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Ação de Mulheres Pela Equidade

Diálogos entre Racismos, Saúde Mental e


Sofrimento Psíquico
Convidado: Daniel Francisco B. Oliveira
Coordenado da Área de Saúde Mental – AME

Aula de Pós Graduação em Saúde Mental na Atenção


Psicossocial - FEPCS
Promover saúde mental da população negra.
Compreender o racismo estrutural Traçar o cuidado adequado
às necessidades da população negra, com base nos
determinantes sociais e na produção interdisciplinar e
intersetorial do PTS.

Aula Unidade Educacional 1 – Especialização


Em Saúde Mental Na Atenção Psicossocial
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

Compreender como se configura os processos de


saúde e adoecimento mental da população negra.
 Pensar o Mundo.... Pensar o Brasil...

 Qual o contexto social, político, econômico


que a população negra está inserida.

 O que nós queremos? O que precisamos


fazer a partir do nosso campo de atuação na
saúde?
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
Colonização Europeia:
 Morte
 Violações de territórios.
 Apropriação de Corpos Africanos e Indígenas
 Opressão
 Pilhagens
 Massacre
 Colônias Cristãs
 Demonizar
 Inexistência
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
O privilegio Branco, sobre o direito a vida, desumanizar para violar/aprisionar imputar o “ naõ
ser”, a negação europeia da identidade negra e Indigena (nome, língua, família, território,
história, memoria, ritos de cura, saúde e doença) uma sóciogenese dos racismos na colonização
(Fanon 2008).
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
O privilegio Branco, sobre o direito a vida, desumanizar para violar/aprisionar imputar o “ naõ
ser”, a negação europeia da identidade negra e Indigena (nome, língua, família, território,
história, memoria, ritos de cura, saúde e doença) uma sóciogenese dos racismos na colonização
(Fanon 2008).
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
O privilegio Branco, sobre o direito a vida, desumanizar para violar/aprisionar imputar o “ naõ
ser”, a negação europeia da identidade negra e Indigna (nome, língua, família, território, história,
memoria, ritos de cura, saúde e doença) uma sóciogenese dos racismos na colonização (Fanon
2008).
Sobre o lugar social do branco
forjado histórica e culturalmente na
sociedade. Frankenberg (2004)
classifica de “ideologia da
branquitude” esse lugar de
privilégio na ordem hierárquica da
sociedaderacializada. Um lugar de
vantagem estrutural nas sociedades
estruturadas na dominação racial.
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
Ao trazer o conceito de branquitude para esta discussão, partimos da premissa de que o
racismo, configurou/configura o social brasileiro, atua sustentado por ideologias construídas ao
longo de 500 anos

Compreender racismo e branquitude de maneira amalgamada, ou seja como constituinte e


constituído hegemonicamente na sociedade brasileira é de suma importância pois configuram
subjetivamente a complexa relação entre negros e brancos em múltiplos espaços, trago a voga
os espaços de saúde e especificamente os de saúde mental onde os profissionais a princípio
deveriam atuar e compreende os usuários na lógica dos princípios do SUS Universalidade,
Equidade e Integralidade.

A prece de Frantz Fanon: Oh, meu corpo,


faça sempre de mim um homem que
questiona!
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

SAÚDE
COMO
DIREITO:
É
PRECISO
LEMBRAR
...
Racismo Institucional/Estrutural
O constructo Racial é estruturante da Sociedade Brasileira muitas vezes transcende
o consciente, a vontade Está impregnado dentro do processo de Desenvolvimento
humano. Não é relacional ao indivíduo mas para o grupo de pertencimento
É naturalizado, está no cotidiano, na linguagem com “passe livre”. Avançando e se
modulando de maneira atemporal em diversos espaços Institucionais

Racismo institucional é qualquer sistema de desigualdade que se baseia em raça


que pode ocorrer em instituições como órgãos públicos governamentais,
corporações empresariais privadas e universidades. O termo foi introduzido pelos
ativistas Stokely Carmichael e Charles V.

Nessa perspectiva, como produção subjetiva favorecida pela construção histórica e


cultural do ser negro, a sociedade brasileira atribui ao povo negro uma identidade
social inferior; e ao próprio negro, uma autoidentidade negativa que se desdobra
sobre como ele subjetivamente como sofrimento psíquico. Isto representa um
ponto nevrálgico na discussão do sofrimento psíquico do negro.
POLITICA NACIONAL DE SAÚDE
INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA
(PNSIPN)
Portaria nº 1.391,de 16 de agosto de 2005

Promover a equidade no SUS e combater os


racismos e à discriminação nas instituições e
nos serviços do SUS.
POLITICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA
POPULAÇÃO NEGRA (PNSIPN)
Sendo assim, a PNSIPN, em seu anexo, Capítulo III referente à gestão, estratégia e
responsabilidade, ratifica e visa o fortalecimento da atenção à saúde mental das
crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos negros e a prevenção dos agravos
decorrentes dos efeitos da discriminação racial e exclusão social; em especial aqueles
com transtornos decorrentes do uso abusivo de álcool e outras drogas (BRASIL, 2013)

Dessa maneira, faz-se necessário observar como os espaços de tratamento de saúde


mental estão capacitados para lidar com produções subjetivas, que transcendem a
visão naturalizadas dos fenômenos psicológicos. Então, o desafio se faz em gerar
inteligibilidade para produções subjetivas que não estão diretamente ligadas ao
sintoma, mas, sim, ao processo de adoecimento. Ou seja, um olhar singular tanto do
espaço social quanto do caso a ser cuidado, e as possíveis tensões que possam vir a
existir, principalmente quando se trata do uso de drogas na relação com o racismo
como favorecedor.

A proposta de atendimento terapêutico que considera o indivíduo para além da


patologia que o trouxe à instituição pode igualmente ser favorecedora de processos de
superação de alguns problemas que se desdobram do sofrimento psíquico como efeito
colateral do racismo.
POLITICA NACIONAL DE SAÚDE
INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA
(PNSIPN)
Princípios norteadores... Inclui:

Ações de cuidado, atenção, promoção à saúde


e prevenção de doenças, bem como de gestão
participativa, participação popular e controle
social, produção de conhecimento, formação
e educação permanente para trabalhadores
de saúde, visando à promoção da equidade
em saúde da população negra.
Pensando saúde na Integralidade
Fatores determinantes e
condicionantes em saúde
alimentação
transporte o lazer

bem-estar físico, mental e social. Cultura


Saúde
saneamento básico educação

Condições de particip Relações Raciais o trabalho, a renda


aç ão Social

iços essenciais
acesso aos bens e aos serv

o meio ambien Religiosidade


te
QUAIS AS PERESPECTIVAS?

 Olhar para o passado e


aprender/reaprender. Questionar...
 O que o espaço acadêmico deve fazer?
Qual o nosso papel?
QUAIS AS PERSPECTIVAS?
 LUTAR e AGIR para que a PNSIPN seja implementada pelo
SUS e garanta a POSSIBILIDADE de equidade na atenção
à saúde.

 Politicas de Ações Afirmativas: Compreender que também


é uma atitude compensatória decorrente o impacto das
discriminações raciais existentes ao longo da história do
Brasil.

 Tentar não deixar as mulheres negras para trás em atenção


ao compromisso da ONU que exige mais esforço e empenho
em tempos de pandemia da Covid-19, com mais de 3,5
milhões de contágios do novo coronavírus mais de 114 mil
óbitos no Brasil, segundo
monitoramento do Ministério da Saúde, 2020.
REFERENCIA

CRUZ, ICF da Construção e Validação Conceitual de Instrumento de


Avaliação de Racismo Institucional no Sistema Único de Saúde –
população negra.. 2012. Disponível em
http://www.excelenciaemgestao.org/pt/edicoes-anteriores/viii-cneg/ anais-
do-viii-cneg.aspx

GOLLEY, L Barriers to Care Map, 2013. Disponível em http://golley.


net/2013/06/23/barriers-to-care-map/

LOPES, Fernanda. Para além da barreira dos números: desigualdades


raciais e saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 21, n. 5, Oct. 2005 .
Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-311X2005000500 034&lng=en&nrm=iso>.
access on 12 Nov. 2020. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-
311X2005000500034.
REFERENCIA

OPAS/OMS - We must reduce the barriers that hinder access to health for people
of African descent , 2013. Disponível em http://www.paho.org/hq/index. php?
option=com_content&view=article&id=8296%3Apaho-director-commits-to-
working-with-afro-descendants-to-remove-barriers-to-access-to-health-
&catid=1443%3Anews-front-page-items&lang=pt&Itemid=1926

FANON, Frantz. A dying colonialism New York: Grove Press, 1965.


FANON, Frantz. Toward the African revolution. New York: Grove Press, 1967.
FANON, Frantz. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1968.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas Salvador: EdUfba, 2008.

PURNELL, L. The Purnell Model for Cultural Competence. Journal of Transcultural


Nursing, Vol. 13 No. 3, July 2002 193-196. Disponível em http://www.
europeantransculturalnurses.eu/resources/The%20Purnell%20Model%20for%20
Cultural%20Competence%5B1%5D.pd
GONZÁLEZ REY, L.F.; MITJÁNS MARTÍNEZ, A. Subjetividade teoria, epistemologia e
método. São Paulo: Alínea, 2017

FOTOS
Retiradas da internet Acesso livre

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