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Magé, São João de Meriti e Nova Iguaçu - e uma população aproximada de 6
milhões de pessoas. Em sua relação com a cidade do Rio de Janeiro, a
Baixada Fluminense nasce nos idos dos anos 30 com a sua reincorporação
urbana como periferia fornecedora de mão de obra barata para a capital.
Desde já, a característica de cidade dormitório se perpetuou na região onde
seus trabalhadores e trabalhadoras mantem um movimento pendular no
percurso casa – trabalho. Do ponto de vista cultural, é uma região com baixo
número de equipamentos culturais possuindo apenas 6 % das bibliotecas. É
uma região de periferia distante do polo cultural do centro do Rio e da Zona
Sul carioca, onde concentram a maior quantidade de equipamentos culturais
do estado. No Atlas da Violência de 2018, a cidade de Queimados, local onde
o projeto atua, foi considerada a mais violenta do país. Comumente, estampa
as manchetes de jornais com matérias sobre homicídios por armas de fogo,
ocultamente de cadáver e chacinas – a exemplo da Chacina da Baixada, em
2005. Na região do Vale do Ouro percebe– se graves problemas de acesso
ao ensino público de qualidade, principalmente, entre as crianças e
adolescentes do bairro acometidas pelo desinteresse, também dos pais, pelo
ensino formal resultando na frequência irregular na escola e no baixo
letramento e alfabetização. O projeto torna – se uma importante ferramenta
de incentivo à leitura entre crianças e adolescentes, mas também no
processo de formação e construção da cidadania das pessoas nos níveis
iniciais de escolaridade e faixa etária.
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As Oficinas acontecem no espaço da Biblioteca comunitária Transformando
Vidas, aos sábados no turno da tarde, com duração de uma hora e meia
cada. Atingimos em torno de 30 crianças e adolescente, buscando contribuir
para alfabetização e letramento, oferecimento de entretenimento e lazer,
aprendizados de conteúdos que possibilitam o público alvo do projeto fazer
uma leitura do mundo do ponto de vista crítico e também a formação cidadã
desses futuros sujeitos.
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há inclusão e acesso.
Nossa origem e gestão não estatais nos colocam diante um grande problema
que é a sobrevivência, as parcerias desempenham significativo papel, pois a
Biblioteca é mantida por ajuda de voluntários, amigos de amigos, que foram
se chegando. Somos e buscamos sempre ser um local de acesso à
informação, leitura e cultura dessas pessoas que não possuem outros
espaços de educação.
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Hoje, juntamente com meu amigo Fábio e nossos cônjuges, lideramos o Projeto
Transformando Vidas, entrei pouco mais de dois anos, e juntos garantimos a
proteção integral, plena cidadania e inclusão social das crianças e adolescentes do
bairro, dando visibilidade e articulando outros projetos e escolas, haja vista a
importância de ambos no compromisso com a formação social e intelectual dos
sujeitos, além de auxiliar na construção de estratégias de prevenção e
enfrentamento de fatores que condicionam a vulnerabilidade desse segmento da
sociedade, quais sejam as situações de risco a que estão sujeitos.
Como é difícil para nós atuarmos, sem nenhuns recursos num cenário como este, de
combate ao abuso, violência e exploração sexual, a exclusão, ao racismo estrutural
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e outros dilemas das comunidades periféricas. O nosso foco é na educação, pois só
ela tem o poder de transformar esse cenário.
Quando vejo rostinhos dos alunos, me vejo também, como um espelho. Quando
nova, não tive muito incentivo à educação, mas participava de pré-vestibulares
comunitários, e fui criando amor aos estudos. É muito difícil o nosso trabalho como
educador popular, tentando incentivar crianças e adolescentes à estudarem, quando
muitas das vezes eles não recebem nenhum tipo de apoio nesse sentido no âmbito
familiar, não por maldade, mas sim, por falta de acesso e conhecimentos dos pais.
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criada para atender uma comunidade carente de cultura é necessária para
fortalecer, e na maioria das vezes cultivar nas pessoas o espirito de ser cidadão, e
não apenas um indivíduo excluído, à margem da sociedade. Tornando-se apenas
massa de manobra, perante uns poucos que conseguem se aproveitar da ignorância
alheia
A nossa maior dificuldade hoje é não ter um lugar para nossas atividades. Como
dito, nos encontramos mal acomodados na oficina de pintura do Fabio, com os livros
se deteriorando. Mas dentro de mim há uma voz que grita: “Comece com o que tem,
com o que pode fazer”.
Como podemos ver, infelizmente uma grande quantidade do acervo doado foi
descartado devido ao alto grau de deterioração, devido a grade quantidade de
fungos visivelmente presentes.
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De vez em quando, falo com as crianças, que elas precisam dar valor ao nosso
esforço. Não é fácil para nós como educadores, professores abrir mão da nossa
família, nosso conforto, para realizarmos projetos como este da biblioteca
comunitária. Os projetos sociais tem esta pegada, traz reflexão, eu (Livia)
constantemente falo para as crianças que me ouvem com muito entusiasmo e
alegria: “Estou aqui hoje, amanhã (no futuro) preciso que vocês estejam aqui no meu
lugar. Pra o que vocês vão usar esse privilégio de estudar? Pra que vocês sonham
em fazer a faculdade? Pra somente se destacar e se afastar desse Bairro? ou para
ajudar outras pessoas? Pra trazer acesso e inclusão a outras pessoas?”
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REFERÊNCIAS:
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