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SÃO CRISTOVÃO
2022
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SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA...........................................................................3
2 OBJETIVOS.........................................................................................................................4
2.1 Objetivos Específicos.....................................................................................................5
3 PROBLEMA
4 DISCUSSÃO TEÓRICA.....................................................................................................5
5 METODOLOGIA................................................................................................................6
6 REFERENCIAL TEÓRICO
REFERÊNCIAS........................................................................................................................7
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1 APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA
O presente trabalho tem como objetivo entender de que forma o fator raça
influencia no campo da saúde, correlacionando direitos humanos e saúde pública, áreas
estas que busco aprofundamento desde a graduação onde fora estudado a saúde e os
direitos da população em situação de rua em Aracaju. Nesta construção, tive
oportunidade de entrevistar pessoas que trabalham com essa população, auxiliando com
alimentação, distribuição de kits de higiene básica, roupas, administram campanhas de
agasalho e afins, de maneira a tornar a situação de rua menos degradante. A partir de
então o interesse em combinar esses dois campos foi crescente de maneira que com o
estudo e compreensão do espectro da saúde enquanto direito humano fora percebido que
a determinante raça era fator dificultador do acesso da PSR a vários direitos básicos,
como saúde, lazer e emprego.
Com a pandemia veio com ela também a necessidade de concluir o curso de
graduação e escolha de um tema para elaboração do trabalho. Todavia, inseridos em
outro contexto mundial pandêmico, não poderia executar o que ora havia pensado em
apresentar – um trabalho de campo e análise de políticas públicas voltadas para a PSR e
a funcionalidade dessas políticas em Aracaju. Portanto, me fora sugerido do qual me
aproximasse em vida prática e estudo. Conciliou que durante o período de isolamento
social, cresceu em mim o interesse e vontade em (me) entender como negro, o nosso
lugar na sociedade e como o racismo nos usurpou vários acessos, locais e direitos.
Passei a ler artigos e autores como Silvio Almeida (Racismo Estrutural), Juliana Borges
(Encarceramento em Massa), Achille Mbembe (Crítica da Razão Negra) entre outros,
que trouxeram a percepção de o racismo e suas diversas vertentes enraizadas na
sociedade cooperaram e cooperam para adoecimento (físico e mental) e mortalidade.
Assim, partindo dessa percepção, da necessidade desse estudo uma vez que dada
a época tampouco existia trabalhos nessa vertente, bem como da combinação de uma
pretérita vontade de mergulho nesses campos de estudo – direitos humanos, saúde e raça
–, fora proposta a reflexão sobre como caminhava a saúde da população negra em
tempos de pandemia por COVID-19. Entretanto, a escassez de trabalhos era uma das
consequências de como a gestão da saúde no atual governo é tratada, cominando na
falta de dados mais concretos e detalhados. Neste ínterim, ora ter concluído que a
população negra fora majoritariamente mais afetada pelo vírus, faltaram recortes a fim
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2 PROBLEMA
Este trabalho tem como objetivo estudar como o homem e a mulher negros
foram afetados durante a pandemia, em que medida foram, assim como buscar como
estes são mensurados nas políticas públicas de saúde. Ciente de que há uma disparidade
no tocante ao tratamento para pessoas negras dentro do universo da saúde pública, tentar
entender o que leva a essa diferença no tocante a raça e como atinge homens e mulheres
é um papel de suma importância uma vez que tais dados ainda não foram notados ou
ganharam conhecimento. Portanto, torná-los conhecidos ou até mesmo notados infere-se
no direito a uma saúde equânime e igualitária independente de circunstância.
Assim, de maneira sucinta trago o panorama intervencionista dos direitos
humanos na saúde pública, até onde um interfere no outro e como essa relação reverbera
de maneira assertiva para ambas as áreas. A fim de discutir na temática Saúde e
População Negra como esta é afetada pelo sistema de saúde, bem como da sua ausência,
como se deu durante o período pandêmico da COVID-19, as causas e consequências da
mesma para o povo negro no Brasil. De maneira introdutória, utilizo o artigo Direitos
Humanos e Saúde, de Jonathan Mann (1996) como referência inicial para debater como
a saúde ainda é um direito não adquirido, apesar de garantido, para essa população.
É comum na área jurídica afirmações acerca da mutabilidade do direito, que este
se adapta à sociedade e à época. Mas se essa liquidez do direito é tão presente porque há
expressiva dificuldade na manutenção de direitos considerados basilares? É perceptível
o esforçado avanço de demais áreas do direito como o eleitoral, porém, se tais espectros
caminham à passos mais ritmados, a dificuldade em garantir direitos mínimos como à
saúde deveria ser ínfima. É essa correlação destoante entre categorias dos direitos, sobre
a qual também se debruça.
O referido trabalho traz uma problemática pretérita, mas que ainda se arrasta até
hoje: o vilipêndio aos direitos humanos básicos. Em seu artigo científico, Jonathan
Mann (1996) desenvolve sua tese a partir do acompanhamento ao tratamento de
portadores do HIV (vírus causador da Aids), analisando como muitas vezes os direitos
humanos são violados em detrimento da saúde. De acordo com sua pesquisa, essa
violação frequentemente corrompia o paciente, expondo e humilhando-o, uma vez que
na época os exames também serviam para novas descobertas sobre a doença. Ainda que
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fosse uma doença recém encontrada e que sua contaminação fosse desconhecida, o
anseio pela cura e tratamento não justifica, muito menos viabiliza, essa espécie de
laboratório.
Detalhe que, dentro do levantamento bibliográfico realizado, poucas pesquisas
inserem a variante racial em seu espectro a exemplo de Batista (2020) em sua avaliação
sobre a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Portanto, apesar da
relevância, esses estudos ignoram o que no Brasil representa a maior parcela da
população.
Assim essa ignorância gera uma desumanização da população negra no Brasil,
historicamente subalternizada. Quantas negros e negras ainda não possuem moradia
digna com água potável, corrente de esgoto, assistência à saúde, entre outros direitos?
Quantas pessoas negras são nossa representação na política, seja na Câmara ou
Congresso, sem que seja alvo de incitações e ameaças? Da mesma forma, é expressivo o
número dessa parcela da população que não consegue acessar e usufruir plenamente do
nosso sistema público de saúde, essencial a estes.
Tudo isso enseja numa dificuldade que ao contrário da crença comum, é um
problema de saúde pública. Para além das controvérsias já citadas, há uma problemática
muito mais delicada: a notória taxa de adoecimento e mortalidade dessa população
(COLLUCCI, 2021; BATISTA, 2020; WERNECK, 2005). Dentre as sucessivas
barreiras ao uso do sistema de saúde, temos a inacessibilidade à tratamentos,
medicamentos, acompanhamento e o seu custeio quando necessário. O usuário do SUS
(Sistema Único de Saúde) deveria ter como garantido amparo integral desse órgão que,
apesar de ser referência, ainda diverge muito o seu exercício da teoria.
De acordo com Mann, há uma lista de princípios essenciais ligados diretamente
aos direitos (humanos) internacionais onde destaco dois itens: “6) os direitos geralmente
são invioláveis; eles “superam” os outros bens sociais (a saúde pública é uma exceção
importante); 7) os direitos são inseparáveis e indivisíveis, não há hierarquia de direitos.”
(MANN, 1996, p. 4). Ora, uma vez que não há separação entre tais direitos porque são
tratados de maneira hierárquica, onde há o desmonte de um em detrimento do outro?
Além disso, em contrapartida ao entendimento de Mann (1996) que afirma que “os
direitos humanos são uma crença nas pessoas e sobre o que é necessário para promover
e proteger seu bem-estar.”, compreendo o escopo dos direitos (humanos) como
inerentes à pessoa, à sua construção e evolução e que, ainda que “não possam ser
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refutados ou provados empiricamente”, são legítimos quando se entende que todo ser
humano os adquire quando nascido vivo.
3 DISCUSSÃO TEÓRICA
2 SAÚDE, CONCEITO E HISTORICIDADE
4 OBJETIVO GERAL
Entender como a determinante raça, em perpasse de gênero, interfere na
elaboração e aplicação de políticas públicas de saúde para população negra, bem como a
aplicabilidade destas políticas durante o período da pandemia da COVID-19, buscando
ponderar como o fator raça é compreendido no campo da saúde.
5 METODOLOGIA
6 CRONOGRAMA
REFERÊNCIAS
COLLUCCI, Cláudia. Com pandemia, SP registra 25% de mortes a mais entre negros e
11,5% entre brancos em 2020. Folha de São Paulo, 2021. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/03/com-pandemia-sp-registra-25-de-
mortes-a-mais-entre-negros-e-115-entre-brancos-em-2020.shtml. Acesso em 31 jul.
2022.