Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
C.I.P.A.
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
APOSTILA 3
SUMÁRIO
Desse modo muitas vidas poderão ser poupadas, a integridade física dos
trabalhadores será preservada além de serem evitados os danos materiais que
envolvem máquinas, equipamentos e instalações que constituem um valioso
patrimônio das empresas.
De acordo com o artigo 19º da Lei n.º 8213 de 24 de julho de 1991, “Acidente do
Trabalho é aquele que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou
perda, ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.
A CAT pode ser emitida pela empresa ou pelo próprio trabalhador, seus dependentes,
entidade sindical, médico ou autoridade (magistrados, membros do Ministério Público
e dos serviços jurídicos da União, dos estados e do Distrito Federal e comandantes
de unidades do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, do Corpo de Bombeiros e da
Polícia Militar) e o formulário preenchido tem que ser entregue em uma Agência da
Previdência Social.
Também devem ser informadas à Previdência Social por meio da CAT mortes de
segurados decorrentes de acidente de trabalho ou doença ocupacional.
Se ficar caracterizado que o acidente ocorreu por culpa do empregador ele deve
indenizar o trabalhador por danos materiais, físicos e morais. Se a empresa não emitir
a CAT, o próprio trabalhador pode procurar assistência do INSS ou solicitar ao
Sindicato que emita este documento.
Caso você sofra acidente de trabalho e não for assistido adequadamente por
sua empresa, você pode recorrer ao Ministério do Trabalho e Emprego e ao Sindicato
de sua categoria para que as providências sejam tomadas.
15.2 Procedimento
b) Carência: 12 contribuições;
c) Cálculo: 91%;
d) Pagamento: 16º dia do afastamento para empregados e desde a incapacidade para
os demais.
Os acidentes de trabalho não são uma fatalidade. Os acidentes não se dão porque o
destino assim quer, mas porque alguém ou alguma coisa o provoca. Isto significa que
um acidente é sempre a conseqüência de uma ou mais causas. A velha teoria da
fatalidade há muito que foi substituída pela teoria da causalidade.
Z Materiais defeituosos
Z Equipamentos em más condições
Z Ambiente físico ou químico não adequado
Todos os acidentes de trabalho devem ser participados, podendo fazer-se sob várias
modalidades:
Todos sofrem:
• a vítima, que fica incapacitada de forma total ou parcial, temporária ou permanente
para o trabalho;
• a família, que tem seu padrão de vida afetado pela falta dos ganhos normais,
correndo o risco de cair na marginalidade;
• as empresas, com a perda de mão-de-obra, de material, de equipamentos, tempo
etc., e, conseqüentemente, elevação dos custos operacionais;
• a sociedade, com o número crescente de inválidos e dependentes da
Previdência Social.
• Sofre, enfim o próprio país, com todo o conjunto de efeitos negativos dos acidentes
do trabalho.
Apresentamos abaixo uma possível classificação dos acidentes do trabalho que pode
auxiliar na escolha de métodos para sua investigação em condições de segurança do
trabalho heterogêneas, como as existentes em nosso Pais.
1 2 3
• Situação acidentogênica
Relatos desse tipo tem ocorrido em sistemas complexos, como usinas de energia
atômica, empresas aeroespaciais, indústrias químicas ... Nessas empresas,
consideradas seguras, geralmente a história do acidente revela tolerância pregressa
à presença de fatores que, isoladamente, não seriam suficientes para desencadeálo.
Tal tolerância provavelmente relaciona-se com o fato de cada uma das alterações,
isoladamente, não ser considerada perigosa.
É necessário salientar que, nessa classificação não existem limites estanques entre
um tipo de acidente e outro, mas toda uma gradação que vai de situações nas quais
os acidentes são fenômenos relativamente simples, com fatores causais
Acreditar que o acidente do trabalho é fruto da fatalidade implica em aceitar que não
há como preveni-lo. Concebê-lo como castigo de Deus, em buscar a solução em
orações.
A coleta de dados é uma fase crucial que deve ser realizada no próprio local de
ocorrência do acidente. Uma boa coleta deve possibilitar a compreensão de como o
acidente ocorreu, quase como se fosse possível visualizá-lo passo a passo.
A sistematização da coleta de dados facilita esta tarefa, além de ajudar a evitar que
aspectos importantes deixem de ser investigados. Em nossas investigações, mesmo
quando não utilizamos o método de Árvore de Causas, realizamos a coleta de dados
com auxílio de suas categorias de análise, ou seja, atividade em desenvolvimento,
desdobrada nos componentes:
Recomenda-se:
Durante as entrevistas, diante de expressões como "foi um descuido", "acho que não
prestei muita atenção", "fiz uma bobeira", utilizadas pelos próprios acidentados vítimas
de acidentes não fatais para descrever os episódios de que foram vítimas, é
imprescindível indagar - e, se necessário, insistir -, como foi o tal "descuido", a "falta
de atenção" ... procurando caracterizar o sentido da expressão utilizada pelo
trabalhador (ou testemunha, ou colega ... em casos de acidentes fatais). Sobretudo, é
da maior importância investigar suas causas. Freqüentemente os "descuidos" ocorrem
em situações de pressão de tempo para execução de tarefas (urgências de varias
naturezas e origens), ao final de turnos noturnos, ao final de jornadas de trabalho
prolongadas por horas-extras, em situações de fadiga evidente do trabalhador,
durante execução de tarefas anexas / secundárias, ou de tarefas eventuais, como por
exemplo as de manutenção.
Deve-se evitar:
• Interrupções precoces na coleta de dados, particularmente quando se trata de
comportamentos adotados durante a execução de tarefas - é importante
investigar suas origens, ao invés de simplesmente rotular como falha do
acidentado.
• Considerar prescrições ou normas como equivalentes à tarefa habitual e
padrão de referência para identificação de variações ou mudanças no sistema.
0 trabalho real não deve jamais ser confundido ou reduzido ao trabalho
prescrito. Procurar conhecer o trabalho real demanda tempo, entrevistas com
operadores, etc.
• Tomar como "causas" opiniões "a priori", que não foram adequadamente
investigadas, formando opiniões precoces acerca de causas do acidente que
vai ser investigado, "contaminando" e prejudicando a investigação.
• Aceitar como verdade informações sem verificar sua veracidade. A titulo de
exemplo, pode ser citado um fato ocorrido durante investigação de acidente
fatal em uma grande siderúrgica brasileira. Em reunião entre representantes
sindicais, técnicos de várias instituições, um representante da empresa afirmou
não ser possível a instalação de uma tampa no "panelão" que transportava aço
fundido para as lingoteiras. Isso porque a tampa provocaria modificações no
aço que eram incompatíveis com as especificações do produto.
Posteriormente, verificou-se que tal afirmação era falsa.
Os dados coletados devem ser organizados, isto é, deve ser elaborada uma descrição
coerente do acidente, baseada em fatos passíveis de serem observados /
constatados, sem emissão de juízos de valor e, ou interpretações, e que permita ao(s)
investigador(es) "visualizar" da maneira mais completa possível, como o episódio se
desenrolou. Esta etapa é fundamental na investigação. Embora aparentemente fáceis
de serem realizadas, boas descrições exigem treinamento. Pode-se considerar
adequada uma descrição cuja leitura permita a compreensão de como o acidente
ocorreu, por profissionais que não participaram da investigação.
19.5 A prevenção
A relação custo-benefício das medidas pode ser um dos critérios de seleção. Pode ser
usada em situações em que uma das medidas dentre as várias possíveis não oferece
benefícios adicionais e apresenta custo elevado ou relação custo / benefício elevada.
Cabe assinalar que os escalões hierárquicos superiores / gerências decidem que
medidas adotar, porém ressaltando que quem se expõe é o trabalhador. Se a empresa
não arcar com o custo da prevenção, ocorrendo o acidente, o custo passa para o
trabalhador e para a sociedade.
Qualquer que seja o tipo de acidente a ser investigado, a equipe de investigação deve
procurar instruir as empresas existentes em sua área de atuação, utilizando os meios
de divulgação adequados à realidade local, acerca da importância de receber as
informações sobre a ocorrência dos acidentes o mais rapidamente possível,
particularmente em se tratando de casos graves. Alem disso, deve divulgar a
importância de preservar o local do acidente facilitando a coleta de informações que,
com raras exceções, deve ser realizada no próprio local de ocorrência.