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A parte autora postulou e teve deferido o benefício de auxílio por incapacidade temporária
(previdenciário ou acidentário), NB......., cessado em 00/00/2000. Todavia, o INSS não realizou processo de
reabilitação profissional e não reconheceu a existência de sequela redutora da capacidade laborativa, o que
deveria ter feito ex officio, levando à necessidade de buscar o benefício do auxílio-acidente em Juízo.
Entre as provas documentais apresentadas, o(a) autor(a) juntou: <ADEQUAR AO CASO>
É descabida, entretanto, a omissão do INSS, causada pelo procedimento de “alta programada”, sendo
devida a concessão do benefício na forma da Lei Previdenciária vigente.
O(A) segurado(a) recorre a esse nobre Juízo, para garantir a concessão do auxílio-acidente, posto que
implementou todos os requisitos necessários para este benefício.
Tema 156 – Tese Fixada: “Será devido o auxílio-acidente quando demonstrado o nexo de causalidade entre
a redução de natureza permanente da capacidade laborativa e a atividade profissional desenvolvida, sendo
irrelevante a possibilidade de reversibilidade da doença” (REsp 1112886/SP, 3.ª Seção, Rel. Min. Napoleão
Numes Maia Filho, DJe 12.02.2010).
Súmula 44/STJ: “A definição, em ato regulamentar, de grau mínimo de disacusia, não exclui, por si só, a
concessão do benefício previdenciário.”
Quanto à data de início do benefício postulado, deve ser considerada a imediatamente posterior à
cessação do auxílio por incapacidade temporária, visto que se trata de situação decorrente deste, tendo o
segurado ficado com sequelas que o INSS tinha obrigação de identificar quando da alta médica,
providenciando a concessão do benefício ex officio. Assim se posiciona o STJ em recurso repetitivo:
Tema n. 862 – “O termo inicial do auxílio-acidente deve recair no dia seguinte ao da cessação do auxílio-
doença que lhe deu origem, conforme determina o art. 86, § 2º, da Lei 8.213/91, observando-se a prescrição
quinquenal da Súmula 85/STJ” (REsp 1.729.555/SP, 1ª Seção, DJe 01.07.2021).
Salienta-se que o agendamento via internet ou pelo telefone 135 sequer preveem o requerimento de auxílio-
acidente, sendo, portanto, inadmissível a exigência de prévio ingresso na via administrativa neste caso – Súmula
n. 89 do STJ, presumindo-se daí que a perícia do INSS indeferiu o auxílio-acidente quando da cessação do
auxílio por incapacidade temporária, não havendo neste caso sequer a necessidade de provocação da via
administrativa pelo segurado. Neste sentido:
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. INTERESSE DE AGIR. PRÉVIO
REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE.
A não conversão do auxílio-doença em auxílio-acidente, no caso de consolidação de lesões decorrentes
de acidente, com sequelas que implicam redução da capacidade de trabalho, é suficiente para configurar a
pretensão resistida por parte do INSS e o consequente interesse de agir da parte autora, sendo
desnecessário prévio requerimento administrativo.
(TRF/4, AC 5010264-80.2021.4.04.9999/SC, TRS-SC, Rel. Sebastiao O. Muniz, j. 21.07.2021).
1 Art. 104 do Dec. n. 3.048/1999: “O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado
empregado, inclusive o doméstico, ao trabalhador avulso e ao segurado especial quando, após a consolidação
das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar sequela definitiva que, a exemplo das
situações discriminadas no Anexo III, implique redução da capacidade para o trabalho que habitualmente
exercia. (Redação dada pelo Decreto n. 10.410, de 2020)”
Resta claro, portanto, o preenchimento, pela Parte Autora, dos requisitos necessários para a concessão
do benefício pleiteado. É indispensável, então, pela omissão da autarquia, a intervenção jurisdicional para
garantir o direito ora pleiteado.
Resta clara a violação aos ditames constitucionais e legislação federal, que destacamos os artigos
<ADEQUAR AO CASO CONCRETO, LEMBRANDO DE INCLUIR LEGISLAÇÃO FEDERAL
TAMBÉM, MESMO PARA AÇÕES DE JUIZADOS, TENDO EM VISTA A ATUAL POSSIBILIDADE
DE INTERPOSIÇÃO DE IRDR>.