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AUXÍLIO ACIDENTE - PERDA DE MEMBRO DA MÃO DIREITA

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___VARA CÍVEL


DE ...

Nome, estado civil, nacionalidade, profissão, portador do RG. ... SSP/SP, CPF/MF ...,
residente e domiciliado à Rua ..., Número ..., Bairro, Cidade, Estado, E-mail ..., por seu advogado
que esta subscreve, Instrumento de Mandato incluso (doc.1) com escritório na Rua ..., N° ..., Bairro,
Cidade, Estado, E-mail ..., endereço em que recebe intimações, vem à pre sença de Vossa
Excelência propor

AÇÃO PARA CONCESSÃO DE AUXÍLIO ACIDENTE

(perda de membro)

em face do Instituto Nacional do Seguro Social, na pessoa de seu representante legal, pelos
fatos e fundamentos a seguir descritos:

DOS FATOS

O Autor é segurado da Previdência Social em virtude de exercer a profissão de ajudante geral,


devidamente registrado na empresa.....

DO ACIDENTE DO TRABALHO

Entretanto, no exercício de suas funções sofreu a Autor o seguinte acidente do trabalho:

“queimadura da mão direita de II grau, com necrose CID W 31.9, além de esmagamento de 3º, 4º
e 5º dedos da mão direita e amputação da Falange distal de 3º, 4º e 5º dedos” DOC.

Em virtude deste acidente, a empresa elaborou a devida CAT (Comunicação de Acidente do


Trabalho) e informou o INSS ficando o autor recebendo o benefício previdenciário de AUXÍLIO POR
INCAPACIDADE TEMPORÁRIA POR ACIDENTE DO TRABALHO.

Com as seguintes características:

Benefício: auxílio por incapacidade temporária por acidente do trabalho:


Valor: R$ ...;
Data do início: .../.../...;
Término: .../.../...

Na presente carta de alta o médico perito apenas atestou que o Au tor estaria apto a
retornar ao trabalho, sem mencionar que o mesmo ficou com sequelas, relativas ao acidente.
(ausência de três dos cinco dedos da mão direita)

Ocorre que o autor perdeu três dos cinco dedos da mão direita, o que lhe causou grande perda
de sua capacidade laborativa.

Desta forma, em virtude da sequela deixada pelo acidente que o autor sofreu e posterior
redução de sua capacidade de trabalho faz jus o Autor ao recebimento do benefício denominado
auxílio acidente, que não lhe fora concedido pelo médico perito do INSS, que apenas atestou que o
mesmo estaria apto ao trabalho, sem nenhuma restrição.

Em razão deste fato, não lhe assiste outro direito senão recorrer ao Poder Judiciário, para ver
sanada tal injustiça.

DO DIREITO

O Autor apresenta todos os pressupostos legais para que lhe seja concedido o benefício
previdenciário pleiteado, senão vejamos:

• Possuía a condição de segurado da Previdência Social na data da perícia, o que inclusive em


momento algum fora negado pelo órgão administrativo.

• Descabe mencionar sobre a carência, uma vez que esta não é necessária para a concessão
deste benefício.

• Desta forma temos que estão preenchidos os requisitos citados acima.

Temos ainda que:

DAS SEQUELAS

O Autor é portador de SEQUELAS DO ACIDENTE DO TRABALHO que o mesmo sofreu, que será
facilmente perceptível em perícia judicial a ser designada por Vossa Senhoria ou mesmo a simples
olhos nus, uma vez que a mesmo perdeu três dos cinco dedos da mão direita, lembrando que a mesma é
destra e que necessita de habilidade e força para o exercício de sua atividade profissional.
A pretensão do Autor encontra amparo legal na legislação previdenciária Lei n º 8.213/91 e
conforme dispõe o artigo 86 e seguintes:

“o auxílio–acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação


das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem
redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

§ 1º o auxílio acidente mensal corresponderá a cinquenta por acidente do salário-de-benefício


e será devido, observado o disposto no § 5º até a véspera de início de qualquer aposentadoria
ou até a data do óbito do segurado”.

No Decreto nº 3.048/99 encontramos a seguinte redação:

“Do Auxílio-acidente

Art. 104. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado empregado,


inclusive o doméstico, ao trabalhador avulso e ao segurado especial quando, após a
consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar sequela
definitiva que, a exemplo das situações discriminadas no Anexo III, implique redução da
capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. (Redação dada pelo Decreto n º 10.410,
de 2020)

I - (Revogado pelo Decreto nº 10.410, de 2020)


II - (Revogado pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
III - (Revogado pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinqüenta por cento do salário-de-benefício


que deu origem ao auxílio-doença do segurado, corrigido até o mês anterior ao do início do
auxílio-acidente e será devido até a véspera de início de qualquer aposentadoria ou até a data
do óbito do segurado.

§ 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da ces sação do auxílio por
incapacidade temporária, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido
pelo acidentado, vedada a sua acumulação com qualquer aposentadoria. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 3º O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exce to de aposentadoria, não


prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente.

§ 4º Não dará ensejo ao benefício a que se refere este artigo o caso:


I - que apresente danos funcionais ou redução da capacidade funcional sem repercussão na
capacidade laborativa; e
II - de mudança de função, mediante readaptação profissional promovida pela empresa, como
medida preventiva, em decorrência de inadequação do local de trabalho.

§ 5º A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-


acidente quando, além do reconhecimento do nexo entre o trabalho e o agravo, resultar,
comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho que o segurado
habitualmente exercia. (Redação dada pelo Decreto nº 6.939, de 2009)

§ 6º No caso de reabertura de auxílio por incapacidade temporária por acidente de qualquer


natureza que tenha dado origem a auxílio-acidente, este será suspenso até a cessação do
auxílio por incapacidade temporária reaberto, quando será reativado. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 7º Cabe a concessão de auxílio-acidente oriundo de acidente de qualquer natureza ocorrido


durante o período de manutenção da qualidade de segurado, desde que atendidas às condições
inerentes à espécie. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).

§ 8º Para fins do disposto no caput considerar-se-á a atividade exercida na data do acidente.


(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)”

Sobre o Auxílio Acidente, cabe ainda discorrer da seguinte forma, este benefício
diferentemente de outros concedidos pelo INSS, não visa substituir o salário de benefício do
segurado.

Mas possui na verdade, caráter indenizatório, e assim, trata-se de uma forma de se


compensar a redução da capacidade técnica da pessoa para o exercício de sua atividade habitual, por
isso, deve sempre haver correlação entre as sequelas ocasionadas e sua atividade habitual, como se
trata aqui neste processo judicial.

Desta forma, se faz patente o direito evocado pelo autor devendo a Autarquia Previdenciária
portanto, proceder à concessão do benefício pleiteado, em virtude da existência de sequelas, do
acidente sofrido.

TUTELA DE URGÊNCIA

A tutela pretendida nesta demanda deverá ser concedida de forma antecipada, posto que o
Autor preenche os requisitos do art. 300 do Código de Processo Civil:
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a
caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.

§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.

§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.”

A antecipação de tutela tem como maior finalidade evitar situações que, ao aguardar o
julgamento definitivo, poderão sofrer dano irreparável ou de difícil reparação.

Pois bem o Autor, além do trauma psicológico, deixado pelo acidente, uma vez que o mesmo
não será capaz de olhar para a máquina em que trabalhava, sem se esquecer do acidente ocorrido,
além do que, presente está o direito imediato do autor de receber as parcelas de que faz jus, uma
vez que sofreu o acidente restaram sequelas que reduziram sua capacidade de trabalho e o instituto
ora Réu, está apenas procrastinando o seu pagamento.

A jurisprudência contempla a possibilidade de concessão de tutela antecipada mesmo em face


de Autarquia Federal.

“TJ-AL - Agravo de Instrumento AI 08004869620158020000 AL 0800486-96.2015.8.02.0000


(TJ-AL)
Data de publicação: 21/07/2015
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO COMINATÓRIA. DIREITO À SAÚDE. CONCESSÃO DE
TUTELA ANTECIPADA EM FACE DA FAZENDA PÚBLICA. POSSIBILIDADE. MEDIDA DE
URGÊNCIA. FORNECIMENTO DE PRÓTESE BASEADA EM LAUDO MÉDICO. DIREITO
ASSEGURADO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL . ARTIGO 188 DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.
JURISPRUDÊNCIA DO STF. - A Constituição Estadual, em seu art. 188, também estabelece que
o acesso aos serviços de saúde será garantido pelo Poder Público. Cabendo ao Estado e aos
Municípios o atendimento integral na prestação das ações preventivas e curativas, não há
como fugir dessa responsabilidade. - O STF decidiu que é dever do Estado assegurar a todos os
cidadãos, indistintamente, o direito à saúde. Logo, diante da negativa/omissão do Estado em
prestar atendimento à população carente, que não possui meios para viabilizá-lo, a jurisprudência
vem exigindo que o Estado o faça. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.”
Quanto às provas, os documentos carreados nos autos demonstram inequivocamente que o
autor é portador de sequelas, que diminuíram a sua capacidade quanto ao desempenho de qualquer
atividade laborativa, conforme laudos e exames acostados aos autos.

Além do que cabe ressaltar, que em virtude de ter amputado três dos cinco dedos da mão
direita, e desta forma, quando for dispensado desta empresa, dificilmente conseguirá outro, no
mesmo ramo, sendo que será fruto de discriminação no processo seletivo de qualquer empresa.

Da mesma forma, a pretensão do Autor encontra amparo legal dentro da legislação


previdenciária, a qual prevê a concessão de auxílio -acidente, em razão das sequelas e de sua
redução quanto a capacidade laborativa.

Diante do exposto e do real direito do Autor, requer seja a tutela pleiteada concedida de forma
antecipada, a partir da juntada do laudo pericial aos autos, com a implantação imediata do benefício
de auxílio acidente.

Desta forma, ante a demonstração da redução da capacidade de trabalho e de sequelas


oriundas de acidente do trabalho, por meio das provas carreadas nos autos, bem como o amparo
legal que sustenta o seu pedido, não vislumbramos outra alternativa senão a concessão do
benefício pleiteado, sob pena de afronta aos preceitos legais nesta lide evocados.

DOS PEDIDOS

Assim, requer a procedência dos pedidos constantes na presente ação, condenando o Instituto
Réu, à concessão do benefício de auxílio acidente, a partir do encerramento do Auxílio Doença
Acidentário NB...., o que nos autos se deu em .../.../...;

Requer seja determinada por este juízo, antecipadamente, a produção da prova pericial médica,
para a constatação da redução da capacidade de trabalho do Autor;

Outrossim, requer a concessão da Tutela de urgência a partir da juntada do Laudo Pericial aos
autos, com a implantação imediata do benefício de auxílio-acidente;

Requer a citação do INSS, na pessoa de seu representante legal, sob as penas da revelia e
confissão;

Requer que o Instituto Réu, seja compelido a juntar nos autos, cópia do processo
administrativo referente ao benefício Nº ....;

A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios e demais verbas decorrentes da


sucumbência;
Requer o destacamento dos honorários contratuais, conforme contrato de honorários
acostado ao processo judicial, como lhe faculta a Lei nº 8.906/94 em seu artigo 22.

DAS PROVAS

Requer provar o alegado através de todos os meios de prova permitidos em direito,


especialmente prova pericial, documental e testemunhal.

VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$ 27.000,00 (vinte e sete mil reais) (a somatória das parcelas
vencidas e vincendas) artigo 292 do CPC.

Nestes termos
Pede deferimento

Local, data.

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OAB/SP

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