Roteiro Objetivos

Humanidades, Bioética e 1. Definir o Estado laico.

Antropologia Médica
Laico é o Estado imparcial diante
Problema 4 – Fechamento único das disputas do campo religioso, que se priva
de interferir nele, seja pelo apoio, seja pelo
Coordenadora: Evelly Laureen bloqueio a alguma confissão religiosa. Em
Tutor: Jorge contrapartida, o poder estatal não é
empregado pelas instituições religiosas para
Referências o exercício de suas atividades
1. ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Sejamos todos feministas. (BLANCARTE, 2008; FISCHMANN,
São Paulo: Ed. Cia das Letras, 2015. 2008).
2. CIASCA, S. V.; GAGLIOTTI, Daniel A. M.;
MORIKAWA, Márcia; SAADEH, Alexandre; “Disforia de
A laicidade tem que apresentar:
gênero na infância e adolescência” (p. 188 a 198), em: Clínica
psiquiátrica: as grandes síndromes psiquiátricas, volume 2. (1) a separação institucional entre
Barueri (SP): Ed. Manole, 2021 (OBS.: na versão digitalizada Estado e igreja,
começa na p. 327)

3. Conselho Nacional do Ministério Público. Ministério (2) a inexistência de doutrina

Público em defesa do Estado laico. Vol. 1, Brasília: CNMP, oficial de Estado e
2014. (p. 207 a 226)

4. FONSECA, Maria Fernanda Soares; FERREIRA, Maria da (3) o pressuposto societal da

Luz Alves; FIGUEIREDO, Rizza Maria de; PINHEIRO, secularização
Ágatha Silva. O feminicídio como uma manifestação das
relações de poder entre os gêneros. JURIS, Rio Grande, v. 28,
n. 1, p. 49-65, 2018.

5. Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006. Lei Maria da Penha. 2. Apresentar as principais teses
6. Lei 14.550, de 19 DE ABRIL de 2023 (altera Lei Maria da equivocadas sobre o Estado laico.
Penha)
TESE 1 – O Estado Laico é
7. RESOLUÇÃO CFM nº 2.265/2019
sinônimo de Estado Ateu
8. SAADEH, Alexandre; GAGLIOTTI, Daniel A. M.;
CIASCA, Saulo V. “Identidade de gênero, variações de TESE 2 – O Estado Laico é
gênero e incongruência de gênero” (p. 616 a 625), em: Clínica sinônimo de Estado Multirreligioso
psiquiátrica: as grandes síndromes psiquiátricas, volume 2.
Barueri (SP): Ed. Manole, 2021. (OBS.: na versão
digitalizada começa na p. 920)
TESE 3 – O Estado é Laico, mas o
povo é religioso
9. CIASCA, Saulo V.; HERCOWITZ, Andrea; JÚNIOR, A.
Lopes. Saúde LGBTQIA+: práticas de cuidado TESE 4 – O Estado Laico é um
transdisciplinar. Santana de Parnaíba (SP): Ed. Manole, 2021.
estrangeirismo que não convém ao Brasil
10. DINIZ, Débora. Estado laico, objeção de consciência e
políticas de saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, TESE 5 – O Estado Laico é
29(9):1704-1706, set, 2013.
instrumento de luta de grupos religiosos em
11. NARDI, Henrique Caetano; MACHADO, Paula ascensão
Sandrine; SILVEIRA, Raquel da Silva [orgs.]. Diversidade
sexual e relações de gênero nas políticas públicas: o que a TESE 6 – O Estado Laico é
laicidade tem a ver com isso? Porto Alegre: Deriva/ Abrapso,
2015.
destituído de moral ou de ética

12. MOREIRA, Hélio Luiz Fonseca; MOREIRA, Iriscelia TESE 7 – O Estado Laico é antídoto
Acácio. O feminicídio como expressão de poder nas relações contra fundamentalismos religiosos
de gênero. Caderno Espaço Feminino. Uberlândia, MG. v.33.
n.1. jan./ jun. 2020.;

13. OKA, Mateus; LAURENTI, Carolina. Entre sexo e

gênero: um estudo bibliográfico exploratório das ciências da 3. Indicar a importância da laicidade do
saúde. Estado na formulação e implementação
de políticas públicas abrangentes e de sexualidade estabelecendo os
justas. possíveis papéis da biologia e da cultura.
A laicidade importa para as
políticas de saúde. Laicidade é mais do
Os conceitos de “sexo” e de
que neutralidade religiosa nos atos de
“gênero” emergem como termos que se
governo – é a condição de possibilidade
referem a dois campos opostos em
para governamentalidade de um Estado
disputa: de um lado, as características
plural e democrático. Em saúde, importa
estritamente bioquímicas e fisiológicas
saber onde os governantes buscam
estudadas pelas biociências e, de outro, a
inspiração para seus atos oficiais: no
dimensão subjetiva e cultural do que é
conhecimento acadêmico ou nas
ser “mulher” ou ser “homem”.
religiões. (Débora Diniz, Cad. Saúde
Pública, Rio de Janeiro, set, 2013)

4. Determinar o significado da expressão

“minoria” no contexto apresentado no
problema.
O termo minoria foi empregado
no vocabulário da Filosofia e depois pela
Ciência Política a partir do contraponto
entre maioria e minoria numérica na
6. Apresentar os motivos e a matéria da
disputa pelo poder político.
resolução CFM 2.265 de 2019.
Posteriormente, a Sociologia utilizou o
conceito de minoria para referir-se aos Art. 1º Compreende-se por
grupos ético-raciais em situação de não- transgênero ou incongruência de gênero
dominância em relação à cultura e aos a não paridade entre a identidade de
valores dominantes em um país. gênero e o sexo ao nascimento,
incluindo-se neste grupo transexuais,
No Brasil, os afrodescendentes,
travestis e outras expressões identitárias
indígenas e imigrantes representavam as
relacionadas à diversidade de gênero.
principais minorias. Entretanto, surgiu a
necessidade de ampliação do conceito de § 1º Considera-se identidade de gênero o
minorias para outros grupos em situação reconhecimento de cada pessoa sobre
de vulnerabilidade nas sociedades seu próprio gênero.
modernas, tais como: crianças e
§ 2º Consideram-se homens transexuais
adolescentes, idosos, mulheres,
aqueles nascidos com o sexo feminino
deficientes, população LGBTI+,
que se identificam como homem.
moradores em situação de rua, entre
outros. § 3º Consideram-se mulheres
transexuais aquelas nascidas com o sexo
(Construção do conceito de minorias e o debate
teórico no campo do direito, Sequência,
masculino que se identificam como
Florianópolis, 2021) mulher.

5. Estabelecer as diferenças entre os § 4º Considera-se travesti a pessoa que

conceitos de sexo biológico, de gênero e nasceu com um sexo, identifica-se e
apresenta-se fenotipicamente no outro 7. Descrever conceitos, definições e
gênero, mas aceita sua genitália. expressões ligadas ao tema de
identidade, variações e incongruência de
§ 5º Considera-se afirmação de gênero o
gênero da forma considerada atualmente
procedimento terapêutico
adequada, expondo o motivo da adoção
multidisciplinar para a pessoa que
do uso dessas expressões no terreno da
necessita adequar seu corpo à sua
Saúde Mental.
identidade de gênero por meio de
hormonioterapia e/ou cirurgias.
Art. 2º A atenção integral à
saúde do transgênero deve contemplar
todas as suas necessidades, garantindo o
acesso, sem qualquer tipo de
discriminação, às atenções básica,
especializada e de urgência e
emergência.
Art. 3º A assistência médica
destinada a promover atenção integral e
especializada ao transgênero inclui
acolhimento, acompanhamento,
procedimentos clínicos, cirúrgicos e pós-
cirúrgicos.

 Projeto Terapêutico Singular

(PTS) *Saúde mental e incongruência de
 Motivos da Resolução CFM Nº gênero
2.265/2019 Uma avaliação psiquiátrica e do estado
de saúde mental é de extrema importância nos
cuidados à saúde dessa população.

8. Avaliar e definir o papel dos

profissionais da saúde nos cuidados de
saúde à população LGBTQIA+,
atentando para as especificidades da
população trans adulta e para a condução
dos casos de disforia de gênero na
infância e adolescência.

Para que haja maior visibilidade

dos cuidados que devem ser prestados à
população LGBTQIA+, e menor índice
de violências vivenciadas nos serviços
de saúde, a atenção primária tem papel
fundamental, através de:
• Realização de ações de
educação permanente para que os
profissionais sejam capacitados para
lidar com essa população de forma
adequada, tendo conhecimento da
Política, dos termos e conceitos;
• Ações de educação
popular a fim de: informar a
comunidade, desmistificar
estereótipos e combater a frequente, quer dizer uso da força física,
LGBTfobia;
• Respeitar uso de nome
social nos atendimentos,
documentos e prontuários;
• Ampliar acesso aos
serviços a essa população e garantir
a coordenação do cuidado.
9. Apresentar a escritora Chimamanda
Ngozi Adichie expondo os argumentos
apresentados por ela na defesa da
necessidade de uma atitude feminista por
parte de toda a sociedade a partir do livro
ou vídeo intitulado “Sejamos todos
feministas”.
Chimamanda Ngozi Adichie (Enugu, 15
de setembro de 1977) é uma ativista
feminista e escritora nigeriana. Ela é
reconhecida como uma das mais
importantes jovens autoras anglófonas
de sucesso, atraindo uma nova geração
de leitores de literatura africana.
Em “Todos Devemos Ser
Feministas”, Chimamanda enfatiza que
o sexismo é uma realidade e que aceitar
a sua existência é o primeiro passo para
o erradicar. Questões como a disparidade
salarial ou a “histeria” associada à
mulher feminista são abordadas de forma
concreta e carregadas de humor. Porém
transmite uma mensagem séria: só há
uma forma de lutar contra o sexismo -
aceitando o fato de que ele existe e
educando as gerações futuras a deixar de
lado o sistema opressivo atual.
10. Definir a “violência de gênero” e o
“feminicídio” e apresentá-los como
manifestações da desigualdade entre
gêneros.
Violência, em seu significado mais
psicológica ou intelectual para obrigar outra
pessoa a fazer algo que não está com
vontade; é constranger, é tolher a liberdade,
é incomodar, é impedir a outra pessoa de
manifestar seu desejo e sua vontade, sob
pena de viver gravemente ameaçada ou até
mesmo ser espancada, lesionada ou morta.
(TELES, 2003, p. 15).
A violência de gênero só se sustenta
em um quadro de desigualdades de gênero.
Estas integram o conjunto das desigualdades
sociais estruturais, que se expressam no
marco do processo de produção e
reprodução das relações fundamentais – as
de classe, étnico-raciais e de gênero.
(ALMEIDA, 2007, p. 28).
As mortes de mulheres por questões
de gênero, chamadas de feminicídio,
encontram-se presentes em todos os níveis
da sociedade e, conforme anteriormente
apresentado, são decorrentes de uma cultura
de dominação e desigualdade nas relações de
poder existente entre homens e mulheres,
produzindo a inferiorização da condição
feminina, resultando na forma mais extrema
da violência contra as mulheres, que é o
óbito (OLIVEIRA, 2015).
 LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE
2006 – Lei Maria da Penha
 LEI Nº 14.550, DE 19 DE ABRIL DE 2023
– Altera a Lei Maria da Penha para dispor de
medidas protetivas de urgência e estabelecer
que a causa ou a motivação dos atos de
violência e a condição do ofensor ou da
ofendida não excluem a aplicação da Lei.