Você está na página 1de 41

DOENÇAS PROFISSIONAIS E E ACIDENTE DE

TRABALHO

1
Sumário

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 4

2. HISTORIA NA HUMANIDADE ............................................................................. 5

3. ESPECIES DE ACIDENTES DO TRABALHO ..................................................... 6

3.1 Acidente Típico ............................................................................... 6


3.2 Doenças Ocupacionais ................................................................... 7
Atípico (ou doença do trabalho) ................................................................. 8

Atípico ........................................................................................................ 8

3.3 Concausas ...................................................................................... 9


3.4 Acidente de Trajeto ....................................................................... 10
3.5 Outras Hipóteses .......................................................................... 10
4. BENEFÍCIOS E SERVIÇOS PRESTADOS PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL ...... 12

4.1 Auxilio Doença Acidentário ........................................................... 12


4.2 Auxilio Acidente ............................................................................. 13
4.3 Aposentadoria por Invalidez .......................................................... 13
4.4 Pensão por Morte .......................................................................... 14
4.5 Habilitação e Reabilitação Profissional ......................................... 16
5. SEGUROS ......................................................................................................... 18

6. RESPONSABILIDADES DA EMPRESA ............................................................ 22

7. BENEFÍCIOS ..................................................................................................... 24

8. PREVENÇÃO DE ACIDENTES ......................................................................... 29

9. CIPA – "COMISSÃO INTERNA DE "PREVENÇÃO DE ACIDENTES" .............. 31

10. CUSTOS DO ACIDENTE ................................................................................. 34

11. ACIDENTE DE TRABALHO ............................................................................. 35

Classificação dos acidentes de trabalho ............................................. 35


Exceções ............................................................................................ 35
Verificação .......................................................................................... 36
Comunicação de Acidentes de Trabalho - CAT .................................. 36
Auxílio-doença .................................................................................... 36

1
Pagamento do auxílio-doença............................................................. 37
Cessação do benefício ........................................................................ 37
Auxílio-acidente................................................................................... 37
Pagamento do auxílio-acidente ........................................................... 38
12. REFERÊNCIAS................................................................................................ 39

2
NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

3
1. INTRODUÇÃO

As relações de emprego nem sempre são favoráveis para ambas as partes -


empregador e empregado. Na maioria das vezes, o trabalhador é tratado em situação
de inferioridade em relação ao detentor dos meios de produção. O empregador nem
sempre cumpre com o seu dever de diligência fornecendo os equipamentos de
proteção individual e as condições de trabalho necessárias ao desenvolvimento das
atividades laborativas. Assim, este desleixo pode gerar danos ao empregado, tal
como o acidente do trabalho. Neste enfoque, este trabalho procura enfatizar quais os
benefícios previdenciários que o trabalhador acidentado possui.

É considerado acidente de trabalho toda lesão corporal ou perturbação da


capacidade funcional que, no exercício do trabalho, ou por motivo dele, resultar de
causa externa, súbita, imprevista ou fortuita, que cause a morte ou a incapacidade
para o trabalho, total ou parcial, permanente ou temporária. A constituição federal, em
seu artigo 7º, inciso XXVIII, declara que é direito dos trabalhadores o seguro contra
acidentes do trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. A lei 8.213 de 24 de julho de 1991,
em seu artigo 19 conceitua acidente de trabalho como aquele "...que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos
segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho".

Em 26 de dezembro de 2006, a Lei n. 11430 introduziu o art 21-A na Lei n.


8213/91, instituindo o nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo,
decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora
da incapacidade. Esta criação teve a finalidade de combater a subnotificação dos
acidentes do trabalho, no ano de 2008 pelo mecanismo do nexo epidemiológico foram
detectados 204957 casos de acidente do trabalho sem a emissão da comunicação de
acidente do trabalho correspondente.

O art. 7, XXVIII da Constituição Federal garante aos trabalhadores o direito aos


benefícios do seguro contra acidentes do trabalho, independente da indenização a

4
que o empregador está obrigado quando ocorrer dolo ou culpa por parte do mesmo.
Para o trabalhador postular seus direitos, exige se primeiro que o fato esteja
enquadrado nas hipóteses previstas na Lei n. 8213/91, que determina como acidente
trabalho.

Em sua maioria, os acidentes de trabalho são evitáveis, bastando a adoção de


simples medidas, como o uso de equipamentos de proteção individual (fornecidos
obrigatoriamente pelas empresas). Grande parte dos trabalhadores não faz uso
desses equipamentos, com destaque para o ramo da construção civil. Os acidentes
de trabalho e seus equiparados são passíveis de compensações como auxílio-
doença, auxílio-acidente, habilitação e reabilitação profissional e pessoal,
aposentadoria por invalidez e pensão por morte, cuja responsabilidade pela prestação
é do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

2. HISTORIA NA HUMANIDADE

Acidentes do trabalho sempre foram problemas para a humanidade, os


acidentes surgiram como consequência da necessidade do homem lutar pela
subsistência, fato que aconteceu há muito tempo; os acidentes devem ter sido
interferências indesejáveis nas atividades humanas. Por muitos séculos os acidentes
do trabalho foram vistos como ocorrências inerentes ao exercício do trabalho, não
despertavam maiores interesses sociais do que a recuperação dos acidentados,
quando possível, e não tinham repercussão como problema econômico; os acidentes
eram aceitos como algo inerente ao meio de trabalho e os acidentados como que um
subproduto do meio. Outros danos ocasionados pelos acidentes já exerciam
influência nos custos do trabalho ou do produto, embora o assunto não despertasse
grande interesse empresarial.

5
3. ESPECIES DE ACIDENTES DO TRABALHO

Não existe em nossa legislação um conceito que abranja todas as situações que
comportam o acidente do trabalho, que gera incapacidade laboral, a lei define o
acidente apenas no sentido estrito, denominando-o acidente típico, mas acrescentou
outra situações que se equiparam a este para os efeitos legais, isto ocorre porque
tem situações que não se encaixam no conceito estrito de acidente do trabalho, entre
estas se tem as doenças decorrentes do processo laboral, acidentes ou doenças
geradas por causas diversas, associadas a fatores do trabalho e extra laborais, os
chamados concausas, acidentes ocorridos fora do local da prestação do serviço, mas
com vínculo direto com o empregador, temos também os acidentes de trajeto no
percurso de ida e volta ao local da prestação do serviço.

3.1 Acidente Típico


Este é o tipo de acidente mais comum, e acontece dentro da empresa durante
o horário de expediente. É o caso, por exemplo, de quando o trabalhador cai de uma
escada ou se machuca ao manusear um equipamento pesado. O conceito de
acidente teve redações diferentes em cada uma das leis acidentarias, sendo
aperfeiçoado seu conceito nas ultimas legislações, o acidente é um evento, a
ocorrência de um determinado fato, que provoca lesão imediata, podendo ser
traumáticas com ferimentos externos ou internos, podendo também resultar em

6
efeitos tóxicos, infecciosos ou somente psíquicos. As causas do acidente permitem
classificar o mesmo em diversas espécies, como acidente do trabalho, acidente de
transito, etc; as consequências também auxiliam a classificar o acidente, acidente
com ou sem danos pessoais, acidente com ou sem danos materiais, acidente grave,
acidente fatal, etc.

Oliveira, define acidente de trabalho da seguinte forma:

"O acidente de trabalho considerado pela regulamentação legal do Seguro de


Acidentes do Trabalho é toda ocorrência casual, fortuita e imprevista que atende
conjugadamente os seguintes requisitos: quanto à causa: o acidente que decorreu do
exercício do trabalho a serviço da empresa - o que justifica o tipo: acidente do
trabalho, quanto a consequência: o acidente que provocou lesão corporal ou
perturbação funcional causando a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade do trabalho.”

Para a caracterização do acidente é necessário que entre a atividade do


empregado e o acidente ocorrido, ocorra uma relação de causa e efeito, denominada
de nexo causal; todo trabalhador pode sofrer um acidente em sua própria residência
efetuando uma pequena reforma, ou em uma viagem de férias, nestas hipóteses não
existe nexo causal do fato com a prestação decorrente do contrato do trabalho. O
conceito de acidente determina que ocorra lesão corporal ou perturbação funcional;
tecnicamente quando não ocorre lesão ou perturbação física ou mental do
trabalhador, não aconteceu o evento acidente do trabalho, porem nem sempre a
perturbação funcional e detectada imediatamente, pode acontecer a manifestação
tardia ou demorada do nexo causal, existem casos que as perturbações nervosas se
apresentam dias depois de ter ocorrido o acidente do trabalho. Para completar o
conceito e necessário que o fato acarrete a morte, ou a perda ou a redução
permanente ou temporária da capacidade laboral, o afastamento para realizar um
curativo ou da visita a um hospital não caracteriza a incapacidade temporária.

3.2 Doenças Ocupacionais


Quando um determinado trabalhador exerce uma atividade ou profissão que
pode produzir ou desencadear certas patologias, em que o nexo causal da doença
com a atividade profissional é presumido, recebe o nome doença profissional típica,
como exemplo se tem o trabalhador empregado de uma mineradora que fica exposto

7
na sua atividade ao pó de sílica e contrai a silicose, basta para o trabalhador
comprovar a prestação de serviço na atividade e o acometimento da doença
profissional.

A doença do trabalho, e considera doença profissional atípica, tem origem na


atividade laboral, mas seu surgimento não está vinculada necessariamente a sua
profissão, surge de forma em que a atividade é prestada ou das condições especificas
do ambiente do trabalho, o exemplo mais claro na atualidade são a LER/DORT, que
podem ser adquiridas ou desencadeadas em qualquer atividade, sem estar vinculado
diretamente a determinada profissão. A doença do trabalho não tem nexo causal
presumido, e exigido a comprovação de que a patologia se desenvolveu em razão
das condições especificas em que a atividade laboral foi praticada.

A Lei n. 8213/91 dispoe sobre doenças ocupacionais com a seguinte redação:

"Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as


seguintes entidades mórbidas:

I- Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercicio


do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social:

II - Doença do trabalho, assim entendida a adquinda ou desencadeada em função de


condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente, constante da relação mencionada no inciso I".

Atípico (ou doença do trabalho)


São os acidentes que acontecem dentro ou fora da empresa, devido ao exercício do
trabalho, que a lei assemelha aos acidentes de trabalho típico.

Atípico
Os acidentes de trabalho atípicos estão descritos nos artigos 20 e 21 da Lei nº
8.213/91, e são:

 Doenças profissionais;
 Doença do trabalho;
 Acidentes que, embora não tenham sido a única causa, contribuíram
diretamente para a morte ou perda da capacidade laborativa;

8
 Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por colega de trabalho ou
terceiro;
 Imprudência, negligência ou imperícia de colega de trabalho ou terceiro;
 Ato de pessoa privada do uso da razão;
 Desabamento, inundação, incêndio e outras fatalidades;
 Contaminação acidental durante o trabalho;
 Acidente sofrido na execução de ordem ou realização de serviço fora do
horário e local de trabalho;
 Viagem a mando da empresa, inclusive para estudo e capacitação quando
financiada pelo empregador;
 Acidente durante os períodos destinados a alimentação e descanso.

3.3 Concausas
Na ocorrência do acidente do trabalho, podem existir causas relacionadas ao
exercício da atividade profissional com outras extra laborais, sem qualquer relação
com a função exercida pelo empregado. Pode acontecer de o acidente ocorrido ser
agravado por outra causa, por exemplo, um erro cirúrgico no atendimento hospitalar
ou a superveniência de uma infecção por tétano, depois de um pequeno ferimento de
um trabalhador. Para a aceitação da etiologia multicausal, e necessário a existência
de uma causa decorrente da atividade laboral, que haja contribuído diretamente para
o acidente de trabalho ou situação equiparável. A concausa não dispensa a causa de
origem laboral, deve ser verificado se a atividade laboral atuou como fator contributivo
do acidente ou doença ocupacional; se atuou como fator desencadeante ou agravante
de doenças preexistentes ou, ainda, se provocou a precocidade de doenças comuns,
mesmo daquelas de cunho degenerativo ou inerente ao grupo etário.

A atual legislação prevê expressamente esta situação:

"Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:

I- O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação".

9
3.4 Acidente de Trajeto
Acontece durante o percurso do trabalhador de sua casa até o local de trabalho,
tanto no início e final do expediente quando no horário de almoço. É uma espécie de
acidente do trabalho que vem aumentando consideravelmente nos últimos anos, é o
chamado acidente in itinere, este aumento pode ser atribuído aos acidentes com
motociclistas, o número de acidentes de transito no pais é assustador. O acidente de
trajeto esta disciplinado atualmente pela Lei 8213/91, da seguinte forma:

"Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei.

IV -O acıdente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer


que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado".

Existem grandes controvérsias em relação do entendimento do percurso da


residência para o local do trabalho ou deste para aquela, com muita frequência o
trabalhador desvia-se do percurso original por algum interesse particular, para fazer
pequenas compras, praticar uma atividade de lazer, ir à farmácia, etc. Para
estabelecer o nexo causal com o acidente são aceitos pequenos desvios são
tolerados a algumas variações quanto ao tempo do deslocamento, desde que
compatíveis com o percurso do trajeto. Na esfera administrativa, a Previdência Social
não considera acidente do trabalho quando o segurado por interesse pessoal
interrompe ou altera o percurso habitual. Deve-se apresentar o boletim de ocorrência
caso haja registro policial. No caso do trabalhador ter mais de um emprego, será
considerado também acidente de trajeto aquele ocorrido no percurso de um local de
trabalho para o outro.

3.5 Outras Hipóteses


A Lei n. 8213/91 equipara ao acidente de trabalho outras situações:

"Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei.

II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em


consequência a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou
companheiro de trabalho;

10
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada
ao trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de impericia de terceiro ou de companheiro


de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão:

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força


maior:

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercicio de


sua atividade;

IV - O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuizo


ou proporcionar proveito:

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente
do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado:

$1° Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasido da satisfação


de outras locomoções utilizadas, inclusive veículo de propriedade do segurado:

$ 1° Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação


de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o
empregado é considerado no exercício do trabalho.

$ 2° Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão


que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às
consequências do anterior".

Estes acidentes do trabalho descritos neste dispositivo acontecem raramente,


são situações que acontecem no local e no horário de trabalho, mas não estão
relacionadas diretamente com a atividade laboral do empregado, apesar do vínculo
causal direto. São também indicados os acidentes ocorridos fora do local ou horário
de trabalho, mas com vinculação direta com o cumprimento do contrato laboral.

11
4. BENEFÍCIOS E SERVIÇOS PRESTADOS PELA PREVIDÊNCIA
SOCIAL

Os trabalhadores quando sofrem um acidente de trabalho, passam a ser


beneficiários da Previdência Social, os benefícios prestados pela mesma são o auxílio
doença acidentário, o auxilio acidente, a aposentadoria por invalidez e a pensão por
morte. O ente social presta serviços também de habilitação e reabilitação profissional.
Estes benefícios são diretamente ligados à atividade laboral, não sofrem de carência,
ocorrendo o acidente que resulte em uma lesão no ambiente de trabalho, o benefício
passa a ser devido pela Previdência Social, o trabalhador já consta como segurado
do ente social.

4.1 Auxilio Doença Acidentário


É um benefício com pagamento mensal, concedido aos trabalhadores
segurados que sofrem um acidente e ficam incapacitados para a atividade laboral por
um período maior de 15 dias. A Previdência Social da o código de B/91 a este
benefício, nos primeiros 15 dias do afastamento do trabalhador, quem efetua o
pagamento é o empregador, a partir do décimo sexto dia o pagamento passa a ser
efetuado pela previdência. A incapacidade precisa ser total e temporária, impedindo
o trabalhador de exercer suas atividades. A Lei n° 8213/91 prevê no artigo:

"Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando
for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos".

12
A remuneração paga pela previdência neste benefício é de 91% do salário do
acidentado, o art 61 da Lei 8213/91 determina este valor, quando recupera sua
capacidade, o trabalhador deixa de receber o benefício.

4.2 Auxilio Acidente


Quando um trabalhador sofre um acidente, depois de sua recuperação, estando
com alta média previdenciária e restarem sequelas permanentes no se organismo,
que o impedem de realizar a mesma atividade laborativa, ou diminui sua capacidade,
demandando um maior esforço do mesmo para desenvolvê-las, podendo realizar
outra atividade, este trabalhador tem direito ao auxilio acidente, benefício que recebe
o código B/94 da Previdência Social. O artigo 86 da Lei n. 8.213/91, com redação
alterada pela Lei n. 9.528/97, determina o seguinte:

*Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando,


após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza,
resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que
habitualmente exercia”.

O Anexo III do Decreto 3.048/99, relaciona situações que dão direito ao


benefício, quando do acidente restarem sequelas em diversas partes do corpo, por
exemplo no aparelho auditivo, da fonação, visual, prejuízo estético, perda de
segmento de membros, alterações articulares, encurtamento de membros inferiores,
redução da força e/ou da capacidade funcional dos membros, e ainda sobre outros
membros dos quais cita os pulmões e aparelho digestivo.

O trabalhador recebe mensalmente por este benefício o valor, corresponde a


50% do salário de benefício, devendo ser pago até a data da aposentadoria ou morte
do segurado, sendo a data de benefício, devendo ser pago até a data da
aposentadoria ou morte do segurado, sendo a data de início do benefício, o dia
seguinte da cessação do auxílio-doença.

4.3 Aposentadoria por Invalidez


O trabalhador quando provar que a sua capacidade e total e permanente terá o
direito a concessão do benefício de aposentadoria por invalidez, sem condições de

13
reabilitação, através da perícia médica realizada pela Previdência Social, não
importando a sua idade, apenas as condições laborais do segurado.

Este benefício está codificado pela Previdência Social como B/92, previsto no artigo
42 da Lei n.8.213/91:

"Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a
carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxilio-
doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer
nesta condição”.

O§ 2 do artigo do diploma legal, informa que em casos em que a doença ou lesão de


que o segurado já era portador anteriormente a filiação ao Regime Geral de
Previdência Social, não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, com
exceção nos casos em que a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou
agravamento dessa doença ou lesão por culpa do trabalho.

A data de início do benefício será no dia imediato ao da cessação do auxílio-


doença. Se o segurado não estiver em gozo do auxílio, a data de início da
aposentadoria por invalidez será o décimo sexto dia do afastamento do trabalho. O
valor mensal deste benefício será de 100% do salário de benefício. Existem casos
que ocorre uma majoração em 25% do valor, de acordo com o artigo 45 da Lei n.
8.213/91, que se destina aos aposentados por invalidez que necessitam de
assistência permanente de outra pessoa.

4.4 Pensão por Morte


Em nosso ordenamento jurídico, não ocorre distinção entre morte natural do
segurado e morte causada por acidente do trabalho, sendo o mesmo direito para os
dependentes daquele que vier a óbito. O benefício de pensão por morte acidentária
está codificado pela Previdência Social como B/93, e conforme determina o artigo 74
da Lei n. 8.213/91, é destinado aos dependentes do segurado que estão classificados
no artigo 16 do mesmo diploma, no seguinte teor:

"Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de


dependentes do segurado:

14
I - O cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer
condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência
intelectual ou mental ou deficiência grave;

II - Os pais,

III -O irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;

$ 1° A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito


às prestações os das classes seguintes.

$ 2° O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do


segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida
no Regulamento.

$ 3° Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada,


mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do
art. 226 da Constituição Federal.

$ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a


das demais deve ser comprovada.

A pensão por morte é devida aos dependentes do segurado a partir da data do


óbito quando requerida em até 90 (noventa) dias e ainda pode ser a partir da data da
decisão judicial no caso de morte presumida. A duração do benefício é pelo período
que perdurar a qualidade de dependente, será extinto no caso de morte do
pensionista, ou para o dependente que completar 21 anos idade ou for emancipado,
e nos casos em que o declarado inválido vier a ter um parecer contrário através de
perícia médica da Previdência Social, tendo sua capacidade física ou mental
recuperada e desta forma não fazendo mais jus a pensão.

O valor da pensão por morte é de 100% (cem por cento) ao do valor da


aposentadoria que o segurado recebia ou daquela que teria direito no caso de estar
aposentado por invalidez na data de seu falecimento (artigo 75 da Lei n. 8.213/91).
Este valor será dividido entre todos os dependentes em partes iguais e assim que um
perder a qualidade de dependente, o valor será redistribuído entre os restantes.

15
4.5 Habilitação e Reabilitação Profissional
É um serviço prestado pela Previdência Social destinado ao segurado ou seu
dependente, incapacitado totalmente ou parcialmente, ainda para os portadores de
deficiência, para que esses tenham a chance de se reabilitar ou se adaptar
profissionalmente voltando para o mercado de trabalho ou até retomando seu
emprego de antes do acidente. O artigo 89 da Lei n. 8.213/91 prevê o seguinte:

"Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao


beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e as pessoas
portadoras de deficiência, os meios para a (re) educação e de (re) adaptação
profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto
em que vive.

Parágrafo único. A reabilitação profissional compreende:

a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para


locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada
por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e reabilitação social e
profissional:

b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior


desgastados pelo uso normal ou por ocorrência estranha à vontade do beneficiário;

c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário ".

O processo de habilitação e reabilitação será desenvolvido pela Previdência


Social, conforme determina o artigo 137 do Decreto n. 3.048/1999, por meio das
funções básicas de avaliação e definição da capacidade laborativa residual; avaliação
do potencial laboral; orientação e acompanhamento da programação profissional;
articulação com a comunidade, inclusive mediante a celebração de convênio para
reabilitação física restrita a segurados que cumpriram os pressupostos de
elegibilidade ao programa de reabilitação profissional, com vistas ao reingresso no
mercado de trabalho; e acompanhamento e pesquisa da fixação no mercado de
trabalho.

Os encaminhamentos para a habilitação e reabilitação, deverão ser feitos pela


Previdência Social, levando em conta o menor deslocamento para o segurado,
podendo ainda, ser realizados fora do domicilio do segurado se este preferir. Caso

16
estes serviços tenham de serem realizados fora do domicilio do segurado por motivos
da própria Previdência Social, ela deverá custear as despesas com transporte e ainda
pagar diária ao segurado pelos gastos que terão durante o dia ou dias que estarão
fora de seu domicilio.

O acidente de trabalho provoca uma mudança radical em uma vida ou em várias


vidas, pois os dependentes também são afetados pela mudança. O trabalhador que
acidenta, sofre com a dor do trauma causado pelo acidente, com o futuro inseguro e
incerto, e ainda com o sentimento de impotência perante as atividades que antes
executava.

Precisamos minimizar, todas as formas possíveis de ocorrência de um acidente


de trabalho, seja com treinamentos, com equipamentos de segurança (epi e epc),
fiscalização, com políticas de prevenção dentro das empresas. A Previdência Social
tem um papel importante perante o segurado, que além de indenizá-lo com o
benefício que tem direito, procura e tenta a habilitação e reabilitação e profissional,
devolvendo o ao mercado de trabalho ou até mesmo ao seu emprego de antes do
acidente.

Podemos concluir, então, que para melhorarmos as relações de emprego


devemos todos, empregados e empregadores, realizarmos a nossa parte, e
principalmente fazermos algo básico, mas que parece ser tão difícil, respeitar o outro.

17
5. SEGUROS

A Lei n° 5.316 de 14 de setembro de 1967 consagra, de maneira definitiva a tese do


monopólio estatal desse ramo de seguros, em seu artigo 1° e parágrafo único, "in
verbis":

"Art. 1.° – O seguro obrigatório de acidentes do trabalho, de que trata o artigo 158,
ítem XVII da Constituição Federal, será realizado na previdência social.

Parágrafo único: Entende-se como previdência social, para os fins desta Lei, o
sistema de que trata a Lei n° 3.807 de 26 de agosto de 1960, com as alterações
decorrentes do Dec.-lei n° 66 de 21 de novembro de 1966."

Já o decreto-lei n° 7.036 de 10 de novembro de 1944, em seu artigo 111, vedava a


concessão, a partir da vigência daquele diploma legal, a outras seguradoras
particulares, para operar nesse ramo.

A nova legislação define:

"acidente do trabalho será aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho, a serviço da
empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a
morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o
trabalho".

Doença do trabalho será:

18
"qualquer das chamadas doenças profissionais, inerentes a determinados ramos de
atividade e relacionadas em ato do Ministro do Trabalho e Previdência Social, bem
como a doença resultante das condições especiais ou excepcionais em que o trabalho
for realizado, desde que diretamente relacionada com a atividade exercida (Decreto-
lei n° 893 de 26/09/1969)".

Mesmo que o acidente não tenha sido a causa única, ele é considerado uma
concausa, isto é, uma causa que concorre com outra para determinado fim. A causa
propriamente dita, a traumática gera determinados defeitos e as concorrentes
contribuem para que eles aconteçam.

As concausas podem ser:

a) preexistentes;

b) supervenientes e

c) concamitantes.

São preexistentes quando antecedem o traumatismo. O hemofílico pode falecer


em consequência de uma grave hemorragia, após um ligeiro traumatismo. Ela é
superveniente quando sucede ao acidente. Um pequeno acidente, infectado pelo
tétano, pode causar a morte. Será concomitante, quando ocorre simultaneamente
com o acidente. Um desfalecimento que provoca uma queda pode ocasionar a fratura
da base do crâneo, ocasionando a morte.

Será também considerado acidente do trabalho, nos termos do art. 3°:

a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiro, inclusive companheiro


de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada


com o trabalho;

c) ato de pessoa privada do uso da razão;

d) ato de imprudência ou negligência de terceiro, inclusive companheiro de trabalho;

19
e) desabamento, inundações ou incêndio;

f) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

Fora do local e do horário de trabalho, a lei qualifica como acidente do trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo


ou proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção utilizado,


inclusive veículo de propriedade do empregado;

d) no percurso da residência para o trabalho, deste para àquela.

Parágrafo único. Nos períodos destinados a refeições ou descanso, ou por ocasião


da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante
este, o empregado será considerado a serviço da empresa.

Equipara-se ao acidente do trabalho, a doença do trabalho, e ao acidentado o


trabalhador acometido de doença do trabalho (artigo 5°).

As doenças degenerativas ou inerentes a grupo etários, não são enquadradas na Lei.

Quando se trata de acidente é fácil determinar a data do início, o mesmo não


ocorre com as doenças que evoluem lenta e progressivamente, admitindo-se como
data do início a da comunicação dela à empresa. O acidente do trabalho, para ser
bem compreendido e para que as normas que disciplinam a matéria possam ser
fielmente interpretadas, deve ser situado, antes de tudo na sua verdadeira posição,
como um evento de grande recuperação social.

Se não detivermos nossa atenção no reflexo que o acidente do trabalho provoca


no seio do grupo humano, nós não poderemos perceber suas perspectivas mais
profundas, não teremos como justificar os novos rumos abertos pelo legislador, não
saberemos bem aplicar as suas leis, porque desconheceremos o espírito que as

20
anima e não conseguiremos enfim, encontrar – na busca incessante de melhores
normas para maior felicidade do homem – caminhos ainda ignorados.

Acidente é um vocábulo que indica um acontecimento que determina,


fortuitamente, danos às pessoas e às coisas. O seguro obrigatório de acidentes do
trabalho tem em mira apenas o obreiro enfermo, mutilado, marginalizado pelo dano
que sua atividade laborativa lhe causou. Os prejuízos materiais são cobertos por
outras apólices de seguradoras particulares. Se não houvesse leis que garantissem
os acidentados e seus familiares, estariam sujeitos ao desemprego, ao marginalismo
e à indigência, quando incapacitados. A sociedade deve criar sistemas de segurança
que garantam os meios de subsistência do indivíduo, quando privado da saúde.

A segurança social deve garantir a cada indivíduo, o necessário para uma vida
digna, quando por motivo de força maior deixar de produzir. O número alarmante e
cada vez maior, de acidentes do trabalho no país, forçou o legislador a estabelecer
normas disciplinando a matéria, visando também preveni-los. Todo acidente é súbito,
violento e fortuito, porque ocorre em um pequeno lapso de tempo, produz danos
físicos e é involuntário. Os prevencionistas conceituam acidente de trabalho como
toda ocorrência inesperada, não programada que interfere com o andamento normal
do trabalho e da qual possa resultar lesão ao trabalhador. Esse conceito enfatiza a
perda de tempo e os prejuízos econômicos advindos do acidente, considerando as
lesões como um fato ocasional.

São características patogênicas das doenças profissionais:

a) os sintomas devem aparecer, idênticos em vários trabalhadores que se dedicam à


mesma profissão, no mesmo estabelecimento ou, preferentemente, para melhor
conceituação do caráter profissional da moléstia, em estabelecimentos distintos;

b) deve ficar claramente evidenciado que a moléstia tem como causa a atividade
desenvolvida pelo trabalhador na empresa, seja pelas condições de serviço, seja
pelos métodos empregados;

c) que a Lei as reconheça como tal.

21
6. RESPONSABILIDADES DA EMPRESA

Em caso de acidente do trabalho ou de doença do trabalho, a morte ou a perda


ou redução da capacidade para o trabalho darão direito, independentemente de
período de carência, às prestações previdenciárias cabíveis, concedidas, mantidas,
pagas e reajustadas na forma e pelos prazos da legislação de previdência social. A
pensão será devida a contar da data do óbito, e o benefício por incapacidade, do 16°
dia seguinte ao do acidente, cabendo à empresa pagar o salário integral do dia do
acidente. A empresa contribuirá com 0,4°/o da folha de salário-de-contribuição dos
empregados, se os riscos forem leves ou de 0,8% nos demais casos.

A empresa poderá responsabilizar-se apenas pelo pagamento do salário integral


do dia do acidente, sendo o benefício por incapacidade devido, nessa hipótese, a
contar do 1° dia seguinte e a contribuição será de 0,5% ou de 1% da folha de salários-
de-contribuição, conforme a natureza da atividade da empresa. A empresa deverá,
salvo em caso de impossibilidade absoluta, comunicar o acidente do trabalho à
Previdência Social dentro de 24 hs, sob pena de uma multa variável de uma a 10
vezes o maior salário mínimo vigente no País. O custeio das prestações por acidente
do trabalho é da alçada exclusiva da empresa. Quando as contribuições referidas são
insuficientes para cobrir as despesas, o INPS é competente para estabelecer uma
contribuição adicional até no valor de 25% do valor das contribuições já referidas, se
as condições de risco assim aconselharem.

A contribuição adicional será fixada:

22
a) coletivamente, por classes, conforme a atividade da empresa;

b) individualmente, por empresa, de acordo com a respectiva experiência ou


condições de risco.

A relação das taxas correspondentes às diferentes atividades constituirá a tarifa


das contribuições, para o custeio do seguro de acidente do trabalho, cuja fixação e
revisão competem ao serviço atuarial. Será estabelecida e anualmente revista
mediante proposta do INPS, em relação às diferentes atividades, com base na
estatística referente ao triênio anterior. A taxa de contribuição da empresa poderá ser
alterada com base em suas condições de risco, quando estas sofrerem alteração
apurada em inspeção.

A nova taxa não poderá majorar nem reduzir a anterior de mais de 20%. A
inspeção será feita pelo INPS, de ofício ou a requerimento da empresa, e o relatório
respectivo deverá conter o estudo do risco, aí incluídas as medidas de prevenção de
acidentes e os dados previstos em laudo padronizado de inspeção do risco. A decisão
do INPS será comunicada à empresa mediante notificação, sob registro postal, com
recibo de volta ou quando possível, entregue diretamente, contra recibo.

As contribuições referentes ao seguro de acidentes do trabalho serão recolhidas


ao INPS juntamente com as da Previdência Social e nos mesmos prazos. A empresa
será obrigada a prestar ao INPS as informações e esclarecimentos necessários ao
desempenho de suas atribuições fiscalizadoras, inclusive permitindo visitas para
inspeção de riscos. A falta de oportuno recolhimento das contribuições sujeitará o
responsável aos juros, multas, e correção monetária relativos ao débito. Nessas
condições, não poderá ser fornecido pela Previdência Social certificado de
regularidade de situação ou de quitação. Em caso de insolvência da empresa, os
créditos previdenciários e securitários são privilegiados.

Nas localidades onde o INPS não dispuser de recursos próprios ou contratados,


a empresa prestará ao acidentado assistência médica de emergência e, quando
indispensável, a critério médico, providenciará sua remoção. O INPS reembolsará a
empresa das despesas dessa assistência até limites compatíveis com os padrões de
local de atendimento.

23
7. BENEFÍCIOS

Os benefícios do INPS abrangem:

a) auxílio doença;

b) aposentadoria por invalidez;

c) pensão por morte;

d) auxílio acidente;

e) pecúlio;

f) abono especial previdenciário;

g) assistência médica e

h) reabilitação profissional.

São regidos pela Lei n°. 5.326/67 para os empregados urbanos e aos trabalhadores
avulsos e pelo Decreto-lei n°. 7.036/44, todos os empregados não abrangidos no
regime geral da Previdência Social.

24
a) Auxílio doença: valor igual ao do salário de contribuição devido ao empregado no
dia do acidente, deduzida a contribuição previdenciária 8%, não podendo ser inferior
ao seu salário de benefício (média aritmética dos 12 últimos salários de contribuição)
com a mesma dedução. O pagamento dos dias de benefício, quando a sua duração
for inferior a um mês, será feito na base de 1/30 de seu valor mensal. Nenhum
benefício por acidente do trabalho poderá ser inferior ao salário mínimo do local de
trabalho do acidentado e nem superior a dez vezes este valor. O direito ao auxílio
doença, à aposentadoria por invalidez ou à pensão, exclui o direito aos mesmos
benefícios nas condições da Lei Orgânica da Previdência Social. O auxílio doença, à
aposentadoria por invalidez e à pensão, dará direito também ao abono especial
previdenciário.

O auxílio doença será devido ao acidentado que ficar incapacitado para o seu trabalho
por mais de 15 dias. Será devido a contar do 16°. dia seguinte ao do acidente,
cabendo à empresa pagar o salário integral do dia do acidente e dos 15 primeiros
dias seguintes e será mantido enquanto o acidentado continuar incapaz para o seu
trabalho. Se a empresa se responsabilizou apenas pelo salário integral do dia do
acidente devido a sua tarifa de contribuição, o auxílio doença, nessa hipótese, será
devido a contar do primeiro dia seguinte ao do acidente.

O acidentado em gozo de benefício por incapacidade ficará obrigado, sob pena de


suspensão do benefício, a submeter-se aos exames, tratamentos e processos de
reabilitação profissional prescritos e proporcionados pelo INPS.

b) Aposentadoria por invalidez: valor mensal igual ao do salário de contribuição devido


ao empregado no dia do acidente, não podendo ser inferior ao seu salário de
benefício. Será majorado em 25% se, em consequência do acidente, necessitar de
assistência permanente de outra pessoa.

Terá direito à aposentadoria por incapacidade todo o acidentado que mediante


avaliação da sua capacidade, obedecendo os critérios e tabelas estabelecidos pelo
serviço Atuarial, apresentar uma redução superior a 60%. Caberá à perícia médica
determinar o grau e a extensão das lesões e a relação técnica de causa e efeito entre
o acidente e a incapacidade.

25
c) Pensão por morte: Será igual ao do salário de contribuição devido ao acidentado
no dia do acidente. Ela será devida aos dependentes do acidentado, a contar da data
do óbito. Quando houver mais de um pensionista, a pensão será ratiada entre todos,
em partes iguais. A cota daquele cujo direito à pensão cessar, reverterá em favor dos
demais. Quando a morte do acidentado aposentado por invalidez não resultar de
acidente, o valor da aposentadoria vigente na data do óbito servirá de base para o
cálculo da pensão.

d) Auxílio acidente: consistirá em uma renda mensal, reajustável na forma da


legislação previdenciária e calculada na mesma percentagem da redução de
capacidade, verificada sobre o valor do salário de contribuição devido ao acidentado
no dia do acidente, não podendo ser inferior ao seu salário de benefício. Será devido
ao acidentado que sofrer redução permanente da capacidade para o trabalho em
percentagem superior a 25°/o e inferior a 60%.

e) Pecúlio: consistirá em um pagamento único, cujo valor será calculado mediante


aplicação da percentagem de redução da capacidade ao valor correspondente a 72
vezes o maior salário mínimo mensal vigente no País na data da autorização do
pagamento. Será devido:

1.°) ao acidentado com redução permanente da capacidade para o trabalho em


percentagem igual ou inferior a 25%;

2.°) em caso de morte;

3.°) em caso de invalidez, quando a aposentadoria previdenciária for igual ou superior


a 90% do salário de contribuição, no dia do acidente, não podendo ser inferior ao seu
salário de benefício.

O pecúlio será devido, independentemente dos benefícios por incapacidade ou por


morte, ao que o acidentado ou seus dependentes tiverem direito.

f) Abono especial de previdenciário: a importância será paga até o dia 15 de janeiro


do exercício seguinte ao vencido e corresponde a 1/12 do valor anual da
aposentadoria ou pensão que o segurado ou seus dependentes tiverem percebido na
respectiva Instituição. O abono especial será devido aos aposentados e pensionistas,

26
bem como aos segurados e aos dependentes que durante o ano tiverem recebido
auxílio doença por mais de 6 meses.

g) Assistência médica: prestada pelo INPS inclui a cirúrgica, a hospitalar, a


farmacêutica e a odontológica, bem como o transporte do acidentado. Será devida,
em caráter obrigatório, a partir da ocorrência do acidente.

Quando o acidentado, por motivos médicos, tiver de ser deslocado da localidade onde
reside, sua remoção e hospedagem, bem como, quando indispensável, as de seu
acompanhante, médico ou enfermeiro, ficarão a cargo do INPS. Para prestação da
assistência médica, o INPS poderá contratar serviços de terceiros, inclusive da
própria empresa segurada, mediante convênio, com desconto, neste caso, em sua
contribuição referente ao seguro de acidente do trabalho, da percentagem que for
fixada pelo serviço Atuarial.

h) Reabilitação profissional: quando a perda ou a redução da capacidade física puder


ser atenuada pelo uso de aparelho de prótese, este será fornecido pelo INPS,
independentemente das prestações cabíveis. Custeará ainda a reparação ou a
substituição do aparelho desgastado pelo uso normal mediante pronunciamento
prévio da autoridade técnica competente.

Para controle do custo e apuração dos resultados da assistência médica, reabilitação


profissional e outros serviços prestados ao acidentado, o INPS manterá estatísticas,
utilizando nomenclatura e classificação de serviços e de diagnósticos aprovados
pelos órgãos competentes. A Previdência Social promoverá a especialização de
técnicos em perícia para avaliação da redução da capacidade para o trabalho e em
reabilitação profissional de acidentados. Ao acidentado com redução da capacidade
para o trabalho que tiver condições de vir a exercer atividade remunerada, será
proporcionado pelo INPS programa de reabilitação profissional.

Os auxílios materiais, como prótese, órteses, instrumentos de trabalho e


medicamentos, bem como o custeio do transporte do acidentado, somente serão
devidos quando prescritos por necessidades do processo de reabilitação. O Decreto
n° 71.037 de 29 de agosto de 1962, estabeleceu o procedimento administrativo para

27
concessão dos benefícios decorrentes de acidente do trabalho, que reza em seu art.
1°:

"O acidentado, seus dependentes, a empresa ou qualquer outra pessoa somente


poderão mover ação contra o INPS, diretamente ou por intermédio de advogado,
depois de esgotada a via administrativa na Previdência Social".

Bastam alguns dados estatísticos, fornecidos pelo INPS, exercício de 1971, para
ilustrar o pesado ônus que os acidentes do trabalho acarretaram à economia
brasileira. O número de acidentes registrados foi de 1.330.523. Cada um em média
exigiu 16 dias de tratamento. Houve 157.397.848 horas perdidas. O coeficiente de
frequência registrou 70,37 acidentes por cada milhão de homens horas trabalhadas.

Receberam simples assistência médica – 9,66%.

Tiveram incapacidade temporária – 87,02% e incapacidade permanente – 3,13%.


Morreram – 0,19%.

Em média ocorreram 4.405 acidentes por dia útil trabalhado.

28
8. PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Os enormes prejuízos causados à Nação pelo elevado número de acidentes, com


tendência sempre a aumentar, obrigou o INPS a estabelecer programas de prevenção
de acidentes, proporcionando assistência técnica à empresa, mediante:

a) programas específicos com vistas à adequada adaptação do empregado à


atividade por ele exercida e ao ambiente e condições de trabalho;

b) formação de quadro de especialistas e de pessoal auxiliar;

c) colaboração na formação e aperfeiçoamento de pessoal da empresa na técnica de


prevenção;

d) financiamento para a instalação de equipamento e a adoção de processos ou


medidas técnicas destinadas à melhor proteção ao empregado;

e) assessoramento para elaboração e desenvolvimento de programas de prevenção,


inclusive mediante acompanhamento e orientação das atividades da Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA);

f) utilização de recursos técnicos de terceiros para desenvolvimento de programas de


prevenção;

29
g) estabelecimento de incentivos a programas de prevenção;

h) cooperação com o Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho


(DNSHT) e com entidades interessadas, na elaboração de normas técnicas de
prevenção;

i) realização de pesquisas e estudos sobre ambientes e condições de trabalho, com


vistas à diminuição do risco de acidentes.

O INPS poderá conceder financiamento especial à empresa, para facilitar a


instalação de equipamento e a adoção de processos destinados a assegurar melhor
proteção ao empregado. O financiamento obedecerá às normas que forem expedidas
pelo DNSHT, por proposta do INPS e ouvido o serviço Atuarial. Somente serão
concedidos para instalações e equipamentos que, a critério do INPS, concorram
diretamente para a melhoria das condições de risco, não podendo ser financiadas
despesas que tenham apenas relações remotas com esse objetivo.

O INPS poderá auxiliar, mediante assistência técnica, entidades de fins não


lucrativos que desenvolvam atividades de prevenção de acidente e de reabilitação
profissional, bem como de segurança, higiene e medicina do trabalho. A contribuição
para a Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho
(Fundacentro) será de 0,5% do produto da contribuição básica da folha de salários de
contribuição dos empregados da empresa. A empresa, além dos objetivos
econômicos, deve se preocupar com a segurança e o bem-estar social e moral dos
seus colaboradores.

Toda estrutura operacional da empresa, em todos os seus escalões devem estar


alertas com os riscos de acidentes e doenças, buscando soluções satisfatórias,
amenizando-os e, sempre que possível, eliminando-os. As normas técnicas da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e das legislações complementares
aprovadas por decretos, portarias ministeriais e portarias do DNSHT devem ser
rigorosamente cumpridas. Caso o empresário não tenha condições técnicas de
organizar, de projetar ou executar os programas, poderá contratar os serviços de
organizações especializadas na matéria. A Fundacentro presta esses serviços.

30
O empresário ao adquirir máquinas, equipamentos, ferramentas, e outros
instrumentos de trabalho necessários, deverá levar em conta, além do preço,
qualidade e produtividade, quais os perigos que eles oferecem ao trabalhador exposto
e se há meios seguros de evitá-los. Os sistemas de proteção coletiva quando
necessários, devem ser projetados por pessoas técnicas especializadas para que
sejam adequados às suas finalidades e comprovadamente eficazes. Os
equipamentos de proteção individual devem obedecer os padrões recomendados
pelo DNSHT e usados sempre que necessários devido ao risco de acidentes.

9. CIPA – "COMISSÃO INTERNA DE "PREVENÇÃO DE ACIDENTES"

Por força do que dispõe o Artigo 164 da CLT: "As empresas que, a critério da
autoridade competente em matéria de segurança e higiene do trabalho, estiverem
enquadradas em condições estabelecidas nas normas expedidas pelo Departamento
Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho, deverão manter, obrigatoriamente,
serviço especializado em segurança e higiene do trabalho e constituir comissões
internas de prevenção de acidentes (CIPA)". Elas são regulamentadas pela Portaria
n° 32 de 19/11/1968 do DNSHT, e, de acordo com tal documento legal, devem existir
em todas as empresas industriais, comerciais e de transportes marítimos, fluviais,
aéreos e terrestres onde trabalham cem ou mais empregados. Sempre que houver
um acidente na indústria, o encarregado do setor deverá preencher um relatório
minucioso da ocorrência.

31
1. Dados Iniciais

Identificação, função, local dia e hora do acidente.

2. Operação

a) – denominação da operação:

Deverá ser indicada a operação ou serviço que estava sendo executado pelo
acidentado, circunstanciando o local de trabalho. Para maior clareza pode se juntar
um croquis para ilustrar melhor o acidente como ocorreu.

b) – descrição minuciosa da operação:

Permitindo compreender o processo de operação, analisando detidamente os riscos


que ela oferece e principalmente o causador do acidente.

3. Conceituação do risco

a) – condições inseguras:

Levantamento local de todos os agentes que oferecem riscos: instalações, pisos,


iliminação, poeiras, calor, ordem, limpeza...

No caso de doenças profissionais os riscos decorrentes de agentes físicos, biológicos


e químicos merecem especial atenção.

b) – atos inseguros:

Análise detalhada do compartamento do acidentado quando houve a ocorrência.


Dosar qual foi a sua responsabilidade. Registrar se o trabalho realizado naquele
momento era normal, ocasional ou excepcional. Se o mesmo deixou de usar os meios
de proteção disponíveis. Se decorreu por ação de terceiro: brigas, brincadeiras etc..

4. Descrição minuciosa do risco

Esmiuçar o risco que deu origem ao acidente investigado, descrevendo-o da forma


objetiva evitando descrição genérica, para que se compreenda e se conclua da

32
verdadeira causa ou concausa do acidente, verificando se a máquina e os
equipamentos estavam protegidos. E se protegidos, qual o grau de eficiência. Ao
médico caberá a descrição das lesões, apurando o grau de incapacidade ou doença.
Com todos esses dados, a CIPA se reuniará e analisará a ocorrência, tirando
conclusões e propondo recomendações ao empregador, visando eliminar os riscos e
ordenar sanções aos culpados.

Na reunião mensal da CIPA todos os casos de acidentes ocorridos e registrados


deverão ser levantados estatisticamente e relacionados a um milhão de homens
horas trabalhadas. Dois índices estatísticos, aceitos por convenção internacional,
permitem por comparação avaliar se os coeficientes estão elevados ou abaixo da
média, em relação a outras indústrias congêneres: coeficiente de frequências e de
gravidade. O coeficiente de frequência expressa o número de acidentes com perda
de tempo por um milhão de homens-horas trabalhadas. O coeficiente de gravidade
diz do número de dias perdidos e dias debitados por um milhão de homens-horas
trabalhadas.

Por definição entende-se por dias perdidos, o número de dias durante os quais o
acidentado permaneceu afastado do trabalho, excluindo o dia do acidente. Os dias
debitados são fornecidos por tabelas estabelecidas empiricamente, em convenção
internacional (DNSHT-32 de 19/11/1968). O trabalho da CIPA é um trabalho de
equipe, em que os seus membros são os coordenadores e todos os demais
integrantes da indústria, membros natos, participantes e ativos na prevenção de
acidentes. Cópias das atas das reuniões deverão ser encaminhadas às Delegacias
Regionais do Trabalho, nos limites de suas respectivas jurisdições, que fornecerão
certificados referentes ao cumprimento das obrigações.

33
10. CUSTOS DO ACIDENTE

Devem ser avaliados os diretos e os indiretos. Os diretos são estabelecidos por Lei
nos termos do artigo 12 da Lei n.° 5.316 de 14 de setembro de 1967. Caberá ao INPS
pagar os benefícios, decorrentes do acidente, nos termos da mesma Lei. Os custos
indiretos são muitos variáveis, dependendo de inúmeros fatores, sendo os principais:

a) manutenção de um pronto socorro, equipado com pessoal e material adequado;

b) perda de tempo com queda de produção na quantidade e, às vezes, na qualidade;

c) elevação de despesas extraordinárias para compensar os prejuízos acarretados,


etc.

Normalmente, o custo dos acidentes indiretos supera de três a quatro vezes os custos
diretos, embora nem sempre seja isso percebido pelo empregador. No ano de 1971
o INPS dispendeu a quantia total de Cr$ 679.055.858,00, assim distribuída:
benefícios, 43,04%; serviços de assistência médica e reabilitação, 19,64%;
prevenção de acidentes, 0,19%; administração, 2,19%; provisões para benefícios de
longa duração e acidentes não liquidados, 26,52%.

A despesa correspondeu a 91,58% da receita que deu o montante de ......... Cr$


741.455.558,00. A grandeza destes valores justifica plenamente as medidas legais
tomadas pelo Governo, procurando tecnicamente disciplinar as empresas, na
prevenção dos acidentes.

34
11. ACIDENTE DE TRABALHO

Classificação dos acidentes de trabalho

São caracterizados em três tipos os acidentes de trabalho:

 Acidente típico – decorrente da característica da atividade profissional que o


indivíduo exerce;
 Acidente de trajeto – acontece no trajeto entre a residência do trabalhador e o
local de trabalho, ou vice-versa;
 Doença profissional ou do trabalho – desencadeada pelo exercício de
determinada função, característica de um emprego específico.

De acordo com dados estatais, os acidentes típicos são responsáveis por cerca de
84% do total de acidentes de trabalho, sendo que os acidentes de trajeto e as doenças
profissionais ou do trabalho somam as duas juntas 16%.

Exceções

O § 1º do art. 20 da lei 8.213/91 traz a relação daquelas que não são consideradas
doenças do trabalho. A saber:

a. Doença degenerativa;
b. Doença inerente ao grupo etário;
c. Aquela que não produza incapacidade laborativa;
d. A doença endêmica adquirida por habitante de região em que ela se
desenvolva.

35
Verificação

A responsabilidade por verificar o acidente de trabalho recai sob o perito, cujo


trabalho, de modo bastante conciso, é estabelecer uma relação entre o acidente e a
lesão. É o médico perito quem dá a última palavra sobre o retorno do indivíduo ao
exercício de sua função ou se este deverá ser afastado permanente ou
temporariamente do emprego.

A empresa tem o dever de fazer uma comunicação informando sobre o acidente de


trabalho no mesmo dia ou até o primeiro dia útil após o fato. No caso de morte a
comunicação deve ser imediata. Caso essas determinações não sejam observadas,
a empresa deverá realizar o pagamento de multa.

Comunicação de Acidentes de Trabalho - CAT

A comunicação realizada pela empresa é feita mediante a emissão de um documento


especial chamado de Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT). A CAT é
fornecida pela unidade de Recursos Humanos ou por sua chefia imediata ao servidor,
que deve apresentá-la com seus documentos básicos aos órgãos competentes.

O acidente deve ser comunicado até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e,
em caso de morte, de imediato à autoridade competente. No caso de doença
profissional, o dia do acidente ou aquele em que for realizado o diagnóstico podem
ser considerados data de início da incapacidade laborativa.

Auxílio-doença

É o nome dado ao benefício concedido pelo Ministério da Previdência Social,


destinado ao indivíduo que esteja incapaz para o trabalho, mesmo que
temporariamente, por doença, num período de mais de quinze dias consecutivos. A
incapacidade para o trabalho é atestada por meio de exame realizado pelo INSS.

Para ter direito ao benefício, é necessária contribuição por, no mínimo, 12 meses para
a Previdência Social. Se o trabalhador deixa de fazer o pagamento, as contribuições
anteriores somente são consideradas se ele pagar pelo menos quatro parcelas que,
somadas ao que foi quitado antes, totalizem no mínimo 12.

36
Algumas doenças são excluídas deste prazo de contribuição de 12 meses, devido às
suas particularidades, como a alienação mental, neoplasia maligna, cegueira,
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, entre
várias outras.

Pagamento do auxílio-doença

No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os primeiros 15 dias são pagos
pelo empregador, (com exceção do doméstico). A partir do 16º dia de afastamento do
trabalho, o auxílio fica a cargo da Previdência Social.

Para o restante dos segurados, incluindo o doméstico, a previdência paga o auxílio


desde o início da incapacidade até a recuperação completa. No caso do contribuinte
individual (empresário, profissional liberal, além de outros profissionais que trabalham
por conta própria), entre outros (facultativo, especial, individual e avulsos), recebem
o período integral do afastamento, a partir da data do requerimento.

Cessação do benefício

Em termos básicos, o auxílio-doença previdenciário só deixa de ser pago quando o


segurado recupera a capacidade e retorna ao trabalho ou quando se transforma em
aposentadoria por invalidez. Na verdade, há quatro possibilidades:

a. O segurado recupera a capacidade para realizar o trabalho do qual fora


desligado.
b. Quando o benefício se transforma em aposentadoria por invalidez.
c. Por solicitação do segurado, com a concordância da perícia médica do INSS.
d. Quando o segurado retorna voluntariamente ao trabalho.

O trabalhador que, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que


geraria o auxílio, não tem direito a este. Por outro lado, quando houver agravamento
da enfermidade provocado pelo trabalho, o INSS considera que o trabalhador pode
receber a ajuda.

Auxílio-acidente

O auxílio-acidente é um benefício concedido pelo Ministério da Previdência Social ao


trabalhador que sofreu um acidente de trabalho e ficou com sequelas que reduzem

37
sua capacidade para o trabalho. É concedido aos trabalhadores que estavam
recebendo o auxílio-doença, mencionado um pouco antes, e que ficam
impossibilitados de exercer sua função trabalhista por período superior a 15 dias. Os
primeiros 15 dias de afastamento são remunerados pela empresa e, a partir disso, o
pagamento é responsabilidade do Ministério da Previdência.

Tem direito ao benefício o trabalhador empregado que apresenta lesões decorrentes


de acidente de trabalho, e que o impedem de voltar a trabalhar, sendo incluído neste
grupo também o trabalhador avulso e o segurado especial, nas mesmas situações. A
concessão do auxílio-acidente não exige que o trabalhador tenha um período mínimo
de contribuição. O mesmo deixa de ser pago quando o trabalhador recupera a
capacidade e retorna ao trabalho, ou então quando solicitar aposentadoria por
invalidez, fazendo-se a troca de benefícios.

O empregado doméstico, o contribuinte individual (autônomo) e o contribuinte


facultativo. Não podem solicitar o auxílio-acidente. A pessoa que trabalhar mesmo
doente também não possui direito a receber o benefício.

Pagamento do auxílio-acidente

O pagamento do auxílio-acidente começa logo após o término do fornecimento do


auxílio-doença. Seu valor corresponde a 50% do salário utilizado no cálculo do
auxílio-doença, corrigido até o mês anterior ao do início do pagamento do auxílio-
acidente. O auxílio-acidente tem caráter indenizatório, podendo ser acumulado com
outros benefícios que não a aposentadoria. Desse modo, quando o trabalhador se
aposenta, o benefício deixa de ser pago.

38
12. REFERÊNCIAS

ALVES, S.; LUCHESI, G. Acidentes do trabalho e doenças profissionais no


Brasil: a precariedade das informações. Informe Epidemiológico do SUS, [S. l.], v. 1,
n. 3, p. 5-20, 1992.

BRASIL. Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança
e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder
Executivo, Brasília, DF, 16 jul. 1990. p. 13563.

BINDER, M. C. P.; ALMEIDA, I. M. Acidentes do trabalho: acaso ou descaso? In:


MENDES, R. (Org). Patologia do trabalho. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2003. v. 1, p.
769-808.

BINDER, M. C. P.; CORDEIRO, R. C. Sub-registro de acidentes do trabalho em


localidade do Estado de São Paulo, 1997. Rev. Saúde Pública, [S. l.], v. 37, n. 4, p.
409-416, 2003.

CARMO, J. C. et al. Acidentes do trabalho. In: MENDES, R. (Org). Patologia do


trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995. p 431-455.

CARVALHO, A. O.; EDUARDO, M. B. P. Sistemas de Informação em saúde para


municípios. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo,
1998.

COHN, A. et al. Acidentes do trabalho: uma forma de violência. São Paulo:


Brasiliense, 1985.

DE LUCCA, S. R.; MENDES, R. Epidemiologia dos acidentes do trabalho fatais


em área metropolitana da Região Sudeste do Brasil – 1979-1989. Rev. Saúde
Pública, [S. l.], v. 27, p. 168-176, 1993.

FREITAS, C. M.; PORTO, M. F. S.; MACHADO, J. M. H. Acidentes industriais


ampliados: desafios e perspectivas para o controle e prevenção. Rio de Janeiro:
Fiocruz, 2000.

39
MACHADO, J. M. H.; GÓMEZ, C. M. Acidentes de trabalho: concepções e dados.
In: MINAIO, M. C. S. Os muitos Brasis: saúde e população na década de 80. Rio de
Janeiro: Hucitec, Abrasco, 1999. p. 126-142.

MORITA, I. A questão do trabalho: análise conceitual de uma variável


fundamental na reprodução social. Ciências Sociais Unisinos, São Leopoldo, v. 41,
n. 2, p. 82-88, maio/ago. 2005

OLIVEIRA, P. A. B.; MENDES, J. M. Acidentes do trabalho: violência urbana e


morte em Porto Alegre - R.S. Cad. Saúde Pública, [S. l.], v. 13, p. 73-83, 1997.
(Supl.2).

POSSAS, C. Avaliação da situação atual do sistema de informação sobre


doenças e acidentes do trabalho no âmbito da Previdência Social brasileira e
propostas para sua reformulação. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, [S. l.],
v. 15, n. 60, p. 43-67, 1987.

RIBEIRO, H. P. O número de acidentes do trabalho no Brasil continua caindo:


sonegação ou realidade? Saúde Ocupacional e Segurança, [S. l.], v. 20, p. 14-21,
mar./abr. 1994.

VILELA, R. A. G.; RICARDI, G. V. F.; IGUTI, A. M. Experiência do Programa de


Saúde do Trabalhador de Piracicaba: desafios da vigilância em acidentes do
trabalho. Informe Epidemiológico do SUS, [S. l.], v. 10, n. 2, p. 81-92, 2001.

WÜNCH FILHO, V. Reestruturação produtiva e acidentes de trabalho no Brasil.


Cad. Saúde Pública, [S. l.], v. 15, p. 41-51, 1999.

40

Você também pode gostar