em 1919, deu-se importante passo em
relação à proteção da empregada gestante, com a realização da Convenção OIT nº
3, relativa ao emprego das mulheres antes e depois do parto (proteção à
maternidade), assegurando o afastamento da mulher do trabalho sem prejuízo do
salário, licença-maternidade de 12 semanas, a qual podia ser inclusive prorrogada
por motivo de saúde da gestante, mediante exibição de atestado médico e dois
intervalos de meia hora para amamentar o filho. Também em 1919, a Convenção
OIT nº 4 estabeleceu a proibição do trabalho da mulher nas indústrias.
Proteção do trabalho da mulher: quando não específicas, e por força de
igualdade entre homens e mulheres, constitucionalmente assegurada, as normas
trabalhistas se aplicam sem distinção; quando necessária proteção especial,
assegurada por lei extravagante, esta prevalecerá; se for menor de 18 anos,
aplicam-se prioritariamente as leis de proteção aos menores de idade; é vedada a
discriminação de salário por motivo de sexo e de trabalho insalubre às mulheres,
que gozam ainda, de proteção à maternidade e à aposentadoria.

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CAPÍTULO 2 - NORMAS DE REGULAMENTAÇÃO

2.1 SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA

O sistema de gestão de segurança é uma terminologia usada para se referir


a sistemas abrangentes concebidos para gerenciar aspectos de risco de segurança
operacional ("safety", sistema de gerenciamento da segurança operacional - SGSO),
de segurança contra atos ilícitos ("security", sistema de gerenciamento da segurança
contra atos ilícitos), de saúde ("health", sistema de gerenciamento da segurança da
saúde), de meio ambiente ("environment", sistema de gerenciamento da segurança
do meio ambiente) e em geral da indústria. Certas estruturas regulatórias e
de fiscalização são aplicáveis. Um SGS (SMS) é a aplicação da gestão da
qualidade de forma específica para a segurança.
Os SGS se destinam a apoiar um movimento de afastamento
da regulação prescritiva (que especifica os critérios que devem ser respeitados) em
direção à regulação baseada em desempenho, que descreve os objetivos e permite
que cada entidade regulada desenvolva seu próprio sistema para atingir os
objetivos. Em outras palavras, a indústria deve desenvolver suas próprias políticas e
sistemas para reduzir o risco, os quais devem incluir a implementação de sistemas
para relatar e corrigir as deficiências. O regulador modifica então sua ênfase em
verificação da conformidade com os regulamentos, passando a examinar os
sistemas organizacionais e sua efetividade.
A saúde e a integridade física dos funcionários de uma empresa são os
principais suportes do sucesso. Para proteger e promover ainda mais a saúde e o
desempenho dos funcionários, um novo padrão de sistema de gerenciamento de
ISO 45001 foi desenvolvido.
A política de segurança e saúde do trabalho (SST) deve ser apropriada à
natureza e à escala dos riscos da SST da organização, tal pressupõe que a
organização considera como prioridade a prevenção da sinistralidade laboral e das
doenças profissionais. Quando uma organização tem consciência da natureza e
gravidade dos seus riscos e dos perigos associados às suas atividades, concretiza

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uma das etapas mais importantes para a consolidação e suporte dos princípios
basilares da prevenção.
O responsável da SST da organização apresenta os resultados do diagnóstico
inicial, tentando sensibilizar a gestão de topo, para as vantagens de implementar um
SGSST. A organização deve começar a ministrar formação apropriada aos seus
diretores e quadros superiores e médios. O responsável pela aplicação efetiva do
sistema, poderá necessitar ter formação em sistemas de gestão e nos requisitos da
norma que a organização decida aplicar. Para além da formação é essencial
começar a promover ações de sensibilização para o maior número possível de
colaboradores, a fim de conseguir a adesão de todos e a boa colaboração de cada
um para a implementação do sistema. Devem ser criados canais de comunicação
que permitam informar todos os colaboradores sobre o desenvolvimento do projeto.
A norma ABNT NBR 18001/2010 define sistema de gestão como sendo

“uma estrutura organizacional com definições de responsabilidades técnicas


e administrativas para desenvolver e implementar sua política de SST e
para gerenciar seus riscos por meio de técnicas e das melhores práticas
disponíveis de SST”.

A gestão da segurança e da saúde ocupacional até recentemente estava


situada em um modelo que lhe atribuía um caráter marginal dentro da organização,
com a finalidade única de atender a legislação pertinente, que tentava mudar o
comportamento dos trabalhadores, por serem considerados os únicos culpados
pelos acidentes, além de não permitir a participação deste grupo de interessados
nas questões relacionadas à SSO (BENITE, 2004).
A implantação de uma gestão eficiente de Saúde e Segurança do Trabalho traz
benefícios nas mais variadas esferas da empresa. Ela melhora a vida dos
empregadores e empregados e aumenta a sensação de segurança dentro do
ambiente de trabalho. Ter um sistema integrado, que mostra detalhadamente quais
ações foram tomadas e que resultados foram gerados a partir dessas ações, torna o
processo de segurança mais eficiente e eficaz.
Um dos maiores benefícios para uma empresa que realiza a gestão eficiente e
responsável de SST é a redução do absenteísmo durante o ano, pois, ela reduz as
chances de acidentes de trabalho e melhora o ambiente em que o profissional atua.

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Todos esses cuidados melhoram a qualidade de vida e saúde física do trabalhador,


diminuindo o número de faltas por doença e afastamento temporário por acidentes.
Quando as ações estratégicas para solucionar ou minimizar os riscos e
acidentes são colocadas em prática, há uma redução no custo dos acidentes de
trabalho, gerando economia com processos judiciais, o pagamento de FGTS durante
todo o período de afastamento do colaborador da empresa, diminuição no
absenteísmo, presenteísmo, aumento do Fator Acidentário Previdenciário (FAP),
assim como multas pela falta de segurança dos trabalhadores, entre outros itens.

2.2 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

Fundada em 1919 para promover a justiça social, a Organização Internacional


do Trabalho (OIT) é a única agência das Nações Unidas, que tem estrutura tripartite,
na qual representantes de governos, de organizações de empregadores e de
trabalhadores de 187 Estados-membros participam em situação de igualdade das
diversas instâncias da Organização.
Em 1926, a Conferência Internacional do Trabalho estabeleceu uma inovação
importante, a comissão de peritos, composta por juristas independentes e que
examina os relatórios enviados pelos governos sobre a aplicação de convenções por
eles ratificadas (as chamadas “memórias”). Todo ano, esta comissão apresentam
seu próprio relatório à conferência.
Na década de 30 a OIT é confrontada com o problema do desemprego em
massa, produto da grande depressão. Como resultado, as convenções adotadas
ofereciam um mínimo de proteção aos desempregados. Valores e princípios básicos
da OIT até hoje:
• o trabalho deve ser fonte de dignidade;
• o trabalho não é uma mercadoria;
• a pobreza, em qualquer lugar, é uma ameaça à prosperidade de todos;
• todos os seres humanos têm o direito de perseguir o seu bem-estar
material em condições de liberdade e dignidade, segurança econômica e
igualdade de oportunidades.

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A OIT realiza anualmente (todo mês de junho) a Conferência Internacional do


Trabalho, que funciona como uma Assembleia Geral. Cada Estado-membro tem
direito a enviar quatro delegados à Conferência, acompanhados por conselheiros
técnicos: dois representantes do governo, um dos trabalhadores e um dos
empregadores, todos com direito a voto independente. Nestas conferências
internacionais é que se originam as convenções, recomendações e resoluções que
tratam das relações do trabalho.
As Convenções depois de votadas precisam ser ratificadas dentro do prazo de
12 meses, pois, do contrário, entende-se ter ocorrido a Concordância Tácita.
Enquanto que a Recomendação não é ratificada.
As normas internacionais de trabalho são apoiadas por um sistema de controle
que é único no nível internacional e que ajuda a assegurar que os países
implementem as convenções que ratificam. A OIT examina regularmente a aplicação
de normas nos Estados-membros e aponta as áreas onde elas poderiam ser melhor
aplicadas. Se houver algum problema na aplicação das normas, a OIT procura
ajudar os países através do diálogo social e da assistência técnica.
Em 4 de maio de 2006, durante a XVI Reunião Regional Americana, em
Brasília, o Governo brasileiro lançou oficialmente a Agenda Nacional de Trabalho
Decente (ANTD), elaborada em consulta com organizações de empregadores e de
trabalhadores. Desde então, as áreas de atuação da OIT no Brasil têm se articulado.

2.3 NORMAS TÉCNICAS

No Brasil, a segurança e a saúde ocupacionais são regulamentadas na forma


dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho (SESMT). Este serviço está previsto na legislação trabalhista brasileira e
regulamentado pela portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978, considerando o
disposto no art. 200, da CLT, com redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 de
dezembro de 1977 do Ministério do Trabalho e Emprego, por intermédio
da Regulamentadora 4,(NR-4) e as normas da ABNT referentes a segurança no
trabalho.

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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• NR 01 - Disposições Gerais
• NR 02 - Inspeção Prévia (Revogada pela Portaria SEPRT 915, de 30 de
julho de 2019)SEPRT 915, de 30 de julho de 2019)
• NR 03 - Embargo ou Interdição
• NR 04 - Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina
do Trabalho
• NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
• NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI
• NR 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
• NR 08 - Edificações
• NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
• NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
• NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de
Materiais
• NR 12 - Máquinas e Equipamentos
• NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão
• NR 14 - Fornos
• NR 15 - Atividades e Operações Insalubres
• NR 16 - Atividades e Operações Perigosas
• NR 17 - Ergonomia
• NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção
• NR 19 - Explosivos
• NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
• NR 21 - Trabalho a Céu Aberto
• NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
• NR 23 - Proteção Contra Incêndios
• NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
• NR 25 - Resíduos Industriais
• NR 26 - Sinalização de Segurança

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
31

• NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho


(Revogada pela Portaria 262, de 30/05/2008)
• NR 28 - Fiscalização e Penalidades
• NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
• NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
• NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária
Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura
• NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
• NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
• NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção e Reparação Naval
• NR 35 - Trabalho em Altura
• NR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e
Processamento de Carnes e Derivados
• NR 37 - Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo

• NRR 1 - Disposições Gerais (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)


• NRR 2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho
Rural (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)
• NRR 3 - Comissão Interna De Prevenção De Acidentes Do Trabalho
Rural (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)
• NRR 4 - Equipamento De Proteção Individual – EPI (Revogada
pela Portaria MTE 191/2008)
• NRR 5 - Produtos Químicos (Revogada pela Portaria MTE 191/2008)

Em março de 2002 encontravam-se atualizados 71 convênios (de 184), 5


protocolos e 73 recomendações (de 1945). Encontra-se em curso de elaboração
outra ferramenta, que inclui uma base de dados com análises por país. Esta base de
dados disponível no site da OIT contém informações, para cada Estado-membro,
acerca dos convênios atualizados que se convida a ratificar, além de dados sobre a
legislação e a prática dos Estados em relação às normas. A presente publicação,

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32

assim como a base de dados, responde a um pedido do Conselho de Administração


que almejava assegurar a divulgação dos resultados de seus trabalhos.
• Capítulo 1. Liberdade sindical, negociações coletivas e relações de
Trabalho
• Capítulo 2. Trabalho forçado
• Capítulo 3. Igualdade de oportunidades e de tratamento
• Capítulo 4. Eliminação do trabalho infantil e proteção dos menores
• Capítulo 5. Administração e inspeção do trabalho
• Capítulo 6. Consultas Tripartites
• Capítulo 7. Política e promoção do emprego
• Capítulo 8. Orientação e formação profissionais
• Capítulo 9. Política Social
• Capítulo 10. Salários
• Capítulo 11. Tempo de trabalho
• Capítulo 12. Seguridade e saúde no trabalho
• Capítulo 13. Seguridade social
• Capítulo 14. Proteção da maternidade
• Capítulo 15. Trabalhadores do mar
• Capítulo 16. Trabalho portuário
• Capítulo 17. Trabalhadores migrantes
• Capítulo 18. Povos indígenas e tribais
• Capítulo 19. Categorias particulares de trabalhadores

2.4 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM


MEDICINA DO TRABALHO – NR 4

Sabemos que grande parte dos acidentes de trabalho ocorre porque os


trabalhadores encontram-se despreparados para enfrentar certos riscos.
Baseado nesse aumento de acidentes decorrentes das atividades profissionais
criou-se em 1976 o SESMT a partir do Decreto-Lei Nº 229, de 28/02/1967. E
posteriormente foi regulamentado, mais precisamente em 1972 pela Portaria Nº

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3237. Em 1990 o quadro do SESMT foi alterado, sendo introduzidos todos os


profissionais que participam dele atualmente.
A Norma Regulamentadora 4 – NR4, cujo título é Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, estabelece a obrigatoriedade
das empresas públicas e privadas, os órgãos públicos da administração direta e
indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, manterão Serviços Especializados
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), com a
finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de
trabalho.
O SESMT é constituído por profissionais da área da saúde, variando somente a
quantidade de empregados e o tipo das atividades. Estão entre eles:
• Enfermeiros do Trabalho
• Técnicos de Enfermagem do Trabalho
• Engenheiro de Segurança do Trabalho
• Técnico de Segurança do Trabalho
• Médico do Trabalho

Cada profissional desempenha uma função específica dentro da empresa. Os


médicos, por exemplo, são responsáveis pelas questões relacionadas à saúde,
como prescrição de medicamentos, primeiros socorros, tratamentos, vacinações e
diagnósticos e por tratar dos casos de acidentes que estão sujeitos a acontecer em
qualquer empresa. Os engenheiros e técnicos fazem parte da seção operacional,
que é responsável por prevenir que aconteçam acidentes de trabalho, mantendo os
equipamentos em bom funcionamento.
Entre as cláusulas da NR-04 que esclarecem sobre os membros da SESMT,
temos:
• 4.4.1 Os profissionais integrantes do SESMT devem possuir formação e
registro profissional em conformidade com o disposto na regulamentação
da profissão e nos instrumentos normativos emitidos pelo respectivo
Conselho Profissional, quando existente.

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• 4.4.2 Os profissionais integrantes dos Serviços Especializados em


Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser
empregados da empresa, salvo os casos previstos nos itens 4.14 e 4.15,
da NR-04.

• 4.14 As empresas cujos estabelecimentos não se enquadrem no Quadro


II, anexo a esta NR, poderão dar assistência na área de segurança e
medicina do trabalho a seus empregados através de SESMT comuns,
organizados pelo sindicato ou associação da categoria econômica
correspondente ou pelas próprias empresas interessadas.

• 4.15 As empresas referidas no item 4.14 poderão optar pelos SESMT de


instituição oficial ou instituição privada de utilidade pública, cabendo às
empresas o custeio das despesas.

• 4.7 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em


Medicina do Trabalho deverão ser chefiados por profissional qualificado,
segundo os requisitos especificados no subitem 4.4.1 desta NR.

A NR4 estipula uma jornada de trabalho dos profissionais integrantes do


SESMT. Segundo esta norma, os Técnico de Segurança do Trabalho, Auxiliares de
Enfermagem do Trabalho e Engenheiros de Segurança do Trabalho devem ter uma
jornada de trabalho de oito horas. Enquanto os Médicos do Trabalho e Enfermeiro
do Trabalho devem ter uma jornada de no mínimo três horas em período parcial ou
seis horas em período integral.
De acordo com a NR-04, compete ao SESMT as seguintes funções:

a) aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de Medicina do


Trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive
máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à
saúde do trabalhador;

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
35

b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação


do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de
Equipamentos de Proteção Individual – EPI, de acordo com o que determina a NR 6,
desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija;

c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas


instalações físicas e tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na
alínea “a”;

d) responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do


disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus
estabelecimentos;

e) manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de


suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR-05;

f) promover a realização de atividades de conscientização, educação e


orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de programas de duração
permanente;

g) esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e


doenças ocupacionais, estimulando os em favor da prevenção;

h) analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes


ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de
doença ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da
doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as
condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s);

i) registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho,


doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI,
devendo o empregador manter a documentação à disposição da inspeção do
trabalho;

j) manter os registros de que tratam as alíneas “h” e “i” na sede dos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou
facilmente alcançáveis a partir da mesma, sendo de livre escolha da empresa o
método de arquivamento e recuperação, desde que sejam asseguradas condições
de acesso aos registros e entendimento de seu conteúdo, devendo ser guardados
somente os mapas anuais dos dados correspondentes às alíneas “h” e “i” por um
período não inferior a 5 (cinco) anos;

k) as atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em


Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente
prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de emergência, quando se
tornar necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de
catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao
salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de
acidente estão incluídos em suas atividades”.

Figura 6: Quadro III da NR 4

Fonte: NR 4; Portaria MTPS n.º 510 (2016).

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Figura 7: Quadro IV da NR 4.

Fonte: NR 4; Portaria MTPS n.º 510 (2016).

Figura 8: Quadro V da NR 4

Fonte: NR 4; Portaria MTPS n.º 510 (2016).

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Figura 9: Quadro VI da NR 4.

Fonte: NR 4; Portaria MTPS n.º 510 (2016).

É importante destacar, que o item 4.19 da NR-04 estabelece que:

A empresa é responsável pelo cumprimento da NR, devendo assegurar,


como um dos meios para concretizar tal responsabilidade, o exercício
profissional dos componentes dos Serviços Especializados em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho. O impedimento do referido
exercício profissional, mesmo que parcial e o desvirtuamento ou desvio de
funções constituem, em conjunto ou separadamente, infrações, se
devidamente comprovadas, para os fins de aplicação das penalidades
previstas na NR-28.

Portanto, as empresas devem cumprir o estabelecido pelas normas


regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego. Evitando assim, possíveis
notificações, interdições e/ou embargos pelos órgãos competentes, tal como
despesas trabalhistas e previdenciárias.
O texto da NR 4 que se refere ao dimensionamento do SESMT está previsto no
item 4.2. Vejamos:

o dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco da,
atividade principal e ao número total de empregados do
estabelecimento, constantes dos Quadros I e II anexos, observadas as
exceções previstas nesta NR.

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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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De maneira geral, o que tal texto da NR quis dizer é que o dimensionamento do


SESMT é feito com base no grau de risco da atividade (que consta no Quadro I)
e número total de empregados (Quadro II).

Figura 10: Quadro I da NR 4.

Fonte: NR 4; Portaria MTPS n.º 510 (2016).

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Figura 11: Quadro II da NR 4

Fonte: NR 4; Portaria MTPS n.º 510 (2016).

2.5 TRANSPORTE ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATÉRIAS – NR 11

A NR 11 estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais


de trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao
manuseio de materiais, tanto de forma mecânica, quanto manual, objetivando a
prevenção de infortúnios laborais.
As operações de elevadores, guindastes, transportadores industriais e
máquinas transportadoras estão especificadas na cláusula 11.1 onde define que
estes equipamentos devem ser construídos de modo a suportar a carga de projeto.
Deve ser evitada a operação destas máquinas com emissão gases tóxicas em locais
fechados. Os funcionários precisam de treinamento para operar estes equipamentos
e os mesmos devem possuir buzina.
Os transportes manuais de sacas especificadas na cláusula 11.2. Esta cláusula
define que a distância máxima de transporte deve ser de 60 metros. Depois de 60

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metros deve ser feita por carros. Para carga e descarga em caminhão é necessário
ter ajudante. O número máximo de fiadas é definido em 30 para mecanizado e 20
para manual. É recomendado para empilhamento de saco o uso esteira ou
máquinas de empilhamento (empilhadeiras) e deve ser evitado o transporte manual
em pisos molhados.
A cláusula 11.3 e 11.4 remetem-se ao armazenamento de matérias. Nelas
informam que o peso do material a ser armazenado não deverá exceder a
capacidade de carga calculada para o piso.

Tabela 3: Anexo I-2 da NR11


ANEXO I – 2
Tipo Definição
Peça metálica em formato de L com um de seus lados
encaixados sobre a base do carro porta-bloco, que
Fueiros
garante a estabilidade das chapas durante e após a
serrada e enquanto as chapas estiverem sobre o carro.
O carro porta bloco e o carro transportador devem dispor
de proteção das partes que ofereçam risco com atenção
especial aos cabos de aço, ganchos, roldanas, rodas do
carro, polias, correias, engrenagens, acoplamentos e
Carro porta blocos e
partes elétricas.
carro transportador
Nenhum trabalho pode ser executado com pessoas entre
chapa. É proibida a retirada de chapas por um único lado
do carro porta bloco.
As operações dos carros devem ser realizada por, no
mínimo, duas pessoas treinadas e capacitadas.
Nos locais do pátio onde for realizada a movimentação e
armazenagem de chapas deve ser observado os
seguintes critérios:
Pátio de estocagem ➢ Piso pavimentado, não escorregadio, sem
saliências, nivelado e resistente ás cargas usuais;
➢ Área de armazenagem deve ser protegida contra
intempéries.
Os cavaletes devem estar instalados sobre bases
Cavaletes
construídas de material resistente e impermeável, de

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forma a garantir perfeitas condições de estabilidade e de


posicionamento, observando os seguintes requisitos:
➢ Garantir apoio adequado e altura mínima de 1,5 m;
➢ Os cavaletes verticais devem ser compostos de
seções com largura máxima de 0,25 m;
➢ As distâncias entre cavaletes e paredes do local
deve ser de no mínimo 0,50 m;
➢ A área principal de circulação de pessoas deve ser
demarcada e possuir no mínimo 1,20 m de largura.
• Na movimentação de chapas com uso de
ventosas, devem ser observados os seguintes
requisitos mínimos:
a. A válvula direcional das ventosas deve ter acesso
e localização facilitada ao operador, respeitando a
ergonomia e segurança do operador;
b. Ventosas dotadas de dispositivo auxiliar que
garanta a contenção da mangueira, evitando
ricocheteamento em caso de desprendimento
Ventosas
acidental;
c. Borrachas das ventosas devem ter manutenção
periódica e imediata substituição verificado
desgaste, defeito ou deslocamento;
d. Procedimentos de segurança em caso de falta de
energia elétrica.
As ventosas a vácuo gerado por equipamento elétrico
devem possuir alarme sonoro e visual quando a
pressão estiver fora dos limites de segurança.
Cintas e laços Movimentação de chapa para cargas com superfície
sintéticos extremamente escorregadias ou sensíveis.
Movimentação de chapa para cargas com superfície lisa,
Cabos de aço
oleosa ou escorregadia.
Movimentação de chapa para materiais em altas
Correntes
temperaturas e cargas que não tenham chapas ou perfis.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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2.6 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) – NR 6

De acordo com a Norma Regulamentadora NR 6, é considerado Equipamento


de Proteção Individual todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo
trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a
saúde no trabalho. É todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante
tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente, e
que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só
poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação -
CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego
O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só
poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação -
CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas
seguintes circunstâncias de sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam
completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças
profissionais e do trabalho, enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem
sendo implantadas e para atender a situações de emergência.
Entre as obrigações do empregador, temos a de fornecer os Equipamentos de
Proteção Individual (EPI’s) adequados, a depender da função e do risco de cada
atividade, tal como exigir seu uso. Só deve ser fornecido ao trabalhador os EPI’s
aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, ainda, o empregador também precisa orientar e treinar o trabalhador sobre
o uso adequado, guarda e conservação destes equipamentos.
Quando danificado ou extraviado, o EPI deverá ser substituído imediatamente,
bem como é necessário fazer a higienização e manutenção periódica, além de
comunicar qualquer irregularidade observada no equipamento e registrar o seu
fornecimento ao trabalhador, por meio de livros, fichas ou sistema eletrônico.

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A NR 6 também estipula responsabilidades para os fabricantes dos EPI e aos


importadores dos mesmos, entre essas temos o cadastro realizado no órgão
nacional competente, certificado de aprovação do EPI, quando a especificação do
EPI mudar, manutenção da qualidade do EPI que originou o CA, comercializar
somente o EPI que tenha CA, comunicar o órgão competente caso houver
alterações de dados cadastrais, o EPI deve ser vendido com instruções técnicas,
orientação de uso, manutenção, restrições e número de lote de fabricação e avaliar
conformidades do EPI no âmbito Sinmetro.
A NR 6 também lista quais são os equipamentos de proteção individual, como
os presente na tabela a seguir:

Tabela 4: EPI’s listados na NR 6


EPI para
EPI Objetivo
proteção
Contra impacto de objetos, choques
Capacete elétricos e para proteção do crânio e
face contra agentes térmicos.
Contra riscos de origem térmica,
CABEÇA
respingos e produtos químicos,
Capuz ou balaclava agentes abrasivos e umidade
proveniente de operações com uso
de água.
Proteção contra impacto de
partículas volantes, luminosidade
Óculos intensa, radiação ultravioleta,
radiação infravermelha e respingos
de produtos químicos.
Proteção contra impactos de
OHOS e FACE partículas volantes, luminosidade
Protetor facial intensa, radiação ultravioleta,
radiação infravermelha e respingos
de produtos químicos.
Proteção contra impactos de
Máscara de solda partículas volantes, luminosidade
intensa, radiação ultravioleta e

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radiação infravermelha.
Circum-auricular Para proteção do sistema auditivo
Inserção contra níveis de pressão sonora
AUDITIVA
superiores ao estabelecido na NR
Semi-auricular
15.
Proteção contra poeiras, névoas,
fumos, radionuclídeos, vapores
orgânicos ou gases ácidos em
Respirador purificador ambientes com concentração
de ar inferior a 50 ppm
gases emanados de produtos
químicos, partículas e gases
emanados de produtos químicos.
Respirador purificador Proteção contra poeiras, névoas,
de ar motorizado fumos e radionuclídeos.
Para proteção das vias respiratórias
Respirador de adução
em atmosferas com concentração
RESPIRATÓRIA de ar tipo linha de ar
imediatamente perigosa à vida e à
comprimido
saúde e em ambientes confinados.
Para proteção das vias respiratórias
Máscara autônoma de
em atmosferas com concentração
circuito aberto ou
imediatamente perigosa à vida e à
fechado
saúde e em ambientes confinados.
Contra agentes químicos em
condições de escape de atmosferas
imediatamente perigosa à vida e à
Respirador de fuga
saúde ou com concentração de
oxigênio menor que 18% em
volume.
Oferecem proteção ao tronco contra
riscos de origem térmica, mecânica,
química, radioativa, meteorológica e
TRONCO Vestimentas
umidade proveniente de operações
com uso de água.
MEMBROS Luvas Proteção contra agentes abrasivos e

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SUPERIORES escoriantes, agentes cortantes e


perfurantes, choques elétricos,
agentes térmicos, agentes
biológicos, agentes químicos,
vibrações e radiações ionizantes.
Proteção dos membros superiores
Creme protetor
contra agentes químicos.
Para proteção do braço e antebraço
contra choques elétricos, agentes
abrasivos e escoriantes, cortantes e
Manga
perfurantes, umidades provenientes
de operações com uso de água,
agentes térmicos e químicos.
Proteção do antebraço contra
Braçadeira
agentes cortantes e escoriantes.
Proteção dos dedos contra agentes
Dedeira
abrasivos e escoriantes.
Proteção contra impactos de quedas
de objetos sobre os dedos, agentes
provenientes de energia elétrica,
Calçado agentes térmicos, agentes abrasivos
e escoriantes, agentes cortantes e
perfurantes, umidade proveniente
MEMBROS
de operações com uso de água.
INFERIORES
Proteção dos pés contra baixas
Meia
temperaturas.
Proteção das pernas contra agentes
abrasivos, escoriantes, químicos,
Calça
térmicos e umidade proveniente de
operações com uso de água.
Proteção contra chamas, agentes
Macacão de segurança térmicos, respingos de produtos
CORPO INTEIRO químicos e umidade.
Conjunto de calça e blusão ou
Conjunto de segurança
jaqueta ou paletó.

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Vestimenta de corpo Contra respingos de produtos


inteiro químicos e umidade.
Cinturão de segurança Dispositivo de proteção do usuário
com dispositivo trava- contra quedas em operações com
QUEDAS COM
queda movimentação vertical ou horizontal
DIFENÇA DE
Proteção contra risco de queda no
NIVEL Cinturão de segurança
posicionamento em trabalhos em
com talabarte
altura.

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

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CAPÍTULO 3 - NORMAS DE REGULAMENTAÇÃO 12, 24 E 26

3.1 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS - NR 12

A Norma Regulamentadora 12, cujo título é Segurança no Trabalho em


Máquinas e Equipamentos, estabelece as medidas prevencionistas de segurança e
higiene do trabalho a serem adotadas na instalação, operação e manutenção de
máquinas e equipamentos, visando a prevenção de acidentes do trabalho.
O homem não é apto, por si só, em seu meio de trabalho, a se proteger sem
dispositivos de segurança. As máquinas e equipamentos devem se integrar, aos
dispositivos de segurança. Dispositivos de segurança normalizados diminuem
sensivelmente os riscos existentes, mas não eliminam totalmente. Ações adicionais,
tais como capacitação contínua para operadores e pessoal da manutenção são
sempre necessárias, bem como manutenções preventivas, conforme manuais são
imprescindíveis.

Figura 12: Estrutura NR12


100 itens de aplicação
198 itens imediata
/subitens
18
56 itens de prazo de
Tópicos
máquinas novas e usadas
1 conteúdo
programático

Distâncias seguras
3 anexos
Estrutura 12 de apoio
NR 12 Anexos Acesso permanente

8 áreas
Glossário técnico
técnicas
específicas

Outros
Anexos Moinhos e Sopradores

Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.

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A norma NR 12 está estruturada de uma forma que possa ser mais fácil
compreendida e aplicada. Iremos principalmente estudar os 18 tópicos mais
importantes e seus 12 anexos da NR 12.
A NR 12 trata da Proteção do Trabalhador no uso de máquinas e
equipamentos e de várias características a elas associadas. O empregador deve
garantir condições e medidas seguras de trabalho, como: proteção coletiva e
individual, administração e organização do trabalho. As máquinas devem atender
aos princípios de falha de segurança, principalmente quando em fase de utilização.
Entre os pontos importantes da NR12 estão as cláusulas 12.1.1, 12.1.1.1 e a
12.2, onde temos:

12.1.1 “Esta Norma Regulamentadora e seus anexos definem referências


técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a
saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos
mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de
projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e
ainda à sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a
qualquer título, em todas as atividades econômicas,[...]”

12.1.1.1 “Entende-se como fase de utilização a construção, transporte,


montagem, instalação, ajuste, operação, limpeza, manutenção, inspeção,
desativação e desmonte da máquina ou equipamento.”

12.1.2. “As disposições desta Norma referem-se a máquinas e


equipamentos novos e usados,[...]”

O arranjo físico das instalações das fábricas é mencionado com o marcador


principal 12.2. Estas cláusulas informam que as ferramentas a serem usadas
durante a produção devem ser organizadas, armazenadas e dispostas em locais
com especificações das mesmas e com suas finalidades. As máquinas estacionárias
devem possuir medidas preventivas quanto à sua estabilidade, de modo que
permaneçam estáveis e não se desloquem intempestivamente por vibrações,
choques, forças externas previsíveis, forças dinâmicas internas ou qualquer outro
motivo acidental. Nas máquinas móveis que possuem rodízios, deve se ter pelo
menos duas travas.
Na cláusula 12.3 da NR 12 estão presentes as informações sobre as
instalações de dispositivos elétricos, onde entre as principais informações dessas
especificações, temos:

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12.3.2 Devem ser aterradas, conforme as normas técnicas oficiais vigentes,


as instalações, carcaças, invólucros, blindagens ou partes condutoras das
máquinas e equipamentos que não façam parte dos circuitos elétricos, mas
que possam ficar sob tensão.

12.3.6 As ligações e derivações dos condutores elétricos das máquinas e


equipamentos devem ser feitas mediante dispositivos apropriados e
conforme as normas técnicas oficiais vigentes, de modo a assegurar
resistência mecânica e contato elétrico adequado, com características
equivalentes aos condutores 3 elétricos utilizados e proteção contra riscos.

12.3.7 As instalações elétricas das máquinas e equipamentos que utilizem


energia elétrica fornecida por fonte externa devem possuir dispositivo
protetor contra sobrecorrente, dimensionado conforme a demanda de
consumo do circuito.

12.3.8 São proibidas nas máquinas e equipamentos:

a) a utilização de chave geral como dispositivo de partida e parada;


b) a utilização de chaves tipo faca nos circuitos elétricos;
c) e a existência de partes energizadas expostas de circuitos que utilizam
energia elétrica.

As instalações elétricas das máquinas e equipamentos que estejam ou possam


estar em contato direto ou indireto com água ou agentes corrosivos devem ser
projetadas com meios e dispositivos que garantam sua blindagem, estanqueidade,
isolamento e aterramento, de modo a prevenir a ocorrência de acidentes.

3.2 CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO


– NR 24

Nas especificações da Norma Regulamentadora 24 estão presentes


informações de segurança com relação aos alojamentos, cozinha, instalações
sanitárias, refeitórios e vestiários.
Os alojamentos devem ter uma capacidade máxima de cem trabalhadores. Não
sendo permitida a colocação de mais do que duas camas em posição vertical
(beliches). As janelas devem ter medições mínima de 60 cm de lado.
As cozinhas devem ser elaboradas nas proximidades dos refeitórios e devem
ter ao menos uma ligação entre eles, que deverá ser utilizada como passagem para
o local de alimentação. A altura mínima do teto deve estar a três metros. É
imprescindível a utilização de portas metálicas ou de madeiras com métrica mínima
de um metro de largura por dois metros e dez de altura.

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As instalações sanitárias devem ser separadas e indicadas pelo o sexo de uso


dele. A cada vinte trabalhadores em atividade, é exigido um dimensionamento
mínimo das áreas de um metro quadrado para cada cabine sanitária.
As instalações sanitárias devem ter mictório de porcelana, ou outra composição
semelhante, com acionamento da descarga manual ou automática. Com relação aos
lavatórios, seu posicionamento deve ser feito em locais insalubres e devem conter
uma torneira para a proporção de 10 trabalhadores em atividade. Em demais
localizações é recomendado o uso de uma torneira para cada vinte operadores.
Os refeitórios são necessários nas empresas que tenham mais de 300
funcionários. Estes devem ser colocados em regiões luminosas e apropriadas, onde
não deverá haver ligação direta entre o refeitório, instalações sanitárias e
localidades insalubres ou perigosos.
Nos refeitórios a ventilação e a luminosidade devem seguir as normas das
legislações municipal, estadual e federal. Os funcionários devem nesse local ter
acesso à água potável, que podem ser fornecidas tanto por bebedouros de jato
inclinados, como em copos individuais.
Os vestiários devem ser instalados em todos os estabelecimentos em que
sejam necessárias as trocas de roupa, seja esse em ambiente industrial ou não. No
local deve ter armários para uso individual e separados por sexo.
Por se tratar de uma Norma Regulamentadora, todas as suas exigências lidam
diretamente com a garantia da segurança e da saúde de seus trabalhadores. Além
disso, qualquer eventual problema, coloca a empresa diante de questões
pagamentos financeiros por doenças, ou até mesmo morte, de funcionários, bem
como questões judiciais trabalhistas.

3.3 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA – NR 26

A NR 26 foi criada com o intuito de alcançar todas as gestões dentro de uma


empresa, de modo que fosse possível disponibilizar mais segurança aos seus
funcionários, com informações de compreensão simples e objetiva, a fim de evitar
interpretações desnecessárias à aplicação da norma, fazendo com que o mercado

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de trabalho opere no mesmo sistema de regras, isto é, de forma padronizada


promovendo uma melhoria dos processos.
O primeiro ponto na NR 26 são as cores, que têm como objetivo indicar e
advertir os riscos existentes, através dos reflexos e da visão. Devem ser utilizadas
em estabelecimentos ou locais de trabalho, os quais possuam riscos a serem
sinalizados. São utilizadas também para identificar os equipamentos de segurança,
delimitar áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e
gases e, por fim, para advertir contra riscos, tudo de acordo com o disposto nas
normas técnicas oficiais.
Embora a utilização de cores seja essencial, não dispensa o emprego de
outras formas de prevenção de acidentes. A utilização das cores deve seguir as
disposições de normas técnicas oficiais. Não devem ser utilizadas em excesso, já
que podem provocar distração, confusão e fadiga ao trabalhador.
A norma brasileira de regulamentação de cores para segurança (NBR 7195)
informa qual cor deve ser utilizada para cada tipo de atividade de risco, sejam essas
de proibição, perigo, cuidado, segurança, ação obrigatória, radiação etc. Nessas
mencionadas as cores para cada uma podem ser encontradas na figura 13.

Figura 13: Normas técnicas oficiais

NBR 7195
Cores para Segurança

NBR 13434
Sinalização de segurança contra
incêndio e pânico

NBR 6493
Emprego de cores para
identificação de tubulações
industriais
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

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Com exceção das cores verde, branca e preta, as demais cores padronizadas
nesta Norma não devem ser utilizadas na pintura do corpo de máquinas. Também é
dada uma tabela de sugestão de cores de contraste, para destacar a visibilidade do
anúncio de segurança.
Segundo a norma da ABNT NBR 7195, o vermelho é usado para distinguir e
indicar equipamentos e aparelhos de combate e proteção contra incêndio. A cor
amarela, que representa cuidado, é para sinalizar partes baixas de escadas,
corrimões, pisos, equipamentos perigosos, etc.

Figura 14: Cores de Segurança

BRANCO SEGURANÇA CUIDADO

PRETO AÇÃO OBRIGATÓRIA PERIGO

PROIBIÇÃO RADIAÇÃO

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

A cor azul é usada para demonstrar uma ação que implique em segurança,
como a utilização de EPIs. O preto é indicado para sinalizar coletores de resíduos
que não sejam oriundos da saúde. A cor laranja é usada para sinalizar tanto perigo,
como partes móveis de equipamentos. O verde é uma indicação de segurança, é
utilizado em equipamentos seguros para uso. O púrpura sinaliza perigo proveniente
de radiação. O branco é uso para as mais diversas aplicações, como localização do
sanitário, faixa de pedestres etc.
Na NBR 13434 estão especificados os empregos de cores para sinalização de
segurança contra incêndio e pânico. Esta norma é dividida em três partes. A primeira

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refere-se aos princípios de projeto. A segunda aos símbolos e suas forma, cores e
dimensões. A terceira parte aos requisitos e métodos de ensaio.
O sinal de proibição tem o intuito e proibir ações que
possam acarretar o princípio ou agravamento do incêndio. Para tal
sinalização é usada uma forma circular, com barra diametral e
faixa circular vermelha, usando o branco como cor de fundo e
vermelho para o símbolo.
O sinalizador de alerta é usado para áreas e materiais com
risco potencial. Para tal sinalização é usada uma forma triangular
na cor amarela, com moldura e símbolos de alerta na cor preta.
O sinalizador de orientação e salvamento serve para
sinalizar rotas de saída e qual ação deve ser feita para tal. É utilizada uma forma
retangular ou quadrada na cor verde e sua borda e símbolos podem ser
apresentados em outras cores, entretanto, devem ser fotoluminescentes.
Os sinalizadores básicos para equipamentos servem para localizar a posição
de algum equipamento de combate a incêndio. Tal sinalização deve ser feita
utilizando uma forma retangular ou quadrada, na cor vermelha, com margem e
símbolos em cores fotoluminescentes.
Além das formas mencionadas, que são as formas básicas de sinalização,
também é possível utilizar símbolos complementares, que utilizam uma combinação
de cores de acordo com cada atividade com outros elementos, que podem ser
símbolos complementares ou até mesmo mensagens. O mesmo acontece com os
sinalizadores de segurança, nos quais mensagens são escritas, com cores e formas
que atribuem especificações de segurança e tem contraste com as cores aplicadas.

FIQUE LIGADO
O sinalizador de alerta é usado para áreas e materiais com risco potencial. Para tal
sinalização é usada uma forma triangular na cor amarela, com moldura e símbolos
de alerta na cor preta.

A ONU criou um sistema harmonizado globalmente para classificação e


rotulagem de produtos químicos (GHS). Este sistema é uma abordagem lógica e

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abrangente, que tem o propósito unificar a classificação de perigos nos produtos


químicos a nível mundial, realizando através de rótulos a comunicação do perigo,
como também por meio das fichas de informação de segurança para produtos
químicos (FISPQ).

Figura 15: Formas de segurança

Circular:
Símbolos de
proibição e ação
de comando
Triangular:
Símbolos de
perigo ou alerta.

Quadrada ou Retangular:
Símbolos de orientação, socorro e
emergência, identificação de
equipamentos de combate ao
incêndio e alarme

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Por meio da NR 26 e da NBR 14725 é que no Brasil a GHS é aplicada. A NBR


14725 trata de produtos químicos, fornecendo informações sobre o meio ambiente,
saúde e segurança. A NR 26 cobre todos os elementos da FISPQ seja pela
classificação ou rotulagem. A classificação dos perigos deve ser baseada em
ensaios predeterminados ou na GHS, que deve seguir os critérios estabelecidos na
NBR 14725-2. A NBR 14725-3 trata das informações que devem estar contidas nos
rótulos, tais como:
• Identificação do produto e telefone de emergência do fornecedor;

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• Composição química;
• Pictogramas de perigo;
• Palavras de advertência;
• Frases de perigo;
• Frases de precaução;
• Outras informações.

A norma 14725-3 possui anexos com símbolos, frases e pictogramas já


definidos, de acordo com a categoria do produto químico. Essa rotulagem é aplicada
no contexto industrial, assim, o produto final para o consumo apresentará um rótulo
diferenciado.
O produto químico não classificado como perigoso deverá ter rotulagem
preventiva simplificada que contenha, no mínimo, a indicação do nome, a
informação de que se trata de produto não classificado como perigoso e
recomendações de precaução. Os produtos notificados ou registrados como
saneantes na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estão dispensados
do cumprimento das obrigações de rotulagem preventiva.

Figura 16: Rotulação segundo a NBR 14725-3

Fonte: ABNT - NBR 14725-3, 2017.

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As fichas de Informação de Segurança para Produtos Químicos devem ser


criadas com base no disposto no GHS e obedecer a NBR 14725-4. O fabricante ou
importador deve fornecer e tornar disponível a FISPQ para todo produto classificado
como perigoso e para produtos que não sejam classificados como perigosos, mas
que seus usos previstos ou recomendados originem riscos à segurança e à saúde
dos trabalhadores.
Assim como as outras, a NBR 14725-4 determina o que cada item da FISPQ
deverá conter. Para misturas, devem ser explicitados na ficha com dados de
segurança, o nome e a concentração, ou faixa de concentração, das substâncias
que representam perigo à saúde dos trabalhadores

Figura 17 - Símbolos, frases e pictogramas definidos na NBR 14725-3

Fonte: ABNT NBR 14725-3, 2017.

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O empregador deve assegurar o acesso dos trabalhadores às fichas com


dados de segurança dos produtos químicos que utilizam no local de trabalho e os
operários devem ser treinados.
Muitos produtos químicos que são utilizados no cotidiano laboral podem
representar um grande perigo às pessoas, e sua utilização incorreta pode causar
diversos tipos de doenças decorrentes do trabalho além de transtornos ao meio
ambiente. O local onde esses itens são guardados e a forma como é preservado
também são itens fundamentais para garantir a segurança de todos.

Figura 18: Modelo Orientativo de FISPQ de produto químico

Fonte: ABNT – NBR 14725-4, 2014.

A FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos) é um


documento normalizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

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conforme norma, ABNT-NBR 14725. Este documento, denominado “Ficha com


Dados de Segurança” segundo Decreto nº 2.657 de 03/07/1998 (promulga a
Convenção nº 170 da Organização Internacional do Trabalho -OIT), deve ser
recebido pelos empregadores que utilizem produtos químicos, tornando-se um
documento obrigatório para a comercialização destes produtos.

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR14725: Ficha de
informações de segurança de produtos químicos - FISPQ. Rio de Janeiro, p. 2001.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR13434: Sinalização
contra incêndio e pânico Rio de Janeiro, 2004.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise completa deste estudo, verifica-se que a Segurança do


Trabalho é uma ciência que tem a finalidade de proteger o trabalhador no seu
ambiente de trabalho, através de um conjunto de técnicas e procedimentos
estabelecidos na Norma Regulamentadora, eliminando ou diminuindo os riscos de
acidentes do trabalho.
Sendo assim, entende-se que acidente do Trabalho é uma ocorrência não
programada, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade,
ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões no trabalhador e/ou danos materiais,
ou seja, causando redução da capacidade funcional de trabalho, ou de ganho, ou,
até de morte do indivíduo.
Esperamos que nesta unidade tenhamos conseguido aprender, compreender e
desenvolver os conhecimentos sobre algumas das principais legislações e normas
regulamentadoras da Segurança aplicada ao Trabalho, desde as necessidades e
peculiaridades do ambiente, como também dos procedimentos e equipamentos que
devem ser utilizados a depender do tipo de função e de atividade desenvolvida,
sempre levando em consideração o risco e a possibilidade de reduzir ou neutralizá-
lo.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14725-1: Produtos


químicos - Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente
Parte 1: Terminologia. Rio de Janeiro. 2009

_____. NBR 14725-2: Produtos químicos - Informações sobre segurança, saúde e


meio ambiente Parte 2: Sistema de classificação de perigo. Rio de Janeiro, p. 2009

_____. NBR 14725-3: Produtos químicos - Informações sobre segurança, saúde e


meio ambiente Parte 3: Rotulagem. Rio de Janeiro,2017

_____. NBR 14725-4: Produtos químicos — Informações sobre segurança, saúde e


meio ambiente Parte 4: Ficha de informações de segurança de produtos químicos
(FISPQ). Rio de Janeiro, 2014

_____. NBR 13434-1: Sinalização contra incêndio e pânico- Parte 1:Princípios de


projetos. Rio de Janeiro, 2004

_____. NBR 13434-2: Sinalização contra incêndio e pânico- Parte 2:Símbolose suas
formas, dimensões e cores. Rio de Janeiro, 2004.

_____. NBR 13434-3: Sinalização contra incêndio e pânico- Parte 3:Requisitos e


métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2018.

_____. NBR 7195: Cores para segurança. Rio de Janeiro, 2018.

_____. NBR 6493: Emprego de cores para identificação de tubulações industriais.


Rio de Janeiro, 2018.

_____. NBR 18801: Sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho –


Requisitos – NBR 18801. Rio de Janeiro, 2010.

BENITE, Anderson Glauco. Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no


Trabalho para Empresas Construtoras. 221p. Dissertação (Mestrado).
Universidade de São Paulo. São Paulo, 2004.

BRASIL. Decreto-Lei nº 229, de 28 de Fevereiro de 1967. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0229.htm#:~:text=DECRETO
%2DLEI%20N%C2%BA%20229%2C%20DE,1943%2C%20e%20d%C3%A1%20out
ras%20providencias.>. Acesso em 15 de set. 2020.

_____. Decreto-Lei nº 5.452, de 01 de Maio de 1943. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso em 15 de set.
2020.

_____ Lei nº 5.161, de 21 de Outubro de 1966. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5161.htm>. Acesso em 15 de set. 2020.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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GONÇALVES, Edwar Abreu. Manual de segurança e saúde no trabalho. 5. ed.


São Paulo: Ltr, 2011.

MARTINS, Rodrigo S. Silva G. Segurança no Trabalho no quadro nacional e


internacional: casos e estudos. Faculdade de Engenharia do Porto. Mestrado
Integrado de Engenharia Civil, 2010.

MINISTERIO DA ECONOMIA. Inspeção do Trabalho. Normas


Regulamentadoras. Disponível em: < https://sit.trabalho.gov.br/portal/index.php/
seguranca-e-saude-no-trabalho/legislacao-sst/normas-regulamentadoras?
view=default>. Acesso em 2019 e 2020.

MONTEAU, Michel. Árvore de Causas: Método de Investigação de Acidentes de


Trabalho. São Paulo: Limiar, 2003.

RÁO, Vicente. O Direito e a Vida dos Direitos. 5 ed. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 1999.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.

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