TER02JUN

Terça-feira
2 de Junho de 2020
Ano 44 • N.º 16009

Kz 45,00
Director: VÍCTOR SILVA
Director-Adjunto: CAETANO JÚNIOR
www.jornaldeangola.co.ao

PRESIDENTES FALARAM AO TELEFONE SOBRE REFLEXOS DA COVID-19 NA ECONOMIA MUNDIAL

NESTA EDIÇÃO
ADRIANO MIXINGE
A máscara
João Lourenço e Macron
OPINIÃO • 13

CAMPEÃO DA F1
abordam alívio da dívida
O Presidente da República, João Lourenço,
abordou, ontem, com o homólogo francês,
Emmanuel Macron, a questão do alívio
da dívida aos países africanos e o interesse
de Angola em aderir à iniciativa. De acordo
com uma nota da Secretaria de Comuni-
cação Institucional e Imprensa do Presidente
da República, os dois Chefes de Estado
discutiram, numa conversa telefónica, a
questão do alívio da dívida dos países afri-
canos, para a qual existe uma iniciativa
ao nível do G-20, com um papel muito
empenhado do Governo francês. Os dois
Presidentes abordaram, igualmente, o
impacto da pandemia da Covid-19 sobre
a economia mundial e os seus reflexos em
Angola, assim como questões ligadas às
eleições na República Centro Africana e
a tensão na fronteira entre a República
Democrática do Congo e a Zâmbia.
POLÍTICA • 2

Hamilton indignado TRIBUTAÇÃO

com morte de Floyd
PAÍS SEM NOVAS INFECÇÕES
DESPORTO • 30
AGT faz
PORTUGAL
Independente lidera
a retoma económica
Cordão sanitário à volta do Hotel Diamante cobrança
ÚLTIMA • 32
DESTAQUE • 4 a 8
coerciva
CUANZA-NORTE
MANIFESTAÇÕES CONTRA SEGREGAÇÃO RACIAL NOS ESTADOS UNIDOS
DR
do IVA
A Administração Geral Tri-
butária (AGT) anunciou,
ontem, o início da cobrança
coerciva do Imposto sobre
o Valor Acrescentado (IVA)
aos contribuintes que,
tendo feito os descontos,
Famílias trocam não procederam ao depó-
pão por mandioca sito nos cofres do Estado.
DESTAQUE • 6 A AGT avisa, por outro lado,
que os contribuintes enqua-
MOÇAMBIQUE drados nos regimes Geral
Chefes de grupos armados e Transitório, que efectua-
abatidos em Cabo ram o pagamento do IVA
Delgado por transferência bancária
ÁFRICA • 9 para a Conta do Tesouro
domiciliada no BCI e que
ANDEBOL FEMININO não emitiram o Docu-
mento de Cobrança Pago,
que o façam num prazo de
15 dias. ECONOMIA • 14

ANTÓNIO LIBRA

Banca
Africano das Nações
é pouco
Protestos na Casa Branca
remarcado para Março
DESPORTO • 30

BIÉ
Cuemba asfalta dez
quilómetros de estrada
no quadro do PIIM
REGIÕES • 27
solidária
O psicólogo António Pedro
Desde quarta-feira que milhares de pessoas têm à volta da Casa Branca, com várias bandeiras e auto- Libra considera existir no
saído às ruas de mais de 70 cidades nos Estados móveis a serem queimados, apesar da presença de sistema financeiro alguns
Unidos, para protestar contra o assassinato do afro- polícias e agentes dos serviços secretos. Entre as bancos mais amigos do que
americano George Floyd por um agente da polícia, centenas de manifestantes detidas ontem em Nova outros nesta fase de crise,
em Minneapolis. Vários governos estaduais pediram Iorque contava-se a filha do 'mayor' da cidade, Chiara sustentando a sua afirma-
a intervenção da Guarda Nacional e mais de 40 Blasio. Astros da NBA e de outras modalidades des- ção com a fraca onda de
cidades decretaram o recolher obrigatório. Em Was- portivas também manifestaram apoio à luta contra solidariedade para com o
hington, centenas de pessoas voltaram a reunir-se o racismo nos Estados Unidos. MUNDO • 10 | ESPECIAL • 11 Governo, as empresas e as
famílias por parte de muitos
dos 26 bancos comerciais
JOANA LINA ENTRA EM FUNÇÕES BENGUELA E LOBITO que operam no mercado
angolano. ECONOMIA • 15

Marcy Lopes contra Asfixia financeira

COVID-19
intrigas no trabalho ameaça doentes renais #FiqueEmCasa
POLÍTICA • 3 SOCIEDADE • 28
2 POLÍTICA
JOÃO LOURENÇO E EMMANUEL MACRON CONVERSAM AO TELEFONE
Angola e França abordam
impacto económico da Covid
Os dois Estadistas abordaram um conjunto de temas actuais, de entre eles o
impacto da pandemia da Covid-19 sobre a economia mundial e os seus reflexos
Os Presidentes João Lou-
renço, de Angola, e Emmanuel
Macron, de França, manti-
veram ontem uma conversa
ao telefone, tendo abordado
um conjunto de temas actuais,
de entre eles o impacto da
pandemia da Covid-19 sobre
a economia mundial e os seus
reflexos em Angola.
De acordo com uma nota
da Secretaria de Comunicação
Institucional e Imprensa do
Presidente da República, os
dois Presidentes falaram, tam-
bém, sobre a iniciativa do G-
20, relacionada com o alívio
da dívida dos países africanos.
Abordaram, igualmente, ques-
tões regionais, nomeadamente
as eleições na República Centro
Africana e a tensão na fronteira
entre a República Democrática
do Congo e a Zâmbia.
No mês passado, Emanuel
Macron enviou uma carta ao
Presidente João Lourenço, a
lamentar o facto de ter adiado
a visita ao país, inicialmente
prevista para o final de Maio,
conforme agenda traçada no
ano passado.
“A pandemia mudou o
calendário e a agenda de todos
os Chefes de Estado e do mundo
inteiro. O Presidente francês
viu-se forçado a adiar a visita
a Angola, mas realça o princípio
da nossa cooperação, que é
uma das suas prioridades”,
assinalou o embaixador da
França, Sylvain Itté, depois de
entregar a carta de Macron ao
Presidente João Lourenço.
Em Maio de 2018, o Pre-
sidente João Lourenço efec-
tuou uma visita de Estado a
França, durante a qual foram
assinados quatro acordos de
cooperação. Trata-se dos
acordos no domínio da De-
fesa, Convenção com a Agên-
cia Francesa de Desenvol-
vimento (AFD) no domínio
Presidente da República pede máxima atenção à criança
O Presidente da República,
João Lourenço, pediu maior
atenção para as crianças, num
ano marcado pela pandemia
da Covid-19, que as priva de
assistir às aulas, de brincar com
os amigos, de conviver com os
avós e outros familiares e de
levar, em suma, uma vida normal.
Numa mensagem de felici-
tações, por ocasião do Dia Inter-
nacional da Criança, assinalado
ontem, o Chefe de Estado diz
que os petizes vêem-se, assim,
afectados desde muito novos
por uma situação potencialmente
traumatizante, que possivelmente
os marcará para o resto da vida,
se não “tomarmos as medidas
adequadas para o evitar”.
“Entre as muitas medidas que
o Governo tem vindo a adoptar
para minorar os efeitos da crise
sanitária, económica e social,
Os dois Chefes de Estado falaram sobre a iniciativa do alívio da dívida dos países africanos
da Agricultura, Convenção
sobre a subvenção dos estu-
dos com o Fundo para Ex-
pertise e o Reforço das capa-
cidades da Agência Fran-
cesa de Desenvolvimento
e Estabelecimento do Pro-
parco – Promoção e partici-
pação para Cooperação Eco-
nómica – filial da AFD para
o sector privado.
Na ocasião, João Lourenço
reafirmou o interesse do país
em estabelecer com a França
uma verdadeira parceria
estratégica, sustentada no
reforço dos laços de amizade
e de cooperação nos sectores
da Educação, Cultura, Polí-
tica, Defesa e Segurança,
principalmente a parte eco-
nómica e empresarial.
Na mesma ocasião, o esta-
dista angolano destacou a
causada pela pandemia da Covid-
19, importa dar a máxima atenção
às crianças, não só criando pau-
latinamente as condições para o
seu retorno seguro à escola, mas,
também, cuidando, em especial,
daquelas que se encontram numa
situação de maior vulnerabilidade”,
refere o Presidente.
João Lourenço apela aos
pais e encarregados de educa-
ção, aos professores e outros
agentes formadores que se dedi-
quem à árdua mas gratificante
tarefa de defender as crianças,
pois são elas a maior garantia
da continuidade da defesa dos
nobres valores do patriotismo,
do amor ao próximo e da soli-
dariedade na construção de um
país melhor para todos.
O dia 1 de Junho foi festeja-
do pela primeira vez em 1950,
como Dia Mundial da Criança.
vontade de Angola estreitar
as relações para afirmar-se
como membro observador
da Organização Internacional
da Francofonia, pelo impor-
tante papel que esta instituição
joga no mundo, sobretudo
em África.
As relações diplomáticas
entre os dois Estados foram
estabelecidas em Fevereiro
de 1976. As bases da coope-
ração bilateral foram criadas,
em 1982, com a assinatura do
Acordo Geral de Cooperação.
Os dois países partilham
diversos interesses econó-
micos, tendo o comércio bila-
teral atingido 1,4 mil milhões
de euros, em 2013.
Em 2014, as importações
de França para Angola alcan-
çaram um valor estimado
em 770 milhões de euros.
A efeméride é celebrada
numa altura em que a Organi-
zação Mundial da Saúde (OMS)
estima haver mais de seis
Governo está a criar condições para o retorno seguro às aulas
ANGOP
As importações são cons-
tituídas, basicamente, por
equipamento para utilização
na indústria petrolífera, pro-
dutos alimentares e bens de
consumo diversos.
Angola exporta para França
petróleo bruto. A empresa
francesa Total tornou-se na
primeira operadora petrolífera
em Angola, com uma pro-
dução diária na ordem dos
650 mil barris.
Os dois países têm uma
cooperação cultural e cien-
tífica forte, especialmente no
domínio do ensino superior.
Esta cooperação foi refor-
çada com a assinatura, a 29
de Abril de 2014, do acordo
entre os Governos no domí-
nio do Ensino Superior e da
formação de quadros, válido
por cinco anos.
milhões de infectados pelo coro-
navírus (mais de 300 mil mortos),
entre eles crianças menores de
um ano e adolescentes.
EDILÕES NOVEMBRO
JUSTIÇA E DIREITO
Comissão da Reforma
traça linhas de actuação
A Comissão de Reforma da
Justiça e do Direito (CRJD)
reúne-se, hoje, pela primeira
vez desde a sua criação, para
traçar as linhas de actuação
para a reforma da Justiça e
do Direito em Angola.
A reunião, que decorre
na sala de reuniões do Minis-
tério da Justiça e dos Direitos
Humanos, vai ser presidida
pelo ministro da Justiça e
dos Direitos Humanos, Fran-
cisco Queiroz, coordenador
da referida Comissão.
O encontro vai contar com
as presenças dos juízes con-
selheiros presidentes do Tri-
bunal Constitucional, Manuel
Aragão, do Tribunal Supremo,
Joel Leonardo, do Tribunal
de Contas, Exalgina Gamboa,
do Procurador Geral da Repú-
blica, Hélder Pita Grós, de
um representante da Casa
Civil do Presidente da Repú-
blica e do Bastonário da
Ordem dos Advogados, Luís
Paulo Monteiro.
A CRJD foi criada pelo Des-
pacho Presidencial nº 72/20,
de 26 de Maio, para coordenar
a estratégia global da Reforma
JURISTA ESTEVES HILÁRIO
“Reforma deve conferir
celeridade aos tribunais”
Edna Dala
A reforma da justiça deve
produzir instrumentos sufi-
cientes para o bom e célere
funcionamento dos tribunais,
capaz de organizar o sistema
(judicial) para que este confira
segurança jurídica a todos,
independentemente da con-
dição social, afirmou o jurista
Esteves Hilário.
Em declarações ao Jornal
de Angola, sobre a nova Co-
missão da Reforma da Justiça
e do Direito, criada pelo Pre-
sidente da República, o tam-
bém professor e advogado
considerou importante per-
ceber o contributo da reforma
na criação de riqueza, com
destaque para a participação
do sector judicial no Produto
Interno Bruto (PIB).
Questionado sobre as
prioridades da nova Comis-
são, o advogado indicou que
a reforma da justiça deve
ser gizada numa perspectiva
que acompanhe as reformas
económicas que o país tem
experimentado.
“Nós andamos doutrina-
riamente um pouco distantes
da escola da análise econó-
mica do Direito. Hoje, as for-
ças vivas da sociedade devem
estar focadas no crescimento
económico, na produção de
riqueza e no consequente
combate ao desemprego e,
por esta via, distribuir a ren-
da e lutar contra a pobreza”,
sublinhou.
Para se alcançar tal desi-
derato, acrescentou, o sector
Terça-feira
2 de Junho de 2020
da Justiça e do Direito, no qua-
dro da Reforma do Estado,
acompanhar o processo de
implementação da nova orga-
nização judiciária, assegurando
e facilitando a articulação dos
diversos programas sectoriais
ligados à reforma, bem como
dar continuidade e elaborar
o processo de criação dos
diplomas legais ligados à
Reforma da Justiça e do Direito.
Constam ainda das atri-
buições da CRJD, acompanhar
e propor as alterações perti-
nentes para a implementação
do modelo de formação e
superação contínua dos ope-
radores da justiça, bem como
desenvolver as acções neces-
sárias para garantir a harmo-
nização da Reforma, no quadro
da organização e harmonização
do Estado e da Administração
da Justiça, em particular.
A Comissão é coordenada
pelo ministro da Justiça e
dos Direitos Humanos, Fran-
cisco Queiroz, e integra os
professores Raúl Araújo, Car-
los Feijó e Virgílio de Fontes
Pereira, todos da Universi-
dade Agostinho Neto.
da Justiça é absolutamente
nevrálgico.
O jurista considerou asser-
tiva a composição da Comissão,
tendo em conta a qualidade
dos quadros indicados, por
sinal pessoas proeminentes
que vão trabalhar numa pro-
dução conceitual.
Sobre o processo da refor-
ma da Justiça e do Direito até
o momento, o docente disse
que a avaliação fica prejudicada
pela conjuntura económica
que o país vive.
“Do ponto de vista concei-
tual, produziu-se legislação
bastante. Entretanto, do ponto
de vista prático, as coisas não
acompanharam a mesma
dinâmica, na medida em que
as sucessivas recessões eco-
nómicas que temos vindo a
experimentar não permitem
fazer-se mais no sentido de
implementar a reforma”, con-
cluiu o jurista Esteves Hilário.
DR
Jurista Esteves Hilário
POLÍTICA Terça-feira
2 de Junho de 2020
CONSTRANGIMENTOS EM LUANDA
Governadora promete
soluções sustentáveis
Ana Paulo
A actual governação da Pro-
víncia de Luanda vai traba-
lhar no sentido de ajudar o
Executivo a encontrar um
caminho sustentável para a
resolução progressiva dos
constrangimentos vividos
pelos munícipes, garantiu
ontem, em Luanda, a gover-
nadora Joana Lina.
Ao intervir na cerimónia
de passagem de pastas, Joana
Lina reconheceu que não foi
indicada para resolver todos
os problemas de Luanda, mas
que conta com o apoio de
todos nesta tarefa, sendo vários
os constrangimentos de ordem
social, económica e financeira.
Muitos destes constran-
gimentos, segundo Joana
Lina, com o surgimento da
pandemia da Covid-19, po-
derão adiar a concretização
e realização de algumas das
actividades, e, quiçá, de pro-
jectos ambiciosos.
“Devemos todos ter a
sagacidade de, no meio das
dificuldades, encontrar solu-
ções para os problemas, re-
forçando as sinergias dos
vários actores da província,
com sentido de Estado e res-
ponsabilidade patriótica",
defendeu Joana Lina , acres-
centando que, uma vez que
são problemas estruturais,
em conjunto pode-se encon-
trar soluções que a própria
Joana Lina recebeu ontem as pastas das mãos do antecessor
Deixar de lado a intriga
O ministro da Administração
do Território, Marcy Lopes,
que testemunhou o acto,
reconhece que a cidade de
Luanda é uma província com-
plexa por ser a capital do país
e por albergar todos os órgãos
nacionais, de soberania e
maior número de habitantes
a nível do território.
" Ser governador ou gover-
nadora na Província de Luanda
é como qualquer outra acti-
vidade que requer a parti-
cipação e a colaboração de
todos", disse o ministro, subli-
nhando que os quadros do
Executivo estão investidos
na função para trabalhar em
benefício dos cidadãos.
Marcy Lopes referiu que
se os quadros trabalharem
unidos e deixarem de lado
a intriga, falta de entrega,
de dedicação ao trabalho e
sociedade apela.
“É grande a honra e o pri-
vilégio que me cabe, ao ser
indicada para exercer o cargo
de governadora da Província
de Luanda, capital do país,
com maior número de popu-
lação, em contínuo cresci-
mento demográfico”, subli-
nhou Joana Lina.
Reconheceu que a cidade
de Luanda cresce a uma velo-
cidade superior à capacidade
do Governo e da sociedade
em geral, para criar condições
de infra-estruturas e equi-
pamentos sociais e serviços
capazes de garantir a qua-
lidade de vida que todos
almejam.
Na sua primeira decla-
ração à imprensa, depois da
posse, na quinta-feira, a
nova governadora de Luan-
da afirmou que o primeiro
passo vai passar por um diag-
nóstico aturado sobre o que
foi feito até agora e o que
está por fazer.
A segunda governadora na
história da província de Luanda
assegurou, entretanto, que
"nada vai começar do zero".
"Só depois do diagnóstico é
que poderá ser criado um pro-
grama de continuidade. Esta
é uma questão de continuidade
de trabalho. Neste momento,
nada tenho a dizer sobre
Luanda, pois gosto de falar de
coisas das quais tenha o per-
feito domínio ", disse.
PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO
a preguiça, pode-se chegar
muito mais longe e colocar
Angola numa boa posição.
"Todos somos falíveis
com o tempo, logo, quem
não estiver a aguentar o tra-
balho, estiver cansado, peça
para sair, para não fazer mal
o trabalho, já que os cargos
não são eternos e ninguém
é obrigado a ficar", defendeu
o ministro, que acrescentou
que o país não merece que
os quadros fiquem em fun-
ções públicas sem exercê-
la com dedicação, empenho
e compromisso.
O governador cessante,
Sérgio Luther Rescova, agra-
deceu aos colaboradores,
administradores e directores
pelo apoio prestado para a
resolução de alguns cons-
trangimentos vividos pelos
munícipes.
HUAMBO
Ministro
pede trabalho
de equipa
O ministro da Administra-
ção do Território assegu-
rou, ontem, na cidade do
Huambo, que um trabalho
eficiente e excelente na ad-
ministração pública depen-
de do espírito de colectivi-
dade, porque “ninguém tra-
balha sozinho” na resolução
dos problemas políticos,
económicos e sociais que
o país enfrenta.
Marcy Lopes, que falava
na cerimónia de entrega
de pastas e apresentação
da nova governadora do
Huambo, Lotti Nolika, que
substituiu Joana Lina, sali-
entou que, perante esses
problemas, “todos somos
poucos”, apelando para o
fim da mediocridade.
“Perdemos muito tempo
com intrigas. Se perdemos
muito tempo em intrigas
não vamos desenvolver o
país. O tempo é de corrermos
rápido. Os nossos filhos não
nos vão perdoar se falhar-
mos”, sublinhou o ministro,
que pediu apoio incondi-
cional à nova governadora
do Huambo, acrescentando
que se tudo for mal feito na
base, a cadeia da hierarquia
também falha.
Ao usar da palavra, Lotti
Nolika garantiu empe-
nhar-se na materialização
das metas que contribuam
para atender os legítimos
anseios da população do
Huambo, sublinhando que
"tudo dependerá dos esfor-
ços de todos".
Pediu o envolvimento
das forças vivas da provín-
cia do Huambo, indepen-
dentemente do género,
raça, credo religioso, filiação
partidária ou ideologia.
Na despedida, Joana
Lina apontou que muita
coisa ficou por se mate-
rializar e que poderia ter
melhorado e proporcio-
nado outras alegrias aos
cidadãos, mas que o con-
texto de crise acentuada
não permitiu o suficiente.
FRANCISCO LOPES | EDICOES NOVEMBRO
A cerimónia foi teste-
munhada por deputados à
Assembleia Nacional, ma-
gistrados judiciais e do
Ministério Público, o arce-
bispo do Huambo, Dom
Zeferino Zeca Martins, dele-
gados e membros do gover-
no da província, represen-
tantes dos partidos políticos,
entidades religiosas e auto-
ridades tradicionais.
Miguel Ângelo e Juliana
Domingos| Huambo
COMISSÕES DE ESPECIALIDADE APROVAM DIPLOMA
Unanimidade domina
Lei da Requisição Civil
O diploma, aprovado na generalidade em Janeiro, possibilita
ao Estado recorrer a bens e serviços de entes privados
Deputados continuam a apreciar vários diplomas para serem remetidos à plenária
Edna Dala
Os deputados das comissões
de trabalho especializadas da
Assembleia Nacional apre-
ciaram e aprovaram, ontem,
por unanimidade, a Proposta
de Lei da Requisição Civil,
que limita alguns direitos
como as liberdades individuais
e o direito de propriedade.
O diploma, aprovado na
generalidade em Janeiro,
possibilita ao Estado fazer
recurso a bens e serviços de
entes públicos e privados.
Com a aprovação, na espe-
cialidade, pelos deputados da
1ª, 4ª e 5ª Comissões de tra-
balho, a Proposta de Lei vai
ser remetida ao plenário, para
aprovação final global.
A secretária de Estado
para os Direitos Humanos,
Ana Celeste Januário, disse
que o diploma limita também
o direito do trabalhador em
situação de greve.
Em declarações à imprensa,
a secretaria de Estado indicou
que a Proposta de Lei, depois
da sua aprovação na genera-
lidade, vai definir em que cir-
cunstâncias deve ser requerida
e quando ocorre. Por se tratar
de direitos fundamentais,
explicou, deve existir um
diploma de regulamentação,
por se tratar de direitos ine-
rentes à pessoa humana.
Ana Celeste Januário des-
tacou que a Proposta de Lei
prevê, igualmente, a respon-
sabilização disciplinar, para
os trabalhadores no activo,
civil e a possibilidade da res-
ponsabilização criminal, para
os casos de desobediência.
O diploma, que também
mereceu esclarecimentos da
secretária de Estado durante
as discussões na especiali-
dade, é um mecanismo jurí-
dico previsto no artigo 37º da
Constituição, para vigorar
em situações excepcionais.
A secretária de Estado expli-
cou que a proposta visa, igual-
mente, regular o modo como
deve ser feita a requisição civil,
revogando o diploma de 1974,
já bastante desajustado.
Durante o debate, alguns
deputados defenderam que
a prerrogativa de decretar a
Requisição Civil deve ser
exclusiva do Presidente da
República e não deve ser
delegada. Sobre este ponto,
Ana Celeste Januário explicou
que, "nos termos dos artigos
120º alínea e) da Constituição,
os poderes são exclusivos do
Presidente, mas a proposta
prevê a possibilidade de o
Presidente da República,
enquanto Titular do Poder
Executivo, delegar os poderes
de regulamentação relati-
vamente a uma questão pon-
tual da lei, porque tem que
ser regulada em sede de um
Decreto Presidencial para
que, numa situação pontual
e específica, poder haver a
possibilidade de delegação".
Durante o debate,
alguns deputados
defenderam que a
prerrogativa de
decretar a
Requisição Civil
deve ser exclusiva
do Presidente da
República e não
deve ser delegada
O diploma visa concretizar
as medidas constantes no Plano
Nacional de Desenvolvimento
2018/2022, sobretudo nos Pro-
gramas de Melhoria da Capa-
cidade Nacional de Prevenção
e Socorro das Populações de
Risco e Protecção Ambiental.
O relatório de fundamen-
tação explica que a respectiva
proposta de lei tem por
3
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
objecto estabelecer os prin-
cípios, as regras e procedi-
mentos que regulam o me-
canismo de recurso e exe-
cução da requisição civil por
parte do Estado.
Estipula que o Estado só
recorre à aplicabilidade desse
diploma mediante justa in-
demnização, para assegurar
o regular funcionamento de
serviços ou a disponibilidade
de bens essenciais ao inte-
resse público e aos sectores
vitais da economia nacional,
em situações de excepção.
Lei da Expropriação
Ainda ontem os deputados
apreciaram dois dos cinco
capítulos da Proposta de Lei
da Expropriação por Utilidade
Pública, que mereceu a inter-
venção do ministro da Cons-
trução e Obras Públicas, Ma-
nuel Tavares de Almeida.
Segundo o ministro, a Pro-
posta de Lei resulta do êxodo
rural, deslocação das pessoas
para os grandes centros, que
provocou desarmonia no orde-
namento do território.
O facto levou à necessi-
dade de se criar uma lei para
regular a expropriação nos
casos em que o Estado tem
interesse em desenvolver
projectos de utilidade pública,
salvaguardando sempre os
interesses do cidadão pro-
tegidos pela Constituição.
A proposta prevê uma calen-
darização dos projectos e um
prazo de cinco anos em que o
processo de expropriação tem
que ser concluído, sob pena
do expropriado ter o direito de
readquirir o seu imóvel.
Os deputados prosse-
guem, hoje, as discussões
da Proposta de Lei da Expro-
priação por Utilidade Pública,
bem como a Proposta de Lei
que aprova o Imposto Indus-
trial e a Proposta de Lei que
aprova o Imposto sobre os
Veículos Motorizados.
4 DESTAQUE
BALANÇO DAS ÚLTIMAS 24 HORAS
País sem registo
de novos casos
As autoridades sanitárias deram
alta a 29 cidadãos que estavam
em quarentena institucional
Edivaldo Cristóvão
e Mazarino da Cunha
O país não registou, nas últi-
mas 24 horas, casos positivos
da Covid-19, mantendo-se
os 86 positivos com quatro
óbitos e 18 recuperados.
Os dados foram avançados,
ontem, pelo secretário de
Estado para a Saúde Pública,
quando fazia a actualização
dos dados sobre a pandemia.
Franco Mufinda esclareceu
que dos 64 casos activos ape-
nas um paciente requer aten-
ção especial. “Os restantes
estão clinicamente estáveis
em unidades sanitárias de
referência”, sublinhou.
De acordo com o secretário
de Estado, actualmente o país
tem 456 casos suspeitos e
1.155 contactos estão sob
Edivaldo Cristóvão
Mais dois cordões sanitários
foram instituídos, ontem,
no bairro da Sapu, em Viana,
e no Hotel Diamante, na
marginal de Luanda, na
sequência do surgimento
investigação das autoridades
sanitárias.
O Centro Integrado de
Segurança Pública (CISP)
recebeu, nas últimas 24 horas,
40 chamadas, das quais uma
denúncia de violação da cerca
sanitária de casos suspeitos
e 39 pedidos de informação
sobre a Covid-19.
O Instituto Nacional de
Investigação de Saúde (INIS)
registou 10.451 casos, 86 posi-
tivos, 9.911 negativos e 454
em processamento.
As autoridades sanitárias
deram alta a 29 cidadãos que
estavam em quarentena ins-
titucional, sendo 21 na pro-
víncia do Cuanza-Norte, quatro
em Luanda, dois na Huíla e
um na Lunda-Norte e Zaire.
O secretário de Estado
referiu ainda que 90 por cento
dos infectados pela Covid-
DR
de dois casos de transmissão
local anunciados domingo
pelo secretário de Estado
para a Saúde Pública, Franco
Mufinda.
Trata-se de uma angolana
de 45 anos e um cidadão
russo, trabalhador de uma
19 no país são assintomáticos
e apenas dez têm sintomas.
Informou que as províncias
do Bengo, Benguela, Cunene,
Bié, Cuanza-Sul, Lunda-Norte
e Huambo reportaram acti-
vidades sobre a sensibilização
da população, com rastreios
de passageiros, distribuição
de água potável, capacitação
dos profissionais de saúde
sobre a Covid-19 e desinfecção
de alguns locais públicos.
Acções de formação nas
demais províncias, sobre
vigilância epidemiológica
e gestão de casos, continuam
a ser dadas aos profissionais
de Saúde.
O secretário de Estado escla-
receu que os 150 doentes da
Clínica Multiperfil que depen-
dem do serviço de hemodiálise
testaram negativo e continuam
a receber tratamento.
PANDEMIA
Cordões sanitários
no bairro Sapu
e Hotel Diamante
empresa petrolífera, que já
estava em quarentena.
A mulher, de 45 anos,
está ligada a um dos casos
de transmissão local na Clí-
nica Multiperfil e é consi-
derada uma paciente está-
vel e assintomática. Vive no
condomínio Olívia, no bairro
da Sapu.
Localizado na rua da Mu-
cua, município de Viana, o
condomínio tem dez casas,
onde vivem 47 pessoas. Na
residência da mulher infectada
vivem seis pessoas, incluindo
esposo e filhos, que se encon-
tram em quarentena. Depois
PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO
Desde o início da pande-
mia da Covid-19, disse Franco
Mufinda, 19 crianças ficaram
infectadas.
“O trabalho de informação
e educação no seio da comu-
nidade tem sido feito para
salvaguardar a vida dos pe-
quenos, sendo que no leque
dos 86 infectados existem
menores de 18 anos e fez-se
tudo para devolver a saúde
aos petizes”, referiu.
O secretário de Estado ape-
lou aos pais a levarem os filhos
menores de cinco anos aos
centros de saúde para com-
pletarem o calendário de
vacinas, que é fundamental
para o crescimento saudável
dos meninos”.
“Vacinar a criança é um
direito, por isso devemos
levá-las para a imunização”,
concluiu.
de confirmado o caso posi-
tivo da cidadã pela Covid-
19, os técnicos da Saúde e a
Polícia Nacional tomaram
medidas para o isolamento
dos moradores.
Fontes ligadas ao condo-
mínio Olívia disseram à
nossa reportagem que a
mulher infectada tem ainda
sete ou nove possíveis con-
tactos directos no bairro
Rocha Pinto.
No Hotel Diamante foi
registado um caso positivo,
razão pela qual o hotel se
encontra encerrado e todas
as pessoas vão ser testadas.
MALANJE
Famílias de Cacuso recebem
produtos de higienização
Quinhentas famílias caren-
ciadas das comunas de Qui-
zenga, Soqueco e Lombe re-
ceberam, ontem, das autori-
dades administrativas do mu-
nicípio de Cacuso, Malanje,
produtos de higienização e
máscaras, no âmbito da pre-
venção da Covid-19.
De acordo com o adminis-
trador municipal, Caetano da
Rita Tinta, as famílias recebe-
ram sabão, lixívia e detergente
em pó, assim como produtos
da cesta básica, que vão ajudar,
de certa forma, a mitigar o
efeito da Covid-19 no seio dos
mais necessitados.
NAMIBE
Polícia apreende produtos de
biossegurança por especulação
O comando provincial da Polí-
cia Nacional do Namibe apreen-
deu mais de 200 produtos
diversos de biossegurança e
medicamentos, no período de
25 a 30 deste mês , informou,
ontem, o porta-voz da corpo-
ração, Ernesto Calianguila.
O oficial da Polícia Nacional,
que falava no final do encontro
de balanço da primeira semana
da entrada em vigor da Situa-
ção de Calamidade, informou
que no lote constam 100 frascos
de álcool gel, igual número
de borboletas hospitalares,
150 luvas descartáveis e cirúr-
gicas, 10 caixas de medica-
mentos diversos e adesivos.
Durante o período em aná-
MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Paolo Balladelli elogia
autoridades angolanas
O coordenador residente do
Sistema das Nações Unidas em
Angola, Paolo Balladelli, elogiou
as autoridades angolanas pelas
medidas adoptadas na preven-
ção e combate à Covid-19.
Em declarações à Angop,
no Nzeto (província do Zaire),
onde testemunhou o acto de
lançamento do programa de
transferências monetárias
sociais denominado Kwenda,
Paollo Balladelli reconheceu
o mérito das autoridades sani-
tárias angolanas no isola-
mento dos primeiros casos
Terça-feira
2 de Junho de 2020
Caetano da Rita Tinta fez
saber que a administração
municipal vai continuar a criar
condições para fazer chegar
produtos de primeira neces-
sidade e de higienização às
famílias do município.
O município de Cacuso
conta com dois postos de ras-
treio da Covid-19, um localizado
no projecto hidroeléctrico de
Laúca e outro na comuna de
Quizenga.
Cacuso tem uma popula-
ção estimada em 101 mil habi-
tantes, distribuídos pelas
comunas de Quizenga, Pungo-
Andongo, Lombe e Soqueco.
lise foram apreendidos 132
motociclos por exercício
ilegal de táxi.
A Polícia registou 20 crimes
de natureza diversa, com des-
taque para 10 furtos e três
roubos, entre outros, que
resultaram na detenção de
12 indivíduos.
O município de Moçâme-
des lidera o gráfico com 18
crimes, seguido pelos muni-
cípios da Bibala e Tômbwa,
cada com um caso.
Foram notificados ainda
dois acidentes de viação, sendo
um despiste e um choque con-
tra obstáculo fixo, que resul-
taram num ferido e danos
materiais por avaliar.
da Covid-19 que surgiram no
país, o que ajudou a criar uma
barreira contra a rápida pro-
pagação da doença.
Segundo Paolo Balladelli,
as medidas de prevenção retar-
daram a transmissão da Co-
vid-19 em grande escala e im-
pediram a fase crítica ou o pico
da doença no país, inicialmen-
te prevista para os meses de Ju-
nho e Julho. Encorajou para
que estas medidas sejam refor-
çadas, ainda nesta época do
frio, para se conter, ainda mais,
a propagação do vírus.
DR
DESTAQUE Terça-feira
2 de Junho de 2020 5

JOAO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO

nómicos, daí que, acrescentou
o representante da ECODIMA,
é normal que se verifique
actualmente a diferença de
preços entre as empresas.
Por exemplo, Raul Mateus
explicou que um operador
pode ter custos relacionados
com a falta de água da rede
pública, e o outro não, assim
como um operador pode ter
custos relacionados com a
compra de combustível para
o gerador, por falta de energia
eléctrica a partir da rede pública,
já o outro, por ter, está isento
desse tipo de custos.
Por outro lado,Raul Mateus
realçou que as actividades
MERCADO FORMAL E INFORMAL desenvolvidas pelos associados
da ECODIMA são de natureza
comercial, em termos formais

Aumento dos e profissionais, pelo que, em

momento algum devem ser
confundidas com o comércio
levado a cabo pelas quitan-
deiras ou vendedores ambu-

preços de produtos lante s , b em como p elo s

grandes armazéns que não
cumprem com normas fiscais
e do direito laboral vigentes

preocupa consumidores no país.

Ana Paulo
O Instituto Nacional de Defesa
do Consumidor (INADEC) rea-
lizou, no quadro das suas atri-
buiçõ e s , actividade s de
fiscalização durante o período
do Estado de Emergência e dá
prosseguimento às mesmas,
agora com a declaração de
Situação de Calamidade
Pública, com vista a preservar
os direitos dos cidadãos.
O Instituo Nacional de De-
fesa do Consumidor continua
atento às irregularidades que
ocorrem no mercado, com
particular incidência sobre os
operadores económicos que
persistem em alterar os preços
dos produtos alimentares e
dos meios de protecção contra
a Covid-19.
De acordo com o INADEC,
as suas equipas constataram
no terreno irregularidades,
como a falta de afixação e
adulteração de preços,a prática
do crime de açambarcamento,
irregularidades nas condições
higio-sanitárias e de salu-
bridade, entre outras não
menos graves.
O INADEC, enquanto fis-
calizador do mercado de con-
sumo, constatou no período
de Estado de Emergência e
primeira semana de Situação
de Calamidade Pública, em
flagrante, a especulação nos
preços de produtos e meios
de protecção contra a Covid-
19, dentre eles, álcool gel na
farmácia Ariplus, distrito do
Camama, que vendia o pro-
duto no valor de 4.900 kwan-
zas, mais de que o dobro do
que era antes - 2.050, kwanzas.
Na mesma localidade a Far-
mácia Wenha estava a comer-
cializar a caixa de luvas ao
preço exorbitante de 10 mil
kwanzas, sendo que antes
rondava os 2.245 kwanzas.
O INADEC, enquanto fiscalizador do mercado de consumo,
constatou nos últimos 15 dias de vigência do Estado de Emergência
e na primeira semana de Situação de Calamidade Pública,
violações flagrantes consubstanciadas na especulação dos preços
de produtos diversos e meios de protecção contra a Covid-19
Muitos mercados de Luanda não têm condições de higiene
Ainda na província de
Luanda, o Instituto de Defesa
do Consumidor apreendeu 65
caixas de sumo de marca “Easy
Mouzuoo” de 200 mililitros
pertencentes a ERCANGOL-
Comércio Geral e Indústria,
24 caixas de peixe carapau
pertencentes à empresa WAS-
DEMBA - Comércio Geral Lda,
no bairro da Estalagem, 11 cai-
xas de frutos secos de marca
“Date Bardo” e cinco sacos de
açúcar de 50 quilogramas com
prazo de validade expirado,
ambos em mau estado de con-
servação. O INADEC informou
ainda que foram apreendidos
na província do Moxico sete
sacos de arroz de 25 quilogra-
mas, da marca “Uncle Sam”,
11 caixas de água tónica Wel-
witchia. Em Benguela foram
apreendidos 20 sacos de fuba
de milho de marca Caramulo
de 25 quilogramas, perten-
centes à empresa A. Mogos
Comércio Geral, Lda. No Uíge
foram recolhidos 24 frascos
de álcool etílico de 96 por cento
JOAO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO
com prazos expirados, na pro-
víncia da Huíla cerca de 468
caixas de ovos impróprios para
consumo, verificando-se a
olho nu a presença de vermes,
além do cheiro nauseabundo
que exalava no local.
Ainda nesta senda, através
de um trabalho realizado por
equipas multissectoriais em
Benguela, o INADEC actuou
em duas fábricas denominadas
por Vuijo - Comércio e Indús-
tria Lda, bem como HENG
TAI- Comércio Geral e Pres-
tação de Serviços Lda, ambas
propriedade de cidadãos chi-
neses que fabricavam óleo
alimentar e fuba de milho. As
fábricas encontram-se num
local em estado deplorável e,
além disso, não continha no
produto a data de produção,
expiração e lote, infringindo
assim a Lei de Defesa do Con-
sumidor e as normas do
Comité Nacional para o Código
3 em Angola (CODEX).
Nas mesmas fábricas
foram apreendidas 110 caixas
De acordo com
o INADEC,
as suas equipas
constataram
no terreno
irregularidades,
como a falta
de afixação
e adulteração
de preços
de 1/12 litros de óleo alimen-
tar, e flagrados a produzir
mais de 466 caixas do mesmo
produto sem data de produção
e de expiração.
Sanções aos infractores
Ainda na província de Benguela,
por cometerem infracções, foi
julgado o cidadão Mohamed-
sasim Gulamesajai Bukari pelo
crime de desobediência, tendo
sido condenado na pena de dois
meses e 20 dias de prisão cor-
reccional, convertida em multa
de 120 kwanzas e pagamento
de 85 mil kwanzas de taxa de
justiça, bem como a indemni-
zação aos inspectores e fiscais
membros da comissão multis-
sectorial no valor de 20 mil
kwanzas a cada um dos membro
da equipa. Foi igualmente julgado
sumariamente o cidadão Amine
Kibrom, pelo crime de deso-
bediência, tendo como sentença
15 dias de prisão e o pagamento
de 78 mil kwanzas.
Como medida preventiva
o INADEC interditou ainda 15
estabelecimentos comerciais
em Luanda e Benguela, por
má prestação de serviços e por
falta de condições higiénicas
nos referidos espaços, e do
pessoal em serviço, atentando
assim contra a saúde pública.
O Instituto de Defesa do
Consumidor intermediou
igualmente a restituição de
Alguns deles, continuou a
explicar Raul Mateus, desen-
volvem a sua actividade no
mercado informal à margem
dos marcos da lei, escapando
ao fisco e, em grande medida,
às entidades fiscalizadoras.
Todos estes elementos,
defendeu o representante da
ECODIMA, influenciam, no
final do dia, a variação de pre-
ços entre os operadores.Acres-
centou que os associados são
empresas que actuam no mer-
cado formal da economia,
mais de 22 milhões de kwanzas tendo, à luz do regime jurídico
a favor de consumidores que de preços - aprovado pelo
procuraram os seus serviços. Decreto Presidencial número
De Março a Maio do cor- 206/11, de 29 de Julho, que
rente ano o instituto visitou aprova as Bases Gerais para
cerca de 1.540 estabelecimen- Organização do Sistema
tos comerciais e de prestação Nacional de Preços, e pelo
de serviços, recebeu 249 Decreto Executivo número
denúncias, registou 713 infrac- 62/16, de 15 de Fevereiro, que
ções que derivaram em 477 aprova o Regime dos Preços
notificações, procedeu a 91 Fixos e Vigiados - que justificar
apreensões e realizou 23 acções a sua formação, para efeitos
de inutilização de produtos de pagamento de impostos,
diversos impróprios para o e ainda para efeitos das ins-
consumo humano. Registou pecções e fiscalizações.
igualmente 303 reclamações, “Nesta conformidade qual-
das quais 228 foram já resol- quer actualização de preços
vidas e 75 encontram-se em por parte dos nossos associados
fase de resolução.Dentre as é feita nos termos e condições
reclamações feitas, a direcção do quadro jurídico acima refe-
do INADEC destaca a subida rido, face ao surgimento de
vertiginosa dos preços dos factores que o justifiquem”,
produtos da cesta básica. sublinhou o presidente da
Associação de Empresas de
Distribuidores Comércio e Distribuição
alegam dificuldades Moderna de Angola, reforçando
O presidente da associação que as empresas filiadas na
de Empresas de Comércio e associação têm cumprido com
Distribuição Moderna deAn- as medidas impostas pelas
gola (ECODIMA), Raul Mateus, autoridades sanitárias do país,
informou ao Jornal de Angola e devidamente previstas no
que desde a entrada da Covid- Decreto Presidencial acima
19 no país os gestores e ven- referido e de Calamidade
dedores têm atravessado Pública, como o uso obrigatório
dificuldades diversas, sobre- da máscara facial, o distan-
tudo, na excessiva perda do ciamento de dois metros, a
poder de compra do consu- obrigatoriedade de higienização
midor, o que faz com que o e outras medidas que têm sido
volume de facturação reduza cumpridas nos estabelecimen-
consideravelmente. tos comerciais dos associados.
Com estas dificuldades, A ECODIMA controla
segundo Raul Mateus, as empre- actualmente 70 empresas,
sas têm menos liquidez para a com representação em seis
criação de novos postos de tra- áreas comerciais distintas,
balho, resultando na redução nomeadamente área alimentar
da contribuição fiscal e, con- e não alimentar, farmacêutica,
sequentemente, numa maior mobiliário e decoração, mate-
pobreza para as famílias, empre- riais de construção, equipa-
sas e para o próprio Estado. mentos electrónicos e con-
Em relação ao aumento dos sumíveis, têxteis, vestuário e
preços dos produtos a todos calçados. A maior parte dos
os níveis, Raul Mateus escla- bens distribuídos pelos asso-
receu que a cadeia de custos ciados no circuito comercial
varia entre os operadores eco- é importado com divisas.
6 DESTAQUE
Poder de compra dos angolanos diminui cada vez mais
Comércio informal alimenta maioria da população
Além da pandemia
o assalto aos bolsos
Ana Paula
Na esteirado estado de emer-
gência e sua substituição pela
Situação de Calamidade
Pública, alguns comerciantes
e operadores económicos
aumentaram os preços dos
bens de primeira necessidade,
com destaque para os da cesta
básica, bem como dos mate-
riais de biossegurança.
Os consumidores, já agas-
tados com a pandemia, vêem-
se também a braços com o
assalto que, queixam-se, estão
a sofrer aos seus bolsos.
Ouvida pela reportagem
do Jornal de Angola,a consu-
midora Júlia Ferreira, viúva e
mãe de três filhos, disse que
tem feito as suas compras com
frequência no supermercado
Kero, Maxi, Kibabo e Shoprite.
Conta que nos últimos 15
dias notou uma grande dife-
rença nos preços dos produtos
, em relação aos meses ante-
riores, particularmente em
relação ao litro de óleo ali-
mentar, massa, leite, aves,
carne, frutas e até mesmo no
que diz respeito aos produtos
de limpeza para a higiene
básica domiciliar.
No último fim de semana
de Maio, Júlia Ferreira disse
que foi à Maxi do Morro Bento
onde gastou cerca de 87 mil
kwanzas em produtos, quan-
tia mais alta em relação ao
mês passado, onde no mesmo
local, para os mesmos pro-
dutos, gastou o montante de
72 mil kwanzas. Uma diferença
de mais 15 mil kwanzas, resul-
tante da subida de preços.
“O mês passado, o óleo de
soja rondava os 900 kwanzas,
hoje comprei a 1.090 kwanzas,
o cartão de ovos, de 30 uni-
dades, que custava 1.800 kwan-
JOAO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO
JOAO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO
zas, passou para 2.389 kwan-
zas. Nas frutas, a mais barata
continua a ser a banana, ao
preço de 189 kwanzas o quilo.
Já a caixa de coxa - de origem
brasileira -l, que antes era 11
mil, hoje passou para 15 mil
kwanzas”, desabafou Júlia
Ferreira. E há outros tantos
produtos cujos preços também
estão a subir - rematou.
Numa ronda ao mercado
informal, a nossa equipa de
reportagem conversou com
Yola Fernandes, que fazia as
suas compras no Asa Branca.
Descontente com o actual
contexto, a cidadã disse que
o montante que levava não
chegou para comprar os pro-
dutos desejados, por estarem
agora também a preços altos.
Já eram 11 horas da manhã
de domingo e Yola Fernandes
ainda rodava pelo mercado
com dois sacos na mão - um
com hortaliças e outro com
fuba de bombó. Nessa altura,
a cidadã estava indecisa, sem
saber se comprava peixe ou
frango, já que o montante de
que dispunha era insuficiente.
“Antes, com dois mil kwanzas
conseguia comprar ingredien-
tes necessários para o almoço.
Hoje não! Tem sido difícil sus-
tentar a família”, lamentou.
Sem querer ser identifi-
cada, preferindo dar apenas
o seu diminuitivo, Pancha,
residente no Cazenga, disse
que os vendedores alegam
terem aumentado os preços
dos produtos por escassez de
transporte, meios necessários
para que os produtos cheguem
até ao mercado. “Estamos a
nos remediar com o que temos
só para não passarmos fome”,
disse ela, que afirmou ser tra-
balhadora doméstica e mãe
de cinco filhos.
Autoridades sanitárias preparam
consultas gratuitas a idosos
Victorino Matias | Dundo
As autoridades sanitárias da
Lunda-Norte vão, a partir
deste mês, começar a efec-
tuar consultas médicas gra-
tuitas à pessoas com idades
consideradas de risco ao
Coronavírus, através da
movimentação de profis-
sionais e clínicas móveis aos
bairros e localidades com
aglomerados populacionais
consideráveis, afirmou
ontem, no Dundo, o director
do gabinete provincial de
Saúde, Gimi Nhunga.
Gimi Nhunga disse que
pretende-se, com isso, asse-
gurar o controlo de eventuais
portadores de doenças com
sintomas idênticos à Covid,
como são os casos da hiper-
tensão arterial, diabetes, Sida
e tuberculose.
A medida, de acordo com
o director do gabinete pro-
vincial de Saúde, visa igual-
mente a criação de um banco
de dados consolidado com
o registo de pacientes com
as referidas patologias para
que possam ter acesso à assis-
tência médica, medicamen-
tosa personalizada e regular.
Para o efeito, conforme real-
çou Gimi Nhunga, os Agentes
de Desenvolvimento Comu-
NDALATANDO
Famílias trocam o pão
pela mandioca e banana
Marcelo Manuel | Ndalatando
A subida dos preços dos
principais produtos alimen-
tares, em Ndalatando, desde
o surgimento da Covid-19,
está a resultar na perda do
poder de compra das famílias
e na mudança de hábitos
alimentares. Muitas famílias
optam pelo consumo de pro-
dutos do campo em detri-
mento do pão.
Jorge André, funcionário
público, afirmou que teve
de adaptar os hábitos ali-
mentares da família à nova
realidade, recorrendo à
batata-doce, mandioca ou
banana com chá, ao “mata-
bicho” - pequeno almoço -
para poupar mais dinheiro.
“Para o meu agregado
familiar, para o pequeno
almoço tinha que comprar
vinte pães pequenos. Com
a introdução de produtos do
campo na primeira refeição
do dia consigo poupar mais”,
referiu. Jorge André sublinhou
que no princípio houve muita
relutância por parte dos filhos,
principalmente dos mais
pequenos, mas à medida que
o tempo foi passando foram
se acostumando.
“Tive de explicar aos
filhos a importância de pou-
parmos mais dinheiro em
função do estado actual em
LUNDA-NORTE
Pessoas em idade de risco beneficiam de consultas gratuitas
nitário e Sanitário (ADECOS)
vão realizar inquérito e pos-
teriormente produzir rela-
tórios com referência de
dados epidemiológicos e per-
mitir que simultaneamente
que o mundo vive, além de
que os produtos do campo
são mais ricos do ponto de
vista nutricional”, referiu.
O supervisor da padaria
Dia-Dia, no bairro 28 de
Agosto, disse que nos últimos
dias o estabelecimento
regista uma perda acentuada,
sublinhando que o número
de consumidores está a dimi-
nuir cada vez mais. Revelou
que para angariar clientes,
a padaria aumentou o tama-
nho do pão, mas ainda assim
a procura do produto dimi-
nuiu substancialmente.
Muitas donas de casa
encontram nos produtos do
campo como a banana,
mandioca, batata-doce,
kizaca, feijão e outros, a
solução para manter as três
refeições. Outras dizem que
ter uma dieta diária com
carnes e peixe de qualidade
é um luxo que aos poucos
vão esquecendo. Helena
Gonçalves, camponesa de
51 anos, além de trabalhar
na sua lavra, presta serviço
a quem precisa de mão-de-
obra no campo. Recebe por
dia 1500 kwanzas.
Afirma que este valor
serve apenas para a compra
de kabuenha (peixe miúdo),
gasóleo para abastecer o
candeeiro de casa e alguns
decilitros de óleo vegetal.
KAMUANGA JÚLIA | EDIÇÕES NOVEMBRO
as equipas médicas efec-
tuem análises clínicas de
malária, glicémia e de ten-
são arterial.
Além de técnicos nacio-
nais, o trabalho vai contar
AUTORIDADES RECLAMAM POR MAIS MEIOS
Luta contra a Covid-19 mobiliza autoridades e sociedade
Província do Zaire recebe
material de biossegurança
Jaquelino Figueiredo
e Garcia Mayatoko | Nzeto
A provínciado Zaire recebeu,
no fim-de-semana, mais um
lote de material de biossegu-
rança, no âmbito da prevenção
e combate à Covid-19.
Do lote de material recebido
constam dois mil fatos de bios-
segurança, duas mil máscaras
faciais, 1.440 óculos de protecção
e 80 termómetros infra-verme-
lho. O director do Gabinete Pro-
vincial da Saúde no Zaire, João
Miguel Paulo, afirmou que as
quantidades recebidas são insu-
ficientes para as necessidades
da província.
Terça-feira
2 de Junho de 2020
também com a integração
de médicos cubanos espe-
cialistas em medicina fami-
liar, uma vez que a intenção
é evitar a propagação da pan-
demia nas comunidades,
numa altura em que o país
regista aumento de casos de
transmissão comunitária.
"Durante a actividade, serão
integrados nas diferentes
equipas profissionais de
nacionalidade cubana, visto
que, na sua maioria, são
especialistas em medicina
familiar”, destacou.
A Comissão Provincial
Mutissectorial de Resposta
à Pandemia da Covid-19 quer
ver reforçada as acções pre-
ventivas tendo em conta que,
ao contrário das restrições
impostas pelo Estado de
Emergência, no de Situação
de Calamidade Pública em
vigor tem se verificado, com
frequência, aglomerados de
pessoas nas ruas, o que,
segundo Gimi Nhunga, cons-
titui perigo para as famílias.
Explicou que o trabalho passa
a ser efectuado aos sábados,
para se evitar transtornos no
funcionamento das unida-
dessanitárias em termos de
prestação de assistência às
pessoas que apresentem
outras patologias.
GARCIA MAYATOKO | EDIÇÕES NOVEMBRO
“A quantidade de material
de biossegurança que acaba-
mos de receber não é a mesma
que recebemos na semana
anterior, é muito pouco e os
custos com o transporte estão
avaliados em 600 mil kwanzas.
O que recebemos não chega
um terço do contentor de 40
pés que foi alugado para trans-
portar o material, mas vamos
ter que pagar a totalidade do
valor do aluguer”, lamentou.
João Miguel sublinhou que
pelas quantidades recebidas
torna-se difícil planificar a
distribuição aos seis municí-
pios da província, e de acordo
com os padrões do Ministério
da Saúde.
DESTAQUE Terça-feira
2 de Junho de 2020
África do Sul adia reabertura
das escolas por falta de condições
A ministra da Educação Básica da África do Sul , Angie Motshekga, pediu
desculpas ao país, pelo adiamento forçado da reabertura das escolas a 1 de Junho,
conforme havia anunciado há três semanas
Motshekga revelou segunda-
feira, em Rustenberg (província
de North West), que após terem
realizadas algumas visitas a
diferentes estabelecimentos
de ensino em várias províncias,
os relatórios apresentados
coincidiram em que as escolas
não estavam prontas para reto-
mar a actividade lectiva.
No pedido de desculpas,
a governante lamentou igual-
mente o facto desta decisão
ter surgido de forma tardia,
justamente no dia em que as
escolas deveriam reabrir, dei-
xando alunos, pais, tutores e
outros encarregados de edu-
cação descontentes.
Adiando o acto oficial para
8 de Junho, a ministra garante
que esta semana será usada
para operações de limpeza e
criação de condições de pre-
venção contra a pandemia
da Covid-19.
“O Conselho de Ministros
da Educação considerou que
seria arriscado o reinício das
aulas no geral. É necessário
mais tempo para avaliar esta
situação”, complementou a
ministra, após informar que
só na noite de domingo é que
se assumiu a posição final
sobre o adiamento.
Depois de várias reuniões
com as partes directamente
ligadas ao ensino, prosseguiu,
“chegou-se a conclusão de
não se avançar com o pro-
grama de reabertura, porque
nem todos os estabelecimen-
tos de ensino estavam ao
mesmo nível de prontidão e
PANDEMIA
concluiu-se que muitas das
escolas não estavam em con-
formidade com os protocolos
de prevenção da Covid-19”.
Angie Motshekga reconhe-
ceu que o seu departamento
não ajustou devidamente o
processo ao momento que se
vive, dando como exemplo
que “os professores estavam
Oportunidade para acelerar digitalização
O director responsável pelas
alterações climáticas, gestão
de recursos naturais e tecnologia
na Comissão Económica das
Nações Unidas para África
(UNECA), Jean-Paul Adam,
defende que a pandemia da
Covid-19 representa oportuni-
dades na área da tecnologia.
Durante a sua intervenção
num seminário virtual (webi-
nar), Jean-Paul Adam vincou
que os países africanos devem
lidar com as vulnerabilidades
que perturbam a transformação
digital e exemplificou com o
alto custo das ligações à internet
e as dificuldades na gestão da
largura de banda.
De acordo com o comunicado
distribuído pela UNECA, a Covid-
19 trouxe uma grande pertur-
bação à vida de todas as pessoas,
mas apresenta também um
conjunto de oportunidades na
área da digitalização dos serviços
e da comunicação.
A digitalização da banca foi
também um dos temas em des-
prontos, mas as equipas de
apoio não”.
“Houve atrasos na entrega
de equipamentos de protecção
individual. Não foi assegurado
o abastecimento de água e
produtos de higiene, e as ques-
tões do saneamento das esco-
las também contribuíram na
decisão de adiar a reabertura”,
taque na cimeira virtual orga-
nizada pela construtora Huawei,
que organizou a Cimeira da
Indústria dos Serviços Financeiros
na África subsaariana 2020.
Na abertura do evento, a vice-
presidente da Huawei para a
região da África Austral, Liao
Yong, disse que os avanços na
tecnologia da informação apre-
sentam oportunidades únicas
para o sector bancário, espe-
cialmente porque 70% da popu-
DR
pontualizou. A ministra Angie
Motshekga havia anunciado
que a partir do dia 1 de Junho
(segunda-feira), os alunos
da sétima classe (fim do
ensino primário) e do 12º grau
(último ano do ensino de
base), retornariam às escolas
e que os demais níveis seriam
ajustados posteriormente.
lação da região não tem uma
conta bancária. “Todos estes
avanços vão ser críticos para
permitir um sector bancário
vibrante na África subsaariana;
como podemos ver, a junção
da curva de crescimento das
indústrias de comunicação e
dos serviços bancários é pode-
rosa, mas a obtenção do máximo
de ganhos depende da evolução
do sector bancário para a era
digital”, disse a responsável.
DR
SECTOR PRIVADO COM DIFICULDADES
Novo coronavírus provoca caos
na economia da Guiné-Bissau
O economista guineense San-
tos Fernandes afirmou ontem
que a pandemia do novo coro-
navírus tem provocado o caos
na economia da Guiné-Bissau
e vão ser precisos apoios, por-
que o sector privado está com
dificuldades.
A Guiné-Bissau regista 1.256
casos de infecção por Covid-
19 e oito vítimas mortais. Com
a chegada da Covid-19 ao país,
as autoridades aplicaram uma
série de restrições que tiveram
impacto no sector privado e
há muitos empresários a admi-
tirem encerrar as portas.
“O ambiente não está favo-
rável para as pequenas e
médias empresas e algumas
estão a encerrar portas por
falta de liquidez. São sinais.
Tudo indica que vai ser muito
prejudicial. Se já não havia
um sector privado robusto
com a pandemia o sector está
com muitas dificuldades”,
salientou Santos Fernandes.
O economista afirmou tam-
bém que o país está em plena
DEPOIS DE DOIS MESES SEM AULAS
Camarões reabre universidades
debaixo de críticas
As escolas e universidades
reabriram ontem nos Cama-
rões, onde o Governo é criticado
pelas fracas medidas para com-
bater a propagação da pan-
demia provocada pelo novo
coronavírus, num dos países
mais afectados da África Sub-
sariana. Depois de mais de
dois meses sem aulas, os alunos
voltaram à escola em Yaoundé,
enfrentando a chuva e com as
máscaras no nariz, segundo
a agência France-Press.
O Governo suspendeu em
17 de Março as aulas em todas
as escolas, faculdades, liceus
e universidades, tanto públicas
como privadas.
“O recomeço é efectivo com
as aulas do último ano”, disse
Catherine Bessala, professora
de provisões na Abang Nkongoa
Public High School, nos subúr-
bios do sul de Yaoundé.
Os alunos do terceiro e pri-
meiro anos retomarão na
quinta-feira, acrescentou.
À entrada, são colocados
três baldes de água para os
alunos, outros nas salas de
aula. “Tentámos aproximar o
mais possível os alunos das
instalações de lavagem das
mãos para os encorajar a fazê-
lo o mais frequentemente pos-
sível”, afirmou Bessala.
Em Abang Nkongoa, os alu-
nos do 12.º ano foram divididos
em 12 salas de aula, em vez
das quatro que lhes são habi-
tualmente atribuídas, de modo
a respeitar o número máximo
de 24 estudantes por turma.
Nas escolas primárias e
secundárias, o recomeço envolve
apenas os alunos das classes
que têm exames este ano, numa
altura em que os estudantes
estão preocupados com a sua
entrada na universidade.
Na sexta-feira, o Primeiro-
Ministro, Joseph Dion Ngute,
7
época de comercialização da
castanha de caju e que não há
operadores económicos no
terreno. “Mais de 80 empresas
deviam estar a vender e com-
prar a castanha de caju, mas
as restrições têm dificultado
a sua entrada”, afirmou.
A castanha de caju é o prin-
cipal produto de exportação
da Guiné-Bissau e motor da
economia do país, do qual
dependem directa ou indi-
rectamente cerca de 80% da
população, principalmente
os agricultores.
“Significa que vamos ter
dificuldades, sobretudo os
agricultores, que têm o pro-
duto, mas não têm a quem
vender e isso vai ter reflexo a
nível das nossas populações,
que já têm dificuldades”, disse.
Para Santos Fernandes, o
primeiro semestre de 2020 na
Guiné-Bissau é de recessão e
tudo indica que a economia
vai ter “problemas sérios, pre-
cisar de apoio e não é priori-
dade do debate político”.
DR
confirmou o reinício das aulas,
apesar das reservas de vários
sindicatos de professores e
das preocupações dos pais,
amplamente difundidas pelas
redes sociais.
Segundo a imprensa, os
sindicatos afirmaram que as
condições de segurança sani-
tária não tinham sido preen-
chidas. O início do novo ano
escolar ocorre numa altura
em que a epidemia continua
a aumentar nos Camarões,
com mais de 6.100 infecções
e 197 mortes.
Quase duas semanas após
a detecção do primeiro caso,
em 5 de Março, o Governo tinha
tomado medidas - incluindo a
suspensão das aulas - que foram
consideradas muito tardias em
comparação com muitos países
africanos e, sobretudo, bastante
tímidas num país com mais de
25 milhões de habitantes.
Nunca foi imposto qualquer
confinamento e os bares, dis-
cotecas e restaurantes só foram
fechados depois das 18h00,
antes de poderem reabrir à
noite, no final de Abril.
Esta ausência de medidas
firmes, seguida de um relaxa-
mento, têm sido amplamente
criticados pela oposição e pela
sociedade civil.
8 DESTAQUE
Vanessa de Sousa
Portugal não é um país rico,
não tem, como a Alemanha,
uma indústria farmacêutica
tecnologicamente avançada,
não tem a experiência anterior
no combate a epidemias como
tem a Coreia do Sul com a
MERS, não tem o dinheiro que
tem a Dinamarca ou a Suíça,
e não tem um ensino de elite
como tem o Reino Unido –
então como é que Portugal
lutou contra o coronavírus?
É a questão do The Telegraph.
À medida que o novo coro-
navírus atravessava a Itália e
a vizinha Espanha, havia uma
preocupação genuína: o país
ibérico com o menor número
de camas em cuidados inten-
sivos por habitante, na Europa,
seria o próximo. E como um
dos países mais pobres da
Zona Euro tem uma taxa de
testes Covid-19 que é o dobro
de quase todas as outras
nações do mundo? É a outra
das questões.
A resposta é complexa,
escreve o jornal britânico,
mas adianta que alguns dos
mais reputados especialistas
de Saúde Pública e medicina
de Portugal dizem que a
conjugação de esforços do
sector privado, universitário
e do Governo conta grande
parte da história.
Para além das raízes co-
muns, entre elas a linguís-
tica, entre Portugal e a Espa-
nha, Portugal é um dos países
com maior percentagem de
pessoas acima dos 65 anos,
onde só é superado pelo Japão
e pela Itália, isto de acordo
com dados do Banco Mun-
dial. Em Portugal, é muito
mais provável os avós acom-
panharem durante muito
mais tempo a vida dos filhos
e dos netos do que no Reino
Unido, por exemplo.
Inês Fronteira, professora
de Saúde Pública no Instituto
de Higiene e Medicina Tro-
pical (IMHT) da Universidade
Nova de Lisboa e assessora
de um ex-ministro da Saúde,
partilhou com o jornal que
as notícias sobre o que acon-
tecia em Espanha e na Itália
levaram a que os portugueses
se sentissem motivados a res-
peitar as restrições e o iso-
lamento social logo desde o
início. “Acredito que havia
algum tipo de, não digo medo,
mas algum tipo de pensa-
mento de que deveríamos ter
China proíbe criação de cães para consumo
A decisão foi tomada após ter sido anunciado em Fevereiro que o comércio
e consumo de animais selvagens, prática suspeita da disseminação do novo
coronavírus, seria proibido na China
O Governo chinês indicou,
este fim de semana, que os
cães são "companheiros" dos
humanos, tendo proibido -
a semanas do conhecido fes-
tival de carne de cão de Yulin
- a criação destes para consu-
mo humano. O anúncio foi
feito pelo Ministério da Agri-
cultura da China.
Avança o The Independent
que um porta-voz do Governo
chinês referiu que a maioria
das pessoas que participou
num processo de consulta
LUTA CONTRA A PANDEMIA
Porque é que
Portugal faz
tantos testes
à Covid-19
O jornal inglês The Telegraph
explica como é que um dos
países mais pobres da Zona
Euro e com falta de camas em
cuidados intensivos mostrou
um relativo sucesso no
combate contra o novo
coronavírus
cuidado, pois talvez não obti-
véssemos a resposta que pre-
cisávamos se não ficássemos
em casa", disse a professora
de Saúde Pública, e acres-
centou que este pensamento
se consolidava noutra ideia,
“se não respeitássemos as
medidas de isolamento, po-
díamos acabar no hospital e
talvez não tivessem grandes
recursos, uma vez que até
países mais ricos do que nós
mostravam que não estavam
capazes de responder".
De acordo com dados de
2012, Portugal, um país de 10
milhões de habitantes possuía
4,2 camas de terapia intensiva
por cada 100.000, à grande
distância da média europeia.
A chegada da pandemia
A SARS-CoV-2 chegou a Por-
tugal em 2 de Março, quase
um mês depois de atingir a
Itália e a Espanha. O Governo
fechou as escolas em 16 de
Março, com 331 casos con-
firmados, e declarou o Estado
de Emergência (EE) no dia
ANIMAIS SÃO “COMPANHEIROS"
pública se opôs a percepcio-
nar os cães como “gado”,
uma vez que estes são "com-
panheiros" dos humanos e
"animais de estimação", guar-
dando também as casas das
famílias, ajudando em buscas
e salvamentos.
Num texto publicado em
Abril - o projecto de lei pro-
posto pelo Ministério da Agri-
cultura e Assuntos Rurais
que foi alvo da consulta pú-
blica - cães e gatos foram ex-
cluídos pela primeira vez de
19 com 785 casos - cinco dias
depois da Espanha, que quan-
do o fez estava já com 6.000
casos. Em Portugal, os par-
tidos da oposição decidiram,
desde cedo, apoiar os esforços
do Governo, o sector privado
veio apoiar o sector público
- entre os dias 1 a 17 de Maio,
cerca de metade dos cerca
de 14.000 testes realizados
diariamente passaram por
laboratórios privados.
De acordo com o Our World
in Data– cujo índice de teste
foi citado pela OCDE - Portu-
gal está entre os 10 países do
mundo com mais testes per
capita desde meados de Abril.
A Dinamarca (com um PIB
per capita 2,7 vezes maior) e
a Lituânia (com um PIB per
capita semelhante) são os úni-
cos países com mais de 2
milhões de pessoas com uma
taxa de teste mais elevada.
Como a maioria dos paí-
ses, o esforço inicial de Por-
tugal foi bastante lento, até
porque houve inúmeras difi-
culdades para garantir os kits
uma lista oficial de animais
comestíveis. Nesta diretiva
estavam também incluídos
suínos, bovinos, ovelhas, aves
e camelos.
Em particular, especifi-
cou-se que o termo “gado”
se refere a animais que "foram
domesticados e mantidos por
um longo tempo", a fim de
obter produtos como carne,
ovos e peles para fins medi-
cinais e militares.
A decisão foi tomada após
ter sido anunciado em Feve-
de testes num mercado que,
entretanto, se revelou feroz.
No início de Março, Portugal
testava menos que o Reino
Unido e que a maior parte
dos países europeus.
Maria Manuel Mota, direc-
tora do Instituto de Medicina
Molecular da Universidade
de Lisboa, à conversa com
os médicos de um hospital
português que é também um
centro universitário, o Hos-
pital de Santa Maria, percebeu
que os médicos estavam preo-
cupados com a insuficiência
de testes, não só para a comu-
nidade médica, que lidava
directamente com o vírus,
bem como para a população
em geral. A investigadora
percebeu rapidamente que
não tinha de ser assim. Graças
à experiência do seu instituto
em testes PCR (reverse-trans-
criptase polymerase chain
reaction – RT-PCR) para a ma-
lária, poder-se-ia encontrar
uma alternativa à dependên-
cia do exterior para a obtenção
de testes.
reiro que o comércio e con-
sumo de animais selvagens,
prática suspeita da dissemi-
nação do novo coronavírus,
seria proibido na China.
Shenzhen foi a primeira
cidade chinesa a proibir o con-
sumo e o comércio de car-
ne de cães e gatos. Em Abril,
também a cidade de Zhuhai,
localizada na província de
Guangdong, seguiu o exem-
plo e proibiu de forma per-
manente o consumo da carne
de cão e gato.
DR
Para liderar o projecto, Mota
chamou a p e s q ui sadora
Vanessa Zuzarte Luís, e, em
poucas horas, encontrou-se
um potencial protocolo de
testes. No dia seguinte, con-
versavam com uma empresa
portuguesa sobre a fabricação
dos reagentes necessários e
numa semana ficaram aptos
para avançar. Faltava só a ga-
rantia do Instituto Nacional
de Saúde Dr. Ricardo Jorge (o
regulador de saúde do país).
"As autoridades portuguesas
foram fantásticas", afirmou a
professora de Saúde Pública:
"assim que liguei para as pes-
soas certas, disseram-nos que
tudo bem, vamos validar isso
juntos”. O processo de certi-
ficação decorreu sem proble-
mas e os testes começaram a
ser feitos em lares portugueses
logo em finais de Março.
A multiplicação de testes
Nas duas a três semanas que
se seguiram, laboratórios uni-
versitários e institutos privados
usaram o protocolo desen-
Terça-feira
2 de Junho de 2020
volvido no IMM, ou criando
o seu próprio protocolo, refor-
çando a capacidade de testes
em todo o país. Entre 1 e 11 de
Abril, Portugal passou a rea-
lizar quase 9.000 testes por
dia. Não parece muito, mas
aí o The Telegraph compara
com a Inglaterra que, com 5,5
vezes mais população e 10
vezes mais PIB, tinha realizado
apenas 10.650 testes até 31 de
Março e estava em cerca de
25.000 em meados de Abril.
Mas nem tudo é cor-de-
rosa, adverte o jornal.Quando
a notícia é publicada, o número
de mortes em Portugal é de
1.289 pessoas, ainda assim,
menos do que em muitos paí-
ses europeus, mas muito mais
do que a Áustria, Dinamarca,
República Checa ou Grécia.
Portugal mantém cerca de
85% dos pacientes fora dos
hospitais, a menos que seja
absolutamente necessário,
evitando um maior contágio
entre a comunidade médica.De
acordo com dados divulgados
pela Ordem dos Médicos do
país, em 18 de Maio, 47,17%
dos 2.353 médicos portugueses
que tiveram contacto com
casos suspeitos ou doentes
com sintomas de Covid-19
não foram testados.
Por estes dias, o país reabre
por etapas, os testes soroló-
gicos (anticorpos) começam
a fazer parte da equação e são
aguardados por muitos antes
de regressarem ao trabalho.
Médicos, especialistas e as
autoridades enfatizam que o
esforço para controlar a pan-
demia não terminou. Filipe
Froes, um dos pneumologistas
mais conceituados e respei-
tados do país, afirmou que o
esforço anti-Covid depende
não apenas da rápida resposta
do Governo, mas de toda a co-
munidade, desde os cidadãos
que continuam em casa aos
que estão a produzir equipa-
mentos de protecção individual
para médicos, passando pelos
produtores de vinho que co-
meçaram a fabricar álcool gel
ou as fábricas passaram a fazer
máscaras viseiras.
“Afinal, isto não é um mila-
gre, é trabalho e organização”,
afirmou Froes, que acrescen-
tou, “seguimos uma estratégia,
porque se não sabemos para
onde ir, nenhum vento nos
será favorável, nós aprovei-
tamos as duas semanas que
tínhamos de avanço para nos
prepararmos”.
DR
ÁFRICA Terça-feira
2 de Junho de 2020
FORÇAS DE DEFESA E SEGURANÇA REOCUPAM VILA EM MOÇAMBIQUE
O Presidente Nyusi reuniu-se com altas patentes militares na província de Cabo Delgado
Chefes dos grupos armados
abatidos em Cabo Delgado
Numa visita ao Norte do país, o Presidente moçambicano,
Filipe Nyusi, anunciou a morte de alguns chefes dos grupos
armados que operam em Cabo Delgado, numa altura em
que a situação em Macomia já se encontra sob o controlo
das autoridades
O Presidente de Moçambi-
que, Filipe Nyusi, anunciou
a morte pelas Forças de Defesa
e Segurança de vários cabe-
cilhas dos grupos armados
que têm atacado a província
de Cabo Delgado.
“As últimas batalhas foram
enormes, foram muito pro-
dutivas. Temos informações
de que foram abatidos quadros
superiores desta força que
podemos considerar que são
a liderança, mas sobre isso as
FDS irão, em momento próprio,
fornecer mais pormenores”,
referiu, em declarações à Tele-
visão de Moçambique (TVM),
citada ontem pela Lusa, o Chefe
de Estado moçambicano.
Nyusi falava, domingo, na
PERITOS DA ONU MORTOS NA RDC
Suspeito do homicídio
à contas com a justiça
Um dos suspeitos do assas-
sinato de dois peritos da ONU
na República Democrática
do Congo (RDC) em 2017 foi
detido a poucos quilómetros
de Kananga, na província de
Kasai Central (Centro), infor-
maram fontes militares.
“Confirmo a prisão pelos
nossos serviços de Trésor
Mputu Kankonde. Está nas
nossas mãos e já foi inter-
rogado”, disse, ontem, o pro-
curador do Ministério Público
militar em Kasai Central ao
vila de Mueda, distrito de
Cabo Delgado, onde manteve
reuniões com diversas paten-
tes militares, acompanhado
pelos ministros da Defesa e
do Interior.
O local foi o escolhido para
analisar a situação político-
militar da província, depois
de grupos armados, classifi-
cados como terroristas afiliados
ao movimento Estado Islâmico
terem atacado, quinta-feira,
Macomia, a principal vila do
centro da província, tendo só,
ontem, as autoridades dado
a situação como controlada.
Numa declaração aos jor-
nalistas em Pemba, capital
provincial, o governador de
Cabo Delgado, Valige Tauabo,
portal de notícias local Actua-
lité.“É acusado de vários cri-
mes, incluindo o assassinato
dos peritos da ONU (Zaida
Catalán e Michael Sharp).
Desde 2017 que tentámos
em várias ocasiões prendê-
lo, mas sempre nos escapou”,
acrescentou o procurador
de Justiça militar Jean Blaise
Bwamulundu.
Segundo a mesma fonte,
a prisão de Mputu, um dos
líderes da milícia Kamuina
Nsapu, ocorreu na noite de
DR
anunciou a “restauração da
acalmia” com o “regresso das
famílias às zonas de origem.
O governador disse que está
em curso um levantamento
da destruição causada e reco-
nheceu haver mortes entre os
“líderes dos malfeitores”, pelas
FDS, em linha com o que tinha
sido anunciado, na véspera,
pelo Presidente da República,
Filipe Nyusi, sobre a morte de
cabecilhas de alguns grupos
armados na província. Valige
Tauabo referiu que os habi-
tantes que regressaram pri-
meiro a Macomia e a aldeias
em redor saquearam as resi-
dências de vizinhos que ainda
se encontram refugiados no
mato, apelando à ordem.
29 de Maio, sexta-feira, na
cidade de Katole, cerca de 15
quilómetros a norte da capital
provincial de Kananga.
Os corpos de Sharp, um
cidadão norte-americano, e
de Catalán, um cidadão sueco-
chileno, ambos peritos da
Organização das Nações Uni-
das, foram encontrados a 27
de Março de 2017, duas sema-
nas após terem sido dados
como desaparecidos, junta-
mente com outros quatro tra-
balhadores congoleses, numa
altura em que estavam a
investigar violações dos Direi-
tos Humanos na província.
Os dois peritos eram
membros do grupo criado
para controlar as sanções
impostas pelo CS, em resposta
aos episódios de violência
entre o Exército e a milícia.
DENÚNCIA INTERNACIONAL
OIM acusa a Líbia
de abuso a migrantes
A Organização Internacional
para as Migrações (OIM) acu-
sou, ontem, a guarda costeira
da Líbia de ter interceptado,
nos últimos dias, ao largo
das costas do país, cerca de
400 migrantes que foram
posteriormente transportados
para um centro de detenção.
A porta-voz da OIM, Safa
Msehli, em declarações à
AFP, precisou que estes
migrantes foram primeiro
transportados para Tripoli e
posteriormente enviados
para o centro de detenção de
al-Nasser, na localidade de
Zawya, a oeste da capital.
Segundo a representante
da agência da ONU, a situa-
ção na Líbia aumentou, o
que é “especialmente preo-
cupante num momento em
que existe uma diminuição
acentuada na capacidade de
busca e resgate”. A Líbia tor-
nou-se, nos últimos anos,
uma placa giratória para cen-
tenas de milhares de migran-
tes, sobretudo africanos e
árabes que tentam fugir de
conflitos, violência e da pobreza
nos seus países, que procuram
alcançar a Europa através do
Mar Mediterrâneo.
Devido à situação do país,
imerso num caos político e
de segurança, desde a queda
de Muammar Kadhafi, em
2011, a Líbia tem sido igual-
mente um terreno fértil para
as redes de tráfico ilegal de
migrantes e de situações de
TERROR NA SOMÁLIA
Estado Islâmico reivindica
atentado a mini-autocarro
O grupo “jihadista2 Estado
Islâmico assumiu, ontem, a
responsabilidade pelo aten-
tado bombista contra um
mini-autocarro de uma esta-
ção de televisão afegã, na
capital, Cabul, no sábado,
tendo matado um jornalista
e um motorista.
O porta-voz do Ministério
do Interior do Afeganistão,
Marwa Amini, disse que
outros quatro funcionários
do órgão de comunicação
social ficaram feridos no ata-
que. Numa nota num sítio da
Internet de uma filial do
Estado Islâmico, a associação
“jihadista” disse que o ataque
foi contra um mini-autocarro
que transportava funcionários
da Khurshid TV, descrevendo
aquela entidade como “leal
ao Governo infiel afegão”.
Num outro atentado similar
ocorrido na região de Lafole,
a pouco mais de 20 quilóme-
tros a Oeste de Mogadíscio
morreram dez civis e 12 fica-
ram feridas, na sequência da
explosão de um mini-auto-
carro que transportava pessoas
para um funeral.
As testemunhas que assis-
tiram à explosão indicaram,
citadas pela agência France
Presse, que o mini-autocarro
sequestro, tortura e violações.
A maioria dos migrantes tenta
fazer a travessia do Medi-
terrâneo em botes de bor-
racha, mal equipados e muito
precários em termos de segu-
rança. Segundo as mais
recentes estimativas da OIM,
divulgadas em Abril, mais
de 20 mil pessoas terão mor-
rido durante a travessia da
rota migratória do Mediter-
râneo desde 2014.
Ao longo dos últimos anos,
a União Europeia apoiou a
guarda costeira líbia e outras
forças locais para tentar con-
ter a saída de migrantes em
direcção à Europa. Várias
Organizações Não-gover-
namentais de Defesa dos
Direitos Humanos sempre
denunciaram que tais esfor-
ços tinham deixado os mi-
grantes à mercê de grupos
armados locais ou retidos em
centros de detenção sobre-
lotados e com condições de
vida muito precárias.
Em Fevereiro, a União
Europeia acordou trocar a
missão de patrulhamento e
controlo do fluxo de migran-
tes no Mar Mediterrâneo
(designada como Sophia)
por uma missão que visa
bloquear a entrada de armas
na Líbia e cumprir o em-
bargo imposto pelo Conselho
de Segurança da ONU, enca-
rado como essencial para
travar o conflito civil em
curso no país.
ficou totalmente destruído e
descreveram o horror de
vários corpos desfeitos e quei-
mados. “Foi horrível, o enge-
nho explosivo activou-se
quando o autocarro estava a
passar e destruiu-o total-
mente”, declarou uma das
testemunhas Daud Doyow,
acrescentando que “os corpos
dos civis ficaram desfeitos”.
Raptos
Sete médicos de uma Orga-
nização Não-Governamental
e um cidadão foram encon-
trados mortos após terem sido
sequestrados a alguns qui-
lómetros a norte de Moga-
díscio, informaram, ontem,
fontes da ONG e as Nações
Dezenas de civis morreram no atentado contra o mini-autocarro
9
EGIPTO
Exército mata
supostos
terroristas
no Sinai
O Exército egípcio anun-
ciou, ontem, ter eliminado
19 suspeitos “jihadistas”
durante uma operação.
Numa declaração gravada
e transmitida nas redes sociais,
o Exército revela que os sol-
dados mataram 19 supostos
“jihadistas”, entre eles três
eram considerados “extre-
mamente perigosos” durante
ataques aéreos direccionados
aos seus “esconderijos”.
Durante esta operação, as
Forças Armadas também
sofreram baixas, havendo a
registar a morte e ferimentos
dois oficiais, um subtenente
e dois soldados, segundo indi-
cou a mesma fonte, sem
adiantar mais detalhes.
A mesma fonte, de acordo
com a AFP, referiu que foram
apreendidas no local armas
automáticas, granadas e lan-
çadores de “rockets”.
As forças de segurança
egípcias travam, há vários
anos, uma batalha para conter
a insurgência na província
do Sinai do Norte, liderada
por um grupo local ligado à
organização Estado Islâmico.
A rebeldia intensificou-
se após a deposição do Pre-
sidente islâmico, Mohamed
Morsi, em 2013, na sequência
das manifestações. Em Feve-
reiro de 2018, o Exército lan-
çou uma vasta operação
“antiterrorista” na região do
deserto ocidental.
Unidas, citadas pela Efe.
“Foram encontrados os
corpos de sete membros da
nossa equipa e de um resi-
dente local que foram raptados
quarta-feira no Centro de
Saúde de Gololey, gerido pela
ONG Zamzam, no distrito de
Bal'ad”, revelou a organização,
num comunicado, divulgado
nas redes sociais.
Adam Abdelmoula, repre-
sentante adjunto do Secretá-
rio-Geral da Organização das
Nações Unidas (ONU) na So-
mália, confirmou o incidente
e acrescentou que “as infor-
mações preliminares indicam
que sofreram mortes brutais”.
“Os ataques contra edifícios
e pessoal médico são inacei-
táveis e violam o direito huma-
nitário internacional e qual-
quer tipo de decência”, afir-
mou Abdelmoula.
O Governo da Somália atra-
vés do Ministério da Infor-
mação, pediu uma inves-
tigação e “a detenção dos res-
ponsáveis dos actos.
DR
10 MUNDO Terça-feira
2 de Junho de 2020

MANIFESTAÇÕES ÀS PORTAS DA CASA BRANCA

Agentes solidários
São vários dias de conflito
entre autoridades e manifes-
tantes, mas não em todo o
lado. Há cidades onde a Polícia
juntou-se à comunidade, na
defesa do fim da violência
policial. As consequências
da morte de George Floyd
sentem-se, ainda, com a esca-
lada dos violentos protestos
para saques, pilhagens e vio-
lência em várias cidades
norte-americanas.
aos manifestantes, no domingo,
em Flint. "Queremos estar con-
vosco, a sério. Tirei o meu capa-
Decretado recolher obrigatório
cete, baixei o meu bastão. Quero
que isto seja uma marcha, não
um protesto", disse, de acordo
com a NBC News.
e activada a Guarda Nacional
Também, na Nova Jérsia, Os protestos que sacodem várias cidades norte-americanas continuam em
os agentes carregaram um dezenas de cidades importantes do país, situação que levou as autoridades
cartaz onde se lia "Estamos
Solidários" e cantavam com a activar a Guarda Nacional
a multidão, enquanto a mar-
cha avançava. Em Santa Cruz, O autarca de Washington DR

O acto poderá ser, em na Califórnia, Andy Mills, o decretou o recolher obrigatório

parte, explicado pela resposta
das forças policiais às mani-
festações iniciais, circulando
imagens de agentes com bas-
tões, gás lacrimogéneo ou
balas de borracha contra as
multidões eufóricas.
Porém, no fim- de- semana,
alguns departamentos de Polí-
cia optaram por se juntar às
comunidades, no apelo por
uma sociedade com menos
violência e para mostrar soli-
dariedade ao movimento anti-
racista. No Michigan, o xerife
do condado de Genesee, Chris
Swanson, também se juntou
A onda de racismo nos EUA está a ser repudiada em todo mundo
MAR MEDITERRÂNEO
chefe da Polícia, ajoelhou-
se com os manifestantes. O
seu departamento fez uma
publicação no Twitter, com
uma imagem do momento,
"em memória de George Floyd
e chamando a atenção para
a violência policial contra
pessoas negras". Em Kansas
City, no Missouri, dois agentes
da Polícia foram fotografados
com um cartaz onde se lia
"acabem com a violência poli-
cial". Na Carolina do Norte,
um agente foi fotografado,
também, de mãos dadas com
a comunidade.
DR
e activou a Guarda Nacional
para evitar novos distúrbios,
após uma noite de pilhagens
e incêndios na capital dos
EUA após protestos contra a
violência policial.
Numa mensagem publi-
cada na rede social Twitter,
Muriel Bowser anunciou que
o recolher obrigatório entraria
em vigor em Washington, Dis-
trito de Columbia até as 6h00.
A autarca também activou
a Guarda Nacional do Distrito
de Columbia para apoiar a
Polícia Metropolitana no con-
trolo dos protestos que ocor-
rem nos últimos dias e levaram
a pilhagens, vandalismo e
incêndios. No Estado norte-
americano da Florida, o gover-
nador, Ron DeSantis, activou,
também, 400 membros da
Guarda Nacional face à vio-
lência dos protestos contra a
violência policial desenca-
deada pelo caso do afro-ame-
ricano George Floyd.
Já o autarca de Atlanta pror- Os protestos levaram o Presidente Donald Trump a recolher ao bunker da residência
rogou o recolher obrigatório
com a ajuda da Guarda Nacio-
nal, enquanto o governador dência na sexta-feira, segundo tentaram forçar barreiras poli- Droga para reforçar as tropas
da Geórgia activou o desta- a agência de notícias Asso- ciais. Desde então, a segurança da guarda nacional no perí-
camento de três mil soldados ciated Press (AP). foi reforçada pela Guarda metro em torno da Casa
para cidades de todo o Estado. De acordo com a AP, que Nacional e mais agentes dos Branca, de acordo com a AP.
George Floyd, um afro- cita fontes próximas da Casa Serviços Secretos. A decisão de proteger o
americano de 46 anos, morreu Branca e do Partido Republi- No domingo, o Departa- Presidente no abrigo subter-
na noite de segunda-feira cano, agentes dos Serviços mento de Justiça também râneo de alta segurança marca
(25.05) em Minneapolis, no Secretos terão levado Donald destacou membros dos 'mars- um dos alertas mais impor-
Estado de Minesota, após uma Trump para o abrigo subter- hals' (uma unidade de polícia tantes na Casa Branca desde
intervenção policial violenta, râneo, quando os manifes- federal dos EUA) e agentes os ataques de 11 de Setembro,
cujas imagens foram divul- tantes atiraram pedras e da Agência de Combate à segundo a AP.
gadas através da internet.
Desde então, várias cidades
ONU apela ao fim das mortes
norte-americanas, incluindo
Washington e Nova Iorque,
têm sido palco de manifesta-

Rússia negoceia ampliação ções, com os protestos a resul-

das bases militares na Síria
O Presidente da Rússia, Vla-
dimir Putin, ordenou aos
ministérios da Defesa e dos
Negócios Estrangeiros que
negoceiem com a Síria a
ampliação da base aérea
Khmeimim e da base naval
de Tartus, próximas do Mar
Mediterrâneo, noticiou a Lusa.
O Chefe do Estado russo
emitiu uma ordem de assi-
natura de um protocolo para
a “transferência de bens adi-
cionais e áreas marítimas” a
ser anexado ao acordo firmado
entre a Rússia e a Síria, em 26
de Agosto de 2015, relativo ao
envio de um grupo de aviação
das Forças Armadas russas
para território sírio, segundo
a informação publicada ontem.
A Rússia iniciou as opera-
ções aéreas na Síria em 30 de
Setembro de 2015, no âmbito
da guerra civil, em curso no
país, para apoiar as forças do
Presidente Bashar al-Assad,
com jactos de combate basea-
dos em Khmeimim.
O acordo assinado entre os
países é válido por 49 anos,
com a Síria a transferir gratui-
tamente os terrenos e as ins-
talações localizadas nessa base
aérea para a Rússia, e renovado
automaticamente por períodos
de 25 anos, se nenhuma das
partes rescindir.
Em Julho de 2017, a Rússia
e a Síria assinaram um outro
acordo para modernizar e
actualizar a base naval, igual-
mente válido por 49 anos e
renovável de 25 em 25 anos.
A base de Tartus é utilizada
como ponto de abastecimento
e de manutenção técnica para
a frota russa, depois de ter
começado a ser utilizada pela
União Soviética na década de
70, após um acordo estabe-
lecido entre Moscovo e o Pre-
sidente sírio de então, Hafez
al-Assad (pai do actual Pre-
sidente). A Marinha russa
voltou ao Mediterrâneo em
2013, após mais de 20 anos
de ausência.
tarem frequentemente em
confrontos com a Polícia.
A Polícia norte-americana
disparou gás lacrimogéneo
em frente à Casa Branca para
dispersar os manifestantes.
Os manifestantes concen-
traram-se em frente à resi-
dência do Presidente dos
Estados Unidos, gritando pala-
vras de ordem e ateando fogos,
numa altura em que em Was-
hington se registavam con-
frontos violentos noutras
partes da cidade.
O incidente deu-se uma
hora antes do recolher obri-
gatório decretado pelas auto-
ridades, a partir das 23h00
de domingo (4h00 de ontem
em Angola).
Sinais de trânsito arran-
cados, barreiras de plástico
e até uma bandeira dos Estado
Unidos foram usados como
combustível para atear fogos
no parque em frente à Casa
Branca, enquanto a norte da
cidade se registavam pilhagens
de várias lojas e um cinema.
Os protestos em frente à
Casa Branca já tinham levado
o Presidente, Donald Trump,
a recolher ao 'bunker' da resi-
A alta-comissáriada ONU para
os Direitos Humanos, condenou,
ontem, a morte de um negro
durante uma detenção nos Esta-
dos Unidos e apelou às autori-
dades para adoptarem “medidas
sérias” para pôr termo a estas
“mortes” de afro-americanos.
“Esta foi a última de uma
longa série de mortes de afro-
americanos não armados
cometidas por polícias ame-
ricanos e autojusticeiros. As
autoridades americanas devem
tomar medidas sérias para pôr
termo a estas mortes e asse-
gurar que seja feita justiça
quando ocorrem”, indicou
Michele Bachelet em comu-
nicado. George Floyd, um afro-
americano de 46 anos, morreu
na noite de segunda-feira em
Minneapolis, no Estado de Min-
nesota, após uma intervenção
policial violenta cujas imagens
tornaram-se virais.
Os quatro polícias envolvidos
foram despedidos da corpo-
ração e encontram-se detidos.
“Estou consternada por ter de
acrescentar o nome de George
Floyd aos de Breonna Taylor,
Eric Garner, Michael Brown e
muitos outros afro-americanos
não armados que ao longo dos
anos têm sido mortos às mãos
da Polícia, assim como pessoas
como Ahmaud Arbery e Tray-
von Martin que foram mortos
por autojusticeiros”, indicou
Michele Bachelet.
Ao condenar esta “morte”,
apelou às autoridades norte-
americanas para terminarem
com estes casos recorrentes.
“Os processos de vem
mudar, devem ser estabeleci-
dos sistemas de prevenção, e
acima de tudo, os polícias que
recorrem ao uso excessivo da
força devem ser indiciados e
condenados pelos crimes
cometidos”, acrescentou.
Por sua vez, “o envolvi-
mento da discriminação racial
nestas mortes deve ser exa-
minada de forma aprofundada
e tratada de forma correspon-
dente”, sublinhou.
A alta comissária congra-
tulou-se “pelo facto de as auto-
ridades federais terem a-
nunciado um inquérito com
toda a prioridade”, mas deplorou
que “em numerosos casos no
passado os inquéritos concluí-
ram que essas mortes foram
consideradas justificáveis por
motivos duvidosos, ou sancio-
nadas por medidas adminis-
trativas”. A morte de George
Floyd provocou a cólera e vio-
lentas manifestações na em
Minneapolis e em mais de 30
norte-americanas. Michele
Bachelet indicou compreender
esta “cólera”, mas exortou os
habitantes desta cidade e outros
locais a manifestarem-se paci-
ficamente. “A violência e a des-
truição de bens não resolve o
problema da brutalidade policial
e a discriminação”, declarou.
“Exorto os manifestantes
a exprimirem pacificamente
as suas reivindicações de jus-
tiça, e exorto a Polícia a adoptar
uma atitude de contenção para
não inflamar ainda mais a
actual situação através de um
uso excessivo da força”.
O administrador do muni-
cípio local pediu ao governador
estadual a mobilização da
Guarda Nacional.
Um homem foi encontrado
morto a tiro, suspeito de ter
sido vítima dos protestos, em
Minneapolis. Para conter os
protestos a polícia disparou
balas de borracha e granadas
de gás lacrimogéneo.
ESPECIAL
2 de Junho de 2020
Depois de LeBron James ecoar
a revolta pela morte de George
Floyd na quarta-feira, muitos
astros da NBA e de outras
modalidades desportivas tam-
bém se manifestaram em apoio
à luta contra o racismo nos
Estados Unidos. Domingo,
Michael Jordan expressou o
seu sentimento de dor, tristeza
e raiva pela morte de Floyd.
“Estou profundamente
entristecido, verdadeiramente
amargurado e claramente
enraivecido. Vejo e sinto a dor,
a indignação e a frustração de
todos. Eu defendo aqueles que
estão a alertar para o racismo
e a violência arraigados contra
pessoas de cor no nosso país.
Já tivemos o suficiente. Não
tenho as respostas, mas as
nossas vozes colectivas mos-
tram força e a união que é
impossível ser destroçada por
outras pessoas. Devemos ouvir
todos os outros, mostrar com-
paixão e empatia e nunca dar
as costas à brutalidade sem
sentido”, sublinha uma das
passagens da mensagem de
Michael Jordan. “Precisamos
continuar expressões pacíficas
contra a injustiça e exigir res-
ponsabilidade. Nossa voz uni-
ficada precisa criar mudanças
sistémicas. Cada um de nós
precisa fazer parte da solução
e devemos trabalhar juntos
para garantir justiça para todos.
O meu coração está com a
família de George Floyd e com
os outros incontáveis cujas
vidas foram tiradas brutal-
mente e sem sentido através
de actos de racismo e injustiça”
- disse a finalizar o astro.
30
GRANDES
MANIFESTAÇÕES
FORAM REGISTADAS
Uma das cidades mais
afectadas é Los Angeles.
O governador da
Califórnia, Gavin
Newsom, declarou
estado de emergência na
cidade e accionou a
Guarda Nacional - força
militar de reserva que
pode ser convocada para
intervir em situações de
emergência.
Seis vezes campeão da NBA
e seis vezes MVP da liga,
Kareem Abdul-Jabbar publi-
cou um artigo no “Los Angeles
Times” no sábado em que saiu
em defesa dos protestos que
estão a ocorrer nos Estados
Unidos. O ex-jogador de 73
anos explica por que, mesmo
em tempos de isolamento
social da pandemia do coro-
navírus, as pessoas saíram às
ruas, principalmente os negros.
“O que você deve ver ao
ver manifestantes negros na
era de Trump e coronavírus
é que as pessoas são levadas
ao limite, não porque querem
bares e salões de beleza aber-
tos, mas porque querem viver.
Respirar. (...) O que eu quero
ver não é uma corrida por jul-
gamento, mas uma corrida
por justiça” - escreveu Kareem.
Stephen Jackson, campeão
da NBA com o San Antonio
Terça-feira
A morte de George Floyd
e a vaga anti-racista nos EUA
Grandes referências mundiais do desporto norte-americano e de outros países
juntaram as suas vozes à onda de repúdio que se instalou nos Estados Unidos
devido à morte de George Floyd, um afro-americano de 46 anos assassinado por
um agente da Polícia em Minneapolis, no estado de Minnesota
DR
LeBron James
DR
Karl-Anthony Towns
Spurs em 2003, e o astro do
cinema Jamie Foxx, vencedor
do Oscar de melhor actor,
também protestaram contra
a morte de George Floyd.
J a c k s o n , Fox x , Ka r l -
Anthony Towns, astro do Min-
nesota Timberwolves, e JR
Smith, campeão da NBA ao
lado de LeBron James com o
Cleveland Cavaliers, deram
uma entrevista colectiva em
Minneapolis na tarde desta
sexta-feira na qual condenaram
veementemente a brutalidade
do policial Derek Chauvin.
ONDA DE REPÚDIO CRESCE EM TODO O MUNDO
Caso George Floyd
George Floyd, 46 anos, que sofria de doença arterial coro-
nariana e doença cardíaca hipertensiva, morreu asfixiado
por um policial na cidade de Minneapolis, no estado ame-
ricano de Minnesota. O oficial ficou durante 8 minutos e
46 segundos com o joelho esquerdo sobre o seu pescoço
ao ponto de levá-lo à morte por asfixia.
Michael Jordan disse-se profundamente amargurado
“Aos meus irmãos brancos,
eu amo vocês. Amo todas as
raças. Mas chegou a um ponto
que se você me ama e não fica
do meu lado, então você não
me ama p... nenhuma”, afirmou
Jackson, que actuou durante
DR
13 temporadas na NBA e era
amigo de Floyd há 20 anos.
Foxx e outras pessoas esta-
vam vestidas de preto e com
os dizeres “RIP [rest in peace,
ou descanse em paz] George
F l oyd ” n a ro u p a . Ka r l -
DR
DR
Stephen Jackson
DR
Jamie Foxx
Anthony Towns, por sua vez,
usou um boné no qual estava
escrito “Black Lives Matter”
[vidas de negros têm valor].
Stephen Jackson deixou
evidente que havia uma inten-
ção clara do agente policial
em assassinar George Floyd.
“Não me diga que ele [Chau-
vin] não sentia que era o dever
dele assassinar o meu irmão
[Floyd] e continuar em liber-
dade. Nós vimos isso tantas
vezes, e vemos agora de novo
e queremos justiça”, comple-
mentou Jackson.
11
O ex-atleta da NBA afirmou
que “fará tudo o que estiver
ao seu alcance para que haja
acusações e condenação judi-
cial” dos envolvidos.
Por seu turno o canadense
Steve Nash, também ex-joga-
dor da NBA, com passagens
pelo Dallas Mavericks, o Los
Angeles Lakers e, por longos
anos, o Phoenix Suns, foi um
dos poucos atletas brancos a
levantar a voz para protestar
contra o racismo e a violência
contra negros nos Estados
Unidos após o assassinato de
George Floyd por um policial
na semana passada.
“Este é um problema dos
brancos. Como nós, cauca-
sianos, vamos criar igualdade?
Leia. Ponha-se no lugar do
outro. Organize. Sacrifique.
Mude. Apoie. VOTE! Isto é o
mínimo que pode ser feito
para reparações”, escreveu
nas suas páginas o ex-arma-
dor, actualmente consultor
do Golden State Warriors, que
mudou a sua foto de perfil
para uma imagem de Floyd.
O silêncio de personalidades
brancas do desporto não tem
passado despercebido. Tanto
que o hexacampeão de Fórmula
1 Lewis Hamilton chamou a
atenção dos seus companheiros
de profissão com um post nas
redes sociais: “Eu vejo entre
vocês aqueles que ficam calados,
alguns de vocês são as maiores
estrelas e ainda assim ficam
calados diante da injustiça.
Nenhum sinal de ninguém da
minha indústria, que, é claro,
é um desporto dominado por
brancos. Eu sou uma das únicas
pessoas de cor lá e ainda estou
sozinho. Eu teria pensado que
agora você veria por que isso
acontece e diria algo sobre isso,
mas você não pôde ficar ao
nosso lado. Apenas saiba que
sei quem você é e que eu vejo
você”-disse o piloto da Mercedes
na sua conta do Instagram.
75
CIDADES EM
PROTESTOS
Desde segunda-feira
(25), quando George
Floyd foi morto,
milhares de pessoas
estão a sair às ruas
diariamente para
protestar contra a sua
morte. Na madrugada
de domingo (31), as
manifestações chegaram
a 75 cidades, segundo o
jornal americano “The
New York Times”.
Algumas horas depois, o
piloto da Ferrari Charles Leclerc
manifestou-se nas redes
sociais e pediu desculpas.
“Para ser completamente
honesto, senti-me deslocado
e desconfortável em compar-
tilhar os meus pensamentos
nas mídias sociais sobre toda
a situação e é por isso que não
me expressei mais cedo do
que hoje. E eu estava com-
pletamente errado. Ainda luto
para encontrar as palavras
para descrever a atrocidade
de alguns vídeos que vi na
internet”, disse Leclerc.
12 OPINIÃO Terça-feira
2 de Junho de 2020

EDITORIAL IMAGEM DO DIA

Crianças do Lubango e do Kipungo (Huíla) abandonadas pelos pais e agora protegidas pelo Estado, numa cerimónia

A crise económica mundial promovida pelo governo da referida província, no dia 1 de Junho, e em que receberam variados brindes

e a solidariedade entre Estados

ARÃO MARTINS | EDIÇÕES NOVEMBRO

Tem se dito que uma economia cresce se houver empresas a crescer. A

falência de um elevado número de unidades produtivas causa a contracção
da economia, com todas as consequências que todos nós conhecemos:
desemprego com reflexos negativos nas famílias que ficam desprovidas
de rendimentos.
Temos hoje assistido no mundo, com a crise económica causada pela
Covid-19, a situações de famílias que são obrigadas a recorrer a apoios do
Estado para poderem sobreviver, em virtude de milhares de empresas que
deixaram de funcionar.
Há pessoas que, inclusive, pertenciam em muitos países à classe média
que, por estarem desempregadas, não têm outra alternativa senão recorrer
a cestas básicas para assegurar a sua alimentação e das suas famílias.
Não é pois por acaso que Estados estão empenhados em financiar
empresas, nomeadamente as pequenas e médias, que são em grande
número, para que a actividade económica possa na medida do possível
assegurar empregos.
Os problemas económicos, em consequência da pandemia de Covid-
19, estão instalados. Vários países já se aperceberam de que a crise
económica mundial que hoje enfrentamos é grave e que têm de criar me-
canismos multilaterais destinados a financiar a actividade produtiva, uma
forma de evitar o agravamento de problemas como o desemprego. Porque,
em virtude da crise, a recuperação das economias exige a mobilização de
elevados recursos financeiros, faz sentido que países afectados pela
pandemia e que internamente não podem, apenas com as suas instituições
financeiras, resolver todas as situações, organizem formas de multilateral-
mente atacar problemas que afectam, por exemplo, Estados de uma
mesma organização, como tem acontecido com a União Europeia, que
procura vias de sair da crise, com soluções pouco dolorosas para todos os
seus membros.
Os governos estão centrados na recuperação da actividade produtiva
das empresas, um processo que pode levar algum tempo e que pode até
não resolver todos os problemas a médio prazo. Mas há problemas que
têm de ser resolvidos com urgência, para se evitar a instabilidade social.
Perante a crise económica mundial, provocada pela pandemia de Covid-
19, têm os Estados de aprender uns com os outros, até porque é possível
que as soluções adoptadas por uma região do Globo podem servir para
outras. É tempo de solidariedade entre os Estados. Estamos todos no mesmo
barco. A luta é comum. Nas actuais circunstâncias, os Estados devem
congregar esforços para, unidos, construírem um mundo melhor.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO PROPRIEDADE

Víctor Silva (presidente) Edições Novembro, E.P.
ADMINISTRADORES EXECUTIVOS
Caetano Pedro da Conceição Júnior SEDE:
CARTAS DOS LEITORES
José Alberto Domingos
Rui André Marques Upalavela Rua Rainha Ginga, 12-26
Luena Kassonde Ross Guinapo Caixa Postal 1312 - Luanda
Redacção: 222 020 174
ADMINISTRADORES NÃO EXECUTIVOS Telefone geral (PBX): 222 333 344
Filomeno Jorge Manaças Fax: 222 336 073 Os direitos da criança de olharmos para a situação da- nal, segundo a qual se devem ouvir
Mateus Francisco João dos Santos Júnior Telegramas: Proangola
Comemorou-se a 1 de Junho o queles que vivem na pobreza ex- os sindicatos dos professores, as-
Dia Mundial da Criança. Por oca- trema, com soluções que produ- sociações de ensino e encarregados
sião dessa data gostava de tecer zam resultados. Há muita gente de educação. Vivemos tempos ex-
algumas considerações sobre a pobre no país que sobrevive com traordinários e as decisões devem
DIRECTOR: Edna Cauxeiro (subeditora), vida das nossas crianças. Sabe- muitas dificuldades e muitas ser tomadas com muito cuidado.
Víctor Silva Ferraz Neto (subeditor) e Pereira Dinis
se que milhares de crianças an- crianças são vitimas dessa situa- Nada de pressas. A pressa é por
DIRECTOR-ADJUNTO:
Caetano Júnior
EDIÇÕES ESPECIAIS:
golanas vivem muito mal. Comem ção. Sei que não é fácil resolver vezes inimiga da perfeição. Que
DIRECTOR EXECUTIVO:
Guilhermino Alberto
Adalberto Ceita, André dos Anjos, Domingos dos Santos,
Leonel Kassana e Yara Simão
mal, vestem-se mal, não têm es- o problema da pobreza, sobretudo se criem primeiro as condições
cola e têm pais ou encarregados agora que o Estado tem de atender para que os jovens e crianças, em
EDITOR EXECUTIVO: FOTOGRAFIA:
Diogo Paixão Kindala Manuel (editor-chefe), de educação que, por terem ren- a problemas como a Covid-19, e particular, possam regressar às
José Cola (editor),
SUB-EDITOR EXECUTIVO:
Cândido Bessa Dombele Bernardo, Domingos Cadência, Eduardo Pedro, João Gomes, dimentos baixíssimos, estão im- não tem muito recursos financei- aulas. E que as condições crianças
Maria Augusta, Miqueias Machangongo, Mota Ambrósio, Paulo Mulaza, Kindala
Manuel, Santos Pedro, Agostinho Narciso, Vigas da Purificação, Contreira Pipas possibilitados de lhes dar condi- ros, devido à queda dos preços sejam dadas a conhecer aos cida-
GRANDE REPÓRTER: ções para terem uma vida digna. do petróleo, o nosso principal dãos para que estes possam saber
Luísa Rogério CORRESPONDENTES PROVINCIAIS:
Adão Diogo (Lunda-Sul), Temos leis muito bem elaboradas produto de exportação. se de facto há ou não segurança
Bernardo Capita (Cabinda),
EDITORIAS:
POLÍTICA: João Mavinga (Zaire), sobre os direitos da criança, mas AFONSO JANUÁRIO sanitária nos nossos estabele-
Bernardino Manje (editor-chefe), Vladimir Prata (Namibe),
Esídoro Natalício (Cuanza-Norte),
há ainda muito a fazer para que Bairro Marçal cimentos de ensino. A Covid-19 é
Fonseca Bengui (subeditor), Santos Vilola,
Adelina Inácio, João Dias, Edna Dala,
Garrido Fragoso e Gabriel Bunga
Luís Pedro (Cuanza-Sul),
Pedro Bica (Bengo),
os menores no nosso país possam uma doença perigosíssima. O Es-
Francisco Curinhingana (Malanje)
Miguel Ângelo (Huambo),
ter uma vida normal. Não basta tado tem o dever de proteger bem
OPINIÃO:
Ambrósio Clemente (editor-chefe), Faustino Henrique (subeditor)
João Constantino (Bié),
José Chaves (Andulo),
termos boas leis . E preciso que Aulas com pandemia os cidadãos.Diz-se que as nossas
SOCIEDADE: Jaime Azulay (Benguela),
Jesus Silva (Lobito),
se criem também condições para Tenho acompanhado debates â escolas primárias não têm casas
Nhuca Júnior (editor),
Alberto Pegado (editor), Estanislau Costa (Huíla),
Joaquim Aguiar (Lunda-Norte),
que as leis sejam concretizadas volta do reinício das aulas em Julho de banho em condições .Era bom
José Meireles (editor),
Rodrigues Cambala, André da Costa, Kilssia Ferreira, Manuela Gomes, Silvino Paulo (Uíge),
Lourenço Manuel (Cuando Cubango),
na prática. As nossas crianças no nosso país, em tempo de pan- que as entidades competentes li-
Augusto Cuteta, Alexa Sonhi, César André, César Esteves, Edivaldo Cristóvão,
Carla Bumba e Mazarino da Cunha Quinito Kanhamei (Cunene),
Samuel António (Moxico),
merecem ser tratadas com dig- demia de Covid-19. Penso que se gadas à educação e ensino visitem
REGIÕES:
Sérgio Chivaca (editor-chefe),
nidade. Há muitas crianças a trata de um assunto muito sério todos os estabelecimentos de en-
PAGINAÇÃO E ARTE:
Béu Pombal (subeditor),
Filipe Eduardo Salvador Escórcio (Editor), Soares Neto, Eugénia Victor, Augusta Lucéu, Tomás Cruz,
passarem mal no nosso país. Que que deve ser tratado com muita sino primário para saberem se
ECONOMIA: Noé Pungue, Evaristo Sacupalica, João Augusto, Josefa Abreu, Maria Messele,
Alberto Bumba, Inês Quingando, Margarida Zilungo, Maria da Silva, António Saldanha,
haja maior empenho na protecção ponderação. Afinal está em causa há condições para se avançar
Cristóvão Neto (editor-chefe),
Armando Estrela (subeditor), Henrique Faztudo, António Quipuna, Raúl Geremias, Ana Paula Dias , Isabel Fragão, das crianças, sobretudo aquelas a saúde de muitos milhares de pes- em Julho para o reinício das aulas.
Ana Paulo, Kátia Ramos, Madalena José, Natacha Roberto e Victorino Joaquim Manuel Cassinda, Francisco da Silva, Rui Jacinto, Bruno Bernardo, Luquemba Pedro
MUNDO:
que são abandonadas pelos seus soas. Concordo com a ideia, já ma- Penso que as precupações de um
CARTOON E ILUSTRAÇÃO:
Bernardino Fançony (editor-chefe), António Canepa Armando Pululo e Casemiro Pedro familiares, por várias razões. O nifestada por leitores do vosso jor- sindicato de professores e de en-
DESPORTO:
Amândio Clemente (editor-chefe),
Estado tem de estar na primeira carregados de educação relativa-
COPY DESK:
Anaximandro Magalhães (subeditor), António Cristóvão, Rui Ramos, Arlindo Soares e Esperança Vieira Dias linha da defesa das crianças an- ESCREVA-NOS mente às condições sanitárias nas
Armindo Pereira, Teresa Luís, Vivaldo Eduardo,
António de Brito, Honorato Silva, Job Franco golanas vulneráveis. Daqui a pou- Cartas recebidas na nossas escolas primárias se jus-
CULTURA: O Jornal de Angola Rua Rainha Ginga, 12-26
António Bequengue (editor-chefe), Adriano Melo (subeditor), utiliza os serviços da ANGOP, AFP, Reuters, EFE e Prensa Latina cos anos Angola vai comemorar Caixa Postal 1312 - Luanda tificam.Afinal, a Covid-19 é uma
Francisco Pedro (subeditor), Amilda dos Santos, Manuel Albano,
Mário Cohen e Roque Silva PUBLICIDADE: 50 anos de independência! Que ou por e-mail: doença agressiva que mata.
GENTE E FIM-DE-SEMANA: (+244) 937 550 262 se faça alguma coisa pelas nossas EVITA PANZO
António Cruz (editor-chefe), escrevaconnoscoJA@gmail.com
(+244) 949 770 006 e-mail: publicidade@jornaldeangola.com Samba
Isaquiel Cori (editor) crianças. Elas merecem. É tempo
OPINIÃO Terça-feira
2 de Junho de 2020 13
REFLEXÕES NA ALVA DAS IDEIAS

Joaquim Camacho Adriano Mixinge

CITAÇÕES

A importância do estudo
da Geografia (I)
A Geografia é, como ciência, uma das mais ca-
racterísticas projecções da necessidade que as
pessoas sentem de possuir uma visão do mundo
que os rodeia, necessidade que toma o duplo
aspecto de procura de um critério de acção e de
investigação desinteressada da verdade. Como
tal necessidade existiu desde a alvorada da civi-
lização humana, a geografia é uma das ciências
mais antigas, e apresenta-se-nos correlacionada
muito estreitamente com as mais diversas formas
do saber. Em certo sentido, a maior parte das
ciências especializadas podem considerar-se co-
mo ramos da Geografia, e há assim um fluxo in-
cessante entre os estudos geográficos e outros,
o que torna difícil a delimitação do campo próprio
daqueles. Seria tarefa excessivamente longa
tentar traçar as modificações que através das
idades a concepção do âmbito e método da geo-
grafia sofreu, mas não podemos deixar de aludir,
embora com brevidade, a algumas das mais re-
centes transformações na visão que têm as pes-
soas do mundo que habitam e aos seus efeitos
no saber geográfico.
Um mapa-mundi da Idade Média é, neste
caso, documento interessantíssimo, não sob
o ponto de vista do grau da correcção, neces-
sariamente modesto, mas por virtude de es-
pecífica qualidade da visão que traduz: a terra
aparece concentrada em redor de Jerusalém
e está concebida como situada imediatamente
abaixo do trono da Divindade. Acompanhava
esta visão do mundo, como se compreende,
uma geografia de quimera e preconceito. Os
mapas e a geografia com tal tendência foram
varridos pelas descobertas de Copérnico e
pelas viagens do Renascimento. Nasce aí a
geografia tão especialmente representada pela
Real Sociedade de Geografia de Londres, com
o seu encorajamento da exploração das terras
distantes e correlativo desenvolvimento de re-
gisto cartográfico.
Com o aparecimento da produção industrial
e da máquina a vapor e com o desenvolvimento
simultâneo da ciência, surgem, naturalmente,
duas outras fontes de saber geográfico. As
ciências modernas, Física, Química, Geologia
e Biologia, levam os homens para amplas vi-
sões do papel da causalidade nos fenómenos
naturais e para o estudo da superfície da terra,
chamado por Huxley fisiografia, e, por outros,
geografia física.
A produção e a sua filosofia exposta nas dou-
trinas da Escola Manchesteriana de Economia
Política teve por seu turno expressão em algu-
mas formas antigas da Geografia Económica,
nas quais, após a descrição do aspecto físico
das várias regiões, se concentrava a atenção
nos produtos económicos característicos. É
quase inútil acentuar que a primeira destas
duas orientações da Geografia a aproxima da
Geologia, enquanto a segunda, ao contrário,
inspirada na ideia de que o presente é apenas
laço breve entre o passado e o futuro, a aproxima
mais da História.
O estado actual pode ser resumido dizendo
que pelo menos a exploração dos aspectos mais
gerais da superfície da terra se encontram hoje
muito adiantada e que os métodos de observa-
ção e de registo cartográfico foram levados a
alto grau de exactidão. Em ambos estes domínios
o labor futuro consiste, certamente, em aumen-
tar a exploração do globo nos seus aspectos
minuciosos e na aplicação, pormenorizada dos
métodos delicados da cartografia a regiões
cada vez maiores.
Para que a visão de pormenor se torne gra-
dualmente mais perfeita, importa possuir uma
visão do conjunto. Sem isso, escapar-nos-iam
coisas essenciais. A despeito disto, a concepção
desenvolvida por algumas gerações passadas
parece ter contribuído para estabelecer um
abismo entre a escola fisiográfica em geografia
e a escola histórica, e ainda hoje nos encontra-
mos em risco de cair naquela ilusão contra a
qual o General Smuts tão habilmente nos pre-
veniu: a ilusão de supor que, depois de desfazer
o todo em partes, nos era possível pegar de
novo nessas partes, colá-las umas às outras e
refazer assim uma vez mais o todo. Verdade é,
porém, que o progresso da ciência em geral e
do pensamento económico, em particular, está
suscitando, de maneira premente, outra visão.
Darwin mostrou aos homens e ao mundo a uni-
dade e a ordem existentes na natureza animada,
e esta ideia e os correspondentes métodos
foram penetrando gradualmente o estudo dos
mais íntimos sonhos do espírito humano, para
sua maior ilustração e redenção. Por toda a
parte a vida e a natureza física que a rodeia rea-
gem uma sobre a outra, e a história da vida é
em boa parte a história de um persistente e,
em geral, fecundo esforço para aumentar as
suas possibilidades em relação ao meio físico.
De maneira paralela, o progresso do pensamento
económico deu mais razão a Blake, Dickens e
Shaftesbury do que à Escola de Manchester. O
indivíduo é encarado como a realidade mais
relevante, e surge uma nítida tendência na psi-
cologia industrial e na economia para estudar
os homens na sua luta individual com os agentes
externos, considerando essa luta mais propria-
mente como a actividade de uma personalidade
una, e menos como a transformação dos homens
em servos da máquina.
DR
“As políticas
económicas não fazem
nenhum sentido
se não contribuírem
para a melhoria
da qualidade de vida
e do bem-estar
das populações”
Manuel Nunes Júnior
Ministro de Estado para a Coordenação
Económica
“Face a esta ameaça
global (que é a Covid-19)
chegou o momento de
reforçar a cooperação
e de encontrar soluções
comuns. Devem ser
evitadas acções que
enfraqueçam os
resultados internacionais,
e, neste contexto,
instamos
os Estados Unidos
a reconsiderarem
a sua decisão”
Declaração Conjunta da Presidente
da Comissão Europeia, Ursula von der
Leyen, do Alto Representante da União
Europeia para a Política Externa, Josep
Borrell, em reacção à decisão dos
Estados Unidos de cortar relações
com a Organização Mundial da Saúde
“Neste momento,
no grande esforço
de começar de novo,
quão prejudicial é o
pessimismo, a tendência
para ver tudo da pior
maneira e para continuar
a dizer que nada voltará
a ser como antes.
Quando alguém pensa
assim,
a única coisa que
certamente não regressa
é a esperança”
Papa Francisco
“Parece que foi aberta
a época de caça
aos negros (...). Sim,
os protestos às vezes
usam-se para alguns se
aproveitarem. Não quero
ver lojas pilhadas nem
edifícios incendiados.
Mas os afro-americanos
estão a viver em edifícios
em chamas há muitos
anos, afogando-se com o
fumo, à medida que as
chamas se aproximam
cada vez mais”
Abdul-Jabbar
Antiga estrela da NBA, em reacção
ao assassinato do afro-americano
George Floyd por um polícia
nos Estados Unidos
A máscara
Em várias épocas e em diversas partes do mundo, ela esteve sempre
associada às celebrações, aos rituais e aos cultos; vê-las recriadas
como parte da ficção em romances ou no cinema chega a ser trivial;
objecto de estudo dos mais recorrentes, na Antropologia e na História
da Arte; fartamo-nos delas nas artes visuais e plásticas, no design e
no Carnaval, lugares em que se transformaram em clichés: signo da
hipocrisia, do oculto e de um ritual determinado, a máscara sempre
vale mais por aquilo que representa do que por aquilo que é.
Ela sempre teve múltiplos usos e objectivos: ocultar a identidade
de quem a usa independentemente do seu género e ou da sua
natureza, proteger um sujeito ou uma entidade, representar um
ser ou um ente, entre outras. Antes, o seu uso circunscrevia-se a
âmbitos ou a actividades muito específicas: em rituais, na
soldadura, no ambiente hospitalar, na esgrima, na apicultura ou
na investigação subaquática, por exemplo. Em todos estes casos,
o indivíduo ficava mascarado exactamente o tempo em que
durasse a actividade que estivesse a realizar para, depois, liber-
tar-se dela. As máscaras dessacralizaram-se nas réplicas do arte-
sanato e recuperaram valor nas grandes marcas de luxo.
Porém, em tempo de coronavírus como o que vivemos em que
o uso da máscara passou a ser absolutamente necessário, nem
sempre que alguém mascarado passa por mim, cumprimenta-me
ou fala comigo sei, ao certo, se é mesmo a pessoa que julgo ser. As
pessoas anónimas que eu via desde a minha janela ou que, nas
ruas, passassem por mim com as máscaras tornaram-se além de
desconhecidas, enigmáticas: se hoje usam uma máscara feita em
tecido estampado, susceptível de ser apertada por trás da cabeça
e amanhã usarem uma máscara branca ajustada às orelhas, terei
dificuldades em distingui-las.
As máscaras que, por causa da pandemia, usamos têm qualquer
coisa de vulgar – do tipo que fazem ver-nos um Zorro em cada
utilizador - e que, além do mais,
nos desmoralizam é evidente:
A máscara tornou-se elas mostram que, afinal, somos
omnipresente. Não muito mais fragéis do que jul-
gávamos; que a única vaidade
sabemos ao certo, que interessa agora é a de poder
quando é que nos estar saudável, protegido, não
ser contagiado nem contagiar
libertaremos delas, ninguém; que aparecer sem más-
se é que isso acontecerá: cara é certeza de estar e pôr ou-
utilizá-la pode ajudar-nos trosA em risco.
boca e o nariz deixaram de
a sobreviver, a fazer parte ter o protagonismo que antes ti-
nham algo que não parece ale-
de uma história grar muito aos olhos: a tristeza
que se repete em várias da resignação apoderou-se de
olhares que já foram belos. O
epocas e em diversas sorriso deixou de ser percebido
partes do mundo pela expressão da boca, come-
çou a ser mais visto ou inferido
pelo som de uma gargalhada: as
máscaras obstruem alguns dos nossos sentidos, dão a sensação
de que reduziram o nosso campo de visão.
Sempre que cruzo ou me reúno com um mascarado, demoro
uns segundos para encaixar o mascarado nas minhas recordações
e registá-lo, ou, mesmo já sabendo quem é, ao ver a pessoa de
um jeito que antes não via, começo por fazer uma espécie de re-
conhecimento. Preciso certificar-me que é mesmo quem penso
ser. O chato é quando estamos em família: a máscara incomoda-
nos rapidamente. Ao termos uma falsa sensação de segurança
temos tendência a querer retirá-las.
Neste momento, ficamos um pouco confusos ao conhecer
pessoas novas pelas medidas de biossegurança, mas, sobretudo,
por causa das máscaras que pomos: no outro dia tive que pedir ao
meu interlocutor que, momentaneamente, a retirasse para me-
morizar, então, o seu rosto. O meu medo é que, se em algum mo-
mento, depois, as máscaras já não forem necessárias, eu não
consiga reconhecer a pessoa que, num momento determinado,
conhecera com máscara. Tenho curiosidade em saber como ela
será recebida em determinados âmbitos como dentro das creches.
Por causa das máscaras que estamos obrigados a usar, em
tempo de coronavírus é, também, em parte, o tempo de um carnaval
macabro: por tempo indeterminado assumimos uma identidade
que fica encoberta debaixo de uma máscara. Ela serve para prote-
ger-nos da morte: desorienta-nos ainda mais, o facto de que não
representamos nada nem ninguém para além de nós mesmos.
A máscara tornou-se omnipresente. Não sabemos ao certo,
quando é que nos libertaremos delas, se é que isso acontecerá: uti-
lizá-la pode ajudar-nos a sobreviver, a fazer parte de uma história
que se repete em várias épocas e em diversas partes do mundo.
14 ECONOMIA
IVA JÁ DESCONTADO
Repartições fiscais e delegações aduaneiras trabalham em horário extraordinário até hoje
AGT inicia cobrança
coerciva aos devedores
Medida visa contribuintes que descontaram a contribuição
fiscal e não deram a entrada dos valores aos cofres do Estado
A Administração Geral Tri-
butária (AGT) fez saber, on-
tem, através de um comu-
nicado que deu início à co-
brança coerciva do Imposto
sobre o Valor Acrescentado
(IVA) aos contribuintes que
descontaram, mas não pro-
cederam o seu depósito aos
cofres do Estado.
De acordo com o docu-
mento, são alertados, por
outro lado, os contribuintes
enquadrados nos dois regi-
mes (Geral e Transitório), que
efectuaram o pagamento do
IVA por transferência bancária
para a Conta do Tesouro domi-
ciliada no Banco de Comércio
e Indústria (BCI) e que não
emitiram o Documento de
Cobrança Pago, que o façam
num prazo de 15 dias.
Quanto aos que subme-
teram a declaração Modelo 7
PARCERIA COM A HUAWEI
Investimento valoriza
competitividade digital
Isaque Lourenço
A tecnológica Huawei asse-
gura dedicar o investimento
de mais de 60 milhões de
dólares que aplica num centro
digital em Luanda, para tornar
o mercado competitivo e
capaz de atender aos desafios
impostos pela economia digi-
tal na Região Austral.
Segundo dados disponi-
bilizados através de uma
recente videoconferência,
estão cadastrados, até ao
momento, mais de dois mil
estudantes de universidades,
institutos técnicos e escolas
de formação profissional.
Durante a conferência de
imprensa virtual que realizou,
recentemente, a Huawei, atra-
vés do seu representante, Luís
de forma electrónica podem
dirigir-se às repartições fiscais,
para proceder a impressão
do formato manual. O prazo
de remissão do documento
comprovativo de pagamento
é também de 15 dias.
Entre os dias 29 de Maio
até hoje, terça-feira, 2 de Junho,
a AGT tem vindo a funcionar
em horário extraordinário,
das 8 as 17h, visando facilitar
a entrada das informações
dos diversos contribuintes às
repartições fiscais e delega-
ções aduaneiras.
A Administração Geral Tri-
butária (AGT) fez saber, recen-
temente, que desde a entrada
em vigor do Imposto sobre o
Valor Acrescentado (IVA) foi
registado um aumento de qua-
tro por cento nas receitas fis-
cais não petrolíferas face a
2018, atingindo cerca de 3,8
Erivaldo Gonçalves, explicou
que dos sete centros com os
quais já trabalham nesta missão
de capacitar os jovens em maté-
ria de tecnologia, devem, no
decurso do próximo mês, acres-
centar outros sete, totalizando
14 unidades parceiras.
De acordo com números
avançados, 68 estudantes
angolanos, seleccionados de
concursos, primeiro nacionais
e, posteriormente, regionais,
já receberam diplomas inter-
nacionais da Academia da
Huawei, após testes e con-
clusão das aptidões na China.
Luís Gonçalves fez saber
que a tecnológica chinesa,
apesar de construir em Luan-
da, até 2022, o seu próprio
centro tecnológico de forma-
ARQUIVO
biliões de kwanzas, segundo
um relatório do gabinete de
estudo do Standar bank.
Contudo, o aumento das
receitas não petrolíferas ficou
abaixo da subida de mais de
12 por cento verificada em
2018 e da inflação, o que pode
comprovar a ideia de que
2019 foi um ano bastante de-
safiante para a economia não
petrolífera.
Segundo o referido docu-
mento, apesar da carência de
dados sobre o valor obtido
com o Imposto sobre o Valor
Acrescentado (IVA) e o Im-
posto Especial de Consumo
(IEC), os dados existentes
sobre as receitas não petro-
líferas, que até Julho, mostram
que o imposto industrial con-
tinuou a ser o imposto com
o maior peso sobre o total,
cerca de 30 por cento.
ção, num investimento de 60
milhões de dólares, vai manter
os acordos de parceria com
os centros angolanos, pois as
Tecnologias de Informação e
Comunicação são a estrada
do futuro do desenvolvimento.
Lembrou ser esta aposta um
comprometimento da empresa
com Angola, anteriormente já
assegurado pelos responsáveis
chineses da tecnológica.
A ideia dos promotores do
programa de talentos da Huawei
é garantir que Angola consiga
competir na região. O projecto
inclui transferência de conhe-
cimento, certificação inter-
nacional, competições, entre
outros mecanismos que podem
acelerar o desenvolvimento
de talentos no sector das TIC.
BALANÇO
Nossa Seguros
apresenta
contas anuais
O relatório e contas de 2019
da Nossa Seguros deve ser
apresentado esta tarde, em
Luanda, durante uma vídeo-
conferência com a imprensa
e convidados.
De acordo com a nota que
o Jornal de Angola teve acesso,
os gestores da seguradora
pretendem promover um
encontro interactivo com os
media, manifestando total
disponibilidade para analisar
o desempenho da empresa
e o do sector em geral.
Durante o actual período
excepcional, visando apoiar
os clientes empresariais, que
estão a implementar soluções
de teletrabalho para os cola-
boradores, a Nossa Seguros
alargou a cobertura do Seguro
de Acidentes de Trabalho e
Doenças Profissionais a este
regime, para que o seguro
continue válido.
“Serão considerados como
Acidentes de Trabalho, nos
termos da legislação em
vigor, os acidentes ocorridos
no desempenho de funções
em regime de teletrabalho,
seja por indicação de auto-
ridade pública ou da entidade
empregadora”, explicou em
nota dirigida aos órgãos de
imprensa e clientes.
ARSEG
Garantia
Seguros deixa
de contratar
O Conselho de Administração
da Agência Angolana de Regu-
lação e Supervisão de Seguros
(ARSEG) deliberou a suspen-
são da autorização para a cele-
bração de novos contratos de
seguros por parte da segura-
dora Garantia Seguros, SA.
De acordo com uma nota
distribuída ontem, a decisão
ocorre no âmbito das suas
atribuições de regulamentação
e supervisão, ao abrigo do nº
1 do artigo 9º, do seu Estatuto
Órgânico, aprovado pelo
Decreto Presidencial nº 141/13,
de 27 de Setembro.
Segundo a Arseg, a referida
decisão baseia-se na avaliação
de um certo incumprimento
do disposto no nº 4 do artigo
23º do Decreto Executivo nº
06/03, de 24 de Fevereiro, Re-
gulamento sobre as Garantias
Financeiras. Nesta base, a regu-
ladora assume a continuidade
da fiscalização.
DR
PCA, Helmer Vivaldo Serrão
ÀS PETROLÍFERAS
Bancos compram
USD 122,3 milhões
Os bancos comerciais adqui-
riram, no mês de Maio, divisas
ao sector de petróleo e gás no
montante de 122,3 milhões
de dólares, num total de 38
transacções efectivadas, resul-
tando numa taxa média pon-
derada de USD/KZ 623,423.
De acordo com o Banco
Nacional de Angola, a taxa má-
xima foi de 671,580 kwanzas
e a mínima de 539,782 kwan-
zas, respectivamente.
Os dados referentes a Abril
atestam que as petrolíferas
venderam aos bancos comer-
ciais angolanos um valor de
222,6 milhões de dólares,
com uma taxa média pon-
derada de 582,559 kwanzas
NAMIBE
Virei conta em breve
com novo matadouro
A administração municipal
do Virei, no Namibe, vai dis-
ponibilizar nos próximos
meses, um matadouro para
o abate de gado, para que a
carne produzida pelos cria-
dores garanta condições higié-
nico-sanitárias.
Segundo uma nota do
governo provincial do Namibe,
que cita o director municipal
da Agricultura, Pecuária e
Pescas, Fernando Gonçalves,
com o estabelecimento em
construção, o município vai
se destacar na produção de
carne para o consumo.
O responsável acrescentou
que as autoridades sanitárias
BIÉ
Calussinga tem falta
de agências bancárias
José Chaves | Calussinga
A comuna de Calussinga, no
município do Andulo, Bié,
não tem nenhuma agência
bancária, até ao momento, o
que dificulta a vida dos fun-
cionários e outros agentes
económicos locais.
Paralisadas há mais de cinco
anos, as obras de construção
do balcão do Banco de Pou-
pança e Crédito (BPC), visto
então como a solução das inú-
meras dificuldades enfrenta-
das, aumentam o sofrimento
dos que para obterem dinheiro
ou pagar certos serviços pre-
cisam percorrer não menos
de 300 quilómetros.
Conforme constatou o Jornal
de Angola, os funcionários
públicos, privados, comer-
ciantes e camponeses, de uma
população aproximadamente
de 80 mil habitantes, deslo-
cam-se ao município sede do
Cuito ou mesmo à vizinha pro-
víncia do Huambo, 305 e 355
Terça-feira
2 de Junho de 2020
por cada dólar, num total de
76 transacções.
Já no mês de Março, os
bancos comerciais adquiriram
divisas ao referido sector no
montante de 259 milhões de
dólares, num total de 73 tran-
sacções efectivadas, a uma
taxa média ponderada de
521,073. Em Fevereiro, o sector
de petróleo e gás vendeu 279
milhões de dólares, em 90
transacções, e com a taxa mé-
dia ponderada de 504,604
kwanzas por cada dólar.
O BNA vendeu nos três
primeiros meses do ano um
valor global de 1,39 mil mi-
lhões de dólares e 352,5 mi-
lhões de euros.
da região pretendem garantir
a segurança alimentar, visto
que o abate de animais é feito
no matagal sem seguir as normas
higiénico-sanitárias aceitáveis.
Informou ainda que, o
município prevê vacinar mais
de 150 mil cabeças de gado
bovino. Fez saber que Admi-
nistração está a desenvolver
acções que visam o repovoa-
mento da população animal.
A seca severa que assolou
a região Sul do país teve um
impacto significativo na cria-
ção de gado, principalmente
o caprino, mas que o sector
pecuário está a trabalhar para
o seu repovoamento.
quilómetros, para procederem
aos movimentos bancários.
A comerciante Madalena
Chilombo disse ser bastante
perigoso guardar ou movi-
mentar-se com dinheiro sem
a devida protecção.
Outros habitantes, ouvidos
pela nossa reportagem no
local, afirmaram que as obras
encontram-se quase finali-
zadas, porque quase todo tra-
balho já foi concluído, estando
em falta os trabalhos internos
de acabamentos.
Para os entrevistados, que
desconhecem as razões da
paralisação da obra, embora
numa fase muito adiantada,
é urgente que a administração
e outras entidades do Governo
do Bié possam intervir para
resolver este problema. O
edifício já tem cobertura, por-
tas e janelas. Além do balcão
do BPC também foram cons-
truídas duas residências, uma
para o gerente e outra para
os funcionários.
ECONOMIA Terça-feira
2 de Junho de 2020
EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Poupainvest aborda
sobre o peso do salário
O pagamento das contas
com o dinheiro disponível
e o gasto adequado do salário
auferido foram dois dos
temas que, no último fim-
de-semana, reuniu em vi-
deoconferência o econo-
mista Augusto Fernandes
com estudantes de Conta-
bilidade e empregados.
De acordo com o sócio-
gerente da Poupainvest -
consultoria e assessoria fiscal,
as famílias depois de terem
o dinheiro no bolso referente
ao trabalho prestado são,
normalmente, confrontadas
com um conjunto ilimitado
de necessidades e desejos.
Questionado sobre como
fazer o salário atender os gas-
tos de um mês até ao seguin-
te, explicou ser o salário o di-
nheiro que o agente econó-
mico recebe em troca do tra-
balho prestado.
Desde logo, como as ne-
cessidades são ilimitadas e
o salário é limitado, levando
em consideração que para a
satisfação de uma necessi-
dade é, frequentemente, pre-
ciso dinheiro, então o agente
económico racional não deve
catalogar todas as suas neces-
sidades e desejos e escalonar
de forma que os gastos não
sejam maior que o rendi-
mento disponível.
Augusto Fernandes, licen-
ciado em Economia pela Fa-
culdade de Economia da
Universidade Agostinho Neto,
é o criador de uma plataforma
gratuita sobre poupança finan-
ceira, a Poupainvest.
Considera que grande parte
das famílias de renda média
e alta não sabe como gasta os
seus rendimentos ou o quanto
é gasto em cada grupo de des-
pesas (alimentação, moradia,
educação, saúde, lazer, dívidas
e juros, viagens e realização
de sonhos ou outros gastos e
investimentos). Pelo que,
uma folha de poupança para
anotar as entradas e saídas é
indispensável.
Pagar a si próprio
Augusto Fernandes defende
que o agente económico ao
saber de onde vem e para
onde vai o seu dinheiro, ao
pagar um salário a si mesmo,
ao fazer cortes nos seus gastos
e ao aumentar a sua fonte de
rendimento, está a garantir
de forma sustentável a rea-
lização das suas necessida-
des e desejos, ou seja, ao gerir
de forma eficaz o seu dinheiro,
fica muito mais fácil realizar
objectivos profissionais e
pessoais.
ECONOMIA SOLIDÁRIA
“Há uns bancos mais amigos
do que outros no mercado local”
Isaque Lourenço
O psicólogo António Pedro
Libra considera existir no sis-
tema financeiro angolano
alguns bancos mais amigos
do que outros e sustenta a sua
afirmação com a fraca onda
de solidariedade com o Go-
verno, as empresas e as famí-
lias angolanas por parte de
muitos dos 26 bancos comer-
ciais que operam no merca-
do angolano.
Mestre em Saúde Pública
pela universidade San Lorenzo
do Paraguay, António Libra
diz-se admirado com o silên-
cio de muitas instituições
financeiras, numa fase que
quase tudo o que se procura
é dinheiro para proteger os
empregos e combater uma
pandemia que parou o globo.
Também ele mentor de
uma iniciativa empreende-
dora, na congregação religiosa
de que é pastor, através da
qual prevê apoiar um grupo
não superior a 100 crentes
com 15 mil kwanzas cada para
pequenas vendas e início de
um negócio de baixa renda,
sensibiliza-se com a grandeza
de bancos privados como BAI,
BFA, Atlântico e BIC, além de
(500.0717a)
António Libra tem projecto empreendedor no seu pastorado
outros não citados aqui, dos
quais diz ter ao menos ouvir
pelos noticiários a preocu-
pação de juntarem-se aos
esforços nacionais com a
oferta de materiais de bios-
segurança e outros insumos
essenciais no combate à
Covid-19, mas também que
mobilizam as empresas a
manterem os postos de tra-
balho já gerados.
Para ele, os 60 dias de Estado
de Emergência e estes de Situa-
ção de Calamidade Pública
ensinam ser a economia soli-
dária, que reparte o que se
DR
ganha com aqueles que aju-
daram a ganhar, o caminho
de se construir um mundo
cada vez mais justo e menos
ostensivo, sem que se levante
a discussão de pobres e ricos,
pois esta é uma condição que
vem desde os tempos mais
remotos e transversal a todas
as sociedades.
Lucro dos bancos
Segundo o próprio, dos co-
mentários e publicações mais
recentes sobre a actividade
dos bancos angolanos, fica
claro que estas empresas de
15
negócio do dinheiro têm
lucrado, excepção feita aos
bancos públicos, que também
acha curioso, pois aqueles só
acumulam prejuízos ou seja
tiram mais do que dão.
“O lucro de mais de 20 dos
bancos comerciais angolanos,
só no I Trimestre deste ano,
foi de 198,4 mil milhões de
kwanzas. Já imagino se 10
por cento desse valor fosse
transformado em ajuda,
mesmo que fosse no quadro
da responsabilidade social
destas empresas financeiras
ou por via do microcrédito;
certamente faria alguma dife-
rença”, avança.
Em termos de apoios, o
conglomerado financeiro de
que é parte o BAI disponibi-
lizou 10 mil milhões de kwan-
zas. Do BFA foi anunciado
uma linha de 5 milhões de
dólares (cerca de três mil mi-
lhões de kwanzas). Já o Banco
Internacional de Crédito (BIC)
dispensou mais de oito mil
máscaras e seiscentas visei-
ras, enquanto que o Millen-
nium Atlântico sem anunciar
valores fez compromisso pú-
blico de conceder à Comissão
Interministerial materiais de
biossegurança.
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16 Terça-feira
2 de Junho de 2020

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Terça-feira
2 de Junho de 2020 17
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18 Terça-feira
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outra inacabada todas pró-
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Telfs. 925687640, 994622253
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nais telefónicos: 941460456,
915331584
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CENTRALIDADE do Sequele
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9.000.000, negociáveis. Ter-
minais telefónicos: 990314736,
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921898252. (4997)
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Km, automático, Akz
12.000.000. Telefs: 931133685,
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diesel, série F, 80.000 km, a
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couro, 47.000 Km, A/C, música,
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batedeira, mesa Inox. Telefs:
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pentina, fogão, gelado, balde,
balança, F. hambúrguer. Telfs:
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riente, com domínio em matéria
de Administração Financeira.
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REPÚBLICA DE ANGOLA
REPÚBLICA DE ANGOLA
TRIBUNAL DA COMARCA DE BENGUELA TRIBUNAL PROVINCIAL DE LUANDA
SALA DO CÍVEL E ADMINISTRATIVO SALA DE FAMÍLIA - 1.ª SECÇÃO
CONVOCATÓRIA
ANÚNCIO ANÚNCIO
A Direcção da A.P.F.L- Associação Provincial de PROCESSO N.º 103/F - 2019
Pela Sala do Cível e Administrativo do Tribunal da Comarca Futebol de Luanda vem, por este meio, convocar 1.ª Publicação
de Benguela, correm seus termos, os autos de Acção de Rei-
todos os Membros de Direcção e Clubes Filiados
vindicação de Propriedade com Forma de Processo Comum ==== Faz-se saber, que por este Tribunal Pronvincial de Luanda,
Ordinário n.º 332/19, em que é Autor NOBLE GROUP, S.A., e desta Instituição para uma Assembleia Geral Ordi-
1.ª Secção da Sala de Família, correm éditos de trinta dias, ci-
Réus INCERTOS não proprietários localizados e alojados no nária a ter lugar no dia 13 Junho de 2020 (Sábado) tando os Réus Herdeiros de AUGUSTO ANTÓNIO CALUNGA,
prédio Urbano localizado no Município sede da província de pelas 09h00, no Restaurante Cantinho do Despor- residentes em parte incerta, para, no prazo de trinta dias, con-
Benguela, Bairro da Calomanga, Rua Alvarez Cabral, zona D, tista, na Cidadela Desportiva, com a seguinte testar, querendo, a Acção de RECONHECIMENTO DE UNIÃO
Talhão número 20, representado pelo Ministério Público; DE FACTO POR MORTE, em que é Autora MARIA DOMINGOS
Ordem de Trabalho: ANTÓNIO GONÇALVES, move contra eles, na qual, em resumo,
São citados os Réus, com última residência conhecida em Ben- pretende que seja ESTABELECIDO A UNIÃO DE FACTO POR
1- Aprovação dos Relatórios de Actividades dos MORTE, entre eles havida, conforme consta da petição inicial,
guela, ora em parte incerta, para no prazo de vinte (20) dias,
cujo duplicado se acha patente no cartório do Tribunal Provincial
finda a dilação de 30 (trinta) dias, contestarem a Acção Ordi- Anos 2017/ 2018; de Luanda, 1.ª Secção da Sala de Família, sita na Maianga-Ca-
nária, cuja cópia se encontra patente neste Tribunal e Sala. 2- Aprovação do Relatório e Contas de 2017/2018; lemba, Rua dos Quartéis junto ao INAC, em Luanda.-
3- Indicação da Comissão Eleitoral. ==========================================

Benguela, 14 de Maio de 2020. Luanda, 28 de Abril de 2020.

O SECRETÁRIO JUDICIAL EM EXERCÍCIO Luanda, 18 de Maio de 2020. A JUÍZA DE DIREITO

João Pedro Legot Drª JUDELCA CRISPIM

A JUÍZA DE DIREITO
O Presidente da Mesa de Assembleia Geral O ESCRIVÃO DE DIREITO
JOSÉ AGOSTINHO RODRIGUES BRUNO J SOARES
Carla Amaral (5105) (5097)
(4993)
Terça-feira
2 de Junho de 2020 19
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(500.0723)

REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DA QUIÇAMA
GABINETE DO ADMINISTRADOR
ANÚNCIO DE ABERTURA DE PROCEDIMENTO DE CONCURSO LIMITADO POR PRÉVIA QUALIFICAÇÃO
CLPQ N. 002/A.MQ2020
Administração Municipal da Quiçama sita na estrada principal da Vila da Muxima, vem tornar público, nos termos do dispostos no no 1 do artigo 1 190 e do anexo VIII, da Lei
1109/16 de 16 de Junho, Lei dos Contratos Públicos (LCP), que está aberto o Concurso limitado por prévia qualificação para empreitadas de obras públicas para:
• Construção de uma Escola de 18 salas de aulas na comuna da Muxima, na zona do Coxi devem ser acompanhados de tradução devidamente legalizada e em que o candidato declara e aceita a pre-
• Construção de uma Escola de 18 salas de aulas na comuna do Cabo - Ledo construção e apetrechamento valência sobre os originais.
de duas escola de 12 salas de aulas na comuna da Muxima, na zona do Coxi
• Construção c apetrechamento de uma escola de 12 salas de aulas na comuna do Cabo - Ledo PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DAS CANDIDATURAS
• Construção e apetrechamento de uma escola de 12 salas de aulas na Comuna da Kixinge São convidadas as empresas capacitadas e autorizadas a apresentarem as candidaturas até 20 dias após
• Construção e apetrechamento de um edefício para sede da Administração Comunal do Cabo Ledo a publicação do presente anúncio.

DOCUMENTOS PARA CANDIDATURA CONDIÇÕES PARA OBTENÇÃO DAS PEÇAS DO PROCEDIMENTO

A) Declaração subscrita em quem o candidato indica o seu nome, número de contribuinte, número do bilhete
de identidade e domicílio ou, no caso de se tratar de uma pessoa colectiva, o respectivo documento de iden-
tificação, denominação social, sede, nome dos titulares dos respectivos corpo de gerentes, bem como o re-
gisto comercial ou equivalente:
B) Para efeito de comparação da capacidade financira os interessados devem apresentar os seguintes documentos:
•DecIaração bancária adequada ou prova da subscrição de seguro de riscos profissionais.
Balanço e demonstrações de resultados dos últimos 3 anos, no caso de pessoas colectivas ou declaração
fiscal, no caso de pessoas singulares.
•DecIaração sobre o volume global de negócios relativo aos três últimos anos, de acordo com o modelo
constante no Programa de Procedimento (Documento de natureza fiscal).
C) Para efeitos de comprovação da capacidade técnica, os interesados devem apresentar os seguintes do-
cumentos: • Curriculo dos candidatos, • lista de obras executadas, do fornecimentos de bens ou de prestações
de Serviços, que inclua referências relevantes, tais como montantes, datas e destinatários, a comprovar, se
necessário por declaração destes últimos; • Descrição do equipamento técnico dos candidatos;
• Relação de recursos humanos, nomeadamente, os técnicos integrados nas empresas candidatas, que in-
clua referências relevantes, tais como, as respectivas habilitações literárias e profissionais;
• Descrição dos procesos e dos métodos adoptados pelos candidatos, nomeadamente para efeitos de ga-
rantia de qualidade quanto à execução do contrato;
•Certificados emitidos por entidades oficiais ou independentes.
Nota: • Caso a candidatura seja apresentada por uma associação, a declaração exigida no ponto a) deve
ser assinada pelo representante comum dos membros que a integram, caso em que devem ser juntos à de-
clarar os instrumentos de mandato emitidos por cada um dos seus membros ou, não existindo representante
comum, deve ser assinada por todos os seus membros ou respectivos representantes.
• Todos os documentos da candidatura devem ser redigidos em língua portuguesa ou no caso de não serem,
As peças do procedimento estarão disponíveis na Unidade de Contratação Pública da Administração Muni-
ciapal da Quiçama.
As peças do procedimento serão adquiridas após o pagamento da taxa no valor de Akz 161.811,75 (Cento
e Sessenta e Um Mil, Oitocentos e Onze Kwanzas e Setenta e Cinco Cêntimos) para a empreitada de obra
pública referente à construção das Escolas de 12 salas; 176.395,66 (Cento e Setenta e Seis Mil Trezentos
e Noventa e Cinco Kwanzas e Seissenta e Seis Cêntimos) para as escolas T 18 e AKz 148.885,53 (Cento e
Quarenta e Oito Mil Oitocentos e Oitenta e Cinco Kwanzas e Cinquenta e Três Cêntimos) para o edificio da
sede da Administração Comunal do Cabo-Ledo, nos termos do nº 2 do artigo 5º do Decreto Presidencial nº
196/16, de 23 de Setembro, que aprova o Regulamento Sobre a Taxa a Cobrar pela Disponibilização das
Peças do Procedimento do Concurso Limitado por Prévia Qualificação.
A condição para obtenção das peças será mediante a apresentação do comprovativo do pagamento da taxa.
ENDEREÇO
A Unidade de Contratação Pública está localizada no Município da Quiçama, Rua direita da Vila da Muxima,
nas instalações da Secretaria Geral.
Outras informações poderão ser obtidas no endereço acima ou através do terminal telefónico: +244
924552378 e do e-mail: ucpquicama@hotmail.com
"JUNTOS É POSSÍVEL"
GABINETE DO ADMINISTRADOR, Muxima, aos 25 de Maio de 2020.
O ADMINISTRADOR MUNICIPAL
ANTÓNIO MANUEL FIEL “Didi”

(500.0710)
20 NECROLOGIA
CONDOLÊNCIAS
ISALINO MANUEL MENDES
Foi com profundo sentimento de pesar
que a Direcção e colectivo de colaboradores
do Grupo Simples Oil tomaram conhe-
cimento do passamento físico do Dr.
ISALINO MANUEL MENDES, ocorrido
dia 29 de Maio de 2020, em Luanda. Neste
momento de dor e consternação, mani-
festamos à família Mendes, as nossas
mais sentidas condolências e solidariedade.
Que a sua alma descanse em paz. (5096)
FALECEU
POLICARPO ANTÓNIO
ALEXANDRE
Guilherme Alexandre, Wilson Alexandre,
Lídia Alexandre, Felisberta Alexandre,
Ruth Alexandre, Bernardeth Alexandre
e Luzia Alexandre (filhos) cumprem
o doloroso dever de comunicar o
falecimento do seu ente querido POLI-
CARPO ANTÓNIO ALEXANDRE, ocorrido
no dia 30 de Maio de 2020, por doença.
O funeral realizar-se-á em data a anunciar
oportunamente. (5082)
RECORDAÇÃO
ANTÓNIO DOS SANTOS E
SOUSA
Pai, a saudade hoje é ainda maior e será
inevitável não chorar e pedimos a Deus
que nos dê serenidade, paz e luz para
confortar os nossos corações. Pai, sinto
o abraço. Recordam os teus filhos. Que
a sua alma descanse em paz. (5079)
FALECEU
FERNANDO V. DA CRUZ B.
FERREIRA (Fernando Bonito)
As famílias: Bonito, Caetano e Ferreira,
tios, primos e sobrinhos comunicam o
falecimento do seu ente querido FER-
NANDO VIRGÍLIO DA CRUZ BONITO
FERREIRA, ocorrido dia 1 de Junho de
2020, em Luanda, e o funeral realizar-
se-á em data a anunciar oportunamente.
(5104a)
SERVIÇO NECROLÓGICO: DIAS ÚTEIS DAS 9H ÀS 18H, SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS DAS 8H ÀS 14H
FALECEU
YURI REGINALDO RIBEIRO
MONIZ (Manolay)
As famílias Ribeiro Milengo e Moniz Neto
comunicam o falecimento do seu ente
querido YURI REGINALDO RIBEIRO
MONIZ (Manolay). O funeral realiza-se
hoje, terça-feira, 2/6/2020, partindo o
préstito fúnebre do Bairro Zango 1, às
10h00, para o cemitério de Viana.
(5075)
FALECEU
JOÃO MANUEL FERNANDES
ALMEIDAS
José Manuel Jorge, Margarida Jorge,
Eduardo Manuel Jorge, Joaquim de Jesus
Jorge (irmãos) e demais familiares cum-
prem o doloroso dever de comunicar o
falecimento de seu ente querido JOÃO
MANUEL FERNANDES ALMEIDAS, ocor-
rido no dia 26 de Maio de 2020, por
doença. O funeral realiza-se amanhã,
quarta-feira, 3 de Junho de 2020, em
Portugal. (5077)
FALECEU
JOSÉ HILÁRIO DIAS DOS
SANTOS (Zé Hilário)
A família Dias dos Santos cumpre o dolo-
roso dever de comunicar o falecimento
do seu ente querido JOSÉ HILÁRIO DIAS
DOS SANTOS (Zé Hilário), ocorrido no
dia 29 de Maio de 2020, por doença.
O funeral realiza-se hoje, terça-feira,
2 de Junho de 2020, no cemitério do
Benfica, às 10h00. (5080)
FALECEU
GUILHERMINA DOS REIS
MIRANDA (Mina Reis)
Roberta Alves (filha), Elísio Reis, Maria
João, Luizinho Reis, Julião Reis (irmãos)
comunicam aos demais familiares e
amigos o falecimento de sua querida
GUILHERMINA DOS REIS MIRANDA
(Mina Reis), ocorrido no dia 31/5/2020.
O funeral realiza-se amanhã, quarta-
feira, dia 3/5/2020, no cemitério da
Sant´Ana, pelas 11h00. (5094)
FALECEU
YURI REGINALDO RIBEIRO
MONIZ (Manolay)
Bernarda Luís Ribeiro Milengo (mãe)
cumpre o doloroso dever de participar
o passamento físico de YURI REGINALDO
RIBEIRO MONIZ (Manucho). O funeral
realiza-se hoje, terça-feira, 2/6/2020,
partindo o préstito fúnebre do Bairro
Zango 1, às 10h00, para o cemitério de
Viana. (5075a)
RECORDAÇÃO
AUGUSTO ESCRIVÃO
Passaram-se 30 dias desde que partiste.
Tudo fizeste e fizemos para te manter ao
nosso lado, mas Deus já havia determinado
a Sua vontade. Partiste e levaste um
pedaço de nós contigo, mas deixaste um
pouco de ti em cada canto. Eterna saudade
de Luísa Maria Almeida (esposa), Mick,
Gui, Zora Escrivão (filhos) e demais fami-
liares e amigos. Paz à tua alma. (5086)
FALECEU
FERNANDO V. DA CRUZ B.
FERREIRA (Fernando Bonito)
A Empresa N.G.R.C.,LDA. cumpre o dolo-
roso dever de comunicar o falecimento
do seu funcionário FERNANDO VIRGÍLIO
DA CRUZ BONITO FERREIRA, ocorrido
em Luanda, dia 1 de Junho de 2020. E
endereça à família enlutada os sentimentos
de pesar. O funeral realizar-se-á em
data a anunciar oportunamente. (5104)
FALECEU
LUCÍLIA RIBEIRO MIRANDA
Ana Maria Aparício (Titinha), Alexandra
Aparício (Xaninha) e Maria José Aparício
(Zé) Vitória Paixão António cumprem o
doloroso devem de participar o faleci-
mento de sua mãe LUCÍLIA RIBEIRO
MIRANDA, por doença, ocorrido no
passado dia 30 de Maio de 2020. O fune-
ral realiza-se no dia 3 de Junho de 2020,
às 11h00, no cemitério de Sant'Ana.
(500.0732)
Terça-feira
2 de Junho de 2020
FALECEU
ISALINO MANUEL MENDES
É com profundo pesar que a família Anapaz (cunhados e sobrinhos)
cumprem o doloroso dever de comunicar o falecimento de seu
ente querido Doutor ISALINO MANUEL MENDES, ocorrido no
dia 29 de Maio de 2020, por motivo de doença. O funeral rea-
liza-se hoje, dia 2 de Junho de 2020, pelas 10h00, no cemitério
do Alto das Cruzes. (5074)
CONDOLÊNCIAS
LEMISA DIREITO
É com todo pesar que os trabalhadores do Departamento de Gestão do Capital
Humano (DCH) do BNA tomaram conhecimento da triste notícia do falecimento
de LEMISA DIREITO, mãe de Domingos Pinto, director DCH, ocorrido no
passado dia 30/05/20200, cujo funeral realiza-se hoje, 2/06/2020, no cemitério
do Benfica, às 10h00. As pessoas são insubstituíveis em sua existência, e
quando são especiais, além da falta que fazem àqueles que as amam, deixam
o mundo mais pobre. Não temos palavras para expressar os nossos sentimentos.
Pedimos a Deus que conforte o coração dos familiares e amigos neste momento
de dor. Que a luz e o amor divino pairem sobre a alma de quem sofre esta
imensurável perda, e os console e lhes dê serenidade para atravessar esta
tempestade. A Deus pedimos também que dê a Lemisa Direito o merecido
repouso eterno em seu reino. Muito respeitosamente, prestamos as nossas
condolências e deixamos os nossos mais sinceros pêsames. (500.0730)
CONDOLÊNCIAS
ISALINO MANUEL MENDES
Foi com profunda dor e consternação que a Mesa da Assembleia Geral do Banco
Keve tomou conhecimento do falecimento, na sexta-feira, por doença, do Dr.
ISALINO MANUEL MENDES, um dos seus sócios fundador. Nascido aos 15 de
Março de 1947, na localidade de Icolo e Bengo, o Dr. Isalino Mendes foi governador
da província do Bengo, de 1996 até 2004, além de ter exercido outras funções no
Governo e no partido MPLA. No Banco Keve, o Dr. Isalino Mendes foi sempre
uma voz activa, tendo contribuído com a sua sabedoria para o engrandecimento
da nossa instituição. Nesta hora de profunda dor, em nome da Mesa da Assembleia
Geral do Banco Keve e no meu próprio, endereço à família enlutada, os mais
sinceros sentimentos de pesar e que encontrem consolo nos ensinamentos que
o Dr. Isalino Mendes sempre soube transmitir. Paz à sua alma! Mesa da Assembleia
Geral do Banco Keve em Luanda, aos 01 de Junho de 2020. (500.0731)
FALECEU FALECEU
NZINGULO SUZANA NZINGULO SUZANA
A família Kifinamene, comunica com É com pesar que o Centro Mirena per-
profunda pesar aos parentes e amigos o tencente a Igreja Assembleia de Deus
falecimento de sua irmã, mãe, tia, avô Pentecostal - Ministério Ebenezér, informa
e bisavô, NZINGULO SUZANA, ocorrido ao s s e u s m e mb ro s o pa ssa m e nto
no dia 30 de Maio de 2020, por doença. físico por doença prolongada da senhora
O funeral realiza-se amanhã, Quarta- NZINGULO SUZANA, mãe do Pastor res-
feira, 3 de Junho de 2020, no cemitério ponsável do Centro e comunicam que o
do Benfica, às 10h00. (5114) seu funeral realiza-se amanhã, Quarta-
feira, 3 de Junho de 2020, no cemitério
do Benfica, às 10h00. (5114a)
CONDOLÊNCIAS CONDOLÊNCIAS
MARIA DA ENCARNAÇÃO EUZINA NZINGULO SUZANA
NOBREZA DA CONCEIÇÃO (Gina)
Foi com profunda dor e consternação, Foi com profunda dor e consternação,
que os membros e funcionários do Comité que os membros do Centro Mirena to-
Olímpico Angolano (COA) tomaram maram conhecimento do falecimento da
conhecimento do falecimento de MARIA senhora NZINGULO SUZANA, mãe do
DA ENCARNAÇÃO EUZINA NOBREZA Pastor Mankenda Kifinamene Filipe,
DA CONCEIÇÃO (Gina), irmã do seu pelo que, endereça à família enlutada as
Presidente Gustavo Dias Vaz da Conceição, mais sentidas condolências e sentimen-
pelo que, endereçam à família enlutada tos de pesar. (5058R)
as mais sentidas condolências e senti-
mentos de pesar. (4976R)
Terça-feira
2 de Junho de 2020 21
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República de Angola
Ministério das Finanças

Custos e Preços de Referência do JET A1 (A partir de 1 de Junho de 2020

Atendendo ao ajustamento automático dos preços do JET A1, aos de mercado, em vigor, ouvido o Instituto Regulador dos Derivados do Petróleo e as empresas operadoras do sector,
a Ministra das Finanças, vem tornar público, os preços máximos, bem como a Estrutura de Custos, para as categorias da produção ou importação, distribuição e comercialização, a
vigorar a partir do dia 1 de Junho de 2020, nos termos do artigo 6.º do Decreto Executivo n.º 132/19, de 6 de Junho, combinado com o artigo 9.º do Decreto Presidencial n.º 206/11, de
29 de Julho, conforme as tabelas abaixo:
Preços de Referência do JET A 1 (a partir de 1 de Junho de 2020) Valor (Kz/Litro)

Preço de Referência do Ajustamento – Platts (PRA) 80,01

Preço Base na Costa/Ex-Refinaria (PBC) 109,05
Preço de Venda Ex-Logística e Distribuição (PVD) 159,37
Preço da Aeroinstalação do JET-A1 (que inclui impostos e taxas) (PVA) 196,62
Evolução dos Custos e Preços de Referência do JET A1 (De Janeiro a Junho de 2020)
Média
jan/20 fev/20 mar/20 abri/20 mai/20 jun/20 (Jan-Jun/20)
Custos e Preços de Referência
(valores máximos permitidos)
US$ Kz US$ Kz US$ Kz US$ Kz US$ Kz US$ Kz US$ Kz
a) Preço Base na Costa /Ex-Refinaria 0,54 262,06 0,55 269,29 0,47 235,76 0,33 169,00 0,20 111,95 0,19 109,05 0,38 192,85
i. Preço de Referência do Ajustamento (Platts) 0,49 236,63 0,50 243,39 0,42 209,51 0,28 142,80 0,15 83,34 0,14 80,01 0,33 165,95
ii. Frete, Seguro, Operações Marítimas, Despesas Portuárias e 0,03 15,79 0,03 16,09 0,03 16,24 0,03 16,10 0,03 17,44 0,03 17,70 0,03 16,56
Armazenagem na Costa
iii. Margem do Importador 0,02 9,63 0,02 9,81 0,02 10,01 0,02 10,11 0,02 11,17 0,02 11,35 0,02 10,34
b) Preço de Venda Ex-Logística e Distribuição 0,63 304,78 0,64 312,80 0,56 280,14 0,42 213,84 0,29 161,47 0,28 159,37 0,47 238,73
i. Preço Base na Costa/Ex-Refinaria 0,54 262,06 0,55 269,29 0,47 235,76 0,33 169,00 0,20 111,95 0,19 109,05 0,38 192,85
ii. Armazenagem e Transporte 0,03 15,75 0,03 16,04 0,03 16,36 0,03 16,53 0,03 18,26 0,03 18,55 0,03 16,92
iii. Margem de Logística e Distribuição 0,06 26,97 0,06 27,47 0,06 28,02 0,06 28,31 0,06 31,26 0,06 31,77 0,06 28,97
c) Preço da Aeroinstalação (Retalhista) 0,74 356,75 0,75 366,01 0,66 329,75 0,51 255,65 0,36 198,69 0,35 196,62 0,56 283,91
i. Preço de Venda a Grosso (Ex-Logística e Distribuição) 0,63 304,78 0,64 312,80 0,56 280,14 0,42 213,84 0,29 161,47 0,28 159,37 0,47 238,73
ii. Margem da Aeroinstalação 0,05 21,67 0,05 22,07 0,05 22,51 0,05 22,75 0,05 25,12 0,05 25,53 0,05 23,28
iii. Impostos e Taxas 0,06 30,29 0,06 31,14 0,05 27,09 0,04 19,07 0,02 12,09 0,02 11,72 0,04 21,90

Taxa de câmbio (Kz/USD) 481643 490,516 500,318 505,46 558,253 567,259 517,241

GABINETE DA MINISTRA DAS FINANÇAS, em Luanda, 28 de Maio de 2020.

A Ministra,
Vera Daves de Sousa (500.0733)

REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E DOS DIREITOS HUMANOS
CARTÓRIO NOTARIAL DA COMARCA DO LOBITO

=====================EXTRATO PARA PUBLICAÇÃO=====================

====CERTIFICO para efeitos de publicação, que por escritura de 04 de Março de 2020,

no SIN - Sistema Integrado Notarial deste Cartório Notarial de Lobito, sito no B.º da Ca-
ponte, à R.º Cerveira Pereira, Perante ANTÓNIO NAPOLEÃO, Licenciado em Direito e
Notário deste Cartório, foi lavrada uma escritura de habitação de herdeiro por óbito de -
Octávio Isidoro Alexandre, de 84 anos de idade, natural que foi do Lobito, província de
Benguela, no estado de casado com Dona Maria do Céu Cruzeiro Alexandre sob o regime
da comunhão geral de bens, com última residência habitual nesta cidade do Lobito, no
B.º Caponte, falecido no dia 25 de Dezembro de 2018 no Hospital Geral do Lobito.=====
===================================================================
=== Que, o falecido não deixou testamento ou outra disposição de última vontade, tendo
deixado como herdeiros descendentes seus filhos - António Pedro Alexandre, solteiro,
nascido aos 07 de Janeiro de 1956, natural do Lobito, província de Benguela; - Maria
Emanuela Cruzeiro Alexandre, solteira, nascida aos 15 de Novembro de 1959, natural
do Lobito, província de Benguela; - Lígia Maria Cruzeiro Alexandre Matos, casada com
Álvaro Aguiar de Matos, sob o regime da comunhão geral de bens, nascida aos 07 de
Maio de 1961, natural do Lobito, província de Benguela; e - Paulo Cruzeiro Alexandre,
solteiro, nascido aos 12 de Junho de 1966, natural do Lobito, província de Benguela.====
==================================================================
=== Que, têm perfeito conhecimento deste facto e, por isso, pela presente escritura e
para todos os efeitos de direito, declaram e afirmam que os indicados filhos são os únicos
herdeiros do falecido Octávio Isidoro Alexandre e que não existe qualquer outra pessoa
que, segundo a lei, profira aos indicados herdeiros ou com eles possa concorrer à su-
cessão da referida herança ==============================================
=== Que, da herança deixada pelo falecido Octávio Isidoro Alexandre, fazem parte bens
de natureza mobiliária e imobiliária.=========================================
=== Adverti aos outorgantes que incorrem nas penas aplicáveis aos crimes de falsas de-
clarações perante o ofício público se dolosamente e em prejuízo de outrem tiverem pres-
tado declarações falsas.=================================================

==========================ESTÁ CONFORME=========================

CARTÓRIO NOTARIAL DA COMARCA DO LOBITO, AOS 06 DE MARÇO DE 2020.

O NOTÁRIO ADJUNTO
/Abraão Belo Cassinda Paulo/ (5009) (700.046)
22 Terça-feira
2 de Junho de 2020

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ANÚNCIO DE VAGA
A “INDUVE, S.A” – Indústrias Angolanas de Óleos Vegetais, sita na Estrada Direita de Cacuaco,
Km 4, para preenchimento do seu quadro de pessoal, tem em abertas as seguintes vagas para
área de operações:

a) Electromecânicos de 1ª, 2ª e 3ª f) Pintores

b) Mecânicos Industrial de 1ª, 2ª e 3ª g) Canalizadores
(4989)
c) Electricistas Industriais 1ª, 2ª e 3ª h) Técnico de frio
d) Electricistas Civis 1ª e 2ª i) Ajudantes
e) Serralheiros
Para o preenchimento das vagas de Electromecânica, Electricista e Mecânico industrial de 1ª,
os candidatos deverão possuir os seguintes requisitos:
- Formação técnica superior; Experiência mínima de cinco anos; Domínio da língua inglesa,
preferencialmente.
ZITORFER – Importação e Exportação, Limitada Para preenchimento das vagas de Electricista civil e demais técnicos de 1ª, assim como os téc-
Sede: Calçado Cirilo da Conceição da Silva n.º 22 nicos de 2ª de Electromecânica, Electricista e Mecânica industrial, solicita-se os seguintes re-
Capital Social: Akz.900.000,00 quisitos:
Contribuinte número: 5410003225 - Formação técnica média e experiência mínima de três anos.
Matriculada na Conservatória de Registo de Luanda sob o número: 1991.61858 Para os técnicos das demais classes, exige-se formação média ou curso técnico básico com
Assembleia Geral Ordinária experiência mínima de dois anos.

CONVOCATÓRIA
Nos termos da Lei das Sociedades Comerciais, aprovada pela Lei n.º 1/04, de 13 de
Fevereiro e dos Estatutos, vimos convocar os sócios da sociedade comercial ZITOR-
FER – Importação e Exportação Limitada e os herdeiros certos e incertos do de cujus
Orlando Brandão de Albergaria, bem como os herdeiros certos e incertos do de cujus
João António Octávio Van-Dúnem, para se reunirem em Assembleia Geral, no próximo
dia 23 de Junho de 2020, pelas 16 horas, na actual sede da sociedade sito em
Luanda, Calçado Cirilo da Conceição da Silva n.º 22, para deliberarem sobre a se-
guinte Ordem de Trabalhos:
Ponto Um: Nomeação do Gerente da Sociedade, nos termos do artigo 7.º do Pacto
Social da Sociedade, na sequência do falecimento dos sócios-gerentes Orlando Bran-
dão de Albergaria e João António Octávio Van-Dúnem.
Ponto Dois: Deliberar sobre o relatório de gestão, as contas e demais documentos
de prestação de contas previstos na lei relativos ao exercício findo.
Ponto Três: Diversos.
Caso, por qualquer motivo, a Assembleia Geral não possa reunir-se na data supra
indicada, ficam os Sócios desde já convocados para reunirem, em segunda data,
ou seja no dia 24 de Junho de 2020, pelas 10 horas, na actual sede da sociedade
em Luanda.
Mais se esclarece que, as informações preparatórias da Assembleia Geral se encon-
tram à disposição para consulta dos sócios, na sede da sociedade, nos termos legal-
mente previstos.
Luanda, 12 de Março de 2020.
Obs: Para a candidatura das vagas existentes, as mesmas deverão ser enviadas para o correio
electrónico recrutamento@induve.com, com os seguintes documentos:
- Currículo Vital, Cópia do B.I, Certificado de Habilitações Literária.
(5092)
O IsQapave (ISQ Labmetro Angola) informa que efectua
Calibração de termómetros clínicos
O Decreto Presidencial n.º 142/20 de 25 de Maio - De-
claração da Situação de Calamidade Pública ao
abrigo da pandemia COVID-19
- preconiza a obrigatoriedade de controlar a tempe-
ratura corporal à entrada dos estabelecimentos de
acesso Público.
Na prática clínica, várias decisões relacionadas com
o diagnóstico e tratamento resultam da análise dos
valores da temperatura corporal, sendo a medição
deste parâmetro habitualmente realizada com ins-
trumentos de medição, designados por termóme-
tros clínicos.
A calibração dos termómetros clínicos é fortemente recomendada para garantir a con-
fiança nos resultados da medição da temperatura corporal no seu estabelecimento.

Contacte-nos para mais informações:

Tel.: 933 437 583 | Email: metrologia@isqapave.com | Internet: www.isqapave.com
(5087) (5023)
Terça-feira
2 de Junho de 2020 23
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COMUNICADO
MUDANÇA DE ENDEREÇO

A RECREDIT – Gestão de Activos, SA informa ao Público em Geral e aos órgãos de Comunicação em particular,
que a partir de 1 de Junho de 2020, passará a funcionar na sua nova sede social, localizada no seguinte endereço:

RUA MAJOR KANHANGULO, LUANDA – ANGOLA

EDIFÍCIO IMOB BUSINESS TOWER, 12.º ANDAR
TELEFONE: (+244) 946 470 940
WEBSITE: www.recredit.ao

Solicita-se que a partir desta data, toda a correspondência deverá ser dirigida para o referido endereço, dentro do ho-
rário normal de expediente.

O Conselho de Administração,
Luanda, aos 28 de Maio de 2020.
(500.0711)

REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA SAÚDE
GABINETE DE ESTUDOS, PLANEAMENTO E ESTATÍSTICA

ANÚNCIO DE ABERTURA DE CONCURSO PÚBLICO

O MINISTÉRIO DA SAÚDE, através do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística, vem tornar público, 4. Constituem factores de exclusão
nos termos do disposto no n.° 1 do artigo 69.° e do Anexo VI, da Lei n.° 9/16, de 16 de Junho - Lei dos Con- a) A inelegibilidade do nome da empresa;
tratos Públicos, que está aberto o Concurso Público para Construção e Apetrechamento do Hospital Muni- b) Não ter no mínimo 51% de Accionistas angolanos no capital social da empresa;
cipal do Porto Amboim, na Província do Cuanza Sul. c) Não ter currículo das empresas das obras executadas ou em curso dos últimos 3 anos em Angola;
d) Não ter a empresa as Contas Auditadas nos últimos três anos;
1. Dados da Entidade Pública Contratante (EPC) e) Não ter experiência em obras do Ministério da Saúde;
1.1. Designação (UO / OD): Ministério da Saúde f) Não ter volume de negócios médio nos últimos 3 anos em Angola;
1.2. Endereço: Rua Amílcar Cabral, Travessa do B.U., Luanda-Angola g) Não ter o número médio de trabalhadores angolanos nos últimos 3 anos, por categorias profissionais;
1.3. Localidade: Maianga 1.4. Província: Luanda h) Não ter a listagem de Equipamento próprio em Angola; e
1.5. Telefone / Fax: 22338843 i) Não ter a Carta de capacidade Bancária de um Banco Nacional dos 5 maiores Bancos.
1.6. Correio electrónico / Endereço internet (URL):
1.7. Tipo de entidade contratante e suas principais actividades: MINSA 5. Critério de adjudicação
1.8. A EPC está a contratar por conta de outras entidades? Sim x Não Preço mais baixo
x Proposta economicamente mais vantajosa, tendo em conta os factores enunciados nas peças do proce-
2. Informações relativas ao contrato dimento
2.1. Designação dada ao contrato pela EPC: Concurso Público
2.2. Tipo de contrato: x Empreitada de obras públicas 6. Processo
Aquisição de bens móveis 6.1. Condições para obtenção das peças do procedimento:
Aquisição de serviços 6.1.1. Prazo para recepção de pedidos das peças do procedimento ou para aceder aos documentos:
Serviço de consultoria Data: 01/06/2020 Hora: 8h30´
Locação de bens móveis 6.1.2. Preço e condições de obtenção das peças do procedimento:
Concessão de obras públicas Preço: 250.000,00 Condições: Não reembolsáveis
Concessão de serviços públicos 6.2. Prazo para apresentação das propostas:
x Outro Qual: Fiscalização de Obras Públicas Data: 26/06/2020 Hora: 15h30´
2.3. O concurso implica a celebração de um contrato público: x Sim Não 6.3. Valor da caução definitiva: 15 % do preço global da proposta
2.4. O concurso está aberto à participação de entidades estrangeiras: x Sim Não
7. Informações Complementares
3. Informações relativas aos concorrentes e às propostas 7.1. Endereço e ponto de contacto onde podem ser obtidas as informações adicionais, as peças do proce-
3.1. Documentos de habilitação: dimento e enviadas as propostas:
a)Declaração, na qual o concorrente indique o seu nome, número de contribuinte, número de bilhete de 7.1.1. Designação oficial: Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística-GEPE
identidade e domicílio ou, no caso de se tratar de pessoa colectiva, o respectivo número de identificação, 7.1.2. Endereço: Ministério da Saúde, 1.º Andar
denominação social, sede, nomes dos titulares dos seus órgãos de administração, de direcção ou de ge- 7.1.3. Localidade: Maianga
rência e de outras pessoas com poderes para a obrigarem, bem como o registo comercial ou equivalente; 7.1.4. Província: Luanda
b) Comprovativo da situação regularizada relativamente às contribuições para a segurança social em Angola; 7.1.5. Telefone / Fax: 22338843
c) Comprovativo de regularização da situação tributária perante o Estado angolano; d) Comprovativo da en- 7.1.6. Correio electrónico / Endereço internet (URL): Planeamento.minsa@gmail.com
trega da declaração fiscal mais recente; e) Comprovativo da titularidade de habilitação profissional.
3.2. Admissão de propostas variantes: Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística do Ministério da Saúde, em Luanda, aos 29 de Maio
Sim x Não de 2020.
3.3. Exigência de caução provisória:
Sim Valor: _____________ O DIRECTOR DO GABINETE
x Não António Zacarias da Costa (500.0719)
24 Terça-feira
2 de Junho de 2020

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REPÚBLICA DE ANGOLA
TRIBUNAL DE CONTAS

Resolução n.º 03 /20

De 14 de Maio

Considerando o previsto no n.º 1 do artigo 73.º da Lei n.º 13/10, de 9 de Julho, que estabelece o prazo de seis meses, contados a partir do último dia do período a que diz respeito,
para apresentação das Prestações de Contas pelas Entidades sujeitas a este Tribunal;
Tendo em conta que o fluxo de entrada aumenta no período de vencimento do prazo estabelecido por lei, situação que tem provocado constrangimentos ao normal funcionamento da
Secretaria deste Tribunal;
Considerando o facto de ter sido declarado o Estado de Emergência por via do Decreto Presidencial n.º 81/20 de 25 Março e prorrogado consecutivamente por mais três períodos de
15 dias cada, pelos Decretos Presidênciais n.º 97/20 de 9 de Abril, n.º 120/20 de 24 de Abril e o n.º 128/20, de 08 de Maio;

Tendo em conta que os referidos Decretos Presidênciais estabelecem medidas restritivas indispensáveis a prevenção da pandemia do COVID-19, nomeadamente a limitação de cir-
culação de pessoas e bens, incluindo a adopção de uma Cerca Sanitária à Província de Luanda, situação que dificulta a entrega das Prestações de Contas pelas Entidades nos
moldes habituais;
Nesta conformidade, sem prejuízo do previsto no artigo 41.º do Decreto Presidencial n.º 128/20, de 8 de Maio, este Tribunal leva ao conhecimento a adopção das seguintes medidas:

1. É prorrogado o prazo de entrega das Prestações de Contas por 3 (Três) meses a contar da data do fim do Estado de Emergência.
2. É criado um Centro Provisório de Recepção de Prestações de Contas situado nas instalações do Tribunal de Contas, na Vila Alice, Rua da Liberdade, Casa n.º 6/8, Luanda, que
entra em funcionamento a partir do dia 1 de Junho do corrente ano.
3. Em caso de recepção por via do correio electrónico: processos@tcontas.ao, este Tribunal emitirá a Acta de Aceitação Provisória ou de Recusa, no prazo de 24 horas.
4. A Acta de Aceitação Definitiva será emitida logo que as Entidades sujeitas tenham condições de submeter as Prestações de Contas em formato físico para o endereço referido no
ponto 2, não devendo este prazo exceder os 90 (Noventa) dias, após o envio dos documentos por via electrónica.
5. Na eventualidade de se emitir uma Acta de Recusa, as Entidades devem completar a documentação em falta, no prazo de 30 dias.

6. As Entidades sujeitas devem observar o estipulado na Resolução n.º 1/20, de 26 de Fevereiro, que fixa o valor dos emolumentos a ser pago nos processos de verificação e
julgamentos de Contas a serem submetidos a este Tribunal.
7. Com vista a serem respeitadas as regras de biossegurança, recomenda-se o agendamento da entrega através do seguinte contacto: marcacoes@tcontas.ao

Vista e aprovada pelo Plenário do Tribunal de Contas, 14 de Maio de 2020.

Publique-se.

A JUÍZA CONSELHEIRA PRESIDENTE

EXALGINA GAMBÔA (500.0654)

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES MINISTRY OF TRANSPORTS

Terminal Multiuso do Porto de Luanda
Comissão de Avaliação de Concessões
Considerando a vigência do Estado de Emergência decretado pelo Governo
angolano (Decreto Presidencial 81/20, de 25 de Março, prorrogado em última
instância pelo Decreto Presidencial n.º 128/20, de 08 de Maio), motivado
pela pandemia COVID-19, e, em consequência, o encerramento das frontei-
ras angolanas, situação que se replica em diversos países do mundo, cau-
sando disrupções a nível económico-empresarial, a Comissão de Avaliação
de Concessões (Comissão), responsável pelo procedimento concursal para
a concessão do Terminal Multiuso do Porto de Luanda, deliberou prorrogar
o prazo para submissão de Propostas, previsto no artigo 7.3 do Programa
de Concurso, para às 17 horas do dia 30 de Junho de 2020, devendo os
restantes prazos ser ajustados, em conformidade.
Terminal Multiuso do Porto de Luanda
Concession Evaluation Committee
Considering the State of Emergency declared by the Angolan Government (Pre-
sidential Decree no 81/20, 25th of March, extended most recently by Presidential
Decree nº 128/20, 8th of May), due to the pandemic COVID-19, and, consequen-
tly, the closure of the Angolan borders, a situation that is replicated in several
countries throughout the world, causing disruptions at the economic-business
level, the Concession Evaluation Committee ("Committee"), responsible for the
Public Tender for the concession of Luanda's Port Multipurpose Terminal (Terminal
Multiuso do Porto de Luanda), has decided to extend the date of the submission
of the proposals, set out in article 7.3 of the Tender Program, to 30th June 2020,
at 5 pm. The remaining deadlines shall be adjusted accordingly.

Mais informa que, na ocorrência de prorrogação do Estado de Emergência, a
Comissão considera proceder à alteração dos termos do Concurso Público, es-
pecificamente no que se refere ao modo de entrega das Propostas e ao acto pú-
blico de abertura das mesmas, adoptando o procedimento electrónico, nos
termos do artigo 66.º da Lei dos Contratos Públicos.
Nesta fase, mantêm-se os termos actualmente previstos no Programa, sendo
que eventuais alterações ao Programa do Concurso serão comunicadas até ao
dia 15 de Junho de 2020.
Furthermore, it informs that, in the event of an extension of the State of Emer-
gency, the Committee will consider changing the terms of the Public Tender, spe-
cifically in what regards to the mode of delivery and the public act of opening the
Proposals, by adopting the electronic procedure, pursuant to article 662 of the
Public Contracts Law.
Currently, the terms foreseen in the Program are maintained, and any changes
to the Tender Program will be communicated until the 15th of June 2020.

Pela Comissão de Avaliação de Concessões. For and on behalf of the Concession Evaluation Committee.

21 de Maio 2020. 21th May 2020

(500.0713)
Terça-feira
2 de Junho de 2020 25
PUBLICIDADE

(700.044c)
26 Terça-feira
2 de Junho de 2020

PUBLICIDADE

Empresa de Recursos Humanos angolana aceita candidaturas na áreas

mencionadas:

ORLACAR – Comércio Geral, Importação e Exportação, Limitada

Sede: Rua João de Barros 48 R/C
Capital Social: Akz.500.000,00
Contribuinte número: 5403025979
Matriculada na Conservatória de Registo de Luanda sob o número 1998.39
Assembleia Geral Ordinária

CONVOCATÓRIA
Nos termos da Lei das Sociedades Comerciais, aprovada pela Lei n.º 1/04, de 13 de Fe-
vereiro e dos Estatutos, vimos convocar os sócios da sociedade comercial ORLACAR–
Comércio Geral, Importação e Exportação Limitada e os herdeiros certos e incertos do
de cujus Orlando Brandão de Albergaria para se reunirem em Assembleia Geral, no pró-
ximo dia 22 de Junho de 2020, pelas 16 horas em Luanda, na Calçado Cirilo da Concei-
ção da Silva n.º 22, para deliberarem sobre a seguinte Ordem de Trabalhos:

Ponto Um: Nomeação do Gerente da Sociedade, nos termos do artigo 7.º do Pacto
Social da Sociedade, na sequência do falecimento do sócio-gerente Orlando Brandão
de Albergaria e consequentemente a alteração do referido artigo.
Ponto Dois: Deliberar sobre o relatório de gestão, as contas e demais documentos
de prestação de contas previstos na lei relativos ao exercício findo.
Ponto Três: Diversos.

Caso, por qualquer motivo, a Assembleia Geral não possa reunir-se na data supra in-
dicada, ficam os Sócios desde já convocados para reunir, em segunda data,ou seja
no dia 23 de Junho de 2020, pelas 10 horas, na morada supra citada em Luanda.

Mais se esclarece que as informações preparatórias da Assembleia Geral se encon-

tram à disposição para consulta dos sócios, na sede da sociedade, nos termos legal-
Requisitos: Mínimo 3 a 5 anos de experiência profissional, ligado à área dos mente previstos.
petróleos gás e outros fluidos, devidamente comprovados por certificados e de-
mais; domínio da língua inglesa e francesa; habilitações superiores (licenciaturas Luanda, 12 de Março de 2020.
e outros cursos técnicos); cursos básicos de segurança em Onshore e Offshore.
Só responde quem obedecer aos requisitos.
(5091)

As candidaturas devem ser enviadas para:

Caixa Postal: 10315 - Luanda / Telefone n.º 222 325 393 Fax: 222 323 909 (5088)

REPÚBLICA DE ANGOLA
TRIBUNAL PROVINCIAL DE LUANDA
2.ª SECÇÃO DA SALA DO CÍVEL E ADMINISTRATIVO

Anúncio 2.ª Publicação

Processo N.º 1692/-2018-B1
2.ª SECÇÃO DO CÍVEL E ADMINISTRATIVO

Acção Executiva para Pagamento de Quantia Certa, com a forma de processo ordinário.
Exequente: Sebastião de Jesus Ganda José Goma.
Exequente: Milca Cuesse Caquesse.

Nos autos acima identificados, correm éditos de 10 dias, contados da data da segunda e última publicação
do anúncio, citando o ausente, Milca Cuesse Caquesse, com último domicílio conhecido em Luanda, no
Bairro Comandante Valódia, Avenida Comandante Valódia n.º 155-1.º andar A, Zona 10 Sambizanga , prazo
de 10 dias finda dilação de 30 dias a contar da 2.ª e última publicação do anúncio. Pagarem a dívida ou
nomearem bens à penhora, querendo, a acção supra identificada, que lhe move Sebastião de Jesus
Ganda José Goma, residente em Luanda, Bairro Patrice Lumumba, Rua Rainha Ginga n.º 82, Zona 4-In-
gombota, com a cominação de que a falta de pagamento da dívida ou nomeação de bens à penhora importa
a devolução à Exequente do direito de nomeação de bens à penhora e que em resumo o pedido consiste
em: A citação da executada para no prazo legal, pagar solidariamente à Exequente a quantia de AKZ.
11.613.700,00 (Onze Milhões, Seiscentos e treze Mil e Setecentos Kwanzas), tudo como melhor consta
do duplicado da petição inicial, cujos duplicados se acham patentes no Cartório do Tribunal Provincial de
Luanda, 2.ª Secção da Sala do Cível e Administrativo, sito à Rua Amílcar Cabral, n.º 29, 2.º Andar, à dis-
posição do citando.

Para constar, lavrou-se o presente edital e mais dois de igual teor para serem afixados.

Luanda, 20 de Dezembro de 2019.

A JUÍZA DE DIREITO A OFICIAL DE JUSTIÇA

Neide Sebastião Ilda Fernando (4972)
(4953)
REGIÕES
2 de Junho de 2020
BENGUELA
Identificados 135 hectares
para serem desminados
Organização Nao Governamental Halo Trust vai desminar ainda este ano várias localidades
da província à luz de um financiamento adicional de mais de seis milhões de dólares
Adão Faustino | Benguela
Um total de 135 hectares
resultantes do Programa de
Levantamento de Impacto
Económico de Minas , a partir
de 75 áreas identificadas desde
2007, 48 das quais ampliadas
nos municípios do Balombo
e Bocoio, e na localidade de
Camenguerere, arredores do
município de Benguela,
Cupira, e Canjala , será des-
minado pela Organização Não
Governamental internacional
“Halo Trust”, informou ao
Jornal de Angola a chefe de
Departamento Provincial do
Instituto Nacional de Desmi-
nagem em Benguela (INAD),
Florinda Tchinoya.
A intervenção da “Halo
Trust” neste processo, segundo
Florinda Tchinova, resulta do
acordo de financiamento adi-
cional de 6,1 milhões de dóla-
res, rubricado, a 4 de Março
último em Luanda, pela Agên-
cia Nacional de Petróleo, Gás
e Biocombustíveis (ANPG),
BP Angola e parceiros.
Além da desminagem,
avançou a responsável, o pro-
grama vai incluir formação
de novos sapadores, particu-
larmente mulheres de zonas
rurais, e garantir estabilidade
social nas comunidades das
VILA PISCATÓRIA DA PROVÍNCIA DO ZAIRE
Habitantes do Nzeto percorrem
longas distâncias em busca de água
Garcia Mayatoko
e Jaquelino Figueiredo | Nzeto
Mais de 29 mil habitantes da
vila piscatória do Nzeto, pro-
víncia do Zaire, têm de percorrer
vários quilómetros em busca
de água potável, porque a Esta-
ção de Tratamento de Água
(ETA) não tem capacidade para
abastecer toda a localidade.
O Jornal de Angola apurou
que, além da pouca capaci-
dade da Estação de Tratamento
de Água, a tubagem de trans-
portação , que sai do rio
Mbridge para a sede do muni-
cípio tem várias roturas, o
que embaraça ainda mais o
sistema de distribuição.
O administrador municipal
do Nzeto, Casimiro Ricardo,
disse que as autoridades da
província “estão a envidar
esforços” para a distribuição
de água a todos os habitantes
da região, assolados pela escas-
sez do produto há muito tempo.
“O sistema de captação de
a água na sede do município
do Nzeto não tem capacidade
Terça-feira
áreas de intervenção. A área
por desminar corresponde a
2,339.991 metros quadrados,
sendo que a percentagem do
território da província de
Benguela, que já se encontra
livre de minas, é de 97 por
cento, segundo dados do Pro-
grama de Levantamento de
Impacto Económico de Minas.
Florinda Tchinoya admitiu
a existência de áreas que,
“eventualmente, estejam
minadas e não mapeadas”,
reportando-se aos dados da
Comissão Nacional Intermi-
nisterial de Desminagem
Humanitária (CNIDAH).
Abrandamento das
actividades
Em função do Estado de Emer-
gência que vigorou durante
60 dias no país, o INAD em
Benguela tinha suspendido os
trabalhos de desminagem e
passou apenas a executar tra-
balhos administrativos e aten-
dimento pontual às solicitações
vindas dos parceiros locais,
concretamente, Governo Pro-
vincial, Polícia Nacional, auto-
ridades tradicionais, entre
outras entidades.
A chefe do INAD em Ben-
guela, disse que o actual con-
texto do país, marcado pela
crise provocada pela Covid-
sequer para atender um terço
da população, estimada em
mais de 29 mil habitantes”,
afirmou Casimiro Ricardo,
explicando que a antiga con-
duta, que transportava a água
para a ETA, rebentou há algum
tempo, “situação que tem
dificultado” o processo de
captação, tratamento e dis-
tribuição de água à vila.
“A antiga conduta rebentou
há algum tempo, incluindo
alguns tubos que transportam
a água para o reservatório. A
Administração Municipal não
está com os braços cruzados,
pois em conjunto com o Governo
Provincial e outras entidades
afins tem procurado solucionar
o problema”, informou, para
acrescentar: “Pensamos que os
trabalhos que estavam a ser rea-
lizados na conduta devem reatar,
mesmo que não sejam con-
Brigada de desminagem do INAD está a enfrentar dificuldades devido aos efeitos da Covid-19
19, está a causar à instituição
que dirige dificuldades logís-
ticas. “Estamos a enfrentar
dificuldades para manter o
funcionamento da nossa bri-
gada, principalmente no que
toca à alimentação e com-
bustível ”, explicou.
Situação análoga registou-
se em Janeiro de 2019, pois a
falta de meios logísticos para
a operacionalização da Brigada
cluídos a 100 por cento, mas já
daria para resolver parte do
problema da escassez de água
na sede do município”.
Distribuição de água
O director local de Infra-Estru-
turas, Luís Belo, informou que
a distribuição de água no
Nzeto, através do sistema da
rede pública, abrange apenas
130 ligações domiciliares, pois
a maior parte dos habitantes
é abastecida com o recurso
a moto-cisternas.
“A rede pública contempla
apenas 130 ligações domici-
liares, o resto da população é
abastecida através de moto-
cisternas, adquiridas recen-
temente pelo Governo Pro-
vincial do Zaire, no âmbito do
Programa de Prevenção e
Combate à Covid 19”, revelou.
Luís Belo disse que não tem
sido possível, através das moto-
cisternas, atender toda a popu-
lação que não tem água no
domicílio, pelo que o recurso
tem sido também a distribuição
com camiões cisternas.
levou o INAD a suspender os
trabalhos de desminagem,
verificação e acompanha-
mento às obras de reabilitação
da Estrada Nacional 100, que
liga a província de Benguela
a Luanda.
Balanço do processo
Desde o início das actividades
de desminagem na província
de Benguela, em Novembro
CUITO CUANAVALE
Novo administrador quer urgência
na conclusão do Hospital Municipal
Nicolau Vasco | Cuito Cuanavale
O novo administrador muni-
cipal do Cuito Cuanavale, José
Martins, estabeleceu como
prioridade do seu mandato a
conclusão das obras do Hos-
pital Municipal, interrompidas
há vários anos, e a reabilitação
das vias de acesso às comunas
de Lupriri e Baixo-Longa, onde
as populações vivem em situa-
ção de penúria devido ao
estado degradado das estradas.
Falando na cerimónia da
sua apresentação à população
local, José Martins, que nasceu
no Cuito Cuanavale, prometeu
dar prioridade aos problemas
que afligem os habitantes do
município.“Em 2019, a ministra
da Saúde, Sílvia Lutucuta,
aquando da visita ao Cuito
Cuanavale, assegurou que as
obras do Hospital Municipal
já estavam pagas em cerca de
97 por cento, pelo que não via
razões para a paralisação dos
trabalhos. Contudo, a ministra
prometeu responsabilizar cri-
minalmente o empreiteiro, por
MARIA JOÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO
de 1998, até ao final de 2019,
o INAD alcançou a cifra de
265.232.214 metros quadrados
clarificados e a remoção e
destruição de 4.091 minas
antipessoal, 47 minas anti-
tanque e 76.812 munições
diversas. As estatísticas do
INAD incluem ainda 906.082
metais recolhidos e 25.640
engenhos explosivos remo-
vidos e destruídos.
José Martins aposta na construção de infra-estruturas sociais
não ter cumprido com os prazos
contratuais, no que toca à con-
clusão dos trabalhos da infra-
estrutura”, disse José Martins.
“Porestarazão”,acrescentou,
“o meu antecessor inscreveu a
obra no Plano Integrado de Inter-
venção nos Municípios (PIIM),
e já mereceu a aprovação do
Ministério das Finanças. Por-
tanto, no que depender de mim,
farei tudo para a conclusão da
construção desta unidade hos-
pitalar o mais breve possível”.
27
CUEMBA
Asfaltagem
de dez
quilómetros
de estrada
Um total de dez quilómetros
de estrada está a ser asfal-
tado na sede municipal do
Cu-emba, província do Bié,
no quadro do Programa
Integrado de Intervenção
nos Municípios (PIIM).
O município está a exe-
cutar 11 programas do PIIM,
entre os quais a reabilitação
de quatro pontes sobre os
rios Cuemba, Leapela, Lua-
wela e Luasso, a construção
de duas escola com 12 e sete
salas de aula e uma biblio-
teca comunitária. As obras,
que devem ser concluídas
em um ano, estão orçadas
em três mil milhões de
kwanzas. O governador
provincial do Bié, Pereira
Alfredo, que procedeu ao
lançamento das empreita-
das, que já geraram 300
empregos, disse que as obras
vão ajudar a emergir os sec-
tores Social, Económico e
Produtivo do município.
Pereira Alfredo revelou que
o seu elenco está a trabalhar
com o Ministério das Finanças
para o arranque urgente das
obras de reabilitação no troço
Cuemba/Camacupa, na
Estrada Nacional 250, que liga
a província do Bié ao Leste do
país. “Estamos a trabalhar
arduamente, buscando solu-
ções financeiras para o arran-
que das obras” asseverou o
governador. O governante
adiantou que estão em curso
acções para trabalhos de ter-
raplenagem de 150 quilóme-
tros em várias comunas do
município do Cuemba.
Matias da Costa / Cuemba
NICOLAU VASCO | EDIÇOES NOVEMBRO
Governador apela
à transparência
O governador provincial do
Cuando Cubango, Júlio Bessa,
apelou, durante a apresen-
tação de José Martins, aos
administradores dos nove
municípios da província para
se absterem das “práticas
nocivas que lesem o erário”,
quer no que toca aos pro-
gramas do PIIM, quer em
relação aos demais investi-
mentos na região.
28 SOCIEDADE Terça-feira
2 de Junho de 2020

Breves
CENTROS DE HEMODIÁLISE DE BENGUELA E DO LOBITO MEMORANDO ENTRE CISP E INAC
SAMPAIO JÚNIOR | EDIÇÕES NOVEMBRO

PITBULLS MATAM
JOVEM DE 21 ANOS
Uma jovem de 21 anos
morreu, no fim-de-
semana, após sofrer um
ataque de dois cães da
raça pitbull, quando,
inadvertidamente, entrou
num parque de camiões
localizado na zona alta da
cidade do Lobito, província
de Benguela.
Segundo relatos de
familiares da vítima, a
jovem tinha encontro
marcado com um amigo
naquele recinto, por volta
das 18 horas, tendo sido
surpreendida pelos
animais.
João Evangelista, primo da
vítima, contou à Angop
que na sequência dos
gritos da moça durante o
ataque, nem o guarda nem
os vizinhos conseguiram
dominar os cães
Muitos doentes foram obrigados a reduzir de três para duas as sessões semanais de hemodiálise descontrolados, tendo
estes despedaçado o corpo
da vítima.
Violência contra a criança
com tendência a aumentar
Edna Mussalo
Um total de 1.427 casos de
violência contra a criança
foram registados de Janeiro a
Maio desde ano, pelo Instituto
Nacional da Criança, avançou
ontem, em Luanda, a ministra
da Acção Social, Família e
Promoção da Mulher.
Faustina Alves, que falava
durante a assinatura do
memorando de entendimento
entre o Centro Integrado de
Segurança Pública (CISP) e
o Instituto Nacional da Criança
(INAC), disse que há registo
de aumento progressivo de
casos de violência contra a
criança. A responsável avan-
çou que a fuga à paternidade
lidera a lista, seguindo-se a
exploração infantil e a disputa
de de direitos.
A ministra disse ser no
pensar das várias crianças
mes de violência contra a
criança, praticado no seio
familiar, com realce para a
agressão, assédio sexual, vio-
lação, exploração infantil,
entre outros. Por esse facto,
a nível do Serviço de Inves-
tigação Criminal, foi instituído
o Departamento de Violência
Doméstica, com atribuição
específica para a instrução e
investigação de crimes dessa
natureza”. Disse Eugénio
Laborinho.
Por outro lado, o Fundo
das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) encorajou,
ontem, o Governo angolano
a continuar a realizar acções,
para evitar que a pandemia
da Covid-19 se “transforme
numa crise para os direitos
da criança”.
Em mensagem alusiva ao
Dia Mundial da Criança (1 de
Junho), o UNICEF destaca a

Doentes podem morrer Passado algum tempo, a

polícia, alertada por uma
das testemunhas,
apareceu no local,
neutralizou os cães e
que no dia-a-dia são vítimas
de violência que o ministério
que tutela, através do INAC,
pretende inaugurar a linha
necessidade de assegurar que
as crianças e famílias tenham
acesso à água, a condições
de saneamento e higiene, à
de recepção de denúncias de vacinação de rotina, às con-

por falta de tratamento deteve o guarda para

A falta de dinheiro condiciona a compra de equipamentos,
medicamentos, material gastável e o pagamento de salários
António Gonçalves | Benguela
O coordenador dos centros
de hemodiálise de Benguela
e do Lobito, João Bispo, adver-
tiu, no último fim-de-semana,
que, caso a situação de asfixia
financeira com que se debatem
as referidas unidades sanitárias
se prolongar por mais algum
tempo, corre-se o risco dos
doentes começarem a morrer,
por falta de tratamento.
Segundo o médico espe-
cialista em nefrologia, que se
ocupa igualmente da gestão
do centro de hemodiálise do
Lobito, da facturação de 2018
o Ministério da Saúde apenas
pagou cerca de 20 por cento.
Em relação a 2019, a situação
é pior, de acordo com o coor-
denador dos centros de hemo-
diálise de Benguela e do Lobito,
porque foram pagos apenas
12 por cento da facturação.
“Além de não ter sido paga
a facturação completa de 2018
e de 2019, em 2020 houve
dois meses em que não se
pagou nada, o que dificulta
a gestão e compra de meios
e de material gastável para
os centros de hemodiálise”,
pontualizou João Bispo.
Incêndio cria pânico na vila do campismo
Um incêndiode pequenas pro-
porções, no recinto do armazém
de venda de material de cons-
trução, situado na Vila do Cam-
pismo, na zona B, arredores da
cidade de Benguela, criou pânico,
na manhã de ontem, na comu-
nidade da referida zona.
O incêndio ocorreu por
volta das 10 horas, tendo os
habitantes da Vila do Cam-
pismo ficado aflitos, em função
das chamas que atingiam
níveis alarmantes.
O coordenador dos centros
de hemodiálise da província
de Benguela acrescentou que
a situação de asfixia finan-
ceira, causada pelo atraso nos
pagamentos da facturação já
validada e homologada, está
a provocar um clima de ins-
tabilidade, que poderá ter
consequências graves no fun-
cionamento dos mesmos.
“Tendo em conta que a
prioridade da administração
dos centros de hemodiálise
tem a ver com o pessoal e os
consumíveis, essa situação
já provocou o não pagamento
de salários nos últimos quatro
meses”, disse João Bispo,
acrescentando que uma
empresa fornecedora de bens
e equipamentos diz que se
não pagarmos o mais rápido
possível vão recolher as
máquinas para análises.
João Bispo deu a conhecer
que há doentes que se encon-
tram em situação preocupante,
porque certos tratamentos são
feitos apenas em Luanda e
desde Janeiro do ano passado
já se contraiu uma dívida de
mais de 15 milhões de kwanzas.
A boa nova, referiu, é que o
Ministério da Saúde garante o
A população solicitou de
imediato o Serviço de Protec-
ção Civil e Bombeiros e, em
menos de dez minutos, as cha-
mas foram extinguidas. As
razões do surgimento do incên-
dio são desconhecidas, mas
testemunhas disseram ao Jor-
nal de Angola que há suspeitas
de fogo posto. “Há quem diga
que é possível que alguém
tenha lançado uma beata de
cigarro, no monte de lixo, onde
se encontrava uma mistura
envio, para breve, de um medi-
camento que serve para tratar
casos de anemia em doentes
com insuficiência renal.
“A entrega tem sido tão
irregular, que os doentes ficam
meses sem receber o medi-
camento e caso não se tome
frequentemente não faz
efeito”, alertou o coordenador
dos centros de hemodiálise
da província de Benguela.
Em relação aos materiais
consumíveis, João Bispo disse
que têm de ser pagos aos for-
necedores internacionais, em
divisas, mas a encomenda só
é aceite depois do pagamento,
o que faz com que a quanti-
dade de material seja insufi-
ciente e os doentes que deviam
fazer o tratamento três vezes
por semana só estão a fazer
duas. Outra preocupação, de
acordo com o coordenador
dos centros de hemodiálise
na província de Benguela, é
a falta de antibióticos.
“O que nos pagavam men-
salmente dava para comprar
alguns medicamentos, mas
há cerca de três meses não
recebemos rigorosamente
nada, não é possível comprar
nada”, lamentou João Bispo.
de vernizes, tinta inutilizada,
cartões de papel e gasolina”,
disse uma das testemunhas.
O armazém em causa está
situado na rua que dá acesso
à escola do I e II ciclos “Laura
Vicunhã”, afecta à Igreja Cató-
lica. No interior do armazém
existe um extintor, mas, durante
o incêndio, não foi usado, por
falta de perícia dos trabalha-
dores, que, prontamente, cha-
maram os bombeiros.
Maximiano Filipe | Benguela
averiguações, enquanto o
corpo da jovem foi levado
para o Hospital Geral do
Lobito, onde se encontra
para os procedimentos
habituais.
Fonte do Serviço de
Investigação Criminal,
contactada ontem pela
Angop, confirmou a
ocorrência, que se
encontra em processo
de averiguações.
SIC DESMANTELA
GRUPO SUSPEITO
DE LATROCÍNIOS
Um grupo de marginais,
denominado "Tchinguala",
que se dedicava ao roubo
de motorizadas, muitas
vezes com assassinatos, foi
desmantelado no fim-de-
semana, pelo Serviço de
Investigação Criminal (SIC),
no município da Matala,
província da Huíla.
Os indivíduos são
acusados de terem
assassinado quatro
pessoas, um dos quais
professor de 37 anos, no
passado mês de Maio.
De acordo com o porta-voz
da delegação provincial do
Ministério do Interior,
Manuel Halaiwa, citado
ontem pela Angop, o grupo
era composto por dez
elementos e liderado por
um jovem de 26 anos, que
responde pelo nome de
Tchinguala. Manuel
Halaiwa disse que o grupo
está indiciado igualmente
por roubo de motorizadas
e em outros três crimes
ainda sob investigação,
com indícios de
envolvimento nos
mesmos. Em posse do
grupo foram encontradas
três motorizadas e uma
arma de fogo. O município
da Matala fica a 180
quilómetros a Leste do
Lubango e tem uma
população estimada em
mais de 240 mil habitantes.
casos de violência contra a
criança, com o número 15015,
denominada “SOS-Criança”,
no próximo dia 16, data em
sultas pré-natal e aos serviços
de nutrição. A instituição soli-
cita também ao Executivo o
contínuo apoio às famílias,
que se comemora o Dia da por meio de programas de
Criança Africana. protecção social, para com-
Numa primeira fase o CISP bater a violência, exploração
fará a recepção das denúncias e abuso de crianças.
direccionadas para o SOS- ARÃO MARTINS | EDIÇÕES NOVEMBRO
Criança, nos finais de semana
e fora do horário normal de
expediente, onde toda e qual-
quer pessoa pode ligar gratui-
tamente e gozará de anonimato
e confidencialidade. O ministro
do Interior, Eugénio Laborinho,
disse que a assinatura do
memorando entre o CISP e o
INAC visa melhorar a capaci-
dade de resposta na protecção
e desenvolvimento integral da
criança, por via do serviço de
chamadas grátis, 15015, que
funcionará ininterruptamente.
“É com alguma preocu-
pação que os órgãos de polícia
criminal registam muitos cri- Muitas crianças são maltratadas
ÁGUA NO KM 9 EM VIANA
Denunciado vandalismo
na rede de distribuição
O abastecimento de água na abastecimento regular de
zona do Km 9, em Viana, con- água, quiseram saber como
tinua deficiente, devido aos seria depois do Covid-19.
actos de vandalismo na rede João Baptista Borges pediu
de distribuição. A denúncia foi aos moradores para conti-
feita por moradores da referida nuarem a denunciar actos de
zona, ao ministro da Energia garimpo de água e garantiu
e Águas, João Baptista Borges. que o sector que dirige envida
Durante a sua estada em
Viana, a comitiva de João Bap-
esforços para melhorar o
abastecimento à população,
tista Borges flagrou um caso para que a deixe de depender
de garimpo de água, na rua de camiões-cisterna ou de
Sanza Pombo, tendo orientado outras fontes.
às autoridades competentes Alberto Quiluta
a tomada de medidas severas DR
e um estudo profundo para
se inverter o quadro.
João Baptista Borges foi
informado sobre as áreas que
ficam privadas de água, por
vários dias, e de outras onde
as torneiras estão inoperantes,
devido ao vandalismo na rede.
Outros munícipes, com
CULTURA Terça-feira
2 de Junho de 2020 29
CONTOS E POESIAS
SHOW DO MÊS LIVE
DR

União dos Escritores prepara colectânea

Manuel Albano
Uma colectânea de textos
com as experiências fami-
liares dos escritores ango-
lanos, neste período de
confinamento causado pela
Covid-19, é publicada dentro
de um mês pela União dos
Escritores Angolanos (UEA).
O secretário-geral da
UEA, David Capelenguela,
disse, ontem, ao Jornal de
Angola, que o livro de con-
tos e poesias é uma forma
de mostrar o pensamento
dos escritores angolanos
sobre as mudanças sociais
causadas pela Covid-19.
Dos 128 membros da UEA,
explicou, apenas, foram
seleccionados 80, para par-
Os Kiezos animaram o primeiro Show do Mês no período de “Situação de Calamidade” ticipar da colectânea, que é
publicada, inicialmente, em
formato digital e depois no
físico. “O momento nos
Pombal Maria, Rosa Santos,
António Campos, Abreu Paxe,
Henriques Guerra e o próprio
David Capelenguela.
Reabertura sem data
A UEA ainda não tem uma
data prevista para a reabertura,
devendo a mesma ser feita
em função da evolução da
Covid-19 no país, disse David
Capelenguela, acrescentando
que a direcção da instituição
está a trabalhar para, gradual-
mente, criar condições para
a reabertura. “É prematuro
falarmos sobre uma data”.
No momento, afirmou, a
UEA quer apostar mais no
“mundo digital”, por ser uma
das saídas para a paragem
forçada criada pela pande-
mia. “A saída actualmente
tem sido as transmissões em
directo (lives) nas várias pla-
taformas digitais. Estamos
a criar condições para trans-
mitir, no Youtube e no site
da instituição, debates sobre
a literatura angolana e uni-
versal”, disse o secretário-
geral da UEA.
Um dos principais pro-
gramas da UEA, contou, têm
sido as homenagens reali-
zadas em vésperas das datas
de aniversário dos membros,
como forma de prestigiar o
contributo destes ao longo
dos anos.
VIGAS DA PURIFICAÇÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO

Conjunto “Os Kiezos” obriga a criatividade e a enca-

rar o quotidiano de forma
diferente”, destacou.
A ideia, reforçou, é, tam-

em “ponto rebuçado” bém, apresentar subsídios

importantes para ajudar a
sociedade a melhorar e a au-
mentar as medidas de pre-
venção contra a pandemia.
Analtino Santos Libertada”, não deixando indiferente Entre os escolhidos para esta
Botto Trindade, considerado por muitos primeira fase, revelou, cons-
O mítico conjunto do Marçal, Os Kiezos, o sucessor natural das malhas de Marito tam nomes como Maria Ce-
foi a atracção da quarta edição do Show na guitarra. lestina Fernandes, Cremilda
do Mês Live, da Nova Energia, realizado A projecção da nova geração de músicos Lima, Kanguimbo Ananaz,
na tarde de sábado, na Brasom, no Miramar, não ficou apenas representada na guitarra. Ngonguita Diogo, Yola Castro,
em Luanda, com o conceito “Kiezos em Nas congas, Bucho, reconhecido como João Melo, Jacques dos Santos, Escritores mostram criatividade em tempo de confinamento
Ponto Rebuçado a Escola”. um dos continuadores do legado de João-
O primeiro Show do Mês Live no período zinho Morgado, mostrou que a Brasom
de “Situação de Calamidade Pública” foi não cede apenas espaço, mas também SEM REGISTO NA SADIA
transmitido para além das plataformas talento. Neide Luz, que encantou em “Sá REVITALIZAÇÃO
digitais da Nova Energia, pelo programa da Bandeira”, e Raquel Lisboa, as coristas
radiofónico “Viagem ao Passado”, da
Rádio Luanda, conduzido por Afonso
Quintas, um filho do Marçal e admirador
em serviço, mostraram segurança na
música de raiz. Benny nos teclados tem
feito o mesmo processo evolutivo.
Museu Trabalho dos Disco Jockeys
deste conjunto.
Em mais de três horas de música e con-
Mr. Kim, Toni do Fumo Filho e Zé
Manico foram as vozes escolhidas para
do Dundo passa a ser regulamentado
versa com Os Kiezos, sobre assuntos rela-
cionados com a vivência do conjunto,
os principais sucessos apresentados pelos
Kiezos, nomeadamente “Monami”,
com olhos
num painel integrado por Kituxi, membro
fundador e o comprador da primeira viola
“Mbaku Kavalé”,“Lamento de Mingo”,
“Kandonga”,“Za Boba”, “KiezusYa Bu
na inovação A Sociedade Angolana dos
Direitos Autorais (SADIA)
angolano”, lê-se.
Para tal, os Dj’s devem di-
da formação, Manuelito, integrante de Kia”, “Muá Pangu”, “La Page”,“Milhorró” O Museu Regional do aconselha os Disco Jockeys rigir-se à sede dessa organi-
vários conjuntos do passado, hoje nos e “Princesa Rita”. Dundo aposta na criação (Dj’s) e produtores musicais zação artística ou do SNADC
Kiezos, Teófilo Moniz, antigo futebolista Liderados em palco pelos guitarristas de um acervo museoló- a filiarem-se nessa instituição – Sistema Nacional de Direitos
e apreciador da música angolana, e o Hildebrando Cunha e Gegé Faria, Os Kiezos gico interactivo, capaz de e registarem as suas obras, de Autor – evitando assim
músico Kizua Gourgel. apresentou-se em “Ponto Rebuçado”, apresentar propostas ino- para protecção e desenvol- transtornos nas suas activi-
Foi ao som do instrumental “Obrigado com Zeca Tirilene (ritmo), Dulce Trindade vadoras, em especial aos vimento das suas actividades dades, bem como a apreensão
Meu Amigo”, um dos vários temas que a (baixo), Habana Mayor (congas), João jovens estudantes, agentes profissionais sem quaisquer do seu material, pela Polícia
genialidade de Marito Arcanjo, apropriada Diloba (bateria), Zé Fininho (dikanza) e culturais, investigadores impedimentos. Nacional, parceiro da SADIA
por Hildebrando Cunha que o concerto o reforço do trio de sopristas com Rigoberto, e historiadores. Mais do que regulamentar nesta regulamentação.
começou. Na senda da escola mais uma Chinguma e Lázaro. Para tal, perspectiva- a actividade autoral e artís- “A classe artística, que
vez os jovens Mário Gomes e Yark Spin Os elementos do conjunto gostaram se a construção de um edi- tica, a medida visa combater depende de uma licença para
estiveram em destaque, tendo o mestre da experiência inédita do concerto e agra- fício moderno, para alber- a pirataria digital, que cresce exercer as suas actividades,
Mário Gomes dedilhado em “Muxima” e deceram a confiança da Nova Energia, gar as salas de depósito de forma assustadora em e o Estado perdem muito com
“Semba Henda”. Por sua vez, Yark Spin depois das passagens dos Jovens do Prenda, geral definitivo, um labo- Angola, segundo a referida a desorganização, má gestão
fez as honras em “Ngola” e “Benguela Angola 70 e Ary. ratório de investigação organização, que “pretende e a pirataria das obras. Essa
biológico, a requalificação ser implacável com os vio- licença poderá ainda ser soli-
da Estação Arqueológica ladores dos direitos dos cria- citada via online, através do
do Bala-Bala e a revitali- dores no país”. site www.sadia.ao”, refere
zação da Aldeia Museu. A exigência enquadra-se a nota.
ENTRE 27 DE AGOSTO E 13 DE SETEMBRO De acordo com o direc- na Lei 15/14 de 31 de Julho, re- De acordo com o docu-
tor da instituição, Ilunga ferente a editoras de discos mento, para defender os direi-
André, continuam as ne- e livros , distribuidoras digi- tos de autor dos artistas,
Feira do Livro de Lisboa junta editores gociações para a criação
de novas parcerias com
tais de músicas, plataformas
streaming (audiovisual),
compositores e criadores, na
nova reestruturação do Sis-
instituições museológicas venda online de música tema nacional dos Direitos
A 90ª edição da Feira do Livro do Livro de Lisboa irá colocar centa a associação. e universitárias nacionais angolana, rádios e TVs online de Autor, a Sociedade Ango-
de Lisboa vai realizar-se de em marcha todas as medidas Durante 18 dias, os livros e internacionais, para a e a DJs, explica uma nota lana dos Direitos Autorais
27 de Agosto a 13 de Setem- necessárias para garantir a vão voltar a encher o Parque formação de quadros da SADIA a que a Angop criou um Departamento Anti-
bro, disse à Lusa a Associação segurança dos participantes Eduardo VII, através de centenas tendo em conta a melho- teve acesso. Pirataria Digital.
Portuguesa de Editores e e visitantes”, afirma a APEL. de marcas editoriais, com o ria dos serviços prestados “Aconselha-se, portanto Por fim, indica a nota, dada
Livreiros (APEL). O evento irá assim decorrer objectivo de promover o livro pela instituição. que os autores se registem a situação que se vive no mo-
“É com enorme satisfação com a “normalidade possível, e os hábitos de leitura, atrair Em fase avançada, e declarem as suas obras mento devido à Covid-19, a
que comunicamos aos por- tendo em conta as restrições visitantes de todo o país, e pro- adiantou, está o processo para que num futuro pró- SADIA e os seus parceiros irão
tugueses a realização da 90ª e condicionalismos que a mover uma “intensa progra- para o reconhecimento ximo recebam rendimentos apresentar, nos próximos dias,
edição da Feira do Livro de situação provocada pela pan- mação para toda a família”. do Sona - desenhos da das mesmas através da exe- um plano de emergência de
Lisboa, entre os dias 27 de demia exigir”, refere a APEL. O presidente da APEL, João cultura Lunda feitos na cução pública, e para que a apoio aos artistas em geral, de
Agosto e 13 de Setembro. Ape- Esta decisão foi tomada em Alvim, disse à agência Lusa areia -, como Património SADIA possa defender o mau forma a minimizar a situação
sar da situação atípica que se coordenação com a Câmara que “a feira é uma oportuni- Cultural Nacional. uso da mesma, punível no financeira desta classe, que
vive, a organização da Feira Municipal de Lisboa, acres- dade que não se pode perder”. artigo 445.º do código penal vive de exibições artísticas.
30 DESPORTO
ANDEBOL SÉNIOR FEMININO
Prova estava agendada inicialmente pela CAHB para o mês de Dezembro do corrente ano
Africano das Nações
remarcado para Março
Congresso Ordinário da Confederação continental tomou a
decisão no evento realizado na última sexta-feira no Egipto
António Ferreira
A 24ª edição do Campeonato
Africano das Nações sénior
feminino de andebol foi
remarcada para o período de
11 a 21 de Março do próximo
ano, na cidade de Yaoundé,
Camarões, face à pandemia
da Covid-19. Incialmente o
evento estava agendado para
Dezembro próximo.
A decisão saiu do 22º Con-
gresso Ordinário da Confe-
deração Africana de Andebol
(CAHB), realizado na última
sexta-feira, durante duas
horas, por videoconferência.
Dentre outros assuntos,
dominou a agenda de trabalho
da reunião do Comité Exe-
cutivo, a reprogramação do
calendário internacional,
realce para o Campeonato
Africano Júnior masculino
de 12 a 19 de Dezembro do
ano corrente, em Casablanca,
HÓQUEI EM PATINS
Candidatura de “Chipita”
conta com novos rostos
Silva Cacuti
O vice-presidente cessante
para a Comunicação e Mar-
keting, Pedro Azevedo “Chi-
pita”, vai apresentar-se como
candidato à presidência de
direcção da Federação Ango-
lana de Patinagem (FAP), com
novos rostos.
Dezasseis anos depois de
se tornarem vice-presidentes
da Federação Angolana de
Patinagem (FAP), os nomes
de Damásio dos Santos “Kais-
sara” e Manuel dos Santos “Né”
estão de fora das cogitações
Marrocos. Nesse país, decorre
também, no referido mês, o
africano de Cadetes de 20 a
26. A Taça dos Clubes Cam-
peões, em ambos os sexos,
acontece de 13 a 22 de Novem-
bro, no Cairo, Egipto.
A 36ª edição da Taça dos
Clubes Vencedores das Taças,
em seniores femininos e mas-
culinos, e a Supertaça Babacar
Fall estão reconfirmadas para
a Argélia como o país organi-
zador. A realização das com-
petições levam em consideração
o contexto actual da propagação
do novo Coronavírus. O Comité
Executivo terá de aguardar pelo
relatório do presidente da
Comissão Médica (CM) para
discutir as medidas de saúde
a serem adoptadas.
Sobre as eleições, prova-
velmente a serem realizadas
no Congresso Ordinário que
antecede o Mundial IHF do
Egipto, de 14 a 31 de Janeiro
de 2021, o actual presidente
para o elenco de “Chipita”.
Conhecedor dos cantos da
casa, onde está há uma década
e meia, Chipita dá indicadores
de falta de confiança nos cola-
boradores directos de Hiron-
dino Garcia e vai efectuar uma
“vassourada” ao elenco que
se pretende “de continuidade”.
Uma das surpresas da lista
pode ser a reintegração de Des-
landes Rafael como vice-pre-
sidente. O antigo craque já
desempenhou o cargo ao tempo
da presidência de Carlos Alberto
Jaime, entre 2004 e 2008. Do
actual elenco, são certas as
M.MACHANGONGO | EDIÇÕES NOVEMBRO
Aremou Mansourou é can-
didato à própria sucessão,
numa lista que catapulta o
angolano Pedro Godinho para
primeiro vice-presidente em
substituição de El Beltagy
Medhat, que deixa o cargo
p o r ra z õ e s p e s s o a i s . A
mudança é a mais visível no
Conselho Executivo.
Os membros do Comité
Executivo e do Conselho são
eleitos, caso o número de
candidatos a um cargo seja
superior a dois. A eleição será
feita por maioria absoluta dos
votos dos candidatos, mor-
mente, das federações mem-
bros presentes no Congresso
e em boa posição financeira
perante a CAHB.
A Confederação remarcou
para Janeiro de 2021 a reali-
zação do próximo Congresso
Ordinário, a ter lugar na cidade
do Cairo, Egipto, por altura
do Mundial IHF, o primeiro
da história com 32 selecções.
permanências de Luís Octávio,
como secretário-geral, e o
vice-presidente Mário Correia
“Bala”, segundo a fonte.
Depois de quatro mandatos
c o m o v i c e - p re s i d e n t e
(2004/2020), “Chipita” diz-
se maduro para a presidência
da Federação e é a primeira
candidatura conhecida. Gestor
de profissão, Pedro Azevedo
tem diploma de gestor des-
portivo validado pelo Comité
Olímpico Angolano (COA).
Quanto a Dionísio Viegas,
candidato derrotado em 2016,
não há qualquer pronuncia-
mento. Uma fonte próxima
do engenheiro assegurou que
“ainda é cedo para se pro-
nunciar”, mas admitiu a apre-
sentação da candidatura na
“devida altura”.
Hirondino Garcia, presi-
dente cessante, vai abdicar
da continuidade.
Breves
HAMILTON MOSTRA
INDIGNAÇÃO PELA
MORTE DE FLOYD
O campeão mundial de
Fórmula 1, Lewis Hamilton,
mostrou toda a sua
indignação pela morte de
George Floyd, em
Minneapolis, às mãos de um
polícia, numa mensagem
partilhada nas redes sociais.
Lewis Hamilton sublinha não
ter visto nem ouvido
ninguém da F1 a pronunciar-
se sobre esta situação,
afirmando mesmo que está
sozinho.
“Vejo aqueles que
permanecem em silêncio,
alguns são as maiores
estrelas, mas permanecem
calados no meio da injustiça.
Não há sinal de ninguém na
minha indústria, que claro é
um desporto dominado por
pessoas brancas. Sou uma
das únicas pessoas negras
lá, estou sozinho. Pensava
que elas veriam por que isto
acontece e diriam algo sobre
isso, mas não podem estar
próximas a nós. Só sei que
sei quem és e que te vejo”,
escreveu o piloto da
Mercedes, reagindo assim no
Instagram ao silêncio que diz
vir da F1.
JR SMITH
JOGADOR
DA NBA ESPANCA
HOMEM NA RUA
O antigo base dos New York
Knicks e campeão da NBA
pelos Cleveland Cavaliers JR
Smith foi gravado, em vídeo
divulgado pela TMZ, a
espancar um homem
durante um protesto pela
morte de George Floyd fruto
de violência policial.
Agora sem clube, Smith
assegurou que a agressão
nada teve a ver com
problemas raciais, mas sim
por lhe terem partido
o carro.
“Ele não sabia de quem era a
janela que ele partiu e levou
uma sova. Persegui-o e
espanquei-o. Isto não é
crime de ódio. Não tenho
nenhum problema com
ninguém que não tenha
nenhum problema comigo.
É um problema com o
sistema”, assegurou, em
vídeo partilhado horas
depois do incidente.
RAFAEL NADAL
CONDICIONA IDA
A ROLAND GARROS
COM CONDIÇÕES
DE SEGURANÇA
Rafael Nadal só defenderá o
título em Roland Garros se
o 'Grand Slam' parisiense
proporcionar “condições de
segurança” sanitária,
afirmou ontem, o tenista
espanhol numa entrevista
ao canal France TV Sport.
“Se pudermos jogar em
condições óptimas de
segurança, se toda a gente
puder participar, se
estiverem reunidas essas
condições, estarei lá,
contudo, neste momento,
há que tomar precauções e
ser responsável com as
decisões adequadas para
proteger a segurança e a
saúde de todos”.
BASQUETEBOL NA HUÍLA
Comissão eleitoral é
nomeada esta semana
Gaudêncio Hamelay | Lubango
A comissão eleitoral da Asso-
ciação Provincial de Basque-
tebol da Huíla, visando a
renovação de mandatos para
o ciclo 2020-2024, cujo pleito
acontece na segunda quinzena
deste mês, vai ser nomeada
no s próximo s dia s num
encontro de concertação com
todos os filiados.
O presidente de direcção
cessante da instituição, Hen-
riques Albano, pondera a
recandidatura para mais um
mandato. As inúmeras difi-
culdades enfrentadas no man-
dato anterior pesam na tomada
da decisão. “Não sei se vou re-
candidatar-me para mais um
mandato. Temos feito o bas-
quetebol de corpo e alma. Pou-
cas pessoas participam do
processo de desenvolvimento
na província”, justificou.
Henriques Albano susten-
tou que gostaria de ver mais
pessoas inseridas e com von-
tade de trabalhar para o bem
da modalidade, mas não tem
sido bem sucedido.
PRÓXIMA ÉPOCA
Desportos náuticos
reabrem em Outubro
Armindo Pereira
A direcção da Federação
Angolana de Desportos Náu-
ticos (FADEN) exortou aos
clubes a dar início a prepa-
ração da época desportiva
2020/2021 prevista para o dia
1 de Outubro, revelou ontem
ao Jornal de Angola o presi-
dente do Conselho Técnico,
Nuno Gomes.
O elenco presidido por
Olga Albuquerque decidiu
dar por terminada a época
2019/2020 na reunião reali-
zada, na semana passada,
devido à propagação da
Covid-19. Os resultados obti-
dos foram considerados e a
medida não sofreu contes-
tação dos associados.
Apesar de o Decreto Pre-
sidencial permitir a realização
de provas federadas a partir
de 27 do corrente, Nuno Gomes
considera ser prematuro: “no
meu entender, devia-se esten-
der mais o prazo (autorizado),
pois se assiste ao aumento de
Equipas recebem luz verde para dar início aos treinos
Terça-feira
2 de Junho de 2020
“Não estamos a ver nin-
guém com interesse de tra-
balhar e fazer face às di-
ficuldades financeiras”, disse
Henriques Albano que pro-
meteu persuadir algumas
pessoas do grupo de trabalho
com perfil para se candidatar
à presidência da Associação.
O dirigente garantiu: “na
ausência de mais candidatos,
também não vamos deixar
morrer o basquetebol. Fizemos
muito e merece um carinho”.
Henriques Albano disse que
a anulação da 42ª edição do
campeonato nacional sénior
masculino de basquetebol foi
“a decisão mais justa tomada
pelos clubes e federação”.
“Em Luanda, a situação da
Covid-19 está a agudizar-se;
a cada dia aumenta o número
de pessoas infectadas e tudo
indica para a passagem à con-
taminação comunitária. A deci-
são tomada visou a preservação
da vida humana”, disse.
Na Huíla, os associados
foram aconselhados a cumprir
as medidas de prevenção,
disse Henriques Albano.
contágios e não sabemos até
que ponto as pessoas vão cum-
prir com as medidas”.
Caberá ao Ministério de
tutela definir, por regula-
mentação própria, a forma
de participação futura de
espectadores nas competições
e treinos desportivos, de
acordo com o Decreto Pre-
sidencial. A nível internacio-
nal, o dirigente lembra que o
Campeonato Africano de
Optimist, na Tunísia, previsto
para Setembro próximo, ainda
não foi cancelado oficial-
mente. No entanto, Nuno
Gomes acredita que o comu-
nicado será feito brevemente.
“O Mundial da classe, pre-
visto para este mês, também
foi cancelado a par das provas
nos 420, 470 e Laser”, avançou
Nuno Gomes.
O Campeonato Africano
de Vela, nas classes 420 e 470,
em ambos os sexos, que
Luanda acolheu de 12 a 18 de
Janeiro, foi a última prova do
calendário internacional.
CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO
JAIMAGENS/FOTÓGRAFO
DESPORTO Terça-feira
2 de Junho de 2020
NA DIRECÇÃO DO PETRO
Sonangol confirma
recondução de Faria
Juscelino da Silva
A direcção da Sonangol deci-
diu, ontem, em reunião rea-
lizada na sua sede, reconduzir
o presidente cessante do Petro
de Luanda, Tomás Faria, para
mais um mandato de quatro
anos, soube o Jornal de Angola
diante de uma fonte próxima
ao Conselho Geral do clube
do eixo-viário.
Depois de um período de
incertezas da massa associa-
tiva, o sócio maioritário do
clube tricolor acabou com as
dúvidas. “O trabalho realizado
em tempos de crise, o sanea-
mento económico feito em
todos os sectores, associado
aos títulos desportivos com
predominância no basque-
tebol, levou a direcção da
Sonangol presidida por Sebas-
tião Pai Querido a dar um voto
de confiança ao antigo pre-
sidente de direcção do Petro
de Luanda”, disse a fonte.
O Jornal de Angola apurou
que a não disponibilidade de
quadros para ocupar o cargo
de presidente de direcção
contribuiu para a permanên-
cia. Nos últimos tempos,
aventou-se o nome de Jorge
Vinhas “Bavi”, membro do
Conselho de Administração,
para ocupar o cargo, mas o
homem forte da petrolífera
angolana, Sebastião Pai Que-
rido, não aceitou que o antigo
DEFESA DO 1º DE AGOSTO
Josemar desperta interesse
de quatro clubes europeus
António Cristóvão
O defesa central do 1º de
Agosto, Josemar Monteiro,
24 anos de idade, está a sus-
citar o interesse de quatro
clubes europeus e a decisão
final está dependente da
direcção liderada por Carlos
Hendrick. O atleta angolano
pode rumar para o Dundee
FC da Escócia, TNS do País
de Gales, Servet da Suíça ou
Doncaster Rovers FC da Ingla-
terra. Os três primeiros são
da primeira divisão e o último
joga na Championship
(segunda divisão).
Em conversa com o Jornal
de Angola, o agente FIFA João
Julião, da Agência Gol de
Classe, e o jogador confirma-
ram a informação.
“Tudo está em aberto. Esta-
mos a analisar o melhor para
o meu desenvolvimento no
mundo do futebol e como
homem. Estamos a negociar.
Tenho contrato com o 1º de
Agosto. Depois da negociação,
vamos passar tudo ao clube
para os trâmites oficiais”, decla-
rou o defesa, que já teve expe-
riência pelo futebol europeu.
O contrato de Josemar com
o 1º de Agosto termina em
Dezembro do corrente ano.
A extensão de negociação até
jogador do clube dirija o Petro
de Luanda. A situação abriu
caminho para Tomás Faria
continuar à frente da direcção
do clube tricolor.
Agora, o presidente recon-
duzido deve elaborar a lista
de membros de direcção que
pretende apre s entar na
Assembleia Geral ordinária
de renovação de mandatos
para o ciclo 2020-2024, agen-
dado para o mês de Julho. O
evento vai ser realizado no
sistema de vídeo-conferência.
Nesse momento, a direcção
do clube está empenhada na
criação de condições de bio-
segurança face à pandemia
da Covid-19. A tomada de
posse do elenco está marcada
para Agosto.
Na última conferência de
imprensa, realizada na sede
social do clube, Tomás Faria
condicionou a continuidade
na presidência do Petro de
Luanda a mudanças constantes
no Conselho de Administração.
Tomás Faria rendeu no cargo
o malogrado Mateus de Brito.
Antes, o clube foi presidido
por António Mangueira, Bote-
lho de Vasconcelos, Silva Neto,
Paulo Gouveia Júnior e Cardoso
Pereira. O Petro de Luanda foi
fundado a 14 de Janeiro de
1980 e movimenta as moda-
lidades de andebol, basque-
tebol, futebol, ginástica, vela,
voleibol, karaté-dó, atletismo
e hóquei em patins.
à janela de Janeiro próximo
pode deixar a direcção de
Carlos Hendrick “sem lucro”.
Josemar Monteiro iniciou
a carreira em 2006 no Clube
Desportivo Rodoviário de
Luanda, agremiação adstrita
ao município do Cazenga.
Depois de seis anos, trans-
feriu-se para o 1º de Agosto.
Com a equipa do Rio Seco,
sagrou-se campeão provincial
e nacional nas classes Sub-
17 e Sub-20 no período entre
2012 e 2015. Em 2015, o defesa
estreou-se na equipa principal
do conjunto militar. Na época
seguinte, foi emprestado ao
ASA por duas épocas. Na
mesma condição, em 2018,
rumou para o Progresso Sam-
bizanga e manteve-se durante
uma época.
No mesmo ano, o atleta
viajou para o continente euro-
peu, onde representou a
equipa da Casa Pia de Portugal
durante seis meses e tinha
como treinador Ruben Amo-
rim. Na janela de transferência
de Verão, o futebolista ango-
lano vestiu as cores do Spor-
ting Club Ideal, equipa do
Campeonato de Portugal,
menos de seis meses. Josemar
Monteiro disputou 24 jogos
com os verde e branco no
grupo C.
Breves
NÉLSON SEMEDO
ACEITA DEIXAR
BARCELONA MAS
SÓ QUER O CITY
Mais um passo consumado
para a saída de Nélson
Semedo do Barcelona.
Segundo a edição de ontem
do diário catalão Sport, o
internacional português
informou à direcção
blaugrana que aceita
abandonar o clube.
No entanto, a ideia
do ala direito está definida:
rumar à Premier League,
onde, de resto,
o Manchester City foi o
primeiro clube a chegar-se à
frente. Inicialmente, os
citizens quiseram colocar
João Cancelo no negócio,
mas o Barça quer uma
negociação meramente
económica e pede 40
milhões de euros.
A Juventus e o Inter
desejavam o jogador, que foi
tópico de conversa nas
várias discussões sobre
trocas neste mercado, onde
entrariam Lautaro Martínez
e Miralem Pjanic, mas, em
última instância, o antigo
jogador do Benfica nunca
quis rumar ao futebol
italiano.
Semedo deverá abandonar o
gigante espanhol ao fim de
três temporadas.
VASCO DA GAMA
CONFIRMA 16 CASOS
DE COVID-19 NO CLUBE
O Vasco da Gama
comunicou, na noite de
domingo, a presença de 16
elementos infectados por
Covid-19 no clube, depois de
realizados 350 testes.
“Estes atletas estão isolados
do grupo, vão continuar com
contacto médico, vão
continuar a fazer exames,
até que tenhamos a certeza
de que eles não possam
transmitir esse vírus para o
resto do plantel”, explicou
Marcos Teixeira, director
clínico do clube.
Além dos jogadores e do
staff técnico, também os
familiares e pessoas
próximas dos jogadores
foram testados.
CLÁUSULA DE SAÍDA
LIVRE DE MESSI
TERÁ EXPIRADO
Foi revelado durante esta
temporada que Lionel Messi
contaria com uma cláusula
no seu contrato que lhe
permitiria sair do Barcelona
esta temporada sem
qualquer custo.
No entanto, apurou a ESPN,
o prazo dessa cláusula terá
expirado no sábado, dia 30
de Maio, data que coincidiria
com a final da Liga dos
Campeões não existissem as
suspensões causadas pela
Covid-19.
DR
SUCESSOR DE ALVES SIMÕES
Altas patentes almejam
liderança do Interclube
Miguel António “Kamuloji” e Manuel Barreiro juntam-se
aos nomes apontados como candidatos à presidência
Condição de actual vice-presidente para a modalidade da bola ao cesto pode ser vantajosa
Honorato Silva
As eleições no Grupo Des-
portivo Interclube, atrasadas
pela ameaça de propagação
da pandemia da Covid-19,
contam, a princípio, com qua-
tro altas patentes da Polícia
Nacional (PN), na corrida à
sucessão de Fernando Alves
Simões, que deixa a liderança
depois de quase duas décadas,
repartidas em dois períodos.
Os comissários Alexandre
Canelas e José Martinez Antó-
nio são os nomes sonantes
nas cogitações feitas à volta
do processo de renovação dos
corpos sociais do clube do
Rocha Pinto. Dos visados a
única resposta conhecida é
o silêncio, quanto ao aludido
interesse em concorrer.
Responsável por duas uni-
dades estratégicas da PN, José
Martinez tem histórico na
gestão desportiva. Ao suceder
Alves Simões, conduziu os
destinos do clube de 2009 a
2011, período no qual os polí-
cias conquistaram, em 2010,
o segundo título no Girabola,
sob o comando técnico do
português Álvaro Magalhães.
Figura respeitada na cor-
poração, Canelas está longe
de ser desconhecido no meio
desportivo. Tem presença
marcante no suporte a elencos
da agremiação, como vice-
presidente para o Futebol,
sem se focar na publicidade
das acções realizadas em prol
do crescimento da colectivi-
dade, terceira força do des-
porto nacional, a seguir aos
colossos 1º de Agosto e Petro
de Luanda.
A abertura do processo a
todos os sócios que reúnam
requisitos para eleger e ser
eleito, contrariamente à indi-
cação directa do candidato
pelo Ministério do Interior, na
qualidade de principal patro-
cinador, sustenta a presença,
entre os prováveis aspirantes
ao cadeirão, do subcomissário
Manuel Barreiro, de quem
se desconhece passado na
gestão do clube. Mas conta
com a experiência acumulada
na Polícia.
Traquejo de Kamuloji
Quem dispensa apresentação
é Miguel António. A caminho
de três décadas dedicadas ao
Interclube, tem domínio de
todos os temas, uma vez ter
integrado várias direcções,
como secretário, director-
executivo e agora vice-pre-
sidente para o Basquetebol.
Provavelmente por respeitar
os prazos, visto não existir
qualquer indicação oficial da
Mesa da Assembleia-Geral,
encabeçada por Ângelo da
Veiga Tavares, Kamuloji, tam-
bém sub-comissário, evita
abordar a questão. Como expe-
riência acumulada, testemu-
nhou a melhoria do parque
desportivo, com o restauro do
pavilhão 22 de Fevereiro
“Bombeiros” e a construção
do Estádio 22 de Junho,
enquanto nos feitos desportivos
esteve envolvido nas conquis-
tas do basquetebol feminino,
no país e no continente, e do
andebol masculino, bem como
no futebol.
Líder a mais tempo
Alves Simões tem o registo
do consulado mais longo na
condução do Interclube. De
forma intercalada, liderou de
1998 a 2009 e de 2012 a 2020,
razão pela qual é considerado
o suporte da equipa que em
2007, orientada pelo brasileiro
Carlos Mozer, inscreveu pela
primeira vez o nome dos polí-
cias no palmarés dos cam-
peões da principal prova do
31
MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO
futebol angolano.
A futura Liga de Clubes
parece ser a próxima paragem
do dirigente desportivo, um
dos impulsionadores do sur-
gimento da referida estrutura,
a par de Tomás Faria, presi-
dente do Petro. Sabe-se que
há trabalho adiantado, com
o conhecimento da Federação
Angolana de Futebol, que
deve cuidar da formação e
das selecções nacionais.
Inicialmente agendada
para 25 de Março, no entanto
inviabilizada pela Covid-19,
a Assembleia-Geral de mar-
cação das eleições deve acon-
tecer no dia 26, isso em res-
peito ao desconfinamento
gradual estabelecido pelas
regras da Situação de Cala-
midade Pública vigente no
país, depois de dois meses de
Estado de Emergência.
Percurso histórico
Fundado a 28 de Fevereiro de
1976, sob a designação Grupo
Desportivo CPA, seguindo-se
CPPA e Inter Clube de Luanda,
a agremiação tem como pri-
meiro presidente Santana
André Pitra “Petroff”. Alexan-
dre Rodrigues Duarte “Kito”,
Francisco Magalhães Paiva
“Nvunda”, Fernando da Pie-
dade Dias dos Santos, António
Wime Nunes “Mona” e José
Maria Alves de Castro “Gegé”
integram o quadro de honra.
Além do futebol, basque-
tebol e andebol, o clube movi-
menta as modalidades de
atletismo,boxe, judo e tiro
aos pratos. No “desporto rei”,
há ainda registo de três con-
quistas da Taça de Angola,
em 1996, 2003 e 2011, sem
deixar de mencionar a pre-
sença, em 2001, na final da
Taça dos Vencedores das Taças
Africanas, com Oliveira Gon-
çalves no comando.

TER02JUN
ALTO
Garantias
Protecção à criança
Assinalou-se, ontem, mais um
Dia Internacional da Criança,
numa altura em que a pandemia
do novo coronavírus continua
a espalhar-se, causando grandes
perturbações na vida familiar,
preocupações com a segurança
e o bem-estar das crianças, todas
elas fora da escola por um pe-
ríodo prolongado. Diante dessas
preocupações, que são globais,
é preciso reconhecer os esforços
das autoridades angolanas para
retirar das ruas centenas de
crianças que viviam do que re-
colhiam dos contentores de lixo.
Segundo o Instituto Nacional
da Criança (INAC), foram retira-
das das ruas e levadas para cen-
tros provisórios de acolhimento,
em todo o país, pouco mais de
800 crianças, no quadro das me-
didas de prevenção para travar
a propagação da pandemia da
Covid-19. São números que dão
uma média de 44 crianças reti-
radas das ruas nas 18 províncias
do país. Em relação ao universo
de crianças que deambulam
pelas ruas do país poderá pare-
cer pouco, mas não deixa de
ser um primeiro grande passo
para que as crianças deixem as
ruas e tenham protecção social.
BAIXO
Violações
Distanciamento social
Embora possa parecer redun-
dante, pelo número de abor-
dagens que o assunto tem me-
recido, nunca é demais chamar
a atenção para o necessário
distanciamento social e o uso
obrigatório de máscaras no es-
paço público. E o cumprimento
desta obrigação deve partir de
cada cidadão. Não permitir
que alguém sem máscara se
aproxime no espaço público,
como acontece nas longas filas
para levantar dinheiro nos mul-
ticaixas de Luanda.
DR
INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA
Quatro em cada 10 cidadãos
abaixo da linha de pobreza
Angola apresenta uma taxa
de incidência da pobreza de
41 por cento, ou seja, quatro
em cada dez angolanos tem
um nível de consumo abaixo
da linha de pobreza (12.181
kwanzas/mês, equivalente a
18,7 euros), segundo o Relatório
de Pobreza para Angola 2020.
Segundo o Relatório de
Pobreza para Angola 2020:
Inquérito sobre Despesas e
Receitas (IDR - 2018/2019),
particularmente sobre a Pobreza
Monetária, a pobreza em Angola
é maior em oito províncias, e
do total da população pobre,
mais de metade (56 por cento)
reside em zonas rurais.
O estudo, elaborado pelo
Instituto Nacional de Esta-
tística (INE) e concluído em
Dezembro de 2019, sublinha
que o índice de profundidade
da pobreza no país é de dez
por cento, o que representa
o “défice médio do consumo
por pessoa abaixo da linha
de pobreza”.
De acordo com o relatório,
o índice de intensidade da
pobreza é de quatro por cento,
“medida que reflecte a seve-
ridade da pobreza, tendo em
conta a desigualdade existente
entre os pobres”, onde os
índices apresentam valores
altos nas áreas rurais (56 por
cento) do que na urbana (44
por cento).
Sobre os índices de pobreza
por área de residência, o
estudo observa que a pobreza
é maior nas zonas rurais (57,2
por cento), quase o dobro em
relação às áreas urbanas (29,8
por cento).
Em relação ao índice de
profundidade, o défice de
consumo é duas vezes supe-
rior nas áreas rurais 14 por
cento comparativamente a
sete por cento nas áreas urba-
nas, sendo que o índice de
intensidade na área rural (6,2
por cento) é duas vezes supe-
rior comparado com a área
urbana (3,3 por cento).
ANTÓNIO COSTA SILVA
Primeiro-Ministro português
indica conselheiro económico
António Costa Silva, nascido
em Angola, é o independente
escolhido pelo Primeiro-
Ministro português, António
Costa, para desenhar um pro-
grama de recuperação eco-
nómica. Segundo o Expresso,
o CEO da petrolífera Partex
Cidadãos com 65 ou mais anos são os mais pobres em Angola
Quanto ao sexo, a pobreza
incide maioritariamente nos
homens com 40,8 e mulheres
com 40,2 por cento.
O relatório Pobreza IDR
assinala também que a pobreza
é maior nas províncias do
Cuanza-Sul, Lunda-Sul, Huíla,
Huambo, Uíge, Bié, Cunene
e Moxico, “onde mais de me-
tade da população é pobre”.
As províncias do Namibe,
Benguela, Cuanza-Norte e
Bengo apresentam uma inci-
dência entre 42 e 48 por cento.
Luanda apresenta o menor
índice de incidência da pobreza
com 20 por cento, enquanto
o Cunene e Moxico apresentam
o maior índice de incidência
com 62 por cento.
Cunene, Bié e Moxico são
as províncias que apresentam
os índices de profundidade
de pobreza mais elevados,
com 16 e 18 por cento, res-
pectivamente. Os mais baixos
encontram-se em Cabinda,
Luanda e Lunda-Norte, com
quatro por cento cada.
Segundo o relatório, a dis-
tribuição do índice de inci-
dência é acima da média
nacional nas áreas urbanas
das províncias do Bié (53 por
cento), Huambo (52 por
vai negociar com todos os
ministros do Governo por-
tuguês um plano com as apos-
tas estruturais para a eco-
nomia. E vai falar com partidos
e parceiros, em nome do Pri-
meiro-Ministro.
Esta semana, também
FRANCISCO BERNARDO
cento), Lunda-Sul (49 por
cento), Uíge (45 por cento),
Cuanza-Norte (44 por cento)
e Moxico (43 por cento).
O estudo, compulsado pela
Lusa, adianta, igualmente,
que os índices de pobreza
mais elevados estão na popu-
lação com 65 anos ou mais,
com uma incidência de 43,7
por cento, profundidade de
12,7 por cento e intensidade
de 5,8 por cento. Os índices
mais baixos encontram-se
na população com idades
inferiores a 34 anos.
“O nível de escolaridade
está claramente associado à
situação de pobreza. Quanto
mais elevado é o nível de esco-
laridade da população, mais
baixo é o nível de pobreza. 57
por cento da população não
possui nenhum nível de esco-
laridade e 55 por cento com
o ensino primário é pobre”,
lê-se no relatório. Apenas 17
por cento da população que
tem o ensino secundário ou
acima é pobre.
Angola vive desde finais
de 2014 uma profunda crise
económica, financeira e cam-
bial provocada pela queda do
preço do petróleo no mercado
internacional.
Emmanuel Macron, em
França, pediu isso a um grupo
de economistas liderado pelo
ex-economista-chefe do FMI
Olivier Blanchard e o Nobel
de Economia Jean Tirole.
Em declarações ao jornal
digital “Eco”, o conselheiro
independente do Governo
português explicou que o
plano levará meses e trata-
se de uma tarefa cívica que
vai desempenhar “pro bono”,
ou seja, sem remuneração.
CELEBRAÇÃO DO 1 DE JUNHO
MPLA advoga protecção
dos direitos das crianças
O MPLA encorajou, ontem,
o Executivo a proceder ao
adequado reajustamento das
medidas de políticas eco-
nómicas e sociais, com vista
à melhoria das condições de
vida, protecção dos direitos,
o crescimento e desenvol-
vimento integral das crianças
angolanas e suas famílias.
Numa nota divulgada em
alusão ao Dia Internacional
da Criança, assinalado on-
tem, o Bureau Político do
partido no poder realça que
as crianças são um dos ele-
mentos nucleares de toda
a acção e pensamento polí-
tico do MPLA.
De acordo com o docu-
mento, o cidadão e as famí-
lias são o primeiro e o mais
importante activo de Angola,
constituindo a prioridade
das prioridades das políticas
do Executivo.
Reafirma a predisposição
em salvaguardar a protecção
integral dos direitos e garan-
tias fundamentais das crian-
ças, o incentivo à expansão
da educação pré-escolar, o
apoio às instituições de aten-
dimento e acolhimento de
crianças desamparadas, bem
como a promoção e amplia-
ção de infra-estruturas des-
tinadas à interacção e di-
versão das crianças.
MPLA solidário com meninas e meninos de todo o mundo
António Costa Silva nasceu
em Catabola, província do
Bié, em 1952. Professor uni-
versitário em Portugal, no
Instituto Superior Técnico
(IST), tem uma longa carreira
à frente de empresas de pros-
pecção e exploração de petró-
leo e gás. Publicou dois livros
de ficção: “Manuel Muhongo,
a Queda do Pescador” e “Des-
conseguiram Angola”.
Com licenciatura em En-
genharia de Minas (IST),
PUBLICIDADE
Saúda, por outro lado, os
profissionais que trabalham
nas áreas vocacionadas ao
cultivo da alegria e da qua-
lidade de vida desta impor-
tante franja da população
angolana.
“O Bureau Político do
MPLA estende um abraço de
solidariedade aos meninos e
meninas de todo mundo víti-
mas da pandemia da Covid-
19”, lê-se na nota.
Mensagem da LIMA
A Liga da Mulher Angolana
(LIMA), organização femi-
nina da UNITA, entende que
o Executivo é chamado à res-
ponsabilidade, no sentido
de preparar as crianças para
um futuro saudável, pois elas
são os continuadores fiéis
da observância das ideias de
qualquer país.
O Executivo e a socieda-
de em geral devem velar
pelas crianças em todas as
estações do ano e não se lem-
brarem delas apenas no dia
1 de Junho e na quadra fes-
tiva, refere a nota. De acordo
com o documento, as crian-
ças precisam de mais atenção
para que se tenha um futuro
seguro e soberano, consi-
derando que os petizes de
hoje são os homens e mulhe-
res de amanhã.
DR
António Costa Silva fez o Mes-
trado e o Doutoramento no
Imperial College de Londres,
no Reino Unido.
Em 1980 iniciou a sua acti-
vidade profissional na Sonan-
gol, fazendo parte do De-
partamento de Produção,
dedicando-se a estudos de
reservatórios e execução de
planos de produção, assim
como à análise e interpretação
de testes de poços nos campos
da Bacia do Cuanza.