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Proteção Respiratória - PPR

MANUAL DE TREINAMENTO

Proteção Respiratória

Modulo I

V&M do Brasil S.A

Fev / 2004

Setembro/2003 - Página 1 de 71
Proteção Respiratória - PPR

Sumário

CONCEITO LEGAL.....................................................................................................................................................4
CONCEITO PREVENCIONISTA DE ACIDENTE DO TRABALHO.....................................................................................................4
CAUSAS DE ACIDENTES DO TRABALHO.......................................................................................................................6
1 – ATITUDES INADEQUADAS..................................................................................................................................................6
2 – CONDIÇÕES AMBIENTAIS INADEQUADAS...........................................................................................................................6
O RISCO RESPIRATÓRIO E O EFEITO SOBRE O ORGANISMO HUMANO...........................................................7
A RESPIRACÃO DO HOMEM.............................................................................................................................................7
AR RESPIRÁVEL..................................................................................................................................................................7
COMPOSIÇÃO DO AR ATMOSFÉRICO............................................................................................................................8

AR RESPIRÁVEL SIGNIFICA..............................................................................................................................................9

A TROCA GASOSA E O APARELHO CIRCULATÓRIO.................................................................................................9


TRABALHO REALIZADO E CONSUMO DE AR............................................................................................................11
CONSUMO DE OXIGÊNIO E TRABALHO REALIZADO..............................................................................................13
CONSUMO DE OXIGÊNIO E TRABALHO......................................................................................................................13
FATORES TECNOLÓGICOS DO EQUIPAMENTO.......................................................................................................16

RESISTÊNCIA RESPIRATÓRIA DO EQUIPAMENTO E ESPAÇO MORTO............................................................16

O CONTROLE DOS PERIGOS RESPIRATÓRIOS.........................................................................................................17


CONHECIMENTOS DOS PERIGOS RESPIRATÓRIOS:.................................................................................................18
CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS:......................................................................................................................................19
GASES E VAPORES CONTAMINANTES, PODEM SER CLASSIFICADOS EM:.....................................................19

CLASSES DE CONTAMINANTES GASOSOS:................................................................................................................21


INERTES:................................................................................................................................................................................21
ORGÂNICOS:..........................................................................................................................................................................21
ORGANOMETÁLICOS:.............................................................................................................................................................22
EFEITOS BIOLÓGICOS:............................................................................................................................................................22
ASFIXIANTES:........................................................................................................................................................................22
IRRITANTES QUÍMICOS:.........................................................................................................................................................22
ANESTÉSICOS:........................................................................................................................................................................22
VENENOS SISTÊMICOS:..........................................................................................................................................................22
LIMITES DE TOLERÂNCIA:..............................................................................................................................................23

AMBIENTES CONTAMINADOS POR AERODISPERSÓIDES:...................................................................................23


PARTÍCULAS TÓXICAS:..........................................................................................................................................................23
AERODISPERSÓIDES - PROPRIEDADES FÍSICAS:......................................................................................................................24
PERIGOS DAS PARTÍCULAS:..........................................................................................................................................25
HISTÓRICO DE DETECCÃO DE GASES EM LOCAIS DE TRABALHO...................................................................26
DETECÇÃO E ANÁLISE DE GASES EM LOCAIS DE TRABALHO............................................................................26

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CLASSIFICAÇÃO DOS GASES POLUENTES.................................................................................................................27


CLASSIFICACÃO DOS INSTRUMENTOS DE DETECCÃO DE GASES....................................................................29
UNIDADE DE MEDIDA DE GASES.................................................................................................................................30
OS DETECTORES DE GASES POLUENTES...............................................................................................................................30
MULTI-GÁS-DETECTOR.........................................................................................................................................................32
PELO MÉTODO ELETRÔNICO...................................................................................................................................................32
EFEITOS DO MONÓXIDO DE CARBONO..................................................................................................................................32
EFEITOS DO CO NO ORGANISMO HUMANO..............................................................................................................35
O OXIGÊNIO EM LOCAIS DE TRABALHO....................................................................................................................35
OS GASES COMBUSTÍVEIS...............................................................................................................................................38

HISTÓRICO DE DETECCÓES DE EXPLOSIVIDADE...................................................................................................38

O ÁLCOOL INGERIDO E OS ACIDENTES DE TRABALHO............................................................................................39

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Conceito legal
(Lei 8213 de 24/07/91 – regulamentada pelo Decreto 357 de 07/12/91)

Art. 19 -   Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da


empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda
ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

  Art. 20 - Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as


seguintes entidades mórbidas:

 I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do


trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

 II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de


condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.

Conceito prevencionista de acidente do trabalho

Acidente de trabalho é uma ocorrência não programada, inesperada ou não, que interfere no
processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e / ou lesões nos
trabalhadores e ou danos materiais.

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Assim sendo e antes de darmos continuidade ao texto, vamos prestar atenção aos exemplos
e casos seguintes:

CASO Nº 01:

Um operador de empilhadeira, ao manobrar o veículo, chocou a extremidade do garfo da


mesa com um tambor de óleo diesel que motivou o vazamento de parte do seu conteúdo. O fato
passou desapercebido tanto pelo operador da empilhadeira como pelos demais empregados da área.
Como o tambor não estava cheio, vazou somente a quantidade que existia acima do nível do rasgo
provocado. Obviamente ninguém ficou ferido ou sofreu qualquer tipo de lesão.

RESPONDA: Houve um acidente? ( ) Sim ( ) Não

Por que? _________________________________________________________________

_________________________________________________________________

CASO Nº 02:

Um mecânico de máquinas pesadas encontrava-se na parte superior da mesma, a cerca de 3


metros de altura, posicionando uma determinada peça e prendendo-a através de parafusos, porcas e
arruelas. Utilizava duas chaves de estria para realizar seu trabalho, quando uma delas, escapando de
sua mão, veio à cair sobre o ombro de seu ajudante que se encontrava em baixo e ao nível do piso,
provocando corte da pele e quebra de uma clavícula daquele empregado.

RESPONDA: Houve um acidente? ( ) Sim ( ) Não

Por que? _________________________________________________________________

_________________________________________________________________

CASO Nº 03

Imagine uma situação idêntica à descrita no CASO Nº 02 anterior, com as seguintes


diferenças: tendo a ferramenta (chave de grifo) escapulido de sua mão o mecânico, com um
movimento rápido, conseguiu apanha-la novamente, impedindo sua queda.

RESPONDA: Houve um acidente? ( ) Sim ( ) Não

Por que? _________________________________________________________________

_________________________________________________________________

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Causas de Acidentes do Trabalho

1 – Atitudes Inadequadas

Os atos inseguros são, geralmente, definidos como causas de acidentes do trabalho que
residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução das
tarefas de forma contrária às normas de segurança.

É Falsa a idéia de que não se pode predizer nem controlar o comportamento humano. Na
verdade, é possível analisar os fatores relacionados com a ocorrência de atos inseguros e
controlá-los. Seguem-se, para orientação, alguns fatores que podem levar os trabalhadores a
praticarem atos inseguros:

2 – Condições ambientais Inadequadas

São aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, colocam em risco a integridade física e
ou mental do trabalhador, devido à deficiência ambiental ou das máquinas, equipamentos e
ferramentas.

a) na construção e instalações em que se localiza a empresa: áreas insuficientes, pisos


fracos e irregulares, excesso de ruído e trepidações, falta de ordem e limpeza, instalações
elétricas impróprias ou com defeitos, falta de sinalização.

b) na maquinaria: localização imprópria das máquinas, falta de proteção em partes móveis e


pontos de agarramento, máquinas apresentando defeitos;

c) na proteção do trabalhador: proteção insuficiente ou totalmente ausente, roupas e


calçados impróprios, equipamento de proteção com defeito.

Essas causas são apontadas como responsáveis pela maioria dos acidentes. No entanto,
deve-se levar em conta que, às vezes, os acidentados são provocados pela presença de
condições inseguras e atos inseguros ao mesmo tempo.

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O RISCO RESPIRATÓRIO E O EFEITO SOBRE O ORGANISMO HUMANO

A RESPIRACÃO DO HOMEM
É o oxigênio que mantém acesa a chama da vida.

O corpo humano é comparável a uma indústria química, onde a cada instante, a cada
fração de segundo milhares de reações se desenvolvem simultaneamente.

A energia química armazenada nos alimentos é transformada, após uma longa cadeia
de reações intermináveis, em energias cinéticas e energias térmicas.

A cadeia de reações invariavelmente termina com uma reação típica de combustão,


ou seja, a combinação de algum hidrocarboneto com oxigênio, resultando daí dióxido de
carbono e vapor d'água.

O meio de transporte que leva o oxigênio a todas as células do corpo é o sangue. É


esta uma das funções principais do aparelho circulatório, de transportar o oxigênio através do
corpo humano em suas artérias e de recolher o produto da reação, ou seja, o CO 2 e levá-lo
até os pulmões para ser expelido.

Comparando o corpo humano a uma máquina complexa, pode-se concluir que um dos
parâmetros a assegurar o perfeito funcionamento, é a presença de "ar respirável".

AR RESPIRÁVEL
O ar atmosférico que nos envolve, o ar natural (aqui considerado seco) pode ser
representado em números redondos, em % por volume de:

78% DE NITROGÊNIO (N2)


21% DE OXIGÊNIO (02)
78

1% RESTO:
0,04% Dióxido de Carbono (CO2)
0,9% Argônio (Ar) + TRAÇOS DE 1 21

GASES NOBRES.

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COMPOSIÇÃO DO AR ATMOSFÉRICO

COMPONENTES % em volume considerado para ar seco

Oxigênio (02) 20,93

Nitrogênio (N2) 78,10

Argônio (Ar) 0,9325

Dióxido de Carbono (C02) 0,04

Hidrogênio (H2) 0,01

Neônio (Ne) 0,0018

Hélio (He) 0,0005

Kriptônio (Kr) 0,0001

Xenônio (Xe) 0,000009

Convém mencionar novamente que os dados acima apresentados referem-se ao ar


totalmente seco, isto é, sem nenhuma umidade, ou seja, vapor d'água.
Na prática, entretanto, todo o ar natural possui um certo PERCENTUAL DE
UMIDADE, igualmente necessário para a vida. A esta composição do ar adaptou-se o
organismo humano e o seu sistema metabólico no decorrer de milênios. A importância na
manutenção desta composição atmosférica para o bem estar e o desempenho do homem
evidenciam-se na ocorrência de pequenas variações na composição do ar respirável sobre
ele.
Todos nós conhecemos os sintomas que podem provocar a perda do desempenho
estando a grandes altitudes, o ar sufocante que precede um temporal, o ar seco que irrita a
nossa garganta em recintos aquecidos artificialmente ou ainda atmosferas sufocantes em
dias quentes de verão no centro de grandes metrópoles.

Também conhecemos a ação de odores penetrantes de certos produtos químicos que

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muitas vezes impossibilitam a respiração, bem como, as conseqüências de um ar viciado em


recintos fechados, nos quais permanecem por tempo prolongado, um certo número de
pessoas. Em contra partida, nota-se o refrescante efeito de um ar limpo, quando se dá um
passeio no campo.

Genericamente entende-se por "ar respirável", uma composição que o homem possa
respirar por um tempo prolongado sem sofrer danos ou sem sentir incômodos. Por exemplo:
gás tóxico e odor desagradável.

A deficiência de oxigênio no ambiente, a inalação de produtos prejudiciais à saúde,


bem como, um estado fisiológico impróprio do ar atmosférico, como, por exemplo, pressão,
temperatura e outros, podem causar prejuízos ao organismo humano.

Em todos os lugares onde se pode prever deficiência de oxigênio, ou que


desenvolvem produtos tóxicos à saúde, deve-se prever a existência aos que lá trabalham, de
oxigênio suficiente e com máxima isenção possível de produtos prejudiciais à saúde, a fim de
se evitar interferência nas funções da respiração, ou que haja prejuízos à saúde ou ainda a
morte.
AR RESPIRÁVEL SIGNIFICA

1. O ar respirável deve conter no mínimo 18% em volume de oxigênio.

2. O ar respirável deve estar livre de produtos prejudiciais à saúde, que através da


respiração possam provocar distúrbios ao organismo ou o seu envenenamento.

3. O ar respirável deve se encontrar no estado apropriado para a respiração, isto é, ter


pressão e temperatura normal, que em hipótese alguma levem a queimaduras ou
congelamentos.

4. O ar respirável não deve conter qualquer substância que o tome desagradável, por
exemplo: odores.

Obs: Em todos os casos nos quais esses 4 itens não podem ser preenchidos ou
assegurados devem-se utilizar “EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA"
convenientemente escolhidos.

A TROCA GASOSA E O APARELHO CIRCULATÓRIO


Para a manutenção de suas funções vitais, o homem precisa continuamente de uma
certa quantidade de energia, que garantirá a atividade física e o calor corpóreo.
Essa energia é resultante de complexos processos bioquímicos, nos quais os sub-
produtos dos alimentos ingeridos pelo homem reagem com o oxigênio do ar respirado.

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Este processo é chamado de "OXIDAÇÃO ou COMBUSTÃO".


Nesta lenta combustão, a qual se dá nas células do corpo humano, os alimentos são
transformados em energia.
O dióxido de carbono e outros produtos secundários que se formam devem ser
expelidos continuamente do corpo humano. Este processo que ocorre nas células do corpo é
chamado de "metabolismo".
O transporte dos alimentos necessários para o metabolismo e do oxigênio às células
do corpo, bem como, a eliminação dos resíduos, é assumido pela corrente sangüínea.
A representação esquemática mostra esse processo de forma simplificada. A
quantidade de sangue de uma pessoa com 75 kg de peso é de cerca de 7 litros.
Por respiração do homem entende-se todo o processo pelo qual o corpo humano é
suprido de oxigênio e liberado em forma de CO2.

Distingue-se entretanto por: Respiração EXTERNA OU PULMONAR


Respiração INTERNA OU CELULAR
Respiração EXTERNA é a troca gasosa pelo pulmão através do ar respirado e o sangue.
Respiração INTERNA é a troca gasosa através do sangue e o tecido celular.

Inserir fo

to do
A importância relevante à respiração, isto é, o oxigênio do ar respirado, significa para

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manutenção vital da energia do corpo humano em comparação com outros fornecedores


desta energia, evidencia-se pelo fato de: o homem poder sobreviver aproximadamente:

Quanto Dura a Chama da Vida:


 30..... dias sem alimentar-se,
 03...... dias sem beber
 03....... minutos sem respirar.

O processo mecânico da respiração, isto é, a troca do ar no pulmão, é realizada pela


musculatura da caixa torácica e do diafragma, bem como, pela elasticidade do tórax e do
pulmão, mantendo desta forma a tensão de oxigênio e CO 2 no sangue nos seus valores
nominais através de complicados mecanismos de controle.

TRABALHO REALIZADO E CONSUMO DE AR


A demanda de ar respirado pelo homem não é uma constante, depende, porém
essencialmente do esforço físico a ser realizado. O volume movimentado de ar respirado por
uma pessoa adulta se define em:

 Descanso (deitada):
Compreende em média 0,5 litros de respiração, portanto em 12 ciclos de respiração por
minuto 6 l/min.

 Em trabalho:
de grande esforço físico este valor poderá acrescer a 90 litros/min ou mais.

Uma certa proporção da demanda de ar respirado depende igualmente da idade e da


constituição da pessoa, bem como, o estado psicológico da mesma (medo, alegria, emoção).
Soma-se a isso o grau de treinamento do usuário do equipamento de proteção respiratória
que poderá representar considerável importância de demanda de ar.

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A adaptação ao respectivo consumo de ar pelo corpo, verifica-se pela variação da:


 Profundidade de Respiração (= quantidade de ar em litros / ciclo respiratório) e/ou
 Freqüência de Respiração (= ciclos respirados / minuto),
A referência padrão para o consumo de ar de uma pessoa é o "VOLUME RESPIRADO POR
MINUTO",
O VOLUME RESPIRADO POR MINUTO é igual ao volume de ar inspirado em 1 minuto (em
litros).
A tabela seguinte mostra, como o "VOLUME RESPIRADO POR MINUTO" de uma
pessoa acresce com o aumento do esforço físico realizado e proporcionalmente verifica-se
também o aumento do consumo de oxigênio.

90 80
80

(4,4 ,,, 4% do Volume respiratório)


Volume Respirado em Litros/minuto

65

Consumo de Oxigênio (l/min.)


70
60 50
50 45
40
27
30
20 16
6 9
10
0 Deitado Em pé Andando 3,2 Andando 6,5 Andando de Correndo 13 Correendo 15 Subindo 100
Km/h Km/h Bicicleta 21 Km/h Km/h degraus/minuto
Km/h

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CONSUMO DE OXIGÊNIO E TRABALHO REALIZADO


(Estes valores seguem o: US Navy Diving Manual e Neuhaus e Renner,
Publicação medo semanal, Revista 2/1960, 15 o anos, (pago 22).

CONSUMO DE VOLUME
CONSUMO DE RENDIMENTO
OXIGÊNIO E RESPIRATÓRIO
TRABALHO TRABALHO OXIGÊNIO EM
EM
LITROSIMINUTO WATT
LITROS/MINUTO
Deitado 0.25 6 -
Descansando Sentado 0.30 7 -
Em pé 0.40 9 -
Andar 6,5 Km/h 0.70 16 30
Trabalho leve Nadar devagar
0,80 18 40
0,9 Km/h
Trabalho Andar 6,5 Km/h 1,2 27 80
médio Nadar 1,6 Km/h 1,4 30 95
Nadar 1.85 Km/h 1,8 40 130
Andar de
bicicleta 21 1,85 45 140
Km/h
Trabalho
Correr a 13 Km/h 2,0 50 145
pesado
Nadar 2,2 Km/h 2,5 60 185
Trabalho
Correr a I 5 Km/h 2,6 65 200
pesadíssimo
Escadas, 100
3,2 80 250
degraus/min.
Correr morro
4,0 95 290
acima

Os valores mencionados são valores médios


Em medições fisiológicas, na prática poderão aparecer diferenças relevantes.

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FATORES ANATÔMICOS
Mostramos nos parágrafos anteriores a correlação entre o esforço físico realizado
pela pessoa e o correspondente volume necessário de ar respirado.
Porém, propriedades anatômicas invariáveis, podemos defini-Ias como sendo dados
técnicos do pulmão, e das vias respiratórias - determinam em certas situações o limite ao
esforço físico ou a troca gasosa necessária ao homem. Por sua importância e sua influência
no conteúdo deste assunto queremos abordar estes fatos anatômicos.
A CAPACIDADE VITAL do nosso pulmão se compõe pelo VOLUME CORRENTE,
mais o VOLUME EXPIRATÓRIO DE RESERVA Mais o VOLUME INSPIRATÓRIO DE
RESERVA.
Uma pessoa na realização de trabalho que exige um esforço físico máximo atinge com
grande profundidade da respiração a sua CAPACIDADE VITAL, e por correspondência
análoga esta permite avaliar com o auxílio de medições espirométricas (medição de um
sopro forçado com o Espirômetro), o limite superior de seu rendimento físico - Avaliação
Médica.
A CAPACIDADE VITAL de pessoa sã e adulta depende de sua altura, sua idade
(diminui com a idade) e do sexo (em mulheres de 0,8 até 1 litro, menor do que em homens
de mesmo tamanho e idade).

Exemplo numérico para o valor médio da CAPACIDADE VITAL de um homem de


altura média (1,78) dependendo da idade.

5,3 litros (20 anos)


4,9 litros (38 anos)
4,3 litros (65 anos)
Através da prática do esporte (P.ex. corrida, remo) estes valores podem sofrer
aumentos de I litro ou mais. Por conseguinte no caso de enfermidade com deformações, os
valores poderão ser significativamente menores.

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Por ESPAÇO MORTO ANATÔMICO entende-se o espaço existente entre as


vias respiratórias, nariz e laringe, a traquéia e os brônquios, os quais não participam da troca
gasosa. A figura abaixo representa na cor cinza claro o ESPAÇO MORTO ANATÔMICO, ele
possui, de acordo com CONROE, um volume de 100 a 200 mI.
Em conseqüência deste ESPAÇO MORTO nota-se que na fase de inalação o pulmão recebe
inicialmente o resto do ar que permaneceu no ESPAÇO MORTO (ar viciado) da exalação
antes do ar novo penetrar no pulmão.

Assim a ventilação dos alvéolos


será de apenas 300 a 400 ml, se o
volume de ar respirado for de 500
mI, e será de apenas 100 a 200 ml
se o volume de ar respirado for de
300 mI.

Quanto mais fraca se toma à


respiração, tanto pior será o efeito
do ESPAÇO MORTO. É por isso
que se procura acalmar pessoas
com falta de ar, conduzindo-as a
uma respiração profunda.

Quanto maior for o volume de


ar movimentado em cada ciclo de
respiração, menor será o efeito do
ESPAÇO MORTO. É importante
r uma exalação profunda para que a
inalação se dê com facilidade.
O VOLUME RESIDUAL (ou também chamado ar restante) é aquele volume de ar, que
permanece no pulmão mesmo depois de forçada a exalação e compreende cerca de 1 litro. '

Por CAPACIDADE TOTAL entende-se a soma de todos os volumes aqui


mencionados, assim sendo temos a CAPACIDADE VITAL + o VOLUME RESIDUAL.

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RESISTÊNCIA RESPIRATÓRIA é a resistência natural que as vias respiratórias oferecem à


corrente de ar circulante.
A resistência que o ar respirado deve superar na inalação e na exalação é tanto maior
quanto mais estranguladas forem as vias respiratórias. Por exemplo: em conseqüência de
um resfriado no caso de enfermidades com deformações ou casos semelhantes. Isto poderá
levar a redução no desempenho quando houver grande demanda de ar.
FATORES TECNOLÓGICOS DO EQUIPAMENTO
Conforme nos Fatores Anatômicos, encontramos da mesma forma pelo lado
tecnológico do equipamento, isto é, dos EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA,
entre os dados técnicos, dois conceitos já conhecidos:
RESISTÊNCIA RESPIRATÓRIA DO EQUIPAMENTO E ESPAÇO MORTO
A resistência na passagem do ar pelos dutos do EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
RESPIRATÓRIA na inalação e exalação é igualmente inevitável, como é inevitável eliminar a
resistência ao ar das vias respiratórias do homem, descrito anteriormente.

É óbvio portanto, que se mantenha a menor resistência possível no EQUIPAMENTO


DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA, a fim de se evitar que a respiração natural sofra maior
interferência.
O efeito (negativo) de um grande ESPAÇO MORTO ANATÔMICO já nos é conhecido
(veja o exemplo numérico da página anterior). Respirando-se através de um EQUIPAMENTO
DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA, soma-se de todo modo mais um ESPAÇO MORTO,
proveniente do fator tecnológico construtivo do equipamento (traquéias sanfonadas de
borracha na respiração pendular, espaço interior de uma máscara e assim por diante), que
nos leva a consideração de um maior ESPAÇO MORTO GLOBAL.

Enquanto este ESPAÇO MORTO GLOBAL se mantiver dentro de certas limitações, a


corrente sangüínea será suprida com a quantidade necessária de oxigênio.
Se no entanto, o ESPAÇO MORTO GLOBAL aumentar além do admissível por falha
construtiva do EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA, a mistura inspirada (isto é,
o ar proveniente expirado acrescido de ar novo) conterá uma porcentagem de oxigênio tão
baixa que o suprimento da corrente sangüínea não mais estará assegurada.

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Construção e uso do Equipamento de Proteção Respiratória:


Resumimos aqui os conhecimentos adquiridos, para concluir considerações importantes.

Na construção de Equipamentos de Proteção Respiratória.


 Os equipamentos de Proteção Respiratória devem fornecer a quantidade suficiente
de ar respirável também em trabalhos que exijam um esforço físico muito grande.

 O Espaço Morto efetivo do Equipamento de Proteção Respiratória deve ser


mantido o menor possível.

 As restrições adicionais que limitam o desempenho do usuário de equipamento


(peso, resistência respiratória, temperatura do ar respirado) devem dentro das
possibilidades tecnológicas reduzir-se ao mínimo.

Para uso de Equipamento de Proteção Respiratória.

 Conforme a Instrução Normativa Nº 1, de 11 de Abril de 1994 – Anexo 7 da NR 6


da Portaria 3214, do MTE, somente pessoas aptas do ponto de vista médico e
devidamente treinada, poderá fazer uso de Equipamento de Proteção
Respiratória. A realização de exame médico no candidato ao uso do EPR, quando
por recomendação médica, levando em conta, dentre outras, as disposições do
inciso anterior, sem prejuízo dos exames previstos na NR 7 – PCMSO.
 O usuário de Equipamento de Proteção Respiratória deve estar familiarizado e
acostumado com a função e o manuseio de seu equipamento.
 Deve conhecer as limitações de uso de seu equipamento, bem como, as próprias,
a fim de jamais exceder uma delas.

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O CONTROLE DOS PERIGOS RESPIRATÓRIOS


Num bom programa de proteção respiratória, é essencial a avaliação correta do
perigo. Isso requer que se conheça o processo, as matérias primas empregadas, os produtos
finais, derivados e outros.
Com este conhecimento, deve-se recolher Una quantidade suficiente de amostras de
ar através de "TOMADORES DE AMOSTRAS" apropriados, que mostrem, durante todas as
condições de operação, atmosferas que por seu conteúdo de oxigênio e níveis de
concentração, sejam suficientemente conhecidas para avaliar a que exposição média uma
pessoa estará exposta durante a operação.
Se essas concentrações de exposição excederem os limites recomendados, os
procedimentos de controle do perigo e os de proteção respiratória adequada, deverão ser
postos em prática.
É fundamental, também, que se considerem as possíveis situações de emergência
tendo para isso, ao alcance da mão, equipamentos que permitam fazer frente a essa
situação ou um abandono seguro dessas áreas, embora não utilizados durante o trabalho
normal.
Nós entendemos, contudo, que o controle dos perigos deveria começar com a
instalação de uma empresa, com o conhecimento do processo e dos equipamentos e daí
saber como e onde os contaminantes poderiam ser controlados, reduzindo ao mínimo a
necessidade de uso constante de equipamentos individuais de proteção respiratória.

Todavia, como isso nem sempre é possível, poderia ainda ser minimizado através da
aplicação e uso de controles efetivos que eliminassem ou reduzissem a exposição aos
perigos respiratórios

Entretanto, por impraticável ou inevitável essas instalações, os protetores respiratórios


adequados deverão estar disponíveis e serem usados para a proteção respiratória
permanentemente ou quando for necessário.

Daí ser de fundamental importância, que sejam escolhidos e especificados com o


maior cuidado, de forma que assegure ao usuário a proteção que ele necessita, como
também, proporcione um maior conforto e mobilidade.

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CONHECIMENTOS DOS PERIGOS RESPIRATÓRIOS:


Pelas características da formação do corpo humano, os materiais tóxicos podem
penetrar no corpo por 3 diferentes caminhos:

 Através do Sistema Respiratório.


 Através da Pele, Pelos Poros
 Através do Conduto Gastrointestinal (PELA BOCA).

Embora os 3 sejam significativos, o mais importante é o sistema respiratório, devido à


associação estreita que tem com a necessidade de oxigenar os tecidos celulares.

CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS:


Os riscos respiratórios são classificados normalmente, como:

 Deficiência de oxigênio
 Contaminados por gases:
Imediatamente perigosos à vida e à saúde (IPVS).
Não imediatamente perigosos à vida e à saúde (NÃO IPVS).
 Contaminados por aerodispersóides (poeiras, fumos, neblinas).
 Contaminados por gases e aerodispersóides:
Imediatamente perigosos à vida e à saúde (IPVS).
Não imediatamente perigosos à vida e à saúde (NÃO IPVS).

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O conteúdo normal de oxigênio no ar atmosférico é de aproximadamente 21 % em


volume.
As concentrações de oxigênio abaixo de 18% são consideradas inseguras para as
exposições humanas devido aos efeitos nocivos nas funções do organismo, processos
mentais e coordenação muscular.

Em concentrações baixas de oxigênio, a inconsciência pode ser imediata e a morte


pode advir em poucos minutos.

Ao considerar as condições de exposição, é importante recordar que a deficiência de


oxigênio pode ocorrer em ambientes fechados devido à substituição do ar por outros gases e
vapores ou por meio do processo de oxidação resultante do fogo, decomposição de chapas
de ferro ou por bactérias suspensas no ar, etc., onde há consumo de oxigênio.

Nestes casos, o único equipamento que oferece proteção adequada é aquele que
fornece ar respirável ou oxigênio ao homem, denominado de "equipamento isolante"
Respiradores com filtros não oferecem proteção em ambientes com deficiência de oxigênio.

GASES E VAPORES CONTAMINANTES, PODEM SER CLASSIFICADOS EM:

TÓXICOS E INERTES:

Gás: É a denominação dada às substâncias que, em condições normais de temperatura e


pressão (CNTP) a 25°C e 760 mm Hg estão no estado gasoso. Moléculas gasosas livres,
sem forma, que ocupam todo o espaço do recipiente que as contém. Só podem ser
liquefeitas ou solidificadas combinando-se numa grande pressão com uma temperatura
bastante reduzida. Os gases se difundem no ar.

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Exemplos:
 Cloro (CI2), Oxigênio (02), Hidrogênio (H2), Nitrogênio (N2), etc.
Vapor: forma gasosa de substância que a 25°c e 760 mmHg normalmente se encontram no
estado sólido ou liquido e que podem ser gaseificados (os sólidos e os líquidos) ou
aumentando a temperatura ou aumentando a pressão.
Os vapores também se difundem no ar.
Exemplos:
 acetona, éter, álcool, gasolina, nafta, vapores de água, etc.
Obs.: Existe um ponto de concentração de vapores de uma. substância, a uma temperatura
determinada denominada “saturação”. A partir do qual, qualquer incremento na concentração
transformará o vapor em liquido ou sólido. Portanto a diferença entre gases e vapores é a
concentração que pode existir no ambiente.
Os gases tóxicos ou venenosos podem produzir lesões mesmo em baixas
concentrações enquanto que os gases inertes produzem efeitos indesejáveis, basicamente
pela substituição do ar, o qual contém o oxigênio necessário à vida.

Gases imediatamente perigosos à vida são contaminantes que podem estar presentes
em concentrações perigosas, mesmo quando a exposição for por um período curto.
A possibilidade de um contaminante ser classificado como:

"IMEDIATAMENTE PERIGOSO À VIDA E À SAÚDE",

Variará de acordo com a concentração existente, no ambiente, devendo ser


desenvolvidos esforços no sentido de se determinar esta concentração. Quando não for
possível determinar a concentração de um contaminante, o mesmo deverá ser considerado
como "IMEDIATAMENTE PERIGOSO À VIDA E À SAÚDE”.

Gases não imediatamente perigosos à vida e à saúde são contaminantes que


podem ser <respirados por um período curto, sem que ofereçam risco de vida, porém podem
causar desconforto e possivelmente danos quando respirados por um período longo ou em
períodos curtos, mas repetidos muitas vezes.

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Como foi dito anteriormente, há necessidade de se conhecer a concentração para


determinar se o mesmo é ou não imediatamente perigoso à vida.
Porém, mesmo depois de se conhecer a concentração de um determinado
contaminante não existe formula capaz de ser aplicada para se classificar exatamente o
risco.
Para alguns gases, concentrações elevadas podem não representar um perigo
iminente, para outros gases, baixas concentrações podem tornar-se seriamente perigosas. O
tempo de exposição, susceptibilidade individual, resistência orgânica e outros fatores podem
também determinar e influir no grau de periculosidade.
CLASSES DE CONTAMINANTES GASOSOS:
Quimicamente os contaminantes gasosos podem ser classificados como:
Inertes:

 Hélio (He), Argônio (ar), Neônio (Ne), Nitrogênio (N 2) e Dióxido de Carbono (C02).

Os quais não são metabolizados pelo organismo podem causar deficiência de


oxigênio por substituição do ar ambiente.

Ácidos:

 Dióxido de Enxofre, (SO2), Gás Sulfídrico (H2S), Ácido Clorídrico (HCI).


 Alcalinos: Amônia (NH3),
 Aminas.

Orgânicos:

 Acetona (CH3 CO CH3), Acroleina (CH2CHCHO), Cloreto de vinila (CH2CHC1), etc.,

São os que podem existir como gases ou vapores de compostos líquidos orgânicos.
Organometálicos:

 Chumbo Tetraetila (Pb (C2H6)4) e Fosfatos orgânicos.

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São compostos metálicos combinados a grupos orgânicos

Efeitos biológicos:
Os contaminantes gasosos podem ser classificados, de acordo com os efeitos
biológicos, como:

Asfixiantes:
São os que interferem com a inalação, transporte ou utilização de oxigênio no corpo
humano.
Os asfixiantes simples, como:

 Nitrogênio (N2), Metano (CH4), Hidrogênio (H2), etc.

Podem criar, uma deficiência de oxigênio pela substituição do ar atmosférico.

Os asfixiantes químicos, tais como, o Monóxido de Carbono (CO), interferem com a


inalação e o transporte do oxigênio pela hemoglobina das células vermelhas do sangue.

Irritantes Químicos:
Tais como os gases e alcalinos os quais podem causar irritação do sistema
respiratório e provocar o aparecimento de edemas pulmonares.
Anestésicos:

Tais como, o Clorofórmio (CHCI3), Éter (C2H5OC2H5). Tetracloreto de Carbono (CCI4),


os quais podem provocar perda da sensibilidade, da consciência e a morte.
Venenos Sistêmicos:
Tais como, os vapores metálicos de mercúrio (Hg), Arsênico (As), os quais podem
causar danos aos órgãos e sistemas vitais do corpo humano.

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LIMITES DE TOLERÂNCIA:
Os efeitos dos gases e aerodispersóides no organismo dependem em grande parte
das concentrações dispersas no ar e ao tempo de exposição.

De acordo com estes fatores, uma relação dos "Limites de Tolerância", está
publicada na Portaria 3214 do MTE – NR 15 – Atividades e Operações Insalubres – Em seu
Anexo Nº 11 – Quadro 1, como um guia para as exposições e concentrações, que um
indivíduo são pode tolerar normalmente durante 48 horas semanais de trabalho, sem sofrer
efeitos nocivos à saúde.
As concentrações de aerodispersóides no ar são enumeradas em miligramas por
metro cúbico no ar (mg/m 3) e as concentrações gasosas em partes por milhão (ppm) por
volume.
AMBIENTES CONTAMINADOS POR AERODISPERSÓIDES:
Os aerodispersóides podem ser classificados em três grupos, de acordo com sua ação
nociva:
Partículas Tóxicas:
Podem passar dos pulmões para a corrente sangüínea e levadas para as diversas partes
do corpo, onde vão exercer ação nociva à saúde. Esta ação nociva pode se caracterizar
como irritação química, envenenamento sistêmico, neoplasmos (tumores) efeitos como asma
ou simplesmente reações febris.

Alguns exemplos de partículas tóxicas contaminantes:

Antimônio, Arsênio, Bário (composto solúvel), Cádmio, Ácido Crômico e Cromatos,


Flúor, chumbo, Fumos de óxido de Magnésio, Manganês, Mercúrio, Molibdênio, Ácido
Fosfórico, Fósforo, Ácido Picrico, Selênio, Hidróxido de Sódio, Ácido Sulfúrico, Tálio
(composto solúvel), Urânio, Vanádio, Zircônio (compostos).

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Poeiras

São causadoras de fibroses ou pneumoconioses: As quais não sendo absorvidas pela


corrente sangüínea permanecem nos pulmões podendo causar lesões sérias neste órgão.
Alguns exemplos de poeiras, provenientes do: Asbesto, carvão mineral, bauxita, sílica livre
(quartzo ágata).

Partículas não tóxicas


Chamadas, de poeiras não agressivas, não causam fibroses, podem ser dissolvidas e
passar diretamente para a corrente sanguínea ou que podem permanecer nos pulmões sem
causar efeitos nocivos locais ou sistêmicos.

Alguns exemplos: algodão, lã, cereais, penas de aves, farinhas, poeiras de couro,
pólen de flores, pó de madeira, carvão vegetal.

Deve ser observado que os aerodispersóides considerados como não tóxicos, assim
como os que são causadores de fibroses devem ser considerados sempre como nocivos à
saúde, isto porque muitas poeiras podem causar irritações ou alergias a pessoas muito
sensíveis. Altas concentrações destes aerodispersóides devem ser consideradas sempre
com muita atenção e cautela.

Aerodispersóides - propriedades físicas:

Névoas ou neblinas:
Partículas líquidas em suspensão no ar, com dimensões que vão desde 5 a 100
mícrons, gerados pela condensação do estado gasoso para o líquido ou por dispersão de um
líquido, como por exemplo, a atomização. São expressas em mglm 3 no ar.

Fumos:

Partículas sólidas de origem orgânica, gerada pela condensação do estado gasoso,


geralmente após volatização de metais fundidos ou outros produtos, e geralmente
acompanhada por uma reação química como a oxidação.
São encontradas em dimensões que vão desde 0,01 a 0,3 mícrons.
Os fumos floculam-se no ar. São expressos em mg/m 3 no ar.

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Poeiras:
Partículas sólidas geradas mecanicamente por: manuseio, moagem, raspagem,
esmerilhagem, impacto rápido, detonação, etc., de materiais orgânicos e inorgânicos, tais
como: pedras, carvão, madeira, grãos, minérios e metais.

 As poeiras não tendem a flocular, a não ser que sob ação de forças
eletrostáticas.
 Elas se depositam pela ação da gravidade. .
 São encontradas em dimensões perigosas que vão desde 0,5 a 10 mícrons. São
expressas em mppc (milhões de partículas por pé cúbico de ar) ou mg/m 3,
conforme o método a ser usado.

Vapores Metálicos: Partículas sólidas condensadas, de diâmetros razoáveis, gerados


comumente dos metais fundidos, com dimensões que vão desde 0,1 a 1 mícron.
Organismos Vivos:
 Bactérias e vírus em suspensão, com dimensões de 0,001 a 15 mícrons.
 Mícron - (μ) (unidade de comprimento igual a uma milionésima parte do metro
padrão).

PERIGOS DAS PARTÍCULAS:
A dimensão das partículas expressa em mícrons, são de suma importância.

 As partículas menores de 10 mícrons de diâmetro têm mais facilidade para


penetrar no sistema respiratório.
 As partículas menores de 5 mícrons de diâmetro são mais fáceis de
alcançar os pulmões e espaços alveolares.

Quando os pulmões estão sãos, as partículas maiores de 5 mícrons de diâmetro são


expelidas do sistema respiratório pela constante ação de limpeza do epitélio ciliado do
sistema respiratório superior.

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Todavia, quando há uma exposição excessiva a poeiras de indivíduos com o sistema


respiratório enfermo, a eficiência desta ação limpadora pode ser reduzida, '
“consideravelmente”.

HISTÓRICO DE DETECCÃO DE GASES EM LOCAIS DE TRABALHO


Foi por volta do ano de 1850, nos Estados Unidos, que pela primeira vez houve a
preocupação com a presença de gases tóxicos ou asfixiantes em minas de extração de
carvão. Lá, a matéria orgânica em decomposição originava a presença do gás metano – CH4
(asfixiante) bem como a mesma decomposição de matéria que continha enxofre que dava
origem ao gás sulfídrico – H2S (tóxico).

Ao adentrarem nas minas, os trabalhadores portavam consigo pequenos animais


aprisionados, tais como: pássaros, roedores e até mesmo um cão. Estes ficavam agitados ao
mínimo sinal de presença de gases, alertando com isso os mineiros, que se retiravam do
local, só retornando quando lá não houvesse mais gases.

Hoje, existe no mercado uma série de instrumentos que fazem o trabalho de detecção
de gases, alertando-nos automaticamente quando sua concentração passa de determinados
valores.

DETECÇÃO E ANÁLISE DE GASES EM LOCAIS DE TRABALHO


Duas são as situações de agressividade dos gases nos locais de trabalho: eles podem
ser tóxicos e afetam a saúde dos trabalhadores, ou eles estão concentrados o suficiente para
oferecerem riscos de explosão. Nessas duas situações, realizaremos levantamentos
ambientais com os mais variados tipos de instrumentos, para protegermos homens e
instalações contra esses acidentes. Outras necessidades, tais como a localização de
vazamentos, também requerem uma detecção de gás.

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OS GASES POLUENTES
CLASSIFICAÇÃO DOS GASES POLUENTES
Existem várias maneiras de classificarmos os gases poluentes. uma delas é a seguinte:

1 Irritantes
1.1 Irritantes Primários
De ação sobre as vias respiratórias superiores
Gás Clorídrico HCI
Acido Sulfúrico H2 SO 4 Ácidos Fortes

1.1.1
Amônia NH3
Álcalis Fortes
Soda Cáustica NaOH

Fornaldeido CH20
De ação sobre os brônquios
1.1.2 Anidrido Sulforoso S02
Cloro Cl2
De ação sobre os pulmões
Ozônio 03
1.1.3
Gases Nitrosos, N02 e N204 Hidrazina.
Fosgênio COCl2
Irritantes atípicos
1.1.4 Acroleína = Aldeído Acrílico CH2CHCHO
Gases Lacrimogêneos
Irritantes Secundários
1.2
Gás Sulfídrico H2S

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2 ANESTÉSICOS
Anestésicos Primários
Hidrocarbonetos alifáticos:
o Butano C4H10
o Propano C3Hg
2.1
o Eteno (Etileno) C2H4
o Éteres
o Aldeídos (Formol, Acetaldeído, etc.).
o Cetonas (Acetona, Metil Etil Acetona, etc.).
Anestésicos de efeitos sobre as vísceras
Hidrocarbonetos Clorados:
o Tetracloreto de Carbono CCl4
2.2
o Tricloretileno CCl2 = CHCI
o Percloretileno CCl2 = CCI2, etc.

Anestésicos de ação sobre o sistema formador de sangue


Hidrocarbonetos Aromáticos:
2.3 o Benzeno C6H6
o Tolueno C6H5CH3
o Xileno C6H4 (CH3)2
Anestésicos de ação sobre o sistema nervoso Álcoois:
o Álcool Metílico CH30H
2.4 o Álcool Etílico C2H50H
o Ésteres de Ácidos Orgânicos (Acetatos de Etila, Metila, etc.).
o Dissulfeto de Carbono CS2
Anestésicos de ação sobre o sangue e sistema circulatório
Nitrocompostos Orgânicos:
o Nitrotolueno CH3C6H4NO2
2.5 o Nitrito de Etila C2H50NO
o Nitrobenzeno C6H5NO2
o Anilina C6H5NH2
o Toluidina CH3C6H4NH2

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3 ASFIXIANTES
Asfixiantes Simples
o Hidrogênio H2
o Nitrogênio N2 Fisiologicamente Inertes
o Hélio He
3.1 o Metano CH4
o Etano C2H6 Anestésicos Fracos
o Acetileno C2H2
Asfixiantes Químicos
o Monóxido de Carbono CO
3.2
o Anilina C6H5NH2
o Gás Cianídrico HCN

CLASSIFICACÃO DOS INSTRUMENTOS DE DETECCÃO DE GASES


Os portáteis são operados manualmente, são utilizados nos momentos em que se
quer conhecer a concentração de gás, sendo guardados quando não precisam operar.
Divide-se em grupos, conforme sua construção, em:

A. Detectores que utilizam o método químico:


Não possuem alarme, apenas informam a concentração do gás
através de uma reação química. São representados pelos tubos
reagentes com bomba manual de aspiração.
B. Detectores que utilizam o método eletrônico:
Possuem sensor que processa o gás transformando-o numa
corrente elétrica que é medida diretamente no indicador da
unidade, São alimentados por baterias e tem a vantagem de
soar alarmes sonoros ou visuais embutidos numa mesma
unidade, tão logo a concentração do gás no ambiente atinja
valores de alerta.

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Os fixos são de operação totalmente automática, alimentados com energia de rede


(220V), são requeridos em todos os locais em que nas 24 horas do dia necessitamos
conhecer a concentração ambienta! Do gás, soando alarmes e comandando terceiros
equipamentos tão logo a concentração atinja determinados níveis pré-estabelecidos.

Sensores espalhados estrategicamente nos locais que se quer proteger transmitem


continuamente um sinal a uma central que pode estar a centenas de metros de distância,
onde operadores estão sempre controlando a situação daqueles locais quanto a possíveis
vazamentos de gases tóxicos,
Todos esses equipamentos estão descritos em capítulo à parte.
UNIDADE DE MEDIDA DE GASES
Para os gases tóxicos no ambiente, as mais utilizadas são:

A. PPM.- que significa partes por milhão, ou partes de poluente por milhão de partes de
_ ar respirado. 1 ppm de gás no ambiente corresponde a I cm3 desse gás por metro'
cúbico de ar que se respira.

A. mg/m3 - que significa mg de gás por m3 de ar que se respira. É uma unidade peso
por volume.

Para gases combustíveis ou para exprimimos grandes concentrações de gases


usamos 0% em volume - 1 % volume corresponde a 10.000 ppm
A mistura de gases que compõem o ar que respiramos, em números redondos, pode
ser exprimida assim:

 78% Nitrogênio................................ (ou 780.000 ppm)


 21% Oxigênio................................... (ou 210.000 ppm)
 1 % Gases Inertes............................ (ou 10.000 ppm)

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Os Detectores De Gases Poluentes


A - Pelo método do tubo reagente

O Multi-Gás-Detector é um detector composto de 2 partes: Uma bomba de fole, de


operação manual, que realiza aspiração do ar ambiente e o tubo reagente, por onde o ar
penetra.
Inserir Nome do Equipamento

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Dentro do tubo existe um reagente químico específico para o gás que se quer medir.
Havendo esse gás no ambiente, ele reage quimicamente com o preparado, mudando a cor
original: sendo a escala impressa no próprio corpo do tubinho, após o término da operação,
temos a leitura direta da concentração do poluente no ambiente: naquele momento.

Multi-Gás-Detector
Entre os acessórios para o Multi-Gás-Detector, mencionaremos os seguintes:

Tubo de prolongamento com 3 metros:

Destina-se à tomada de amostras de ar em locais de difícil acesso, permitindo que


uma avaliação das condições ambientais seja possível sem necessidade de penetração do
elemento humano, acopla-se facilmente ao detector. O tubinho reagente nestas medições é
colocado na outra extremidade do tubo de prolongamento.

Contador de Bombadas:

Peça plástica acoplável ao detector. Permite que a pessoa que executa uma medição
não se engane quanto ao número de bombadas já dado, por distração. Cada bombada é
registrada pelo contador, de maneira que o operador sempre saiba quantas faltam dar.

Sonda de ar quente:

Tubo resfriador de gases para ser usado quando a amostra de ar penetra com
temperatura superior a 40°C (fomos, caldeiras, etc.). O ar penetra antes pela sonda, onde é
resfriado penetrando depois no tubinho reagente em temperatura compatível com a precisão
do mesmo.
Pelo método eletrônico
Alguns gases, pelo seu poder de intoxicação e freqüência nas diversas atividades
industriais, motivaram a criação de detectores eletrônicos específicos. São eles: o CO
(Monóxido de Carbono) o H 2S (Gás Sulfídrico) e o Oxigênio, este evidentemente nada tóxico,
mas de importância quanto à sua presença.
Para esses 3 gases, existem aparelhos nas versões portáteis e fixa.

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Efeitos do Monóxido de Carbono


Os locais onde existe a maior probabilidade de se verificarem intoxicações pelo CO
são: as indústrias siderúrgicas, químicas, petroquímicas, as garagens subterrâneas, os locais
confinados (depósitos) por onde transitam veículos e empilhadeiras, etc.

Por ser um gás sem cor, cheiro ou gosto, não pode ser detectado pelas pessoas a ele
submetidas, e em conseqüência aparecem sérias intoxicações, que podem inclusive levar à
morte em poucos minutos.
Normalmente, quando respiramos ar puro, o oxigênio nele contido combina-se com a
hemoglobina do sangue (Hb), formando a oxi-hemoglobina HB-O, a qual dentro da corrente
sanguínea, é responsável pela irrigação de todas as células do corpo no que diz respeito a
oxigênio. Havendo monóxido de carbono no ar que se respira por menor que seja a
concentração, forma-se-á de preferência a carboxi-hemoglobina (Hb-CO) ao invés de Hb-O,
por ser a primeira, ligação 200 vezes mais forte do que a segunda. Assim, o corpo humano
deixa de ter células irrigadas com oxigênio e inicia-se então o processo de intoxicação, que
será maior quanto maior for a concentração de CO no ar respirado. Também o tempo de
exposição ao CO influi no aparecimento de sintomas de envenenamento.

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Esses sintomas são: dores de cabeça, tonturas, náuseas, vômitos, coma e morte. Até
que não ocorra a perda de consciência (desmaio), a recuperação do paciente é total e
relativamente fácil, bastando para isso respirar ar puro ou oxigênio. Ao se penetrar, por
exemplo, num local com 2000 ppm de CO, ocorre à morte em pouco tempo, sem
possibilidade de se prestar qualquer socorro.

O gráfico adiante mostra os efeitos tóxicos de CO nas pessoas. dependendo do tipo


de trabalho que executam (consumo de ar), concentrações no local e tempo de permanência
no mesmo.

Gráfico a ser consultado e retrabalhado

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EFEITOS DO CO NO ORGANISMO HUMANO


A maior parte do CO, responsável pela poluição ambienta! nas ruas da cidade, provém
dos escapamentos dos automóveis. Motores desregulados podem lançar até 10% (100.000
ppm) de CO. Pode-se concluir, pois, o que sucede com o motorista que deixa o motor do
veículo ligado, aquecendo, em garagem fechada. A concentração de CO sobe a níveis
perigosos em poucos instantes.

Pode-se controlar o CO tanto pelo método do tubo reagente, como através dos
monitores. portátil e fixo.
O OXIGÊNIO EM LOCAIS DE TRABALHO
O ar que respiramos contém 78% em volume de Nitrogênio, 21 % de Oxigênio de 1 %
de gases inertes.

Os locais confinados, devido a pouca ventilação, à estocagem de materiais que se


deterioram, à solda ou demais trabalhos demorados, tendem à diminuição na quantidade de
0 2.

Com menos de 18% de 02, não devemos autorizar trabalhos em


áreas ,sem a proteção rigorosa dos que lá vão penetrar.

Por isso contamos com os medidores de oxigênio (Oxímetros) fixos ou portáteis. Eles
vão nos dizer quanto 02 existe no ar que respiramos.
Os oxímetros são aparelhos que funcionam com um sensor e uma unidade de
indicação que pode ou não conter os alarmes sonoros .

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O esquema do sensor (célula polarográfica) está na figura abaixo.

O método de tubo reagente também pode medir O 2 ambiental, na faixa de O a 25%


em volume. O OXIMETRO
Quanto mais O2 estiver presente no ambiente, mais a célula reage, mandando um
sinal' elétrico a unidade indicadora.
A célula polarográfica consiste de 2 eletrodos conectados por uma solução de sal
comum (cloreto de sódio). Um eletrodo é simplesmente uma mola de prata enquanto que o
outro consiste de uma fina membrana de poli-tetrafluoretileno (PTFE) sobre o qual é
depositada uma camada de ouro e depois de prata. A mola é o polo positivo e membrana de
PTFE é o negativo.

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A bateria fornece a tensão necessária à célula e a corrente produzida é mostrada no


indicador. A razão pela qual a corrente é produzida é porque o oxigênio é
eletroquimicamente reduzido no eletrodo negativo (membrana PTFE) de acordo com a
equação:

-
02 + 2H20 + 4e 40H
oxigênio íon hidroxíla
enquanto que na mola de prata ocorre a seguinte reação:

+ -
Ag + CI AgCI + e
prata íon cloreto cloreto de prata

O efeito global, portanto, é que a mola de prata é convertida em cloreto de prata (é por
isso que a prata, anteriormente brilhante, toma uma cor marrom quando a célula já trabalha
há algum tempo) e o íon hidroxila substitui o íon cloreto.

Estes dois efeitos determinam a vida da célula. Com nossas atuais células, há prata
suficiente e íon cloreto para 7 a 9 meses de funcionamento contínuo de ar. A corrente
produzida a 20°C é de aproximadamente 70 μA (micro-ampere).
O indicador do oxímetro, geralmente tem escala de O a 40% 0 2. Outras escalas
especiais, no entanto, estão disponíveis.

Não apenas a falta, mas o excesso de O 2, representa perigo aos trabalhadores. Neste
Último caso, regiões próximas a depósitos de O 2 (oxigênio) líquido, podem ser invadidas por
esse gás e aumentar em grande escala o risco de explosão dos materiais.
O oxigênio é necessário à combustão. O ar atmosférico possui 21 % de oxigênio e a
maneira com que alguns materiais se incendeiam nesse ambiente é muito bem conhecido.
Em concentrações superiores a 21 %, contudo, a situação é bem outra.

A inflamabilidade, a velocidade da queima e sua temperatura são muito aumentadas.


Materiais como roupas, que não se queimam completamente no ar, vão se queimar mais
facilmente em atmosferas ricas em oxigênio.
O enriquecimento de atmosferas com 25% de oxigênio cria uma situação perigosa e
esse perigo pode ser particularmente maior em espaços confinados, onde freqüentemente
ocorrem acidentes às vezes fatais.

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Os oxímetros, então, servem para nos dar alarmes sempre que a concentração de O 2
no ar seja inferior a 18% ou superior a 23% em volume.
Os modelos portáteis de oxímetros, tais como, E-li, E-12, E-I. podem ser levados em
quaisquer áreas e deixados ligados até se completar o serviço. Já o modelo fixo OXYTRON
protege áreas 24 horas por dia, dando os alarmes altos e baixo quando for acionado pela
concentração de 02 no ambiente.
OS GASES COMBUSTÍVEIS
Cada gás combustível tem uma constante denominada "Limite Inferior de
Explosividade" bem como o “Limite Superior de Explosividade”, ambas expressa em %
volume tomadas a 20°C e 1013 mbar.
O LIE é a mínima concentração do gás que, em mistura com o ar atmosférico, é capaz
de provocar explosão pela presença de uma fonte e energia qualquer (faísca, centelha, ultra-
som, etc.). Concentrações de gás abaixo do seu LIE não são combustíveis.

O LSE é a máxima concentração do gás que, em mistura com o ar atmosférico, é


capaz de provocar explosão pela presença dos mesmos fatores. Concentrações de gás
acima do LSE também não são combustíveis.
Concluímos, pois, que o gás combustível no ar só é combustível quando sua % voI.
Encontra-se entre o LIE e o LSE. É a faixa (mistura) chamada "ideal".
Exemplo:

LIE LSE
Metano
5% 15%

Sempre que houver um vazamento de um gás combustível, e no caso disso ocorrer


em ambiente mais ou menos confinado, aí haverá risco de explosão.
Por isso, há necessidade de um controle, contínuo ou descontínuo, conforme o caso, '
desses ambientes.
Os instrumentos que realizam esse controle são os explosímetros, que também são
produzidos nas versões portáteis e fixa.

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HISTÓRICO DE DETECCÓES DE EXPLOSIVIDADE


Ainda nos Estados Unidos, um homem chamado Davis, criou um dispositivo simples a
que denominou "Lâmpada de Davis".
Essa lâmpada era um cilindro blindado, com reservatório de querosene, um pavio e
alça para transporte. Havia uma tela metálica que permitia que o ar ambiente penetrasse e
entrasse em contato com o pavio aceso.
Ao penetrar nas minas, o trabalhador acendia o pavio e ia realizar o seu trabalho. Se
houvesse emanação de gás grisu (metano) no local, este também penetrava na lâmpada, se
o gás atingisse o LIE acontecia dentro dela a ignição da pequena mistura, seguindo-se um
estampido e o apagamento da chama. Isso era um sinal de que a partir dai deviam tomar
todo o cuidado, pois qualquer centelha poderia signicar uma explosão.
Modernamente, dispomos dos já mencionados explosímetros, para que sejamos
avisados do risco muito antes dele acontecer.
O uso de um explosímetro portátil pode ser ditado, por exemplo, pela necessidade de
se autorizar um trabalho, de solda, por exemplo, em áreas sujeitas a serem invadidas por
gases combustíveis.
Fazemos uma medição no local, liberamos a área, o operador executa seu serviço
com o aparelho ligado perto de si. Em caso de atingirmos 100/0 do LIE, o aparelho soa um
alarme alertando do risco.
Seu funcionamento está baseado num sensor térmico.
O ÁLCOOL INGERIDO E OS ACIDENTES DE TRABALHO
Um trabalhador que tiver ingerido uma quantidade excessiva de bebida alcoólica e
entra em serviço nesse estado, sem dúvida alguma possui um alto potencial de causar um
acidente de trabalho.
Principalmente nos turnos da noite, tem se observado que muitos empregados entram
em serviço naquele estado.

No trânsito das ruas e estradas, uma grande parcela dos acidentes é provocada por
motoristas embriagados. O CONTRAN, na Lei nº: 9.503, de 23/ 09/ 97, art° 276 estabelece
que:

"A concentração de seis decigramas de ÁLCOOL por litro de sangue, comprova que o
condutor se acha impedido de dirigir veículo automotor”.
§ Único – O CONTRAN estipulará os índices equivalentes para os demais testes
de ALCOOLEMIA".

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Faz-se necessário, pois, um controle rígido desse pessoal com a finalidade de se


evitarem esses acidentes. Sabe-se que o álcool ingerido por uma pessoa, passa para o seu
sangue e dele é eliminado através do ar expirado dos pulmões. Assim, o álcool contido
nesse ar guarda uma proporção com o álcool contido no sangue. Se fizermos uma detecção
do álcool no ar respirado, poderemos ter idéia de quanto álcool existe no sangue.

Um KIT de teste, pelo seu uso fácil e pela precisão dos resultados, é hoje utilizado
pelas polícias de diversos países bem como, no âmbito industrial. Trata-se do ALCOTEST,
aparelho composto de um tubo reagentes com um produto químico amarelo. Hoje existe
também o "Bafômetro" de características simples e segura em seus resultados.

QUANTIDADE
TEMPO
DE ALCOOLEMIA EFEITOS
ELIMINAÇÃO
BEBIDA INGERIDA
1 uísque
1 coquetel Sem efeitos evidentes no
0,03% 2 horas
2 copos de vinho comportamento.
2 chopes
2 uísques Sentimentos de bem estar.
2 coquetéis Despreocupação e desinibição.
0,06% 4 horas
4 copos de vinho Alteração nos movimentos
4 chopes finos.
3 uísques Euforia / loquacidade /
3 coquetéis Desabafo /
0,09% 6 horas
6 copos de vinho emocional,/ hiperatividade./
6 chopes Insistência / irritação

4 uísques Alteração evidente na


4 coquetéis coordenação dos movimentos.
0,12% 8 horas
8 copos de vinho Disartria, Afasia.
8 chopes Dificuldades posturais

Estado de intoxicação
5 uísques
evidente.
5 coquetéis
0,15 % Evidente 10 horas
10 copos de vinho
Anormalidade nas funções
10 chopes
motoras e mentais.
0,01% = 0,1g11 = 1 decigrama de álcool por litro de sangue.

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Modulo II

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1- OBJETIVO DE TAREFAS E ATIVIDADES NO USO

A grande variedade de tarefas que nos apresentam no trabalho, e que necessitam de


proteção respiratória, considerando-se as viabilidades técnicas e econômicas, exigem em
cada caso o equipamento mais adequado para estas diferentes tarefas a serem executadas.

Trabalhos com Proteção Respiratória

Áreas de Trabalhos
Atuações Imprevisíveis
Continuamente
Contaminados

Abandono em Perigo Salvamentos e Ação


Eminente de Socorro

Trabalhos com Proteção Respiratória.

A. Apesar de todo o esforço realizado, nem sempre será possível conseguir que certos
locais de trabalho estejam livres de contaminantes que vez e outra ou continuamente
excedem os Limites de Tolerância previstos. Nestes casos será inevitável um controle
contínuo dos contaminantes,
Se, no entanto as concentrações forem prejudiciais, será indispensável o uso de
Equipamentos de Proteção Respiratória - EPR durante toda a jornada de trabalho.

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Dependendo do elemento contaminante e da concentração, serão escolhidos os


equipamentos adequados que proporcionam um uso prolongado (por várias horas), sem
causar ao usuário desconforto ou restrições aos seus movimentos. Como seriam, por
exemplo: os equipamentos filtrantes ou se caso for equipamentos com linha de ar.
B. Quando são manipuladas grandes quantidades de produtos perigosos, haverá
sempre a possibilidade de um vazamento, mesmo em áreas isoladas e que apresentam um
sistema de segurança. Nestes casos devem existir equipamentos de proteção respiratória
para o abandono seguro do local aos que lá trabalham ou para ações de emergência.
C. Num trabalho planejado, por exemplo: na manutenção e limpeza de instalações
e tanques, nos quais existem elementos contaminantes perigosos, ou quando estas
instalações necessitam de reparos, poderão surgir concentrações tóxicas incontroláveis.
Nestes casos será preciso disponibilizar equipamentos de proteção respiratória que
assegurem a respiração através de um sistema isolado que forneça o ar respirável. Isto se
obtém do melhor modo com Equipamentos com Linha de Ar, também são usados
Equipamentos Autônomos de Ar Comprimido Respirável.
Com o aumento contínuo na manipulação de elementos contaminantes perigosos
principalmente no setor dos transportes, os riscos de acidentes ou de incêndios aumentam
incessantemente. Equipes de salvamento e de Combate à Incêndio muitas vezes se vêem
frente a situações imprevisíveis.
Apesar das perigosas concentrações gasosas a Equipe de Salvamento em muitos
casos necessitam adentrar nestes ambientes até atingir o foco do perigo para salvar vidas
humanas ou salvaguardar instalações de alto valor.
Isto somente será possível mediante o uso de Equipamentos de Proteção
Respiratória, que independem do meio ambiente e que oferecem liberdade de ação, tais
como: os Equipamentos Autônomos de Respiração a Ar Comprimido ou Equipamento de
Fuga, sem colocar em perigo os próprios socorristas.

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SISTEMAS DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

A variedade de tarefas que são realizadas com Proteção Respiratória é


demasiadamente grande para um único tipo universal de Equipamento.
Desenvolveu-se, portanto; para atender as inúmeras tarefas distintas, várias espécies
diferentes de Equipamentos de Proteção Respiratória. O grande número de Equipamentos
de Proteção Respiratória é classificado de acordo com sua atuação e pela combinação de
sua proteção.
Pelo efeito de sua proteção os Equipamentos de Proteção Respiratória são divididos
em dois grupos principais, assim temos os DEPENDENTES que dependem do efeito do ar
atmosférico e os INDEPENDENTES, aqueles que independem do efeito do ar atmosférico
ambiental.

Relativo ao Efeito do Ar Atmosférico Ambiental

Dependente Independente

Equipamento Filtrante Equipamento com


Linha de Ar

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Continuação do Quadro acima


Sistemas De Equipamentos De Proteção Respiratória

Relativo ao Efeito do Ar Atmosférico


Ambiental
Independente

DEPENDENTES
Equipamentos Isolantes

Equip Autônomo de Respiração com Cilindro

Os Equipamentos Filtrantes considerados DEPENDENTES são aqueles que


dependem da composição do ar atmosférico ambiental, pois apenas retém o elemento
contaminante do ar inspirado. Isto significa principalmente que o ar tenha pelo menos 18%
de oxigênio.

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INDEPENDENTES
Os Equipamentos Filtrantes considerados INDEPENDENTES são aqueles que não
dependem do efeito do ar atmosférico ambiental. São os Equipamentos com linha de ar,
Equipamentos autônomos de respiração com cilindro (Equipamento autônomo de respiração
a ar comprimido) e Equipamentos autônomos de respiração a oxigênio. O usuário será
sempre suprido através do próprio equipamento com ar ou oxigênio perfeitamente respirável.
Para que um Equipamento de Proteção Respiratória possa ser usado, é preciso haver
uma ligação estanque de confiança com as vias respiratórias e do usuário. Esta peça de
suma importância, pertencente ao Equipamento de Proteção Respiratória é a "Conexão
para a Respiração".
A conexão para a respiração determina em grande parte o desempenho seguro do
Equipamento de Proteção Respiratória.
A sua escolha minuciosa recebe, portanto a mesma importância como o próprio
Equipamento de Proteção Respiratória.

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Em lugares com deficiência de oxigênio ou com elevadas concentrações de


contaminantes, é obrigatório o uso de equipamentos que independem do meio atmosférico
ambiental, tais como:
 Equipamentos de respiração com linha de ar (mangueiras);
 Equipamentos autônomos de respiração a ar comprimido;
 Equipamentos autônomos de respiração com oxigênio.
Estes fatos devem ser considerados sempre ao adentrar em recintos confinados,
como por exemplo: Silos, tanques, instalações de caldeiras, poços, porão, porão de
navios e outros semelhantes.

CÓDIGOS DE CORES E DE LETRAS


Códigos de Cores e Letras para Filtros Contra Gases

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ESPÉCIES DE FILTROS

A. Filtro contra gases

Os filtros contra gases são recheados com carvão ativo, cuja estrutura porosa oferece
uma grande superfície. Assim por exemplo, um carvão ativo de boa qualidade apresenta uma
superfície de 1000 a 1300 m2 por grama de carvão. .

A micro porosidade do carvão, visto apenas por microscópio, assemelha-se a uma


esponja, proporciona condições ideais para reter as moléculas gasosas por adsorção, como
a esponja analogamente o fará com líquidos. Enquanto o ar respirado flui através da carga
de carvão ativo do filtro, as moléculas do contaminante são retidas na superfície porosa do
carvão ativo granulado. (Fig. a seguir).

A quantidade (concentração) do contaminante que o filtro poderá adsorver depende


da qualidade do carvão, de sua granulometria, da massa filtrante (quantidade de carvão) e
do tipo de contaminante (produto). Além disso, ainda influem a temperatura e umidade,
porém com menor intensidade. Quando o carvão atinge a sua capacidade máxima de
adsorção, isto é, quando as camadas de carvão do filtro estão igualmente saturadas pelo
contaminante, o filtro se satura e há o rompimento do contaminante através do filtro,
inicialmente em pequenas proporções e aumentando gradativamente se o mesmo não for
substituído.

Através do olfato (caso o contaminante tenha cheiro cacterístico), detectado pelo


usuário, quando o filtro saturou com o gás contaminante, obtém a informação sobre a
inutilização do filtro, devendo o mesmo ser imediatamente substituído. Os filtros saturados
são descartados e não servem para outras aplicações. Obs: Seguir os procedimentos da PP
SIG 30 – Resíduos e Sub-produtos.

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Representação Funcional de um Filtro Contra Gases

QUANTIDADE DE CARVÃO ATIVO NOS FILTROS


Filtro de encaixe.... (pequeno) 274 160 mI.
Filtro de rosca............ (médio) 900 260mI.
Filtro cartucho.......... (grande) 7X14X18 1225 mI.

Para muitos outros gases (amônia, cloro, dióxido de enxofre), o efeito de retenção no
filtro poderá ser melhorado com a impregnação do carvão com produtos químicos de reação,
utilizando-se para tanto sais minerais, catalisadores e elementos alcalinos. Os gases retidos
por ação química aderem melhor ao elemento absorvente do que os de retenção física de
adsorção.

FILTROS COMBINADOS:
Os filtros combinados formam a união de filtro contra gases e de filtro contra
aerodispersóides numa mesma unidade filtrante. Oferecem proteção quando gases e
aerodispersóides aparecem simultaneamente no ambiente.

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O ar inalado atravessa inicialmente pelo filtro contra aerodispersóides que retém as


partículas em suspensão no ar. Estas partículas poderiam reduzir a capacidade filtrante do
carvão por entupimento.
Esta ordem seqüencial dos filtros oferece ao mesmo tempo uma melhor proteção
contra aerodispersóides voláteis.

Representação funcional de um filtro contra gases e contra aerodispersóides


(filtro combinado)

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FILTROS - CO
Os filtros contra monóxido de carbono ocupam entre os demais filtros uma posição de
destaque, pois os filtros normais não têm ação filtrante sobre o Monóxido de Carbono.
O perigoso Monóxido de Carbono não é eliminado pelo filtro, porém transforma-se no
inofensivo Dióxido de Carbono (C02) mediante ação catalítica, usando-se para tanto o
oxigênio do próprio ar atmosférico no catalisador.

Representação Funcional De Um Filtro-Cartucho-CO


O agente catalisador é conhecido pela denominação de "HOPKALIT" que se
compõem basicamente por Óxido de Cobre (CuO) e ÓXido de Manganês (MnO).
Na transformação de Monóxido de Carbono despende-se calor, reação exotérmica. A
temperatura do ar de respiração na saída do filtro será tanto maior quanto for à concentração
do CO no ar atmosférico ambienta. No uso de filtros CO a concentração de outros gases
tóxicos estranhos no ar atmosférico ambienta!, não devem passar além de 1 % em volume.

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Em conseqüência da grande superfície do material poroso de elemento catalisador, o


filtro CO igualmente protege contra todos os outros gases prejudiciais.
Como o Monóxido de Carbono não tem cheiro nem gosto, os filtros Cartuchos CO,
são providos de um dispositivo de alarme de resistência respiratória, que alerta o usuário
sobre o esgotamento do filtro, isto através do aquecimento devido à reação exotérmica.
Também se controla a saturação pela somatória do tempo de uso (máximo 40 horas) ou pela
verificação do visor de saturação do filtro SW da MSA.
Os Filtros Cartuchos-CO são levados presos em suportes laterais a tira-colo e unidos
a uma máscara facial por meio de traquéia sanfonada.

TEMPO DE USO E SATURACÃO


Dependendo de suas dimensões e das condições de uso, os filtros de respiração são
capazes de reter uma certa quantidade de contaminantes.
 Os filtros contra aerodispersóides em geral tendem a se fechar mais com o uso. A
resistência respiratória aumenta. O usuário tem condições de abandonar a tempo uma
área contaminada.
 O filtro contra gases retém, dependendo da quantidade de carvão ativo que possuem
apenas determinadas quantidades limitadas de elementos contaminantes. Quando são
usados até o limite, atingindo sua saturação, o usuário nota-o em geral pela percepção do
cheiro característico de um gás (caso o tenha), pela irritação da mucosa ou quando for
um filtro cartucho CO pelo aumento progressivo da resistência de respiração.
 A retenção de uma certa quantidade de contaminantes depende:
A - da concentração local do elemento contaminante;
B - do consumo de ar do usuário;
C - da umidade do ar;
D - da temperatura do ar.
Obs: O tempo de uso dos filtros de respiração só poderia ser determinado conhecendo-se
todos estes fatores. Em decorrência disso, no uso contra gases muito tóxicos, os filtros
são usados por uma só vez, mesmo que não tenham atingido a saturação.
 No uso de filtros combinados, dependendo da composição dos contaminantes, o filtro
poderá saturar pelo entupimento dos aerodispersóides e assim se notaria uma elevada
resistência respiratória ou o filtro se satura pelo elemento contaminante gasoso e a troca
se fará quando notado primeiro o cheiro do gás.

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ARMAZENAMENTO
O armazenamento de filtros contra gases ou combinados, novos, na embalagem
original de fabricação, e acondicionados convenientemente, é de 3 anos após a sua
fabricação. Obs: Atualmente os fabricantes já informam no corpo dos filtros ou nas
embalagens as respectivas datas de fabricação e validade, as quais tem de ser respeitadas.
Filtros contra aerodispersóides podem ser armazenados por tempo praticamente
ilimitado. O prazo de armazenamento está marcado em todos os filtros contra gases e filtros
combinados. Após o vencimento deste prazo os filtros não devem ser usados.
Os filtros uma vez abertos, mesmo que nunca usados, devem ser substituídos dentro
de um prazo de 6 meses, ou dentro do prazo de validade ser for o caso.

EOUIPAMENTOS DE RESPIRAÇÃO COM LINHA DE AR


São usados em todos os lugares nos quais existem altas concentrações de
contaminantes prejudiciais à saúde (equipamento isolante) ou quando houver deficiência de
oxigênio (menos de 18% em volume), ou ainda, naqueles lugares em que se presume a
existência de contaminantes os quais não poderão ser continuamente controlados.
Os equipamentos de respiração com linha de ar adaptam-se ao usuário com facilidade
oferecendo-lhe boa segurança e peso reduzido. Como o fornecimento de ar respirável dos
equipamentos de respiração, com linha de ar é praticamente ilimitado ( rede central de
abastecimento de ar comprimido ou cilindros com válvulas) o seu uso se toma independente
do tempo de trabalho.
São equipamentos de respiração muito econômicos, com reduzidos custos de
manutenção. Oferece um sistema adequado de proteção ao trabalho cuja limitação básica é
o raio de ação, dado pelo comprimento da mangueira.
Dois tipos diferentes de equipamentos de respiração com linha de ar se
desenvolveram em função da fonte de alimentação de ar respirável e que podem ser:
A. Equipamentos de respiração com mangueira de ar aspirado ou ar mandado;

B. Equipamentos de respiração com mangueira de ar comprimido.

OS EQUIPAMENTOS DE RESPIRAÇÃO COM MANGUEIRA DE AR ASPIRADO OU AR


MANDADO
São os mais simples equipamentos de respiração isolantes.
O ar respirável é aspirado de uma área isenta de contaminantes. Para tanto, é
necessário escolher o melhor ponto para a aspiração do ar para evitar que esteja
contaminado.

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As mangueiras devem ter um diâmetro interno de no mínimo 25 mm (1") e devem


resistir ao esmagamento, torção e óleos, além disso, possuem engates tipo baioneta com
trava de rosca. A conexão de respiração é sempre uma máscara facial.
O sistema de aspiração do ar limita o comprimento da mangueira em 20 metros, pois o
ar é aspirado pela simples força pulmonar do usuário.
A máscara facial deve estar bem colocada e vedar perfeitamente, pois este sistema
oferece uma resistência respiratória mais elevada à inspiração provocando maior pressão
negativa.

Fase Passiva Da Respiração (Positiva) + E Fase Ativa Da Respiração

Ciclo da Respiração

RELAÇÃO FLUXO / CONSUMO DE AR


Por exemplo: se o fluxo de ar constante for de 160 litros/min. no tempo ( t =1 ) temos:
1. Na fase de inspiração (t = 1/2) = 80 litros/mino
2. Na fase de expiração (t = 1/2) = 80 litros/mino

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A perda de ar corresponde a 50 % do fluxo, devendo ser considerado no sistema para um


bom desempenho do equipamento e conseqüente proteção respiratória do usuário.
EQUIPAMENTOS DE RESPIRAÇÃO COM MANGUEIRAS DE AR MANDADO ou
EQUIPAMENTOS DE RESPIRACÃO COM MANGUEIRAS DE AR COMPRIMIDO

Nestes equipamentos o abastecimento de ar respirável é proveniente da rede fixa de


ar da Usina (centrais de ar comprimido). A vantagem com relação aos equipamentos de ar
aspirado reside na menor resistência respiratória e permitindo, portanto o uso de mangueiras
com maior raio de ação (comprimento máximo da mangueira 50 metros),
Nos equipamentos com mangueiras de ar mandado existe sempre uma ligeira pressão
positiva com relação ao ambiente exterior, se o abastecimento de ar for corretamente
operado.
Os equipamentos com mangueiras de ar mandado na Usina (extensão de ar
comprimido) utilizando-se de distribuidores de ar ligados diretamente à rede fixa, podem ser
conectados para até três usuários sem comprometer na vazão, desde que se mantenha a
pressão mínima de 3,5 Bar.
Considerações relevantes:
 Estes equipamentos de respiração trabalham com uma pressão entre 3,5 até 10 BAR.
 Como fonte de alimentação para o ar respirável, usam-se redes centrais de
abastecimento de ar comprimido, compressores ou ainda cilindros de alta pressão com ar
comprimido.
 Com o diâmetro interno de 9mm (3/8") tomam-se mais flexíveis do que as mangueiras
grossas dos conjuntos de ar mandado (A), permitindo grande mobilidade ao usuário.
 As mangueiras de ar comprimido devem possuir uma resistente malha de tecido no seu
interior e resistir a pressões de até 20 BAR.
 Sob pressão devem resistir à torção e amassamento, para evitar o corte na alimentação
quando se pisa na mangueira.
 É favorável unir-se a extensão total da mangueira com lances individuais :
 lances de 05 metros,
 lances de 10 metros,
 lances de 20 metros.
 Os lances de mangueiras são acoplados uns aos outros e ao equipamento de
respiração por meio de acoplamento de engates rápidos de segurança auto-
travante, evitando o seu desacoplamento.
 Além disso, os engates são providos de válvulas de retenção evitando-se a
perda de ar quando são desacoplados sob pressão.

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Obs: Quando o ar respirável for proveniente de uma rede de alimentação central de ar


comprimido (compressor de ar por pistão lubrificado) que não tenha sistema de filtragem na
própria rede garantindo a manutenção da sua qualidade, deve-se intercalar ao equipamento
de respiração um filtro purificador de ar tipo RO 500 ou similar. Pode ser adotado outro
sistema de filtragem que garanta a qualidade do ar respirável.

CONJUNTOS FILTRANTES DE AR COMPRIMIDO

Extensão para uso de ar comprimido respirável, ligada à rede fixa da Usina.

O filtro purificador RO 500 consiste basicamente de um cartucho de carvão ativo para


reter os vapores de óleo por adsorção. Dependendo da quantidade de contaminante (óleo)
no ar e da vazão de ar comprimido o filtro irá saturar após um determinado tempo de uso.
Este tempo é variável, porém o usuário detecta a saturação do filtro através do cheiro de óleo
no ar.
Para garantia da qualidade do ar comprimido "respirável" será feita análise trimestral
por empresa especializada com fornecimento de laudo técnico, sujeito a auditorias internas e
externas.
O filtro RO 500 está dimensionado para uma vazão de aproximadamente 500 litros de
ar por minuto, à pressão de 7 BAR, o que permite a conexão de no máximo 3 pessoas afim
de que cada uma receba a quantidade suficiente de ar para um bom desempenho de suas

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Proteção Respiratória - PPR

atividades. Vide gráfico.

FILTRO RO 500 – RELAÇÃO VAZÃO / PRESSÃO

Recomenda-se antepor a este filtro um decantador de óleo e água. Junto à fonte de ar


comprimido existe um regulador de pressão, que permite a regulagem correta da pressão
(3,5 até 10 BAR) e um manômetro para a leitura direta da pressão de trabalho.

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Dependendo do tipo de equipamento de respiração, a dosagem do fluxo de ar


comprimido poderá se dar através do controle manual por meio de um registro de dosagem
no cinto do usuário, ou através de uma válvula automática de dosagem (válvula de demanda
automática).
Obs: A pressão do ar comprimido da rede interna da Usina (VMB) é de no máximo 7
kgf/cm2 .

ESQUEMA TÉCNICO

O dimensionamento da rede de abastecimento de ar comprimido é muito importante,


pois dele depende a eficiência final do equipamento de proteção respiratória, que estará
sendo usado. O mínimo necessário por pessoa será um fluxo de ar de 160 litros/minuto,
para os conjuntos que trabalham com fluxo constante e tenham boa vedação da peça facial.
Para os conjuntos de menor vedação, tais como capuzes ou capacetes (jato de areia. etc), o
fluxo de ar deve ser de 250 litros/minuto/pessoa.

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FASE DA RESPIRAÇÃO - FLUXO CONSTANTE


A eficiência dos conjuntos de respiração com mangueiras de ar comprimido, e,
portanto a proteção por eles oferecida ao usuário, obtém-se pela pressão positiva
proveniente pelo fluxo abundante de ar. Estes conjuntos pela sua concepção, trabalham com
grande perda de ar, que continuamente escapa para o ambiente exterior através das válvulas
de exalação em máscaras ou pela unidade quando se tratar de capacetes (jato de areia).
A pressão mínima necessária após o filtro purificador de ar comprimido é de 3,5 BAR
a fim de garantir a vazão de ar requerida.
O abastecimento do ar respirável também poderá provir de cilindros montados em
unidades móveis ou em forma de baterias (estações locais).

EQUIPAMENTOS DE PROTECÃO RESPIRATÓRIA AUTONOMOS (ISOLADORES).


Para uma série de atividades relacionadas à proteção respiratória, especialmente para
os trabalhos de equipes de auxílio e salvamento costuma-se utilizar equipamentos que além
de garantir total autonomia, permitem ao usuário livre movimentação no ambiente.
Os equipamentos que satisfazem por completa a estas exigências são os
equipamentos com cilindros (máscaras autônomas de ar comprimido). Este tipo de
equipamento possui uma reserva própria de ar comprimido respirável. Sem dúvida distingue-
se consideravelmente por sua construção, funcionamento, peso, tempo de uso e ainda pela
facilidade operacional em serviço. Distingui-se também pelas diversas aplicações de uso.
Aparelho Autônomo de Ar Comprimido Respirável em Uso.

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EQUIPAMENTOS AUTONOMOS COM CILINDROS DE AR COMPRIMIDO:


Uma das características dos equipamentos autônomos de ar comprimido e a utilização
de um ou dois cilindros de ar comprimido, nos quais o usuário carrega a sua reserva de ar
respirável. O usuário do equipamento consome a quantidade de ar que necessita para
respiração através de um redutor de pressão e uma válvula de demanda (pulmoautomática)
que dosifica a quantidade requerida.
O ar respirado escapa ao exterior pela válvula de exalação situada na conexão à
respiração (normalmente uma máscara facial usada em equipamentos autônomos de ar
comprimido). Os equipamentos autônomos de ar comprimido são de construção
relativamente simples.
Seu uso e manutenções são fáceis e reconhecidamente confortáveis e econômicos
consistem essencialmente da recarga dos cilindros com ar comprimido após o seu uso.
Os equipamentos autônomos de ar comprimido são, portanto os mais apropriados
para todos os trabalhos e equipes de salvamento nos quais o tempo de utilização não
superar a autonomia oferecida, conforme o esforço físico realizado bem como, as perfeitas
condições respiratórias do usuário.
EQUIPAMENTOS DE PROTECÃO RESPIRATÓRIA AUTÔNOMOS COM AR COMPRIMIDO
Para o perfeito funcionamento dos equipamentos autônomos de ar comprimido, são
necessários apenas algumas unidades básicas de operação.
Em todos os sistemas de equipamentos autônomos de ar comprimido desenvolvidos
até o presente, existe grande versatilidade, através de peças normativas e intercambiáveis
que se destacam pela durabilidade, podendo ser encontrados após muitos anos, em
perfeitas condições de uso. Freqüentemente ocorrem atualizações tecnológicas que devem
ser acompanhadas.

Atualmente os aparelhos autônomos de ar comprimido mais utilizado são de um


cilindro de ar e duplo estágio de redução.
Novos sistemas com pressão positiva, desenvolvidos para hoje e para o futuro
caracterizam uma nova geração.

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PRINCÍPIOS BÁSICOS DE FUNCIONAMENTO DO APARELHO AUTÔNOMO DE AR


COMPRIMIDO.

EQUIPAMENTO BÁSICO
O equipamento autônomo de ar comprimido se compõem de várias unidades
padronizadas:
 Suporte anatômico,
 Correias de fixação,
 Cinta para travar o cilindro,
 Redutor de pressão.
O suporte anatômico: Serve para fixação do cilindro de ar e transporte do conjunto como
um todo, poderá ser em aço inoxidável, polipropileno ou fibra de
carbono.
Cinta para travar o cilindro: As cintas de fixação são auto-travantes com complementação
em velcron.
Correias de fixação: Formadas por tirantes e o cinto, prendem o equipamento ao corpo do
usuário com a máxima segurança, não permitindo que se desloque,
mas permite a sua rápida colocação e retirada. As correias são
confeccionadas normalmente por um tecido de fibras sintéticas muito
resistentes.

Redutor de pressão:
 O redutor de pressão é normalmente de duplo estágio de redução é lacrado de
fabrica, preso na placa do suporte de fixação de forma protegida.
 Reduz a alta pressão do cilindro (200 ou 300 Bar) para numa pressão média e
constante de trabalho de no máximo 6 Bar .
 Possui manômetro para controle da alta pressão durante o uso e a qualquer
momento permite a leitura da pressão marcada.
 A média pressão passa pela válvula de demanda até a máscara facial PP.
 Possui uma válvula de segurança, igualmente lacrada.
 Uma válvula de alarme, que entra em ação quando resta a quinta parte da pressão
de carga do cilindro ou quando a pressão lida no manômetro estiver compreendida
entre 50 a 55 Bar. Alerta o usuário através do alarme sonoro sobre a
aproximação do esgotamento da reserva do ar disponível.
 O cilindro de ar comprimido é conectado manualmente e sem esforço através de
um volante com rosca.

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 Possui VÁLVULA DE DEMANDA (PULMOAUTOMÁTICA), que Fornece


automaticamente em cada caso a quantidade de ar necessária ao ritmo de
respiração.
 As atuais válvulas de demanda são confeccionadas em polipropileno ou silicone.
 A máscara fácil une o equipamento às vias respiratórias do usuário.

CILINDROS DE AR COMPRIMIDO
Os cilindros de ar comprimido são fabricados em aço-liga de cromo molibdênio e
aprovados pelo BUREAU VERITAS, na norma DOT -AA3 à pressão de teste hidrostático de
334 atm. com revestimento por aplicação eletrostática de epoxina de cor amarela, com
inscrição "AR RESPIRÁVEL", e gravado a pressão de carga nominal oferecida, possui um
fecho de segurança de latão cromado e conexão DIN de rosca 5/8" para ar comprimido.
Já existem também os modernos e mais leves cilindros de “Composite” (fibra de
carbono).
Obs: Os cilindros de aço são retestados a cada cinco anos e os cilindros de composite a
cada três anos. Existem em várias capacidades de carga e tamanhos.

Os equipamentos autônomos de ar comprimido normalmente vêm acondicionados em


mala de transporte, para melhor acomodação. Os dois tipos que apresentaremos a seguir
divergem apenas em tamanho, peso e autonomia, em função do volume de ar que possuem,
armazenado no cilindro de ar comprimido.

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Normalmente nas áreas industriais os Aparelhos Autônomos são instalados em armários de


fibra ou vidro, para protegê-los de substâncias agressivas ou ações de intempéries o
equipamento encontra-se montado e pronto para o uso imediato.
COMO CALCULAMOS A AUTONOMIA
O cilindro de aço especial do equipamento autônomo de ar comprimido contém o " AR
RESPIRÁVEL" a pressões muito elevadas este ar é filtrado e comprimido por meio de
compressores de alta pressão - 200 ou 300 Bar para " AR RESPIRÁVEL”.

Quanto maior for a pressão de carga num determinado cilindro (Recipiente de Aço) tanto
mais ar poderá armazenar no mesmo.
Considerações importantes:
 1 BAR = 1 atm = 1 kg/cm2.
 1 BAR = Equivale a aproximadamente 14,7 Ibs .
 Para utilização prática em cálculos arredondamos para 15 Ibs.
A quantidade de ar respirável num cilindro de aço pode ser calculada facilmente a qualquer
instante. Exemplo de como calcular:
1. Devemos conhecer o volume do cilindro.
2. 07 litros constante vezes a pressão do mesmo,
3. 200 BAR (variável).

L = A X P, onde L = Volume de ar em litros, A = Área do cilindro e P = Pressão de carga

7 X 200 = 1400 litros

Pela indicação do manômetro (pressão) podemos assim a qualquer instante verificar a


reserva de ar disponível para a respiração no equipamento autônomo de ar comprimido.
Para avaliarmos o tempo de autonomia do equipamento autônomo precisamos
conhecer o consumo de ar por minuto:
Obs: Através de levantamentos realizados pelos fabricantes, ficou convencionado como
constante de cálculo de autonomia o consumo de 28 litros/minuto (correspondente a
serviço de esforço moderado).

Exemplo de cálculo de autônomia: A= axp


Consumo
A = Tempo de autonomia do aparelho em minutos
a = volume do cilindro em litros

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p = pressão de carga do cilindro em

Consumo = constante de 28 litros / minuto

1400 : 28 = 50 minutos

Tempo total de autonomia respiratória, nas condições estabelecidas acima, igual há 50


minutos.
Com as características acima descritas, pesando apenas 13.500 Kg, o aparelho autônomo
com cilindro de 7 litros, permite uma autonomia de até 50 minutos de respiração.
RECARGA DE CILINDROS
A qualidade do "AR RESPIRÁVEL" em cilindros deve corresponder aos parâmetros
das Normas DIN 3188 e NBR 12543 - Anexo – Ar respirável:
 Estar isento de contaminantes tóxicos e prejudiciais ao homem, bem como de odor
desagradável e possuir um reduzido teor de umidade. Na recarga de cilindros, através de
compressores especiais para ar respirável, considera-se o LT como, limite máximo das
concentrações de elementos tóxicos no ar atmosférico. Como o vapor de óleo é nocivo à
respiração, também este deverá ser controlado. E o teor de umidade não deverá superar
a concentração prevista a fim de evitar a formação de gotas no interior do cilindro.
Os valores destas concentrações máximas estão definidos pela norma DIN 3188 e são
as seguintes:
 C02 - máximo 1000 ppm;
 Teor de umidade - máximo 50 mglm3 para pressão de carga de 200 Bar;
máximo 35 mglm3 para pressão de carga de 300 Bar;
 Livre de odor e gosto, portanto livre de óleo ou inferior a 0,3 mglm 3;
 O ar deve encontrar-se no estado apropriado de pressão, temperatura e umidade;
 As impurezas devem ser mantidas em nível mínimo, e não devem, em hipótese
alguma, exceder o limite de tolerância, quando não especificado de outro modo.
Para outros gases e contaminantes no ar, prevalece o TL como teor máximo de
concentração no ar respirável do cilindro.
O cilindro de "AR RESPIRÁVEL" mesmo após o seu uso, sempre deverá conter uma
pequena pressão residual, para evitar a infiltração de umidade do ar "atmosférico”. A
umidade no interior do cilindro (em forma de gotículas de água) provocará corrosão interna,
para evitá-lo o fecho do cilindro sempre deverá estar fechado e manter assim uma pequena
pressão residual.

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EQUIPAMENTOS AUTÔNOMOS DE PRESSÃO POSITIVA


Para o perfeito funcionamento do equipamento de proteção respiratória, sem causar
desconforto a respiração e proporcionar absoluta vedação às vias respiratórias do usuário
através da máscara facial, são os requisitos básicos para o conjunto seguro e eficiente na
proteção à respiração:
 Barba mal feita, costeletas compridas, rostos de formatos extremos e colocação
incorreta da máscara facial, poderão, no entanto levar a vazamentos, mesmo que
a máscara tenha a melhor forma construtiva, causando a penetração de gases
tóxicos quando existentes, além dos índices recomendados.
 No sistema de pressão positiva, a penetração de elementos tóxicos na máscara
facial é reduzida, através da manutenção de uma ligeira pressão positiva no
interior da máscara facial, em todas as fases da respiração. Esta pressão positiva
evita a penetração de contaminantes tóxicos imprevistos, no interior da máscara
facial.
 No entanto, qualquer sistema de pressão positiva, desloca a relação de pressões
durante as fases da respiração. Enquanto a fase de inspiração é aliviada, a fase de
exalação oferece uma resistência Giratória ligeiramente superior do que no
sistema normal.
 Todavia permanecendo a resistência respiratória do sistema de pressão positiva,
bem abaixo dos valores máximos admissíveis do ponto de vista medicinal, o
rendimento físico do usuário praticamente não sofrerá nenhuma redução.
 É de fundamental importância que a resistência respiratória seja pequena quando
houver elevado consumo de ar, em decorrência de grande atividade física.
 O sistema de pressão positiva consiste fundamentalmente do conjunto da válvula
de demanda de pressão positiva e da máscara facial com uma válvula de exalação
pressurizada. Por meio de um engate rápido de segurança. a válvula de demanda
é conectada ao equipamento autônomo básico.
 A fonte de alimentação do sistema de pressão positiva é ar respirável igual aos
outros equipamentos autônomos de ar comprimido e controlado pela válvula de
demanda que trabalha com uma pressão constante de 6 BAR.
 O sistema de pressão positiva consistindo de válvula de demanda e máscara facial
poderá ser utilizado igualmente com mangueiras de linha de ar comprimido,
através do acoplamento seguro pelo engate rápido.
 Nestes casos é importante assegurar que a rede de ar tenha vazão suficiente (300
litros/minuto) e ajustar a pressão de trabalho para 6 BAR.

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FONTES PARA ABASTECIMENTO


DIVERSOS TIPOS DE FONTES
Para abastecimento com ar respirável em combinação de máscaras pressão positiva
A válvula de demanda pressão positiva difere da válvula de demanda normal apenas pelo
volante de comutação, colocando sobre a tampa da válvula e pela conexão tipo engate
rápido no bocal da máscara racial.

OUTROS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

Equipamentos de Mergulho

São equipamentos de proteção respiratória, pois assegura a perfeita respiração sob a


água que envolve o mergulhador. Como a água tem um peso maior do que o ar atmosférico,
a pressão aumenta de aproximadamente 1 Kg/cm2 a cada 10 metros de profundidade, este
aumento de pressão deve ser automaticamente adaptado a nosso pulmão, que está sofrendo
a pressão do meio externo (água) e deverá receber o ar atmosférico do equipamento (pela
válvula de demanda) a mesma pressão reinante na profundidade na qual se encontra o
mergulhador.
TREINAMENTO
Para usar com segurança qualquer equipamento de proteção respiratória, é essencial
que o usuário tenha sido instruído corretamente sobre a seleção, uso e manutenção. Tanto
os supervisares como os trabalhadores deverão ser instruídos por pessoal competente.
O treinamento deverá, no mínimo, incluir o seguinte:
 Instrução sobre a natureza dos perigos, que sejam:
 agudos,
 crônicos
 agudos ou crônicos
bem como, uma apreciação honesta do que poderia suceder, caso não usasse o
equipamento correto.
 Comentários sobre o porque esse é o modelo indicado para o fim específico.
 Comentários sobre a capacidade e limitações dos dispositivos ou
equipamentos.
 Instrução e treinamento sobre o seu uso ( especialmente em se tratar de um
equipamento de proteção respiratória para uso de emergência) e supervisão
direta e freqüente para assegurar-se que são usados corretamente.

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 Instruções teórica e prática para reconhecer e saber enfrentar situações de


emergência.
O treinamento deverá proporcionar as pessoas à oportunidade de provar o
equipamento, ajustá-lo corretamente, testar a vedação da peça facial usa-Ia em ar normal
por um período longo para familiariza-se com a mesma, e finalmente, usar o equipamento
numa atmosfera de teste.
O equipamento de proteção respiratória nunca deve ser usado se não for possível
obter uma vedação satisfatória. Diversas razões poderão impedir uma vedação facial
perfeita, como por exemplo: costeletas espessas, barba, e uma estrutura facial muito
particular.
INSPEÇÃO MANUTENÇÃO E REPAROS DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
RESPIRATÓRIA
A inspeção, manutenção e reparo adequados dos equipamentos de proteção
respiratória são obrigatórios para assegurar o êxito de um programa de proteção. A natureza
precisa do programa que varia grandemente, de acordo com o tipo e tamanho da empresa e
os equipamentos envolvidos. No entanto, o objetivo é manter o equipamento numa condição
tal, que seja tão eficiente como quando foi fabricado.
INSPEÇÃO
Todos os equipamentos deverão ser inspecionados periodicamente, antes e depois do
seu uso. Para os equipamentos usados apenas em emergências, o período de inspeção
variará de acordo com os desejos individuais, porém nunca deverão passar de 1 mês,
mesmo que não tenha sido usado.
Um registro das inspeções com as datas e resultados deverá ser mantido. Há muitas
diferenças nos equipamentos usados e mesmo entre a mesma classe de equipamentos
feitos por fabricantes diferentes. A melhor regra é seguir precisamente as recomendações do
fabricante.
MANUTENÇÃO
Todos os equipamentos de proteção respiratória deverão ser limpos e desinfetados
depois de cada uso. Outro aspecto de manutenção inclui a substituição das peças não
reutilizáveis, tais como: filtros e cartuchos, quando seja necessário substitui-los.
LIMPEZA E DESINFECCÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
Após o uso de qualquer equipamento torna-se necessário em geral, uma revisão,
manutenção e limpeza, por pessoa devidamente treinada para este fim.
Os equipamentos de proteção respiratória não fazem exceção à regra, muito pelo
contrário, estes equipamentos pelo fato de estarem em contato íntimo com o rosto e as vias

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respiratórias do usuário, devem ser cuidadosamente limpos e desinfetados após cada uso.
Para a limpeza utiliza-se água em abundância e um sabão neutro, de preferência em
pó ou líquido.
Após a lavagem das peças recomenda-se proceder à desinfecção, que poderá ser:
1. Com vapor de formaldeido e neutralização com amônia
2. Em banho de formaldeido
3. Em banho de desinfetante germicida

1- COM VAPOR DE FORMALDEÍDO –


no armário de desinfecção ou na máscara de desinfecção.

2 - EM BANHO DE FORMALDEÍDO –
submergir durante 10 minutos as peças em solução de formaldeído* à temperatura normal
(ambiente). A solução é preparada diluindo-se uma parte de solução de formaldeído em nove
partes de água. Enxaguar várias vezes e deixar secar.
Desejando-se secar os equipamentos de forma suspensa durante uma noite, o odor
de formaldeído desaparece_ se a secagem é feita por passagem de ar quente (no máximo a
70° C), o odor desaparece mais rapidamente. Quando os equipamentos forem reutilizados
logo após o banho com formaldeído, deve-se proceder a um banho neutralizador em
amoníaco. Uma parte de solução concentrada de amoníaco é diluída com 30 partes de água.
Banha-se então durante 5 minutos os aparelhos desinfetados e seca-se a seguir.

(*) a solução de formaldeído é encontrada no comércio com o nome usual de FORMALINA e


é constituída de gás formaldeido diluído em água a 400/0. Essa solução a ser diluída em 1:9
em água para se lavarem as peças.

3 - EM BANHO DE DESINFETANTE 2: ERMICIDA –


este método é eficiente e simples. Recomendamos o MILTON da Merrel-Moura Brasil Ltda.,
cuja ação é eficiente sem afetar os materiais que compõem as peças raciais dos
respiradores. Para sua utilização leia cuidadosamente as instruções da bula.

OBS: antes da desinfecção é imprescindível uma limpeza prévia absoluta. Não


recomendamos o uso de estufa para a secagem das peças. o uso de solventes é
prejudicial aos componentes.

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DICIONÁRIO:

Restrição de entrada na área física sos gasômetros. Componentes do Kit de emergência.

Gasômetro II – Reservatório de CO – Cap: 30.000 Altos Fornos I e II – Locais de geração de gás CO.
Nm3/h

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Extensão de ar comprimido respirável em uso. Componentes do Kit de emergência.

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