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A HISTORIA DO NEP/BENGUI
Belém/2010
O BAIRRO DO BENGUI:
É importante destacar que, como toda periferia, o bairro do Benguí, vivencia situações de
abandono, pobreza e discriminação social, também consequente da ausência de políticas
públicas. Realidades injustas que contribuiu para o aumento das desigualdades sociais e
condições injustas de moradia, educação, saúde e trabalho. E a partir dessas
necessidades que os moradores, iniciam um processo novo de mobilização e
organização popular em defesa da vida, promoção humana e resgate da cidadania de
homens e mulheres, enquanto sujeitos históricos. Portanto, fazendo na outra ponta a
nossa parte, na perspectiva da construção de espaços de organização e sociabilidade de
sujeitos críticos, capazes de assumir a construção de sua própria história.
Pensamento: “No caminho por onde andei, muitos espinhos encontrei. Plantei flores, colhi
espinhos, mas eu cheguei. A luta pela paz endureceu-me, mas calaram as vozes e nem
os sonhos para que outro mundo melhor que este seja possível”.
O QUE É O NÚCLEO DE EDUCAÇÃO POPULAR “RAIMUNDO REIS” – NEP
A ORIGEM DO NEP:
OS CIRCULOS DE CULTURA:
SALA DE LEITURA
“Por uma cultura de PAZ, é preciso investir em uma educação de qualidade a todos os
povos, sem distinção de raça, credo PA que se faça justiça aos que tem fome e sede de
justiça no Brasil e no mundo”.
Essas atividades de arte educação, esporte cultura e lazer, realizadas no NEP são
possíveis porque existem as parcerias entre educadores populares do bairro, entidades
do bairro como: AMOB, GMB, EMAUS, Paróquia Rainha da Paz através do Pe. João
Dereck, mas também com instituições públicas como a UFPA e outros.
ATIVIDADES DE ESPORTE, CULTURA E LAZER:
O KARATE: uma parceria que vem dano certo e tem ajudado crianças, adolescentes e
jovens, do nosso bairro a reencontrar espaços de lazer, educação e cidadania.
A Sala de Leitura vem retomando o seu papel, através de uma parceria com o GRUPO
DE ESTUDO E PESQUISA RURAL DA AMAZONIA - GEPERUAZ/UFPA e o Instituto de
Ciências da Educação – ICED/UFPA.
Assim como momentos fortes de reflexão, estudos e debates sobre o papel da educação,
focado na educação de jovens e adultos – a EJA, mas também de crianças, adolescentes
e jovens em situação de risco e vulnerabilidade social.
Também por entendemos que a educação extrapola os muros da escola, e como tal,
precisa ser refletida a luz da realidade dos educandos para que venha proporcionar uma
educação ao longo da vida, a partir da diversidade e identidade dos povos da Amazônia.
De fato, uma educação que possibilite uma formação integral de sujeitos históricos.
Nesse sentido a sala de leitura, vem fomentando práticas de leitura, letramento, estudos,
pesquisas, e incentivar ações de apoio e estimulo a elevação da escolaridade, cultura e
cidadania de crianças, adolescentes, jovens e adultos do bairro e adjacência.
O NEP tem sido ao longo desses 21 anos, um instrumento de educação para o exercício
da cidadania e tem oportunizado a inclusão de sujeitos críticos, capazes de construir a
sua própria historia.
Essa iniciativa ocorreu a partir de 1993, quando uma equipe de educadores, viajou até
Bragança/PA, para fazer uma pesquisa sobre a marujada com a finalidade de conhecer e
possibilidades de construir oportunidades para o desenvolvimento de atividades
socioculturais que resgatasse a identidade na diversidade dos sujeitos da comunidade e
possibilitasse valores e de solidariedade, contextualizado nos saberes e realidade
histórica e cultural do bairro e dos povos da Amazônia.
A maioria são mulheres chefas de famílias, idosos que não querem ir para a escola
formal, algumas chegaram a ingressar, mas saíram, não se adaptaram as formalidades da
escola. Mas o que se observa é que a escola e o educador/professor não estar preparado
para atuar nesta modalidade. Contudo a escola deve repensar sua pratica pedagógica ou
continuará contribuindo para o processo de exclusão e marginalidade social em nosso
país.
Mas essas ações para ser mantidas são fáceis, porem não impossível de se fazer
acontecer. A pesar das dificuldades estamos confiantes, as pessoas precisam de trabalho,
educação, saúde, moradia e lazer e essa luta é nossa. Pois no Brasil cresce o
individualismo forjado em uma cultura neoliberal que excluir direitos fundamentais da
população.
Não podemos negar que muitos homens também são parcerias e têm contribuído na
formação e organização das mulheres, assim como na defesa e garantia dos direitos
humanos. No NEP também é assim, um conjunto de ações onde mulheres e homens
somam esforços para que a educação popular continue sendo uma referência de
cidadania no bairro o Bengui.
Também é preciso estar atentos as mudanças que vem ocorrendo no bairro e no seu
entorno. Mudanças pertinentes do desenvolvimento do sistema capitalista.
Esse fato já se discutia na década de 80, agora concretizado pelas obras construídas em
torno do bairro, condomínios fechado que continuam sendo privilégios das elites
constituídas em nosso Estado. Enquanto isso, a população continua sem acesso a uma
educação de qualidade, o desemprego preocupa e a violência aumenta, especialmente
entre jovens e adolescentes.
Por isso o motivo de nossa luta, instrumento de organização e participação popular, vida
e cidadania.
Ações de mobilização por uma cultura de paz, organizada pelas entidades do bairro,
idealizada pela Paróquia Rainha da Paz e os movimentos sociais do bairro como
oportunidade de denuncia, manifestação e repudio ao descaso e omissão das
autoridades. Mas principalmente de enfrentamento da violência e das desigualdades
sociais. De fato, chamar atenção dos órgãos competentes sobre as situações de
abandono em que vive a população.
”NUNCA FOI FACIL O NOSSO TRABALHO E NEM SERÁ UM DIA, MAS ACREDITAMOS
E TEMOS ESPERANÇAS DE QUE É POSSIVEL MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA
DE GENTE COMO A GENTE”.
Foi no NEP que dei os primeiros passos, hoje com o ensino médio, me sito mais forte,
respeitado e pretendo fazer o vestibular, também tenho pensado na educação dos meus
filhos, afinal sou um pai de família que precisa oferecer aos filhos, uma educação justa.
Hoje me sinto livre, como um pássaro fora da gaiola, minha vida e minha historia mudou
muito nesses últimos anos e não vou parar por aqui, quero tentar o vestibular - Jurandir
Maria José/ NEP/07.
Na minha infância, trabalhei na roça e depois na casa de família para ajudar meus pais.
Aos 16 anos, casei tive filhos e parei de estudar. Mas meus pais diziam que estudar era
coisa pra homem, mulher tinha que casar ter filhos, mas sempre busquei algo mais na
minha vida. Então conheci o NEP, gostei e fiquei para passar o tempo e esquecer os
meus problemas, mas descobrir como moradora deste bairro, que posso fazer algo mais
por mim e pelos outros, aprendi a falar sobre minhas experiências de vida, a valorizar
meu bairro, perceber que aqui mora muita gente boa e coisas boas para participar. Aqui
não é o que falam por ai, que só tem violência, pois a vida na comunidade é muito bonita
e podemos lutar por um mundo melhor. “AS CRIANÇAS SEMPRE ESTIVERAM
PRESENTE NO NEP E JAMAIS DEVEM SER EXCLUIDAS DESSE PROCEESO”.
DIA INTERNACIONAL DA MULHER - NEP/06
Bazar solidário é uma experiência que vem dando certo e é fundamental para garantir o
autofinanciamento das linhas de ações do NEP funcionando. Responsável pela
coordenação: Carlinda Moreira.
SALA DE LEITURA
Nasci no interior do Maranhão, trabalhava na roça, sem estudo, fui para São Luiz, mas
vivia sozinho, sem trabalho, me tornei alcoólatra e abandonado pela minha família. Então
peguei carona na estrada e parei aqui, fui trabalhar na construção civil e um dia decidi que
precisava voltar a estudar, melhorar minha vida, mas tinha vergonha de ir para a escola.
Então conheci uma pessoa que me convidou para conhecer o NEP, fui, mas achava tudo
uma besteira, mas foi lá que me alfabetizei, depois fui para outra escola onde estudei até
a 4º ETAPA, depois fui para o Maria Luiza onde terminei o ensino médio.
PESSOAS:
David V. da Rosa;
Inácia W. de Souza;
Salomão M. Hage;
Sandra Borges;
Werick do Socorro/Mova/PA
5. Movimento de Emaús;