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MODELO DE AÇÃO DE CONCESSÃO DE AUXÍLIO-ACIDENTE

DOUTO JUÍZO DA VARA DA COMARCA DE CIDADE/ESTADO (em caso de auxílio-acidente


precedido por auxílio por incapacidade temporária decorrente de acidente de trabalho (B91) ou de
competência delegada, quando aplicável)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA/JUIZADO ESPECIAL


FEDERAL DA CIDADE – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO (em caso de auxílio-acidente precedido
por auxílio por incapacidade temporária B31)

Segurado(a), nacionalidade, estado civil, profissão, residente e domiciliado(a) na Rua, Bairro,


Cidade, Estado, inscrito(a) no CPF sob o n.º, endereço eletrônico, beneficiário do auxílio por incapacidade
temporária NB, DIB 00.00.2000 com data de cessação (DCB) em 00.00.2000, vem à presença de Vossa
Excelência, por intermédio de seus procuradores constituídos, propor a presente AÇÃO DE
CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO contra o INSTITUTO NACIONAL DO
SEGURO SOCIAL – INSS, pessoa jurídica de direito público, autarquia federal com endereço à (adequar
ao local onde será ajuizada a ação) pelos fatos e fundamentos que a seguir aduz:

1. BREVE RESENHA FÁTICA <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>

A parte autora postulou e teve deferido o benefício de auxílio por incapacidade temporária
(previdenciário ou acidentário), NB......., cessado em 00/00/2000. Todavia, o INSS não realizou processo de
reabilitação profissional e não reconheceu a existência de sequela redutora da capacidade laborativa, o que
deveria ter feito ex officio, levando à necessidade de buscar o benefício do auxílio-acidente em Juízo.
Entre as provas documentais apresentadas, o(a) autor(a) juntou: <ADEQUAR AO CASO>

( ) Protocolo de requerimento de benefício;


( ) Carta de indeferimento do benefício;
( ) Carta de concessão do auxílio por incapacidade temporária;
( ) Cópia da Carteira de Trabalho e Previdência Social;
( ) Carnês de contribuição para a Previdência Social;
( ) Laudo médico atestando a existência de sequela decorrente de acidente;
( ) CAT – Comunicação de acidente de trabalho;
( ) Boletim de ocorrência comprovando o acidente de qualquer natureza;
( ) Prontuário médico comprovando a internação e o tratamento em decorrência do acidente de
qualquer natureza;
( ) Outros ___________________________________

É descabida, entretanto, a omissão do INSS, causada pelo procedimento de “alta programada”, sendo
devida a concessão do benefício na forma da Lei Previdenciária vigente.
O(A) segurado(a) recorre a esse nobre Juízo, para garantir a concessão do auxílio-acidente, posto que
implementou todos os requisitos necessários para este benefício.

2. FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>


O benefício de auxílio-acidente é devido nos termos do art. 86 da Lei n. 8.213/1991, e do art. 104 1 do
Dec. n. 3.048/1999, como forma de indenização, ao segurado, inclusive o doméstico, quando, após
consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem
redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. (Redação dada pela Lei n. 9.528, de
1997)
Ainda no tocante ao auxílio-acidente, o Anexo III do Decreto n. 3.048/1999 determina quais as
sequelas garantem o direito ao benefício.
Ressalta-se que a sequela adquirida pela parte autora está devidamente atestada por médico e prevista
expressamente no Anexo III do Dec. n. 3.048/1999, conforme se observa abaixo:
<INCLUIR CITAÇÃO DA SEQUELA RELACIONADA PELO ANEXO III DO DECRETO n.
3.048/1999>
Ademais, a jurisprudência do STJ já decidiu que a relação de sequelas do Regulamento não é taxativa,
tendo pacificado a questão em sede de análise de recursos repetitivos:
Tema 22 – Tese Fixada: “Comprovados o nexo de causalidade e a redução da capacidade laborativa, mesmo
em face da disacusia em grau inferior ao estabelecido pela Tabela Fowler, subsiste o direito do obreiro ao
benefício de auxílio-acidente” (REsp 1095523/SP, 3.ª Seção, Rel. Min. Laurita Vaz, DJe 05.11.2009).

Tema 156 – Tese Fixada: “Será devido o auxílio-acidente quando demonstrado o nexo de causalidade entre
a redução de natureza permanente da capacidade laborativa e a atividade profissional desenvolvida, sendo
irrelevante a possibilidade de reversibilidade da doença” (REsp 1112886/SP, 3.ª Seção, Rel. Min. Napoleão
Numes Maia Filho, DJe 12.02.2010).

Súmula 44/STJ: “A definição, em ato regulamentar, de grau mínimo de disacusia, não exclui, por si só, a
concessão do benefício previdenciário.”

Quanto à data de início do benefício postulado, deve ser considerada a imediatamente posterior à
cessação do auxílio por incapacidade temporária, visto que se trata de situação decorrente deste, tendo o
segurado ficado com sequelas que o INSS tinha obrigação de identificar quando da alta médica,
providenciando a concessão do benefício ex officio. Assim se posiciona o STJ em recurso repetitivo:
Tema n. 862 – “O termo inicial do auxílio-acidente deve recair no dia seguinte ao da cessação do auxílio-
doença que lhe deu origem, conforme determina o art. 86, § 2º, da Lei 8.213/91, observando-se a prescrição
quinquenal da Súmula 85/STJ” (REsp 1.729.555/SP, 1ª Seção, DJe 01.07.2021).

Salienta-se que o agendamento via internet ou pelo telefone 135 sequer preveem o requerimento de auxílio-
acidente, sendo, portanto, inadmissível a exigência de prévio ingresso na via administrativa neste caso – Súmula
n. 89 do STJ, presumindo-se daí que a perícia do INSS indeferiu o auxílio-acidente quando da cessação do
auxílio por incapacidade temporária, não havendo neste caso sequer a necessidade de provocação da via
administrativa pelo segurado. Neste sentido:
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. INTERESSE DE AGIR. PRÉVIO
REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE.
A não conversão do auxílio-doença em auxílio-acidente, no caso de consolidação de lesões decorrentes
de acidente, com sequelas que implicam redução da capacidade de trabalho, é suficiente para configurar a
pretensão resistida por parte do INSS e o consequente interesse de agir da parte autora, sendo
desnecessário prévio requerimento administrativo.
(TRF/4, AC 5010264-80.2021.4.04.9999/SC, TRS-SC, Rel. Sebastiao O. Muniz, j. 21.07.2021).

1 Art. 104 do Dec. n. 3.048/1999: “O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado
empregado, inclusive o doméstico, ao trabalhador avulso e ao segurado especial quando, após a consolidação
das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar sequela definitiva que, a exemplo das
situações discriminadas no Anexo III, implique redução da capacidade para o trabalho que habitualmente
exercia. (Redação dada pelo Decreto n. 10.410, de 2020)”
Resta claro, portanto, o preenchimento, pela Parte Autora, dos requisitos necessários para a concessão
do benefício pleiteado. É indispensável, então, pela omissão da autarquia, a intervenção jurisdicional para
garantir o direito ora pleiteado.

3. DO PREQUESTIONAMENTO <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>

Resta clara a violação aos ditames constitucionais e legislação federal, que destacamos os artigos
<ADEQUAR AO CASO CONCRETO, LEMBRANDO DE INCLUIR LEGISLAÇÃO FEDERAL
TAMBÉM, MESMO PARA AÇÕES DE JUIZADOS, TENDO EM VISTA A ATUAL POSSIBILIDADE
DE INTERPOSIÇÃO DE IRDR>.

4. REQUERIMENTOS <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>

Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:


a) a citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, responder à presente
demanda, no prazo legal, advertindo-se que:
b) a determinação ao INSS para que, na primeira oportunidade em que se pronunciar nos autos,
apresente o Processo de Concessão de auxílio por incapacidade temporária para apuração dos valores
devidos à parte autora, em especial os laudos administrativos, conforme determinado pelo art. 11 da Lei n.
10.259/2001, sob pena de cominação de multa diária, nos termos do art. 139, IV, do CPC, a ser fixada por
esse Juízo;
c) a procedência da pretensão deduzida, consoante narrado nesta inicial, condenando-se o INSS a
conceder o benefício de auxílio-acidente à Parte Autora, com data de início a contar da cessação do auxílio
por incapacidade temporária;
d) a condenação do INSS ao pagamento dos valores acumulados, aplicando-se o índice da taxa
referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), acumulado mensalmente, para para
fins de atualização monetária e de compensação da mora (art. 3º da EC n. 113/2021), respeitada a
prescrição quinquenal;
e) a condenação do INSS ao pagamento de custas, despesas e de honorários advocatícios, na base de
20% (vinte por cento) sobre a condenação, conforme dispõem o art. 85, § 3.º, do CPC;
f) <SE NECESSÁRIA A PRODUÇÃO DE PROVAS, A EXEMPLO DA TESTEMUNHAL,
REQUERER E FAZER O ARROLAMENTO DAS TESTEMUNHAS; ENTRETANTO, SE A
DOCUMENTAÇÃO ANEXA NA INICIAL FOR SUFICIENTE PARA A COMPROVAÇÃO DO TEMPO
E O DEFERIMENTO DO BENEFÍCIO, INCLUIR O SEGUINTE PEDIDO: “CONSIDERANDO,
AINDA, QUE A QUESTÃO DE MÉRITO É UNICAMENTE DE DIREITO, REQUER O
JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE, CONFORME DISPÕE O ART. 355 DO CPC. SENDO
OUTRO O ENTENDIMENTO DE V. EXA., REQUER E PROTESTA PELA PRODUÇÃO DE TODOS
OS MEIOS DE PROVA ADMITIDOS EM DIREITO, SEM EXCLUSÃO DE NENHUM QUE SE FIZER
NECESSÁRIO AO DESLINDE DA DEMANDA”>
g) a concessão da Gratuidade da Justiça, por ser a Parte Autora pessoa hipossuficiente, na
acepção jurídica do termo, sem condições de arcar com as despesas processuais e os honorários
advocatícios sucumbenciais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, na forma do art. 98 e ss do
CPC. <RECOMENDA-SE A COLETA, PELO ADVOGADO, DE DECLARAÇÃO DE
HIPOSSUFICIÊNCIA DO CLIENTE, CASO SEJA REQUERIDA A GRATUIDADE DA JUSTIÇA.
DEVE-SE, TAMBÉM, DE PREFERÊNCIA, FAZER A JUNTADA DE TAL DECLARAÇÃO NOS
AUTOS, JÁ NA INICIAL>.
Cumprindo a previsão do art. 319, VII, do CPC, a parte autora declara que opta pela realização <OU
NÃO REALIZAÇÃO, ADEQUAR CONFORME O INTERESSE EM CADA CASO> de audiência de
conciliação no presente caso.
Requer-se, ainda, com base no § 4.º, do art. 22, da Lei n. 8.906/1994, que, ao final da presente
demanda, caso sejam encontradas diferenças em favor do(a) autor(a), quando da expedição da RPV ou
do precatório, os valores referentes aos honorários contratuais e sucumbenciais sejam expedidos em
nome da sociedade de advogados contratada pela parte Autora, sendo os honorários contratuais
devidos no percentual constante no contrato em anexo.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais). <ADEQUAR CONFORME O CASO>
Nesses termos,
PEDE DEFERIMENTO.
Cidade e data.
Nome do Advogado e OAB
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Quesitos para a perícia médica <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>
1. Qual a idade do(a) periciando(a)?
2. Qual o grau de escolaridade do(a) periciando(a)?
3. Qual a atividade profissional que exerce (ou exercia) o(a) periciando(a)?
4. O(a) Periciando(a) sofreu algum acidente de trabalho ou acidente de qualquer natureza ou é
portador de alguma doença decorrente do trabalho? Se sim, qual a data do evento ou do início da
doença?
5. Qual a CID, se aplicável ao caso?
6. O acidente ou a doença do trabalho deixaram alguma sequela/limitação na capacidade laboral
do(a) periciando(a)?
7. Se existente sequela ou limitação, descrever os membros e os órgãos afetados.
8. Houve progressão, agravamento ou desdobramento da doença ou lesão, ao longo do tempo?
9. Hoje, qual o grau de redução da capacidade laborativa da paciente?
10. O acidente ou a doença do trabalho deixaram alguma sequela/limitação para a realização dos atos
da vida diária pelo(a) periciando(a)?
11. Há cura para a doença ou para a sequela/limitação decorrente do acidente do(a) periciando(a)?
12. A doença, lesão ou sequela/limitação que acomete o(a) periciando(a) o incapacita para a sua
atividade?
13. A doença, lesão ou moléstia que acomete o(a) periciando(a) o incapacita para o exercício de
qualquer atividade?
14. Caso o(a) periciando(a) possua doença, lesão ou sequela, essa gera limitação permanente ou
temporária?
15. Caso o(a) periciando(a) possua doença, lesão ou sequela, essa gera limitação total ou parcial?
16. Com as enfermidades/limitações que possui atualmente o(a) periciando(a) consegue executar as
tarefas inerentes a sua atividade?
17. Existe a possibilidade de reabilitação do(a) periciando(a) para outro tipo de atividade, dadas a
sua idade, sua escolaridade e grau de comprometimento da(s) enfermidade(s)?
18. O(a) periciando(a) necessita da continuidade do tratamento médico até a sedimentação da
sequela/doença, ou já pode ser readaptado? Se precisar continuar em tratamento, qual a duração
mínima do tratamento até nova avaliação?
19. O(a) periciando(a) possui alguma das doenças abaixo:
( ) Cegueira total.
( ) Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta.
( ) Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores.
( ) Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível.
( ) Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível.
( ) Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível.
( ) Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social.
( ) Doença que exija permanência contínua no leito.
( ) Incapacidade permanente para as atividades da vida diária.
( ) Não possui nenhuma das doenças acima citadas.
20. Qual é a especialidade de formação do perito oficial, registrado no CRM?

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