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Título: A Cura começa no Movimento!

Muitos querem a cura, mas poucos a aceitam.

Quando analisamos um problema de saúde, logo pensamos na cura, na solução.


Buscando constantemente o “vilão e o mocinho”, “a culpa e o culpado”,

E se ao invés de chamarmos de culpa, chamarmos de: Responsabilidade?

Logo, o reporter deseja saber, qual é a responsabilidade dessa população mediante


ao caos que ela mesma se colocou.

Para isso, vamos começar analisando a etimologia de cura e doença:

- Cura: vem do latim e significa o ato de cuidar e vigiar da saúde.

- Doença: vem da palavra latina dolentia: sentir ou causar dor, aflições e amargura.

Quando pensamos nas estruturas básicas de saúde, educação e infraestrutura, já


imaginamos algo não tão bom e buscamos a comparação com as estruturas
europeias.

Aqui mora um grande perigo de doença, o que causa baixa autoestima para o povo
brasileiro, comparar uma estrutura em desenvolvimento com um desenvolvida.
Comparar a mentalidade, a saúde (conforme o significado de saúde dado pela OMS
- um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência
de afecções e enfermidades) a organização e o comportamento social de pessoas
em meios que estão se desenvolvendo e em meios já desenvolvidos.

Imagine que uma criança (que está se desenvolvendo) quer ter um corpo igual à um
adulto (que, visivelmente, para uma criança, já está desenvolvido) e essa criança
começa a se comparar ao adulto e não querer ser mais criança.

Fundamentando esse exemplo simples e singelo, afinal de contas, não


conseguimos falar de saúde sem resgatar a base de uma cultura, essa que estamos
falando é a brasileira, por isso trago como fundamento desse breve artigo a
Antropologia do Brasil.

Na página 19 do livro O Povo Brasileiro, com autoria do antropólogo Darcy Ribeiro,


ele diz:

“Povo novo, ainda, porque é um novo modelo de estruturação societária, que


inaugura uma forma singular de organização sócio‐econômica, fundada num tipo
renovado de escravismo e numa servidão continuada ao mercado mundial. Novo,
inclusive, pela inverossímil alegria e espantosa vontade de felicidade, num povo tão
sacrificado, que alenta e comove a todos os brasileiros”

E na página 279 Ribeiro, Darcy ressalta :


“…O próprio senhor e seus filhos eram, de fato, reprodutores soltos ali para
emprenharem a quem pudessem. Nenhuma hipótese havia nesse ambiente para
que os negros e mestiços tivessem qualquer chance de se estruturar
familiarmente. A história do Brasil é, por isso, a história dessa alternidade original e
das que a ela se sucederam. É ela que dá nascimento à primeira civilização de
âmbito mundial, articulando a América como assentamento, a África como a
provedora de força de trabalho e a Europa como consumidor privilegiado e como
sócio principal do negócio.”

Logo, é possível compreender o grande desafio de ajudar as diversidades culturais


brasileiras a viverem em harmonia.

Dito isso, e resgatando a pergunta do texto, podemos listar que as


responsabilidades da população brasileira é:

1) Ter ciência e consciência da própria história;


2) Ter ciência e consciência de como as ações individuais impactam no todo;
3) Ter ciência e consciência de quais são as consequências de suas próprias ações;
4) Ter ciência e consciência do próprio corpo, aspecto esse que os povos indígenas
e africanos trouxeram e, com o passar do tempo, fomos perdendo essas
informações;
5) Ter mais autonomia da própria saúde
6) Ter ciência e consciência de que a saúde não é apenas ausência de doença

Tendo esses 6 elementos como fundamento, alinhados à promoção da saúde com


categoria central a autonomia e não o monopólio de informações e cuidados, a
Responsabilidade (culpa) dessa população são oriundas das próprias “micro ações”
diárias que em manifestações naturais, como as chuvas em excesso, acabam
ressaltando o resultado das “micro ações” diárias e causando o próprio
adoecimento, de maneira direta e/ou indireta.

Podemos concluir, então, que promover saúde, não é apenas falar de doenças, mas
conscientizar pessoas e oferecer fundamentos íntegros e acessíveis, para que a
população brasileira ou de uma determinada região do país, não gere o próprio
caos.

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