Você está na página 1de 9

AUXÍLIO-ACIDENTE

ÍNDICE
1. CONCEITO...........................................................................................................................3
Auxílio Acidente x Auxílio Doença.................................................................................................................................. 3
Conceito de Acidente.......................................................................................................................................................... 3
Perda de Audição..................................................................................................................................................................4

2. BENEFICIÁRIOS E REQUISITOS......................................................................................5
Beneficiários............................................................................................................................................................................ 5
Requisitos................................................................................................................................................................................. 5
Período de Carência............................................................................................................................................................. 5

3. RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO.....................................................................................6


Renda Mensal do Benefício..............................................................................................................................................6
Valor do benefício e salário mínimo...............................................................................................................................6
Acúmulo de auxílios.............................................................................................................................................................6

4. DATA DE INÍCIO E CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO.............................................................. 7


Data de Início do Benefício................................................................................................................................................7
Suspensão e Cessação do Benefício............................................................................................................................7
Acumulação Com Aposentadoria...................................................................................................................................7
1. Conceito
O auxílio-acidente é um benefício previdenciário pago mensalmente ao segurado
acidentado como forma de indenização, sem caráter substitutivo do salário, pois é recebido
cumulativamente com este, quando, após a consolidação das lesões decorrentes de
acidente de qualquer natureza (e não somente de acidentes de trabalho), resultarem sequelas
que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia o
segurado, de acordo com o artigo 86, caput, da Lei n. 8.213/1991.

Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após a consolidação das
lesões decorrentes de acidente, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que
habitualmente exercia, conforme situações discriminadas no regulamento.

Auxílio Acidente x Auxílio Doença


É comum que se confunda o auxílio-acidente com o auxílio-doença: este último somente é
devido enquanto o segurado se encontra incapaz, temporariamente, para o trabalho; o auxílio-
acidente, por seu turno, é devido após a consolidação das lesões ou perturbações funcionais
de que foi vítima o acidentado, ou seja, após a “alta médica”, não sendo percebido juntamente
com o auxílio-doença, mas somente após a cessação deste último – Lei n. 8.213/1991, art.
86, § 2º.

Resumindo em um quadro:

Auxílio-doença Auxílio-acidente

Devido enquanto o segurado se encontra Devido após a consolidação das lesões ou


incapaz, temporariamente, para o trabalho. perturbações funcionais de que foi vítima o acidentado.

Conceito de Acidente
O conceito de acidente capaz de gerar o direito ao auxílio-acidente está no art. 30, p.ú., do
Decreto 3048/99:

Art. 30. (...)

Parágrafo único. Entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumática e
por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte, a perda, ou a redução permanente ou temporária da capacidade laborativa.

www.trilhante.com.br 3
Não rendem ensejo ao auxílio-acidente os casos em que o acidentado apresente danos
funcionais ou redução da capacidade funcional sem repercussão na capacidade laborativa,
e, em caso de mudança de função, mediante readaptação profissional promovida pela
empresa, como medida preventiva, em decorrência de inadequação do local de trabalho, de
acordo com o art. 104, § 4º, do Decreto 3048/99.

Perda de Audição
De acordo com o §4º do art. 86, a perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará
a concessão do auxílio-acidente quando, além do reconhecimento do nexo entre o trabalho e
o agravo, resultar, comprovadamente, a redução ou perda da capacidade para o trabalho
que o segurado habitualmente exercia.

Lei n. 8.213/1991

Art. 86

§ 4º A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando,


além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução
ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

www.trilhante.com.br 4
2. Beneficiários e Requisitos
Beneficiários
Têm direito ao recebimento do auxílio-acidente o empregado (urbano, rural e doméstico), o
trabalhador avulso e o segurado especial, conforme se observa dos arts. 18, § 1º, e 39, I,
da Lei n. 8.213/1991, com a redação conferida pela LC n. 150/2015.

Requisitos
Em síntese, quatro são os requisitos para a concessão do auxílio-acidente:

• a qualidade de segurado;
• a superveniência de acidente de qualquer natureza;
• a redução parcial e definitiva da capacidade para o trabalho habitual, e
• o nexo causal entre o acidente e a redução da capacidade.

De um acidente ocorrido com o segurado, podem resultar danos irreparáveis, insuscetíveis de


cura para a integridade física do segurado. Tais danos, por sua vez, podem assumir diversos
graus de gravidade.

Para a Previdência Social, o dano que enseja direito ao auxílio-acidente é o que acarreta
perda ou redução na capacidade de trabalho (redução qualitativa ou quantitativa), sem
caracterizar a invalidez permanente para todo e qualquer trabalho.

Exemplificando: um motorista de ônibus vítima de acidente de trânsito do qual resultem


sequelas em seus membros inferiores que o impossibilitem de continuar dirigindo estará
incapaz definitivamente para a função que exercia, mas não estará totalmente incapaz para
toda e qualquer atividade (podendo desenvolver atividades manuais que não exijam o uso
dos membros inferiores). Na hipótese, o segurado terá direito a receber o auxílio-acidente.

Período de Carência
A concessão do auxílio-acidente independe do número de contribuições pagas, ou seja,
não se demanda período de carência algum para que se tenha direito ao benefício, mas é
preciso ter a qualidade de segurado.

Vale dizer, dependentes de pessoa que nunca tenha contribuído para o RGPS ou que tenha
perdido a qualidade de segurado não fazem jus ao auxílio-acidente.

www.trilhante.com.br 5
3. Renda Mensal do Benefício
Renda Mensal do Benefício
O auxílio-acidente mensal passou a corresponder a 50% do salário de benefício a partir da
Lei n. 9.032/1995. Com o advento da MP 905/19, o auxílio será devido enquanto durarem
as condições que fazem jus ao pagamento do benefício.

Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após a consolidação das
lesões decorrentes de acidente, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que
habitualmente exercia, conforme situações discriminadas no regulamento.

§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do benefício de aposentadoria por
invalidez a que o segurado teria direito e será devido somente enquanto persistirem as condições de que trata
o caput.

§ 1º-A. Na hipótese de manutenção das condições que ensejaram o reconhecimento do auxílio-acidente, o


auxílio será devido até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.

Valor do benefício e salário mínimo


Dúvidas surgem quanto ao cálculo da renda mensal do auxílio-acidente quando o salário de
benefício apurado seja inferior ao salário mínimo.

A jurisprudência do STJ entende que, embora não seja cabível a fixação do auxílio-acidente
em valor igual ou maior que o salário mínimo, o salário de benefício que lhe serve de base não
pode ser inferior ao mínimo legal, acarretando que o valor pago a título de renda mensal
inicial do auxílio-acidente seja de, pelo menos, 50% do salário mínimo vigente ao tempo da
concessão.

Acúmulo de auxílios
O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, não
prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente.

Não é permitida a acumulação de auxílios-acidente, entretanto. O valor do benefício, em


qualquer caso, poderá ser inferior ao salário mínimo, uma vez que não se trata de benefício
substitutivo do salário de contribuição.

www.trilhante.com.br 6
4. Data de Início e Cessação do Benefício
Data de Início do Benefício
O benefício tem início a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença,
independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, ou
na data da entrada do requerimento (DER), quando não precedido de auxílio-doença.

Suspensão e Cessação do Benefício


O auxílio-acidente deixou de ser vitalício e passou a integrar o salário de contribuição para
fins de cálculo do salário de benefício de qualquer aposentadoria. Essa disposição, contida no
art. 31 da Lei n. 8.213/1991, foi restabelecida pela Lei n. 9.528, de 10.12.1997, pondo fim a
uma longa polêmica em torno do assunto.

O auxílio-acidente não cessa pela percepção de salários, muito menos pela condição de
desemprego do beneficiário. O texto legal prevê cessação somente em caso de morte,
aposentadoria e ausência das condições que reduzem a capacidade de trabalho.

No caso de moléstia ocorrida após o já recebimento de auxílio-acidente; moléstia, portanto,


ocasionada por outra enfermidade que não a causadora do auxílio-acidente que já vinha
sendo recebido, o segurado receberá os dois benefícios (auxílio-acidente e auxílio-
doença) cumulativamente.

Quando o segurado em gozo de auxílio-acidente fizer jus a um novo auxílio-acidente em


decorrência de nova moléstia ou doença, serão comparadas as rendas mensais dos dois
benefícios e mantido o benefício mais vantajoso, mas não coexistirão somados os dois
auxílios de mesma natureza.

Acumulação Com Aposentadoria


O art. 129 do Decreto n. 3.048/1999 dispõe que “o segurado em gozo de auxílio-acidente
terá o seu benefício encerrado na data da emissão da certidão de tempo de contribuição”.
Todavia, existe controvérsia acerca da interpretação deste artigo.

A Lei n. 9.528, de 10.12.1997, ao vedar a acumulação do auxílio-acidente com qualquer


aposentadoria, estabeleceu como compensação que “O valor mensal do auxílio-acidente
integra o salário de contribuição, para fins de cálculo do salário de benefício de qualquer
aposentadoria, observado, no que couber, o disposto no art. 29 e no art. 86, § 5º” (art. 31 da
Lei n. 8.213/1991, restabelecido com nova redação conferida pela Lei n. 9.528, de 10.12.1997).

Dessa forma, o legislador procurou amenizar os efeitos da nova norma, que afastou o caráter
de vitaliciedade ao auxílio-acidente, possibilitando ao segurado recuperar parte do prejuízo
com a elevação do valor da aposentadoria a ser concedida pelo RGPS.

www.trilhante.com.br 7
Todavia, o INSS tem se excedido na interpretação da Lei n. 9.528/1997 e está cancelando o
auxílio-acidente dos segurados que obtêm aposentadoria por outro regime previdenciário.

Ou seja, o INSS, ao tomar conhecimento de que o beneficiário de auxílio-acidente passou a


gozar de aposentadoria por regime próprio, está cancelando o auxílio-acidente concedido
pelo RGPS.

Esse procedimento foge à lógica interpretativa em relação aos efeitos da Lei n. 9.528/1997.
A referência a qualquer aposentadoria só pode ser entendida às concedidas pelo RGPS e
não por outros regimes. Tanto é assim que essa Lei previu a compensação pela cessação do
auxílio-acidente com o incremento do valor da aposentadoria a ser deferida.

www.trilhante.com.br 8
Auxílio-Acidente

www.trilhante.com.br

/trilhante /trilhante /trilhante

Você também pode gostar