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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA

Professora: Silvana Barbosa


Monitor: Davi Almeida

A CRIANÇA, A NATUREZA E A SOCIEDADE

Leitura dirigida utilizando roteiro de estudo

- Aula Assíncrona

- Data: 09/06 (turma: 01 e 03)

- Leitura do texto: "Culturas escolares, culturas de infância e culturas familiares: as


socializações e a escolarização no entretecer destas culturas”. Maria Carmem Silveira
Barbosa

1) Atividade de estudo e aprofundamento com base no estudo do texto:

Para melhor entendimento dos conceitos e reflexões sobre as culturas construídas pela
criança, culturas escolares e culturas familiares, vamos problematizar a temática.

a) O que é a cultura da infância, como podemos identificá-la no contexto escolar?


b) Você concorda que existe a ideia, muito divulgada na opinião pública, de que a
escola tem como finalidade transmitir os princípios de uma “cultura geral” de uma
geração para outra, através de um processo de aculturação especifico que permite
passar de uma cultura familiar de um grupo, para uma cultura global e social?
c) No campo da educação e especialmente da educação escolar, reconhecemos a
perspectiva de que estamos vivendo um momento de aceleradas mudanças
culturais, que têm um grande impacto naquilo que se instituiu como cultura escolar
ou culturas escolares?
d) Na análise da cultura escolar ou das culturas escolares, cabe, primeiramente,
destacar as culturas – as múltiplas culturas que convivem nos espaços que as
crianças habitam – como sistemas simbólicos, como uma rede de significados
socialmente construídos?
e) A observação das práticas culturais nas sociedades contemporâneas deixa,
portanto, perceber que não se pode entender cultura como uma rede de significados
fixos e determinados que enfeixem e delimitem todas as possibilidades de atuação
e comunicação de uma organização social, pois crianças e famílias, vivem em
sociedades multiculturais, envolvidas por culturas com forte dinamismo de
mudança?
f) Quando entramos em uma escola, percebemos que estamos em um lugar bastante
familiar, que guarda certas homogeneidades com as experiências que acumulamos.
Conhecemos bem como a organização desse espaço físico, o tipo dos móveis, as
diferentes disposições do ambiente, e não nos causam surpresas seus padrões de
relacionamento e convivência social, suas expectativas de comportamento, seus
ritos, sua disciplina, seus horários de trabalho e lazer e seus procedimentos
pedagógico-didáticos. Você considera que tudo isso se instituiu em uma cultura
específica, a cultura escolar?
g) Você concorda que os professores e crianças encontram-se diante de muitos
impasses que acompanham as transformações ocorridas nas sociedades
contemporâneas e que têm reflexos tanto nas culturas docentes e discentes quanto
na vida de suas famílias?
h) Será que as mudanças têm relação com o que vem acontecendo no ambiente
sociopolítico, econômico e cultural mais amplo, na cidade em que vivemos, no
espaço territorial que nos circunda e, em sentido mais amplo, no mundo que foi se
globalizando e produzindo uma nova ordem no interior de uma cultura globalizada?

2) Sugestão de leitura:

• No livro “Elmer”, o autor David McKee, apresenta Elmer um elefante diferente de


todos os outros: ele é xadrez. Um dia, cansado de ser diferente, ele resolve se pintar
de cinza, para ficar igual a todos os outros. Esta obra fala sobre a sensação de ser
diferente e a busca por pertencimento. E o modo como aborda esse tema permite
diferentes leituras sobre o que é ser diferente, podendo falar tanto sobre uma
diferença clara, como uma deficiência, quanto sobre a diferença como uma
percepção de si mesmo na busca pelo pertencimento. Uma busca que pode nos
levar por diferentes caminhos, da imitação ao outro para se sentir parte daquele
grupo à simples (e difícil) compreensão e estima de si, com as características e
potencialidades que o fazem único.
• Na obra de Marcelo Cipis, intitulada “Entre Tanto”, o autor aborda as relações
sociais entre as pessoas. A caracterização dos personagens nas ilustrações são um
caso à parte, convidando o leitor a uma leitura mais demorada ao instigar a imaginar
as diferentes personalidades de cada personagem e o que pode surgir do
relacionamento entre elas. Este livro fala sobre o que aproxima diferentes pessoas.
Como se estivessem todas ligadas por um parentesco, uma afinidade, uma
característica em comum, o que nos faz refletir sobre as nossas semelhanças
enquanto celebramos nossas diferenças.
• A autora Heloisa Pires Lima no livro “Histórias da preta”, apresenta questões
como: Quem inventou o nome da cor das pessoas? Como é ser uma criança negra?
“Preta”, é assim que sua tia Camila a chama. É sua tia quem lhe conta as histórias
que ouviu, viveu e imaginou. Histórias dos povos da África, de menino japonês, de
menina transparente. Diferentes histórias, histórias de diferenças. Nesta obra, Preta
nos conta histórias de um povo africano que veio para o Brasil como escravo, que
sofreu, mas construiu aqui um novo lar. A personagem conta assim histórias sobre
a sua ancestralidade, “histórias sobre a sua própria história”. Trouxe-as, junto de
seus costumes e crenças, por meio da oralidade, passada de geração a geração.
Trata assim da importância de preservarmos as nossas histórias como uma forma
de não perdermos nossa memória e nossa identidade, e assim a nossa autoestima.
• A obra escrita por Adriana Carranca, “Malala, a menina que queria ir para a
escola” apresenta a vida de uma menina que nasceu no Paquistão, o que isso tem
a ver com as meninas no Brasil? A menina Malala, ganhadora do Prêmio Nobel da
Paz, nos mostra a importância da Educação para o desenvolvimento de uma
sociedade sem intolerâncias e que valoriza o outro. A voz dela ecoou pelo vale de
Swat, no Paquistão, atravessando fronteiras e relatando o sofrimento de uma
população que foi reprimida por questões culturais e religiosas. Malala ganhou o
prêmio de Melhor Livro Informativo e Adriana ganhou o prêmio de escritora revelação
pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ.
• Na obra “Meninos do Mangue”, o autor Roger Mello, apresenta a vida de pessoas
que trabalham no mangue. A maré divide o dia em 4: duas marés altas e duas baixas.
Neste cenário e inspirado na crônica “O ciclo do caranguejo”, do escritor recifense
Josué de Castro, o livro Meninos do Mangue conta a história das pessoas que
sobrevivem da riqueza do mangue, paraíso dos caranguejos. Apesar de a história
mostrar os problemas sociais da comunidade como o trabalho infantil e escravo e o
lixo jogado no meio ambiente, o autor busca, por meio da escrita e das imagens,
evidenciar o lado humano das pessoas, a espontaneidade e felicidade das crianças
que se divertem pegando caranguejos. Esse livro recebeu vários prêmios: FNLIJ
Melhor Livro para Criança e Melhor Ilustração; Jabuti Melhor Livro para Criança e
Melhor Ilustração; Prêmio Espace Enfants 2002 (França).
• Na obra de Fernando Vilela, “Tapajós”, acompanhamos o cotidiano de Cauã e Inaê,
que vivem em um vilarejo às margens do rio Tapajós. Eles moram em uma casa de
palafitas, e o tempo é marcado pela estação das chuvas, quando eles têm de se
mudar de casa. Os rios e as bacias hidrográficas do Brasil formam uma das mais
extensas e diversificadas redes fluviais do mundo. E mesmo assim, nos grandes
centros urbanos, aprendemos a dar as costas aos rios e cobri-los com concreto ou
transformá-los em esgotos. Nas cidades, também pouco conhecemos da realidade
daqueles que vivem em torno dos rios, como nos apresenta esta obra de Fernando
Vilela. Nela, vemos que há outras formas de viver além daquela restrita ao nosso
pequeno universo pessoal.
• Os autores Tino Freitas e Renato Moriconi, na obra intitulada “Uniforme”, lança um
olhar poético sobre a construção de identidade. As ilustrações e as imagens em
diálogo compõem um texto profundamente sensível e afetuoso, despertando nossa
empatia por Clóvis, o pequeno camaleão que deseja estar em harmonia com seu
ambiente. Enquanto participamos da deliciosa brincadeira de procurá-lo em cada
página, acompanhamos a trajetória do personagem rumo à construção de sua
identidade, algo que só acontece plenamente quando ele aprende a ser livre.

3) Sugestão de vídeos:

• Para aprofundar suas reflexões sobre a concepção de culturas construída pela


criança, culturas escolares e culturas familiares, assista as produções de vídeos
indicadas:

• Vídeo: O Processo de Socialização - Socialização primária e Socialização


secundária (de um jeito simples)
• Link: https://www.youtube.com/watch?v=_rV3HUquLEs

• Vídeo: Cultura da infância – Episodio 1 – O brincar.


• Link: https://www.youtube.com/watch?v=38GfSgXpdX4

• Vídeo: A convivência da criança na sociedade - 7 Experiências Fundamentais


• Link: https://www.youtube.com/watch?v=oXoQn6MAYKA

• Vídeo: Normal é ser diferente – Grandes pequeninos


• Link: https://www.youtube.com/watch?v=oueAfq_XJrg

• Vídeo – Diversidade – Tatiana Belinky


• Link: https://www.youtube.com/watch?v=6qI8K9mR1S4
• Vídeo – Menino de todas as cores – Varal de histórias
• Link: https://www.youtube.com/watch?v=whrqcs6R8Pw

• Vídeo: Cada um com seu jeito, cada jeito é de um!


• Link: https://www.youtube.com/watch?v=cpAGEyaz424

• Vídeo: As famílias do mundinho – Varal de histórias


• Link: https://www.youtube.com/watch?v=PAq8OTpIqX8

Referência:

BARBOSA, M.C.S. Culturas escolares, culturas de infância e culturas familiares: as


socializações e a escolarização no entretecer destas culturas. Educ. Soc., Campinas,
vol. 28, n. 100 - Especial, p. 1059-1083, out. 2007. Disponível em
http://www.cedes.unicamp.br

BOURDIEU, P. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996.

CANDAU, Vera Maria Ferrão. Educação escola e Cultura(s): construindo caminhos.


Revista Brasileira de Educação, 2003.

_________, Vera Maria Ferrão. Sociedade, cotidiano escolar e cultura(s): uma


aproximação. Educ. Soc., 79: 125-161, 2002.

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