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SAB28MAR
Sábado
28 de Março de 2020
Ano 44 • N.º 15943
Kz 45,00
Director: VÍCTOR SILVA
Director-Adjunto: CAETANO JÚNIOR
www.jornaldeangola.co.ao
NESTA EDIÇÃO
LENIZA SAMPAIO E SOFIA VALE
Contratos, pandemia
e força maior
OPINIÃO • 7
PLEITO NO MALI
Líder da oposição
está desaparecido
em véspera de eleições
ÁFRICA • 22
GUINÉ-BISSAU
Primeiro-Ministro
dirige-se à Nação
pelas redes sociais
ÁFRICA • 22
FUTEBOL
Barcelona reduz
salários da equipa
principal
DESPORTO • 31
STANDARD & POORS
Condições adversas fazem
cortar o rating de Angola
ECONOMIA • 13
FLORBELA FERNANDES
Mulheres devem
agregar valor às tarefas
ESPECIAL • 12
MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO
CONSELHO DE MINISTROS
Medidas para
travar o Covid-19
e reduzir o impacto
económico e social
Redução de 28 para 21 Ministérios
OGE-2020 vai ser revisto
1,5 mil milhões de dólares
do Fundo Soberano para o Covid-19
Acelerar as privatizações
Regularização de todos
os atrasados no sistema
Redução das viagens
dos membros do Executivo
DESTAQUE • 3 A 7
PAÍS MANTÉM OS QUATRO CASOS POSITIVOS
100 amostras aguardam resultados laboratoriais DESTAQUE • 3 A 7
MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO
GOVERNADOR DO BANCO CENTRAL
NA CAPITAL
BNA institui moratórias Um agitado
no Estado de Emergência
O Banco Nacional de
Angola (BNA) tem imi-
durante o Estado de
Emergência que vigora
começo do Estado
nente a publicação de
um regime que impede
de ontem até ao dia 11
de Abril. O anúncio foi de Emergência
os bancos comerciais de feito pelo governador
penalizarem clientes que do BNA, José de Lima DESTAQUE • 3 A 7
i n c o r ra m e m m o ra Massano. ÚLTIMA • 32
DEPOIS DAS ENCHENTES
Sonangol anuncia reforço
de gás nos postos de venda
A Sonangol negou qual- enchentes que se veri-
quer rotura de stock de fi c a ra m o n te m , e m
produtos e garantiu que vários pontos de Luanda,
já começou a fazer o rea- com pessoas à procura
bastecimento dos postos de gás. A companhia pro-
de venda. O anúncio mete colocar mais botijas
surge na sequência das em circulação. ÚLTIMA •32
2 POLÍTICA
Fusões fazem reduzir
número de ministérios
Durante a terceira sessão do Conselho de Ministros, orientada pelo PR, foram tomadas medidas transitórias para travar
Covid-19, uma das quais passa pela desmobilização de 1.5 mil milhões de dólares do Fundo Soberano de Angola,
enquanto se aguarda pela efectivação da revisão do OGE 2020
João Dias
O Executivo angolano passa
a ter 21 ministérios, com o
corte de sete dos anteriores
28, anunciou ontem a ministra
das Finanças, Vera Daves. Os
sete ministérios extintos,
alguns dos quais fundidos,
juntam-se aos quatro retirados
logo no início da legislatura.
Deste modo, foram, no total,
cortados 12, mantendo-se 21.
A medida foi tomada, ontem,
durante 3ª sessão Ordinária
do Conselho de Ministros,
que decorreu no CCTA, sob
a orientação do Presidente
da República, João Lourenço.
Assim, à luz da fusão, pas-
samos a ter o Ministério da
Defesa Nacional e Veteranos
da Pátria; Ministério dos Trans-
portes Telecomunicações e
Tecnologias de Informação;
Ministério da Agricultura e
Pescas; Ministério da Cultura
Turismo e Ambiente; Minis-
tério das Obras Públicas e
Ordenamento do Território e
Ministério da Indústria e
Comércio. Os outros são
Ministério das Relações Exte-
riores; Ministério do Interior;
Ministério da Economia e Pla-
neamento; Ministério das
Finanças; Ministério da Admi-
nistração do Território e
Reforma do Estado; Ministério
da Administração Pública
Trabalho e Segurança Social;
Ministério da Justiça e dos
Direitos Humanos; Ministério
da Energia e Águas; Ministério
da Educação; Ministério da
Comunicação Social; Minis-
tério da Saúde; Ministério do
Ensino Superior Ciência e
Inovação; Ministério da Acção
Social, Família e Promoção
da Mulher; Ministério da
Juventude; Ministério dos
Recursos Minerais e Petróleos
e Ministério dos Desportos.
Segundo a ministra Vera
Daves, a Proposta de Rees-
truturação do Executivo foi
aprovada, porque “enten-
demos que os sacrifícios
devem ser partilhados entre
o Governo, as famílias e as
empresas”. A governante
realça, por outro lado, que
o Executivo é também pela
suspensão de aquisição de
viaturas e de imóveis.
O próximo passo, a seguir
à redução dos departamentos
ministeriais, será trabalhar
na fusão de institutos e direc-
ções nacionais, em medidas
resultantes do exercício de
encolhimento do aparelho
administrativo. A ministra
das Finanças anunciou, igual-
mente, que vão ser reduzidas
as viagens dos membros do
Executivo e das delegações
CONTENÇÃO DE GASTOS PELO EXECUTIVO
Vera Daves anunciou a execução de medidas de política adicionais antes da revisão do OGE
Mil Milhões e meio de dólares para combater o Coronavírus
Como medidas transitórias para travar o Covid-
19, o Executivo vai desmobilizar do Fundo Soberano
de Angola 1.5 mil milhões de dólares. A medida
deve ser concretizada enquanto não é efectivada
a revisão orçamental. Para isso, o Conselho de
Ministros aprovou o Decreto Presidencial que dá
“luz verde” às Medidas Transitórias de Resposta
à Baixa do Preço do Petróleo e o Impacto da
Pandemia do Covid-19 no OGE 2020.
Vera Daves explicou que, enquanto isso, vai ser
levada a cabo um conjunto de medidas de política
adicionais, uma das quais passa por desmobilizar
recursos adicionais do Fundo Soberano de Angola, no
valor de 1.5 mil milhões de dólares, mediante o com-
promisso de uma futura recapitalização, tão logo as
condições das finanças públicas assim o permitam.
“O valor de desmobilização adicional nada tem
a ver com o valor que já está reservado para execução
do PIIM”, esclareceu.
A ministra das Finanças sublinhou que a estas
medidas junta-se a aceleração da alienação de
participação e activos do Estado, no âmbito do
programa de privatizações, sendo que todas as
alterações legislativas devem ser feitas com alguma
brevidade, para que a implementação do programa
seja feita ao abrigo das medida de aceleração.
No rol de medidas, o Conselho de Ministros
aprovou também a proposta de incentivo ao
Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), de
modo a rentabilizar as suas disponibilidades,
mediante aquisição de Obrigações e Bilhetes de
Tesouro em condições de mercado. O objectivo é
que, deste modo, o INSS contribua para o finan-
ciamento ao OGE.
MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÔES NOVEMBRO
Suspensão de pagamento
da divida em cash
Outra das medidas, anunciou a ministra, tem a
ver com a suspensão do pagamento em cash de
divida comercial contratada fora do Sistema
Integrado de Gestão Financeira do Estado, em
cumprimento das regras de execução orçamental,
num compromisso para regularizar todos os atra-
sados registados em sistema.
“Toda a dívida vai ser paga, mas a que chegou
a ser contratada fora do Sistema Integrado da Gestão
Financeira do Estado, a partir da entrada em vigor
do decreto, apenas será paga via titulo ou compen-
sação fiscal. Fica fora da equação pagamentos em
cash para este tipo de divida”, sustentou Para Vera
Daves, a intenção do Executivo é motivar os credores
internos, como instituições financeiras bancárias,
a aumentar o rácio da divida interna a uma taxa
mínima de 50 por cento. A ideia é também identificar
e operacionalizar todas as fontes de financiamento
possível, para a mobilização de recursos e fazer
face aos efeitos directos e indirectos da pandemia
do Covid-19.
Isenção do IVA
No âmbito destas medidas, a ministra das Finanças
anunciou também a autorização da isenção do
Imposto sobre Valor Acrescentado e Direitos Adua-
neiros para as mercadorias importadas para fins
de ajuda humanitária e doações, afirmando que
não devem ser tributadas todas as empresas que
pretendam ajudar e unir esforços ao Estado nessa
iniciativa de combater a doença.
As Finanças propõem ainda um conjunto de
Sábado
28 de Março de 2020
executivas governamentais ser dado ao sistema nacional
ao estritamente necessário. de Saúde e a todas as medi-
O objectivo, explica a das de combate e propagação
ministra, é minimizar os cus- do Covid-19.
tos, a contar já com a medida Para já, segundo a ministra,
que vai redefinir e tipificar a deverão ser feitos ajustes com
gama de viaturas a serem atri- o preço de referência do barril
buídas aos gestores públicos, de petróleo abaixo dos 35 dóla-
no exercício das suas funções, res, num cenário em que será
para as diferentes categorias preciso calibrá-lo para o mais
de responsabilidade. A escolha próximo possível do que pode
recai para modelos que repre- ser concretizável, numa altura
sentem menos peso financeiro em que a referência da pro-
para o Estado. dução nacional situa-se nos
“O Executivo vai suspender 1.36 milhões de barris.
a aquisição de novas viaturas Os ajustes devem incidir
para uso pessoal e redefinir também nos diamantes, num
a prioridade das viaturas cujo momento em que o Execu-
processo de aquisição já tenha tivo trabalha com uma refe-
sido autorizado e iniciado”, rência de 100.3 dólares por
disse Veras Daves. kilate para os diamantes, em
comparação com os 162 dóla-
OGE enviado à AN em Maio res, que era a referência no
O Conselho de Ministros orçamento que ainda está
aprovou a Proposta de Revi- em vigor. A par disso, o Exe-
são do OGE 2020, que deve cutivo prevê uma taxa de
ser submetida à apreciação crescimento negativa, num
da Assembleia Nacional até cenário em que pode baixar
15 de Maio, a juntar-se a um para 1.21 por cento do PIB,
pacote de medidas de natu- caso se confirmem as variá-
reza estrutural e imediata, veis previstas.
para a serem implementa- A ministra Vera Daves afir-
das, enquanto decorre o pro- mou que as decisões estão a
cesso de discussão do OGE ser tomadas num alinha-
revisto. Com isso, o Execu- mento com o actual momento
tivo pretende manter o equi- que o mundo está a viver,
líbrio estratégico das contas numa altura em que Angola
públicas, sem descurar o está a ser atingida por uma
apoio financeiro que deve onda de vários choques.
medidas provisórias e com efeitos imediatos, que
passam por cativar 30 por cento das despesas da
categoria Bens e Serviços, desde que não estejam
relacionadas com alimentação, limpeza, medica-
mentos e saneamento, bem como suspender parte
das despesas de capital que não tenham finan-
ciamento garantido, com destaque para novas
aquisições de imóveis no país ou no estrangeiro.
Neste sentido, devem ser também suspensas
as despesas de apoio ao desenvolvimento, que
não sejam de carácter prioritário e estrutural,
suspender todos os créditos adicionais, com
excepção das despesas com o pessoal e projectos
de carácter prioritários e estrutural, suspender
todos os processos de novas admissões e pro-
moções na Função Pública, com excepção dos
sectores já previamente aprovados, nomeadamente
Educação e Saúde.
Veras Daves disse também que vai ser proibido
o processamento de despesas fora do Sistema
Integrado de Gestão das Finanças Públicas e acelerar
a implementação dos mecanismos para permitir
o processamento de todas as despesas com o pes-
soal, inclusive o não civil, seja feito no Sistema
Integrado de Gestão de Finanças Públicas.
Ontem, o Conselho de Ministros olhou para a
necessidade, em breve, de autorização de créditos
adicionais para o desenvolvimento de programas
de combate à pobreza, abastecimento logístico,
acções inspectivas, programas ligados à luta contra
as grandes endemias, projectos de protecção
social, de reestruturação e reabilitação de vias
estruturantes. Para este último, serão necessárias
parcerias público-privadas.
DESTAQUE Sábado
28 de Março de 2020
ESTADO DE EMERGÊNCIA
Transportes colectivos
têm serviços mínimos
É permitida a venda ambulante, desde que
individualmente, ao mesmo tempo que deve ser
observado um distanciamento mínimo entre o
vendedor e o comprador. Os mercados públicos,
formais ou informais, devem manter-se em
funcionamento, mas com limitações. Neste
período excepcional, estes locais devem
funcionar das 6 às 13 horas
Garrido Fragoso
Os transportes colectivos
essenciais à mobilidade vão,
durante o Estado de Emer-
gência, que vigora desde
ontem, manter-se em fun-
cionamento, apenas para a
prestação de serviços míni-
mos, afirmou o ministro da
Administração do Território
e Reforma do Estado. Adão
de Almeida apresentou, na
quinta-feira, em conferência
de imprensa, as medidas
excepcionais contidas no
Decreto Presidencial sobre o
Estado de Emergência.
“A disponibilidade dos
transportes públicos de pas-
sageiros deve ser reduzida,
ficando também proibida a
prestação de serviços de
moto-táxis”, afirmou, na oca-
sião, o ministro.
Segundo Adão de Almeida,
os transportes rodoviários e
ferroviários devem manter o
funcionamento apenas para
prestação de serviços ligados
à transportação de bens e mer-
cadorias essenciais. salientou
Órgãos de Defesa
e Segurança
O Presidente da República,
enquanto Comandante-em-
C h e fe d a s Fo rça s A r m a d a s
Angolanas, autoriza o recurso
aos órgãos de defesa e segu-
rança para garantia do cum-
primento do disposto no
presente diploma.
Os Ministérios da Defesa
Nacional e do Interior vão tomar
as medidas necessárias para
garantir o engajamento do efec-
tivo da Polícia Nacional e das
Forças Armadas, na garantia do
cumprimento do disposto no
Decreto Presidencial, de acordo
com o que se recomenda e con-
sidera necessário proporcional.
O ministro da Administração
do Território disse que, no
âmbito das medidas excepcio-
nais, é recomendada a Requi-
sição Civil de médicos e
enfermeiros na reforma, com
excepção para os vulneráveis
à pandemia do Covid-19. Foi
delegada competência à minis-
tra da Saúde para tomar as
medidas necessárias para requi-
sitar os médicos e enfermeiros
na reforma.
O Decreto Presidencial deter-
mina o Ministério da Justiça e
dos Direitos Humanos a articular
3
portas. Todas as competições
desportivas, incluindo os trei-
nos desportivos, devem, igual-
mente, estar suspensas.
O s e stab e l e c i m e nto s
comerciais privados, à excep-
ção dos que prestam serviços
essenciais, nomeadamente,
de bens alimentares a grosso
e a retalho, bancos e serviços
de pagamentos automáticos,
telecomunicações e serviços
de imprensa, rádio e televi-
são, hotelaria, restauração
para serviços de “take-away”
e entrega ao domicílio, postos
e serviços que integram a
cadeia de abastecimentos
de combustível (postos de
gasolina, centros de arma-
zenamento, estrutura de
transportes para abasteci-
mento aos postos), agências
funerárias e serviços cone-
que, neste capítulo, deve também ficam proibidas as cidadãos internados em de biossegurança e outros, xos, manutenção e reparação
haver circulação entre uma actividades recreativas, cul- estabelecimentos hospita- estão sujeitos ao regime de veículos e demais serviços
e outra província, desde que turais e de lazer, sobretudo lares e prisionais. excepcional de licenciamento, essenciais à vida colectiva
seja para abastecimento de as realizadas em espaços de modo a facilitar a celeridade devem manter-se abertos
produtos alimentares ou outros públicos. As discotecas, Contratação simplificada na entrada desses bens. mediante parecer favorável
bens considerados essenciais. salas de jogo, bares e simi- Segundo o ministro, a aqui- das autoridades sanitárias
Como forma de prevenção lares (excepto para prestação sição de bens e serviços Relações jurídico-laborais competentes.
do Covid-19, o Decreto Pre- de serviços de entrega ao urgentes, necessários ao con- Adão de Almeida disse que, Os empregadores dos refe-
sidencial define um limite domicílio), espaços públicos trole e combate à pandemia enquanto durar o Estado de rido s e stab ele cimento s
máximo de um terço de pas- de prática desportiva ou de do Covid-19, fica sujeita a Emergência, fica proibida a comerciais são obrigados a
sageiros em simultâneo nos lazer em zonas balneares, regras especiais, e não nor- cessação de relações jurídico- criar condições de biossegu-
transportes colectivos, quer actividades culturais e des- mais, da contratação pública, laborais, com fundamento na rança para a protecção, quer
sejam públicos, quer privados, portivas, museus, biblio- devendo ser adquiridos ausência dos trabalhadores do pessoal, quer dos utentes
de acordo com a capacidade tecas, teatros, monumentos mediante o regime de con- no local de trabalho. dos serviços, sendo proibido
máxima dos mesmos. Lem- e similares, feiras e expo- tratação simplificada. “Durante o período de o encerramento dos mesmos.
brou que a violação dessa sições também devem estar Do ponto de vista da excepção, os empregadores O Estado, em caso de encer-
regra pelo prestador de serviço encerrados. importação de produtos e da não podem despedir traba- ramento, pode adoptar as
representa desobediência, O mini stro Adão de sua regularização fiscal, é lhadores, com o fundamento medidas necessárias para
podendo determinar a Almeida disse, por outro lado, adoptada um regime excep- na ausência do local de tra- colocar esses equipamentos
apreensão do veículo. que os cultos e celebrações cional para que a importação balho, por força do Estado de a funcionar.
religiosas também estão sus- de bens e serviços essenciais Emergência. Mas isso não Os órgãos competentes de
Actividades políticas pensos na sua dimensão esteja sujeito ao regime de impede a aplicação de medi- inspecção das actividades
As actividades politicas que colectiva em todos os lugares, regularização a posterior. das disciplinares, para aqueles económicas devem manter
impliquem a concentração lembrando que a liberdade "As formalidades normais casos de trabalhadores em o funcionamento em pleno,
de mais de 50 pessoas, bem religiosa e de culto, na sua não vão ser cumpridas sempre funcionamento durante esse podendo ser apoiados durante
como as reuniões e manifes- dimensão individual, pode que se tratar de importação período”, referiu. o Estado de Emergência pelos
tações que juntem igual ser exercida pelos cidadãos. de bens essenciais para a Durante os 15 dias de dura- órgãos de Defesa e Segurança,
número de cidadãos estão As cerimónias fúnebres situação do Estado de Emer- ção do Estado de Emergência, com a incumbência de iden-
interditas neste período que integrem mais de 50 gência", explicou Adão de os estabelecimentos de ensino tificar e sancionar quaisquer
excepcional. Por força do pessoas também estão proi- Almeida. Acrescentou que a e centros de formação pro- práticas de especulação de
Estado de Emergência, disse bidas. O período de excep- importação de bens alimen- fissional, quer públicos, quer preços pelos estabelecimen-
o ministro Adão de Almeida, ção interdita as visitas a tares, medicamentos, material privados, devem encerrar as tos comerciais.
Mercados e venda ambulante
Os mercados públicos, quer sejam ser observado um distanciamento sanitárias competentes. Essas unidades,
formais, quer informais, devem man- mínimo recomendado entre o vencedor sublinhou, devem criar as condições
ter-se em funcionamento, mas com e o comprador. o Diploma Presidencial de biossegurança para os seus funcio-
limitações, referiu o ministro Adão de proíbe os mercados informais de rua, nários, sendo nesse caso proibido o
com os Conselhos Superiores Almeida. Neste período excepcional, que impliquem a concentração de ven- encerramento das mesmas, salvo em
das Magistraturas Judicial e do abrem as portas das 6 às 13 horas, dedores num determinado local. situação de força maior.
Ministério Público, no sentido comercializando apenas produtos Adão de Almeida disse também Não estão afectadas pelas medidas
de adoptar as providências ade- essenciais, como os de higiene e lim- que, enquanto durar o Estado de Emer- excepcionais, as unidades de produção
quadas à garantia e efectivação peza, bens alimentares ou gás butano. gência, ficam encerradas as unidades agrícola, bem como as actividades da
do acesso ao direito e aos tri- A venda de bens não essenciais está industriais, com excepção para as que agricultura familiar e de subsistência.
bunais para salvaguarda dos interdita. Sempre que o perigo de con- se dedicam à produção de bens ali-
direitos, liberdades e garantias tágio sanitário exista as instituições mentares e bebidas, produtos essenciais Inquilinos e despejos
dos cidadãos. competentes podem determinar o aos serviços de saúde, as petrolíferas Enquanto durar o período excepcional,
Adão de Almeida lembra encerramento do mercado. e respectivos serviços de apoio, indústria ficam proibidos os despejos de inqui-
ainda que, durante o período Por outro lado, os órgãos que gerem mineira, unidades de produção de car- linos nos contratos de arrendamento
excepcional, documentos oficiais os mercados devem criar as condições tão, vidro e plásticos, bem como as habitacionais.
caducados, como o Bilhete de para que se observe um distanciamento que trabalham em ciclos de produção “Neste período, o proprietário da
Identidade, Carta de Condução, mínimo entre as pessoas, bem como contínua (utilizam fornos com altas residência não pode despedir o inqui-
livrete, Título de Propriedade adoptar medidas para a desinfestação temperaturas no seu processo produ- lino, mas a medida não implica a deso-
Automóvel, Passaportes, bem dos mesmos. A venda ambulante é per- tivo) e outras essenciais à vida colectiva, neração da responsabilidade do
como os vistos de turismo e tra- mitida, desde que individual, devendo mediante parecer das autoridades pagamento da renda”, explica.
balho, incluindo os cartões de
estrangeiro residente, conti-
nuam válidos. As licenças e
autorizações mantêm-se,
igualmente, válidas, indepen-
dentemente do decurso do
Comunicação Social
prazo respectivo. Em relação aos Órgãos de Comunicação Social públicos sobre a pandemia do Covid-19, através de medidas de
Enquanto durar o Estado de e privados, a medida excepcional estabelece que os sensibilização, nos termos a definir pelo Ministério da
emergência, também ficam mesmos devem manter-se em funcionamento e colaborar Comunicação Social.
sem efeito as interpelações, com as autoridades competentes. As medidas excepcionais passam ainda pelo reforço
constituições em moira, e exe- É recomendada aos órgãos a redução do efectivo a da sensibilização e educação cívica sanitária dos
cuções decorrentes do atraso uma força de trabalho considerada mínima e indispensável, cidadãos e utilização do regime do voluntariado,
do cumprimento de obrigações podendo os outros serem dispensados e solicitada a podendo os cidadãos serem convocados para prestar
que não possam ser realizadas prestação regular de informação pública sobre a evolução serviços nesta condição.
por decorrência da aplicação da pandemia no pais. Aos ministros são delegadass competências para regu-
das medidas previstas no pre- Segundo o ministro Adão de Almeida, a Media deve lamentarem e tomarem medidas necessárias à boa
sente diploma. ainda reservar espaços na sua grelha, para informar execução do presente Decreto Presidencial.
4 DESTAQUE Sábado
28 de Março de 2020

RASTREIO DA PANDEMIA

Cem pessoas aguardam

pelos resultados
das amostras
Nos últimos dois dias, o Instituto Nacional de
Investigação em Saúde fez o rastreio de 281 viajantes. A
província de Luanda tem em quarentena institucional 535
pessoas em Calumbo e duas unidades hoteleiras

Mazarino da Cunha
Os resultados dos testes labo-
ratoriais de 100 pessoas em
quarentena institucional
serão anunciados hoje, garan-
tiu ontem, em Luanda, o
secretário de Estado para a
Saúde Pública.
Fra n c o Mu fi n d a , q u e
falava à imprensa, sobre a
evolução do Covid-19 em
África e no mundo, disse
que, quinta-feira e ontem,
foram rastreados 281 via-
jantes, dos quais 100 ficarão
a saber hoje os resultados
dos testes realizados no Labo-
ratório do Instituto Nacional
de Investigação em Saúde.
Os quatro casos positivos
do Covid-19, três internados
na Clínica Girassol e um no
Centro de Tratamento da Barra
do Kwanza, continuam cli-
nicamente estáveis. Franco
Mufinda revelou que duas
pessoas, das 12 isoladas, saíram
dessa condição.
Em relação à quarentena
institucional a nível das pro-
víncias, o secretário de Estado
para a Saúde Pública referiu
que Luanda controla 535 via-
jantes, distribuídos nos centros
Calumbo I e II, Hotéis Victória
Gardem e Viana. Nas restantes
províncias, acrescentou,
Huíla tem em quarentena
domiciliar 34 viajantes,
Namibe 12, Cunene 3 e Uíge
controla cinco em domicílio
e dez em institucional.
Em África, referiu Franco
Mufinda, foram registados
mais de 1.900 casos e um
total de 31 óbitos. Em todo
mundo, nas últimas 24 horas,
foram registados 49 mil novos
casos e 20 mil óbitos.
Franco Mufinda apelou
aos cidadãos a cumprirem
as orientações do Ministério
da Saúde e da Organização
Mundial da Saúde (OMS),
que consiste em lavar fre-
quentemente as mãos com
água e sabão, higienizar com
álcool-gel, bem como o dis-
tanciamento social.

Número da solidariedade
Angola e o mundo estão a viver dos tempos mais difíceis da História recente da Humanidade.
Tempos difíceis, mas de grande coragem. Nós, angolanos, sempre enfrentamos com determinação
e inteligência as diferentes adversidades que já vivemos.
Hoje, apelamos à solidariedade de todos, para que ajudem com donativos que permitam
mitigar a situação social das nossas populações mais necessitadas.
As consequências do Covid-19 podem vir a ser muito difíceis. Vamos todos contribuir para
ajudar uma causa que é de todos.
Conta do Tesouro Nacional no BCI, para ajudas em kwanzas,
IBAN NR º AO 06 0005 0000 5197 1631 1019 7; CONTA: 51971631-10-001;
Conta do Tesouro Nacional no BCI, para ajudas em Kwanzas convertíveis em dólares,
IBAN NR º AO 06 0005 0000 5197 1631 1514 4; CONTA: 51971631-15-001
Conta do Tesouro Nacional no BCI, para ajudas em kwanzas convertíveis em euros,
IBAN NR º AO 06 0005 0000 5197 1631 1524 1; CONTA: 51971631-15-002
Uma vez mais, e sempre estaremos todos juntos por Angola.

COMPRAS DE ÚLTIMA HORA as zungueiras compravam estava a ser comercializado

produtos diversos, quer para a 1.400 kwanzas. Já o quilo

Catinton recebeu
casa, quer para revender em
várias artérias de Luanda.
Maria Alberto chegou ao
mercado quando eram seis
d e a r ro z c u s t ava 5 0 0
kwanzas e o de fuba de
milho a 400. A barra de
sabão passou de 800 para

uma multidão de pessoas horas da manhã. Para ela,

O mercado do Catinton foi
ontem invadido por uma
multidão de pessoas ávidas
em vender e comprar pro-
dutos de primeira neces-
s i d a d e , c o n t ra r i a n d o o
Estado de Emergência, que
ontem começou a vigorar,
por um período de 15 dias.
Pa ra c u mp r i r c o m a s
medidas de higienização,
os vendedores e compra-
dores deviam antes lavar
as mãos com água e sabão
e depois terem acesso ao
mercado, que tinha apenas
duas portas, das cinco exis-
tentes, abertas.
Um f u n c i o n á r i o , d o s
oitos que o mercado possui,
que pediu o anonimato,
disse que as comerciantes,
ansiosas em vender, rom-
peram com os portões, pro-
vocando um caos total,
tendo alguns cidadãos per-
dido os sentidos. O mer-
cado e lojas e armazéns
adjacentes estavam abar-
rotados de pessoas.
À entrada do mercado, o
cenário era de longas filas de
carros, que pretendiam aceder
ao local. “Roboteiros” trans-
portavam mercadorias de um
lado para outro, ao passo que
a desorganização era culpa
dos funcionários do mer-
cado, que deveriam ter
aberto todos os portões do
local. A ideia foi contrariada
por um funcionário, para
quem as vendedoras nega-
ram-se a cumprir com as
medidas de prevenção con-
tra o Covid-19.
Três bidões de dois mil
litros e 15 torneiras de água
foram colocados à entrada
do mercado para as pessoas
levarem as mãos com sabão,
antes e depois das compras.
A reportagem do Jornal de
Angola constatou que houve
pessoas que cumpriram com
as medidas de higienização.
Ao redor do mercado,
amontoados de lixo com-
pletam um cenário já de si
desolador. Apesar disso,
muitas comerciantes insis-
tiam em vender produtos
frescos por cima dos resí-
duos sólidos.
António Evaristo, acom-
panhado da esposa, Teresa
João, reclamou do aumento
dos preços de alguns produtos.
Justificou que só foi ao mer-
cado ontem devido ao paga-
mento tardio do salário.
Um quilo de feijão, que
antes era vendido a 800,
1.600 kwanzas.
Por seu lado, Maria Mateus
e Paulo João criticaram o
Executivo por ter decretado
Estado de Emergência, sem
antes permitir aos cidadãos
fazerem as compras para
casa. Os kupapatas conti-
nuam a fazer o seu trabalho,
alegando não ter outra forma
de sobrevivência. “Se não
trabalhar, onde vou arranjar
dinheiro para sustentar os
meus filhos?, questionou
Martins Domingos
A Polícia Nacional teve
de intervir no sentido de
repor a ordem e a tranqui-
lidade públicas.
Outros mercados
A agitação de pessoas tam-
bém foi verificada na zona
das Pedrinhas e no mercado
dos Congolenses, onde mui-
tas donas de casa foram
fazer compras de produtos
diversos, uma vez que rece-
beram os salários apenas
na quinta-feira à noite.
A carência de gás criou
enormes filas junto das agên-
cias. Por volta das 12 horas,
o mercado do Tunga-Ngo
registava um movimento
normal. O mercado dos Cor-
reios tinha as lojas de venda
de peças encerradas.
DESTAQUE Sábado
28 de Março de 2020
Pedaços de um
“domingo” normal
Em Luanda, o dia de ontem foi agitado, de maneira geral. Muita
gente saiu às compras: alimentos e gás eram os bens da linha
da frente. Outros limitarem-se a procurar água, tanta falta faz.
O cenário pode repetir-se. É grande a corrida por qualquer coisa
Miguel Gomes
O primeiro dia do Estado de
Emergência, que teve início
ontem, às 0 horas, apareceu
com rosto de domingo (ape-
sar de ser sexta-feira) e
nuvens cinzentas. Na zona
dos Combatentes, Avenida
Hoji ya Henda (ex-Avenida
Brasil) e Zé Pirão, em Luanda,
os serviços básicos estavam
em funcionamento.
Por volta das 13 horas,
registavam-se algumas bichas
junto aos multicaixa e aos
principais supermercados,
que agora condicionam o
acesso ao interior. O que mais
chamava à atenção era o não
cumprimento da distância
mínima entre as pessoas em
espera, com amontoados de
gente nas proximidades dos
bancos e das lojas de produtos
Taxistas violam as leis
sob o olhar da Polícia
Táxis colectivos lotados, em
violação às orientações das
autoridades de transportar
menos de sete pessoas, foi
o cenário vivido, ontem, nas
ruas de Cacuaco, no primeiro
dia do Estado de Emergên-
cia. Nem mesmo a barreira
policial instalada à saída
do município, em direcção
DIA CINZENTO EM LUANDA
Em contrapartida,
o comércio de roupas,
electrodomésticos,
móveis, ou seja, de bens
não-essenciais, estavam
encerrados. As ruas
praticamente vazias. A
dos Combatentes, uma
das principais artérias
comerciais da cidade,
denunciava a ausência
do frenesim habitual
essenciais. Também as can-
tinas estavam a trabalhar
normalmente.
Kebe, pequeno comer-
ciante de origem guineense
(de Bissau mesmo), que
explora um espaço de 1,5
metros de largura, por dois
de altura, na entrada de um
RUAS DE CACUACO
à Petrangol, conseguiu ini-
bir os taxistas, que transi-
tavam livremente.
Os turismos também apro-
veitaram o dia para ganhar
dinheiro. Eram várias as via-
turas em excesso de lotação
a circular livremente pela
estrada principal. Também
foram vistas carrinhas com
prédio antigo, disse ao Jornal
de Angola que abriu a loja por
volta das 8h. Mas confessou
algum receio, por não saber
ao certo o que deveria fazer.
“Logo de manhã, comecei
a receber muitas chamadas
dos meus clientes, dos pré-
dios aqui à volta, a pedirem
para abrir a loja. Eu não sabia
se estava autorizado a vender.
Mas, como encontrei as
outras cantinas abertas,
decidi trabalhar como se
fosse um dia normal”, contou
Kebe, que apenas fechou o
acesso ao interior e passou
a atender os clientes através
do gradeamento, por razões
de segurança.
Nas imediações da referida
loja, todos os estabelecimentos
(pequenos, médios ou grandes)
que disponibilizam produtos
alimentares estavam abertos,
produtos do campo e pessoas
entre as mercadorias, em des-
respeito às regras de trânsito.
Nas paragens da Pedreira
e Cerâmica, bem como na
entrada da Conduta, lá esta-
vam os motoqueiros, ape-
sar das medidas anunciadas
proibirem a circulação de
mototáxis.
assim como bancos e opera-
doras de telecomunicações.
E m c o n t ra p a r t i d a , o
comércio de roupas, elec-
trodomésticos, móveis, ou
seja, de bens não-essenciais,
estavam encerrados. As ruas
praticamente vazias. A dos
Combatentes, uma das prin-
cipais artérias comerciais da
cidade, denunciava a ausên-
cia do frenesim habitual.
Já o comércio ambulante
estava muito reduzido, quando
comparado com os dias úteis
tradicionais, apesar das senho-
ras que deambulavam com
frutas, pão e outros produtos
frescos à cabeça. A maior parte
destes trabalhadores não ocu-
pou os seus lugares.
Nas imediações da para-
gem para os Congolenses, no
Zé Pirão, em plena Avenida
Hoji ya Henda, o movimento
Taxistas em Luanda continuam a exceder a lotação mínima
de passageiros era bastante
fraco. Os Hiaces circulavam
para cima e para baixo, em
ritmo reduzido e poucos
clientes, que desta forma
conseguiam garantir alguma
distância entre si dentro da
viatura (as normas de com-
bate aconselham a um espa-
çamento mínimo de 1 metro).
Alguns dos poucos cida-
dãos que circulavam pelas
ruas usavam máscaras e
luvas, no entanto, a maioria
apresentava-se sem material
de protecção. As recomen-
dações oficiais sugerem ape-
nas o afastamento social
(evitar beijos, abraços, aglo-
merações acima de 50 pes-
soas, entre outras medidas),
a não ser que esteja infec-
tado ou apresente sintomas
de febre, tosse seca e gar-
ganta inflamada.
PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO
5
Tazuary Nkeita
Provas de amizade
contra
o Covid-19...
Há dias, fiz uma brinca-
deira com os meus ami-
gos, escrevendo que tinha
receio de poder estar
infectado e que aguardava
resultados de um labo-
ratório de excelência.
Sem ler cuidadosa-
mente o texto até ao fim,
onde eu mencionava ser
uma infecção por “Coro-
naLivros”, ou seja, o
vírus do vício de leitura
e de uma encomenda de
livros, por correio, um
a m ig o re s p o n d e u d e
imediato, e perguntou
em pânico:
- Tazuary, onde andas?
- Continuo de quaren-
tena, aqui no hotel esco-
lhido pelo Governo. Como
sabes, sou um caso sus-
peito de coronavírus por
ter vindo da Itália!
- Queira Deus que não
dê positivo...!
- Obrigado, amigo. E
tu, onde estás...?
- Eu estou confinado
em casa.
- Tenho bebido muito
chá quente de limão com
alho, gengibre e mel.
Dizem que faz bem.
Podes trazer limão? A
minha reserva está a aca-
bar. Mas não precisas
entrar... também pode-
mos falar ao telefone. Não
é contagioso!
- Está bem. Emprestei
o carro a um dos meus
filhos. Quando ele chegar
venho até aí...
Foi aqui que tomei
consciência do perigo de
se levar as coisas na brin-
cadeira. O pior poderia
acontecer e havia dois
cenários dramáticos: che-
gado o carro, o meu amigo
poderia já não ter acesso
à Internet; na pressa de
me socorrer, poderia
esquecer o próprio tele-
fone! Agora, o pânico
estava do meu lado:
- Triiimmm -, fiz a
chamada!
- Liga o vídeo -, gritou
ele!
- Ah, ah, ah, foi tudo
brincadeira. Obrigado por
esta prova de amizade.
Acabas de mostrar que
és um verdadeiro amigo
e que posso contar con-
tigo. Valeu!
- Isso não se faz. Acre-
ditei mesmo, cabrão...
- Mas certamente que
não leste o texto até ao fim.
Volta a ler e também nas
entrelinhas! O tal laboratório
de excelência não passa de
uma livraria estrangeira e
o resultado é a chegada dos
livros pelo correio! Caíste
na armadilha.
De facto, a mensagem
que eu quis transmitir
com aquela brincadeira
aparentemente muito
estúpida foi: Nunca se
esqueçam de lavar sem-
pre as mãos com água e
sabão, fiquem em casa e
estamos juntos contra o
coronavírus!
 6 DESTAQUE
Santos Vilola
No condomínio Austin,
município de Talatona, em
Luanda, uma das duas áreas
habitacionais do país que está
sob vigilância por causa do
coronavirus, não tem água a
correr pelas torneiras nos
últimos dias.
A falta de água estende-
se um pouco pelas urbani-
zações adjacentes, como
BRO Jardim do Éden, Bom Sossego,
QUANDO “A VIDA CONTINUA” JUSTIFICA TUDO
A (des) emergência
de consciência
Isaque Lourenço
O roncar dos motores e a
velocidade com que transi-
tavam pela primeira entrada
despertava até do mais pro-
fundo sono um morador às
margens da Avenida Imperial
Santana, no Kilamba. Às sete
horas da manhã de ontem,
sexta, 27, primeiro dia do
Estado de Emergência, o pri-
meiro grupo de edifícios do
corredor Sudeste de Luanda
está agitado. Tudo faz-se às
pressas. Passavam menos de
cinco minutos e contavam-
se acima de 70 viaturas a tra-
fegar, à saída para o sentido
cidade de Luanda. Nem os
motoqueiros, kupapatas
parecem fazer caso.
A vida não pára, disse à
reportagem do Jornal de
Angola uma vendedora, no
chamado Mercado das Qui-
tandeiras, junto ao Quarteirão
Hungo, Bloco A. Todas elas
arrumam a sua mercadoria.
Condomínio sob vigilância
sem abastecimento de água
BPC I e II e Projecto da Juven-
tude I e II. A constatação con-
traria a garantia de que,
durante a vigência do estado
de emergência, o abasteci-
mento seria regular.
A Empresa Pública de
Águas de Luanda (EPAL) não
dispõe de camiões-cisterna
para fazer a distribuição de
água potável aos bairros que
não estão ligados à rede de
abastecimento, informou, na
terça-feira, o porta-voz,
O morador Mateus João,
nome fictício, levantou-se
cedo e bem disposto. Traz
consigo o seu cantil de desin-
fectante e outro de água para
ajudar na higiene e desidra-
tação. Corre em média 4 a 6
kilómetros/dia e, apesar do
novo momento, não faz dife-
rente. A dona Teresa, dona
de casa, vai em direcção aos
prédios. Questionada, explica
que não vai trabalhar, mas
tão-somente buscar o salário
prometido pelo patrão.
Nesse ambiente, os carros
passam; uns poucos moto-
ristas com mãos em luvas e
boca coberta. Mas há quem
tapou os ouvidos.
O pintor Manuel Afonso,
27 anos, está sentado numa
das pracetas e aguarda pela
sorte do dia. Cobra cinco mil
kwanzas por cada comparti-
mento pintado e diz estar sem
dinheiro para garantir o sus-
tento nos 15 dias de quarentena
nacional, dai a sua jornada de
FALTAM CAMIÕES-CISTERNA
Amândio Joaquim.
Em declarações ao Jornal
de Angola, no âmbito da pre-
venção e expansão da pan-
demia do Covid-19, o
porta-voz disse que as admi-
nistrações municipais podem,
dentro das suas possibilida-
des, ajudar na distribuição
de água a estas zonas, por
terem camiões-cisterna que,
geralmente, são utilizadas
no fornecimento de água a
hospitais e escolas.
rua com mais um companheiro
de rolo, trincha e pincel.
Pela primeira paragem, os
“azuis e branco” lotam. Uns
obedecem às novas regras,
outros nem por isso. As pessoas
também ajudam. Estão bem
juntas. A amena conversa, os
gracejos e kwatas revelam a
ignorância de quem não quer
pôr as barbas de molho, quando
a do vizinho já se incendiou.
É preciso reiventar-se,
disse Tó Zé. Está na zona dos
bancos, onde a distância é
também outro elemento
pouco observado, funda-
mentalmente para quem quer
sacar umas notas pelos mul-
ticaixas. Os guardas orientam
só quem vai entrar na agência.
O resto é resto e isso mesmo
viu-se também nas agências
da ENDE e da Epal.
ParaumprimeirodiadeEstado
deEmergência,noKilamba,com
tudo a contrariar, parece
entrarmos numa (des)emer-
gência de consciência.
O porta-voz da EPAL,
Amândio Joaquim, adiantou
que o fornecimento de água
porta-a-porta é feito por
camionistas associados, que
retiram água de girafas (pon-
tos de abastecimento) para
ser comercializada nos bairros
da província de Luanda com
carência do líquido.
O condomínio Austin foi
alvo de intervenção da Polícia
e das autoridades sanitárias,
sábado último, por causa da
Já era visível a agitação nas primeiras horas do dia na Centralidade do Kilamba
AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO
denúncia popular da exis-
tência de três cidadãos nacio-
nais que regressaram de
Portugal sem se terem sub-
metido à quarentena.
Foram horas de negocia-
ções para que os dois cidadãos
se rendessem às autoridades,
a que se seguiu uma limpeza
do condomínio e bloqueio
de ruas. Além destes dois
cidadãos, há mais um, que
se barricou em casa, rejei-
tando entregar-se.
Sábado
28 de Março de 2020
EM PORTUGAL
Sobe o número
de mortos
Em Portugal, o mais recente
balanço da Direção-Geral da
Saúde (DGS), divulgado
ontem e que inclui os dados
recolhidos até às 24 horas de
quinta-feira, aponta para
4.268 infectados (um
aumento de 20 por cento em
relação a ontem), 76 mortos
e 43 recuperados.
De quinta para ontem
foram confirmados mais 724
casos e registadas mais 16
mortes em Portugal. Estão
internadas 354 pessoas, 71
nos Cuidados Intensivos.
Itália, por seu lado, regis-
tou mais 969 mortes e 5.909
casos confirmados no período
de 24 horas, de acordo com
dados da Protecção Civil tran-
salpina, divulgados ontem.
Já em França, o Primeiro-
Ministro, Édouard Philippe,
anunciou ontem a continuação
da quarentena por mais duas
semanas, a partir da próxima
terça-feira, estendendo-se
assim até 15 de Abril.
Durante esse período, as
regras a aplicar serão as mes-
mas que actualmente, assim
como as motivações para sair
de casa - trabalho, compras
ou farmácia, idas ao médico
em urgência, auxílio à família,
curtas saídas para exercício
físico e ainda intimações por
parte das autoridades.
América Latina
A América Latina registava
ontem, 10.056 casos decla-
rados do Covid-19, de acordo
com um balanço da agência
noticiosa AFP, a partir dos
números oficiais fornecidos
pelos governos e a Organização
Mundial da Saúde (OMS).
O número de mortos situa-
se em 181. Os países mais
atingidos pela pandemia são
o Brasil, com 2.915 casos,
incluindo 77 mortos.
EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
DESTAQUE Sábado
28 de Março de 2020
Centro será equipado para casos suspeitos
Construído em 2014, no âmbito do surgimento da febre hemorrágica ébola, na República Democrática
do Congo (RDC), o Centro de Doenças Emergentes da comuna do Luvo, em Mbanza Congo, nunca
funcionou por falta de técnicos e equipamentos
Fernando Neto O Centro de D o ença s
e Jaquelino Figueiredo | Luvo Emergentes, construído no
âmbito do surgimento da febre
O governador do Zaire, Pedro hemorrágica ébola, na Repú-
Makita, orientou a instalação blica Democrática do Congo,
imediata de equipamentos e nunca funcionou desde que
técnicos de saúde no Centro foi erguido, em 2014.
de Doenças Emergentes da Pedro Makita, que visitou
comuna do Luvo, município o posto fronteiriço do Luvo,
de Mbanza Congo, no sentido para constatar o cumprimento
de receber casos suspeitos de do Decreto Presidencial Pro-
Covid-19. visório, que orienta o encer-
CUANZA-SUL, MALANJE E BIÉ
Cidadãos de vários países
colocados em quarentena
Carlos Bastos | Sumbe tar em breve com um centro
Venâncio Victor | Malanje de quarentena na Escola Náu-
João Constantino tica, na comuna do Kicombo,
e José Chaves | Cuito que dista a 20 quilómetros
a Sul da cidade do Sumbe.
Cidadãos de várias nacio- Quarentena em Malanje
nalidades estão em quaren- Quatro cidadãos suspeitos
tena domiciliar obrigatória de Covid-19 cumprem qua-
nas províncias do Cuanza- rentena domiciliar obriga-
Sul, Malanje e Bié. São cida- tória na província de Malanje.
dãos provenientes de países São dois angolanos, um
como Portugal, África do cubano e uma brasileira,
Sul, Namíbia, Índia, Etiópia, residente no município de
Brasil, Israel, EUA, onde Cangandala.
foram registados milhares A chefe de departamento
de casos positivos e óbitos do Gabinete Provincial da
provocados pelo Covid-19. Saúde, Yolanda Mote, expli-
O coordenador da Comis- cou que os dois angolanos
são Técnica Provincial para são proveniente da Etiópia
Resposta ao Covid-19 no e os restantes vindos de
C u a n z a S u l , Fe l i z a r d o Lisboa, Portugal.
Manuel, revelou que 15 pes- Os cidadãos angolanos e
soas, com idades compreen- cubano foram colocados em
didas entre os 30 aos 50 anos, quarentena na cidade de
vindos de Portugal, Índia,
África do Sul, Brasil e Israel,
Malanje e a cidadã brasileira
em Cangandala. Yolanda
estão em quarentena domi- Mote orientou as autoridades
ciliar obrigatória, no âmbito municipais de Cangandala
da prevenção da pandemia. a monitorarem o cumpri-
Os cidadãos, assegurou, mento da quarentena.
estão a ser devidamente Falando à imprensa no
acompanhados pelas equipas final da reunião da Comissão
técnicas de saúde, numa altura Provincial de Resposta à Pan-
em que nenhum deles apre- demia do Covid-19, Yolanda
senta sintomas da doença. Mote revelou que o Hotel
Os 15 casos suspeitos estão Polígono, localizado no bairro
distribuídos nos municípios Cangambo Ocidental, arre-
do Sumbe (10), Cela (2) e Qui- dores de Malanje, será trans-
bala (3). Felizardo Manuel, formado em centro de
que é igualmente director do quarentena e o centro de
Gabinete Provincial de Saúde, saúde da Cahála será para a
disse que Cuanza-Sul vai con- gestão dos possíveis casos
DOENÇAS EMERGENTES
ramento de todas as fronteiras
do país, lembrou que, a última
vez que visitou o centro,
encontrou cães, patos e gali-
nhas, um cenário que voltou
a constatar no último sábado.
“Não pode ser, a Comissão
Multissectorial tem uma
semana para criar todas as
condições, no sentido de
estarmos preparados para
qualquer eventualidade, na
de Covid-19.
“Ainda não estamos a
fazer quarentena institucio-
nalizada, porque estão a ser
criadas as condições. Temos
apenas esses casos em qua-
rentena domiciliar”, disse.
O governador provincial
de Malanje, Norberto dos
Santos, que visitou os cida-
dãos em quarentena domi-
ciliar obrigatória, exortou
a população a encarar com
seriedade as medidas de
prevenção contra a pande-
mia. “O Covid-19 é uma
doença perigosa e a única
forma de nos protegermos
é cumprir com as medidas
de prevenção decretadas
pelas autoridades”, disse.
Três casos no Bié
Na província do Bié subiu
para três o número de cida-
dãos em quarentena domi-
ciliar obrigatória. O director
do Gabinete Provincial da
Saúde, João Campos, garantiu
que os cidadãos, de nacio-
nalidade angolana, americana
e vietnamita, não apresentam
qualquer sintoma de Covd-
19. “Eles estão de quarentena
por terem vindo de países
com elevado número de casos
positivos e mortes por Covid-
19”, disse, acrescentando que
o americano e o vietnamita
estão de quarentena no muni-
cípio do Andulo e o angolano
no Cuito.
O primeiro é provenientes
medida em que podemos
receber casos de coronavírus
a partir da RDC, através das
fronteiras do Luvo, Nóqui,
Kuimba, Soyo e de Luanda,
onde foram confirmados qua-
tro casos positivos, prove-
nientes de Portugal”, disse.
O director do Gabinete Pro-
vincial da Saúde, João Miguel
Paulo, garantiu que diligências
estão a ser feitas para o ape-
Cidadãos estrangeiros e nacionais são rastreados ao entrar no país para evitar novos contágios
dos EUA, com passagem pela
França, e o segundo fez a rota
Vietname-Dubai-Angola. Os
Lunda-sul com grande risco de contágio
A passagem regular de pes-
soas em Saurimo, idas de
vários pontos da região leste
do país, acentua o risco de
propagação do Covid-19 na
província da Lunda-Sul, disse
o director do Gabinete Pro-
vincial da Saúde.
Viegas António, que falava
em conferência de imprensa,
considera "calma” a situação,
refutando informações con-
trárias, veiculadas através
das redes sociais e por cida-
dãos movidos por interesses
trechamento do Centro de
Doenças Emergentes, com
capacidade para 30 camas.
“Estamos a trabalhar,
sabem que há dificuldades
financeiras, mas o Governo
está engajado em organizar
as condições necessárias para
o funcionamento deste Centro,
para manter em quarentena
possíveis casos do Covid-19
que possam surgir a partir da
dois cidadãos desembarcaram
no Aeroporto Internacional
4 de Fevereiro, nos dias 14 e
obscuros. Reiterou o apelo à
observância rigorosa das
medidas de prevenção por
parte de todos, para mitigar
o risco de contágio e prome-
teu, tornar público qualquer
alteração do quadro actual.
Notou que a lavagem das
mãos e sabão, água desin-
fectada com lixivia, uso de
álcool, são procedimentos
importantes para contrapor
o risco de infecção.
Desdramatizando suspei-
tas à volta de duas famílias
7
fronteira com a RDC”, disse.
A Comissão Multissectorial,
acrescentou, também está
empenhada em encontrar um
local para colocar em quaren-
tena os possíveis casos suspeitos
que chegam a Mbanza Kongo
vindos de Luanda. A fronteira
com a província do Uíge, a
partir de Maquela do Zombo,
também preocupa as autori-
dades do Zaire. “Independen-
temente da preocupação com
estas regiões, é importante
que a população esteja calma,
evite difundir informações
alarmantes, procure apenas
cumprir com as recomenda-
ções do Ministério da Saúde
sobre as medidas de prevenção
para evitar a disseminação do
Covid-19”, apelou.
O governador visitou igual-
mente os hospitais de Mbanza
Kongo, nomeadamente o
municipal e o provincial, onde
constatou o nível de prevenção
contra o Covid-19, tendo
orientado a obrigatoriedade
de lavagem das mãos de todos
os utentes, bem como o uso
de termómetro para medição
de temperatura à entrada das
unidades sanitárias.
“Eu e a minha comitiva
entrámos para o hospital sem
que fôssemos obrigados a
lavar as mãos, porque a uni-
dade não proporcionou con-
dições para o efeito”, criticou.
A nível do hospital pro-
vincial, está a ser criada uma
área de isolamento com quatro
camas para casos suspeitos.
JOÃO CONSTANTINO | EDIÇÕES NOVEMBRO
16 do corrente mês, e chega-
ram a província do Bié a
semana passada.
de cidadãos portugueses,
idas há dias de Lisboa, mas
com residência fixada em
Saurimo, referiu que a che-
gada dos mesmos nos dias
12 e 17, antecedeu a entrada
em vigor do Decreto Presi-
dencial Provisório. Acrescen-
tou que cumprem quarentena
domiciliar e gozam de boa
saúde. Com as fronteiras
encerradas, disse, a prevenção
é a melhor arma na lutar con-
tra a pandemia.
Adão Diogo | Saurimo
8 Sábado
28 de Março de 2020

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(700.091)
Sábado
28 de Março de 2020 9
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(3.584)
10 OPINIÃO Sábado
28 de Março de 2020

EDITORIAL IMAGEM DO DIA

É vital manter a calma Um exemplo digno de realce, que precisa de ser replicado por profissionais
de outras áreas em nome do altruísmo, fraternidade e solidariedade

Vivemos um período de excepção e adaptação ao contexto produzido pelo

Estado de Emergência, decretado há dias pelo Executivo, sobre o qual vale AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO

sempre a pena fazer reflexões, em torno das atitudes e comportamentos con-

sentâneos com a circunstância nova. A comunicação institucional está a ser
exaustiva e explicativa para permitir que as famílias, as pessoas e as empresas
estejam familiarizadas com os procedimentos e medidas a serem esperados
e adoptados nesta fase.
O mais importante, entre o conjunto de actos e atitudes que se esperam de
cada um nós, é que se evitem tentações por parte dos operadores do comércio,
que se evite o alarmismo e pânico na aquisição dos bens de primeira necessidade,
que haja serenidade e calma.
Independentemente da dimensão desafiadora da pandemia global, nós não vi-
vemos uma fase apocalíptica dos fins dos tempos, que obrigaria a que as pessoas
vivessem os momentos actuais como se os subsequentes estivessem supostamente
marcados para terminarem abruptamente.
Numa altura em que as autoridades que superintendem o comércio asseguram
que as reservas alimentares do país são suficientes para, ao menos, fazer face aos
desafios da presente conjuntura, nada justifica a correria que muitos, por alguma
desinformação e inocência, realizam junto das superfícies comercias e mercados.
Apesar de algumas limitações impostas pelo Estado de Emergência, não podemos
perder de vista que está assegurada a circulação das pessoas para aquisição de
bens de primeira necessidade, ao longo do estado de emergência, mesmo que
venha a ser prorrogado os 15 dias inicialmente previstos. Precisamos de nos
adaptar, tal como historicamente o fizemos com períodos menos bons que Angola
viveu, mas que os angolanos souberam enfrentar com serenidade, calma e
inteligência. Prestar atenção às informações divulgadas por órgãos oficiais do
Estado e evitar, numa altura como esta, a partilha de informações vindas de fontes
duvidosas, como a disseminação do boato e o fomento do alarmismo, constituem
procedimentos vitais. Nesta fase, o país precisa que todos exerçamos o nosso lado
patriótico, o nosso dever de cidadão e que estejamos unidos para que os desafios
actuais sejam revertidos ou, ao menos, controlados. Sabemos que estamos ainda
a algumas semanas para atingir o pico da gripe, mas se soubermos acatar
devidamente as orientações traçadas pelas autoridades, não há dúvidas de que
seremos capazes de um melhor controlo, acompanhamento e processo de reversão
do actual quadro. Insistimos que o mais importante, nesta fase, é a manutenção
da calma, da serenidade e inteligência na observância das normas estabelecidas
pelas autoridades. Independentemente das restrições, devemos igualmente ter
em atenção que as instituições do Estado mantém as suas portas abertas, as
linhas de comunicação operacionais e que as forças de defesa estarão prontas
a desempenhar o seu papel em nome da ordem, segurança e tranquilidade.
Portanto, é vital, nesta fase, manter a calma, independentemente da situação
por que todos passamos.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO PROPRIEDADE

Víctor Silva (presidente) Edições Novembro, E.P.
ADMINISTRADORES EXECUTIVOS
Caetano Pedro da Conceição Júnior
José Alberto Domingos
SEDE:
CARTAS DOS LEITORES
Rui André Marques Upalavela Rua Rainha Ginga, 12-26
Caixa Postal 1312 - Luanda
Luena Kassonde Ross Guinapo
Redacção: 222 020 174 O nosso interior trata de um problema sério, na Serviço militar
ADMINISTRADORES NÃO EXECUTIVOS Telefone geral (PBX): 222 333 344
Filomeno Jorge Manaças Fax: 222 336 073 Há dias vim pela primeira vez do medida em que em muitas locali- Sei que muitos já escreveram
Mateus Francisco João dos Santos Júnior Telegramas: Proangola
interior do Cuanza Sul, passando dades, o sinal das operadoras de sobre a necessidade de se dar
por Calulo para Luanda, e pude telefonia móvel é inexistente e qual- continuidade ao cumprimento
ver não apenas o estado razoável quer necessidade de comunicação, do serviço militar obrigatório.
das estradas, mas também algo por causa de qualquer eventuali- Escrevo para protestar pela for-
DIRECTOR: Edna Cauxeiro (subeditora), que preocupa a qualquer um que dade, a pessoa nem sabe precisar ma como hoje se processa o re-
Víctor Silva Ferraz Neto (subeditor) e Pereira Dinis
se faça às estradas pelo interior. onde se encontra exactamente, por crutamento, um processo que
DIRECTOR-ADJUNTO:
Caetano Júnior
EDIÇÕES ESPECIAIS:
Trata-se da reduzida presença de escassez de placa de identificação. nunca é do domínio público e
DIRECTOR EXECUTIVO:
Guilhermino Alberto
Adalberto Ceita, André dos Anjos, Domingos dos Santos,
Leonel Kassana e Yara Simão
sinalização, placas que identificam ou falta de rede. Espero que as au- que deixa muitas dúvidas. Sei
localidades, quilometragem e ou- toridades ligadas à viação e trânsito que as forças armadas consti-
EDITOR EXECUTIVO: FOTOGRAFIA:
Diogo Paixão Kindala Manuel (editor-chefe), tros motivos ligados à circulação tenham em linha de conta estas e tuem, hoje, também, uma fonte
José Cola (editor),
SUB-EDITOR EXECUTIVO:
Cândido Bessa Dombele Bernardo, Domingos Cadência, Eduardo Pedro, João Gomes, automóvel. Há alguma, é verdade, outras preocupações, porque, con- de emprego para muitos jovens,
Maria Augusta, Miqueias Machangongo, Mota Ambrósio, Paulo Mulaza, Kindala
Manuel, Santos Pedro, Agostinho Narciso, Vigas da Purificação, Contreira Pipas mas julgo que e pouca e ao longo trariamente à ideia de quem viaja mas nada justifica que o pro-
GRANDE REPÓRTER: da viagem pela primeira vez, a pelas nossas estradas é quem já cesso de recrutamento não seja
Luísa Rogério CORRESPONDENTES PROVINCIAIS:
Adão Diogo (Lunda-Sul), sensação imediata é de falta de conhece, muitos pretendem fami- transparente ao ponto da socie-
EDITORIAS:
POLÍTICA:
Alberto Coelho (Cabinda),
João Mavinga (Zaire), informação sobre a localização liarizar-se com elas pela primeira dade ficar sem saber quais são
Bernardino Manje (editor-chefe),
Fonseca Bengui (subeditor) e Santos Vilola (subeditor)
Vladimir Prata (Namibe),
Esídoro Natalício (Cuanza-Norte),
exacta e sobre os outros dados que vez em tempos de paz e reconci- as pessoas aceites com base em
Adelina Inácio, João Dias, Edna Dala,
Garrido Fragoso e Gabriel Bunga
Luís Pedro (Cuanza-Sul),
Noé Jamba (Bengo),
deviam constar nas estradas. Muita liação. Se em tempos de guerra, que critérios. É verdade que hoje
Francisco Curinhingana (Malanje)
Fernando Cunha (Huambo),
gente passa por situações em que muitos defendiam que tão logo as forças armadas deixaram de
OPINIÃO:
Ambrósio Clemente (editor-chefe), Faustino Henrique (subeditor)
João Constantino (Bié),
José Chaves (Andulo),
têm de contar com a presença de houvesse paz e com as estradas contar com o lado quantitativo
SOCIEDADE: Jaime Azulay (Benguela),
Jesus Silva (Lobito),
automobilistas ou transeuntes para reabilitadas seria tempo de conhe- no preenchimento dos seus efec-
Nhuca Júnior (editor),
Alberto Pegado (editor), Estanislau Costa (Huíla),
Joaquim Aguiar (Lunda-Norte),
obter informações sobre a toponí- cer o país, não vejo porque é que tivos, a favor da qualidade.
José Meireles (editor),
Rodrigues Cambala, André da Costa, Kilssia Ferreira, Manuela Gomes, Silvino Paulo (Uíge),
Lourenço Manuel (Cuando Cubango),
mia das localidades, um pouco essas empreitadas não possam ser Julgo que era bom que todos os
Augusto Cuteta, Alexa Sonhi, César André, César Esteves, Edivaldo Cristóvão,
Carla Bumba e Mazarino da Cunha Quinito Kanhamei (Cunene),
Samuel António (Moxico),
por todo o país. Não se percebe co- maximizadas agora. Coloquem angolanos em idade militar
REGIÕES:
Sérgio Chivaca (editor-chefe),
mo é que, viajando pelo interior, placas nas estradas do país, por cumprissem o serviço militar,
PAGINAÇÃO E ARTE:
Béu Pombal (subeditor),
Filipe Eduardo Salvador Escórcio (Editor), Soares Neto, Eugénia Victor, Augusta Lucéu, Tomás Cruz,
um turista não se consegue guiar favor meus senhores. independentemente de alguns
ECONOMIA: Noé Pungue, Evaristo Sacupalica, João Augusto, Josefa Abreu, Maria Messele, apenas pelas descrições, letreiros MAMEDE SILVA se manterem no quadro de car-
Cristóvão Neto (editor-chefe), Alberto Bumba, Inês Quingando, Margarida Zilungo, Maria da Silva, António Saldanha,
Armando Estrela (subeditor), Henrique Faztudo, António Quipuna, Raúl Geremias, Ana Paula Dias , Isabel Fragão, e outras formas que podem estar Libolo reira e outros passarem a vida
Ana Paulo, Kátia Ramos, Madalena José, Natacha Roberto e Victorino Joaquim Manuel Cassinda, Francisco da Silva, Rui Jacinto, Bruno Bernardo, Luquemba Pedro
MUNDO:
à vista ao longo das estradas. Não civil. Mas acho que o processo
CARTOON E ILUSTRAÇÃO:
Bernardino Fançony (editor-chefe), António Canepa Armando Pululo e Casemiro Pedro custa muito colocar postes e painéis podia ser mais transparente. Nu-
DESPORTO:
Amândio Clemente (editor-chefe), COPY DESK:
com indicação das vias, das loca- ma altura em que diversifica-
Anaximandro Magalhães (subeditor), António Cristóvão, Rui Ramos, Arlindo Soares e Esperança Vieira Dias lidades porque, na verdade, tra- ESCREVA-NOS ram-se as ameaças, não faz sen-
Armindo Pereira, Teresa Luís, Vivaldo Eduardo,
António de Brito, Honorato Silva, Job Franco tam-se de indicadores que contri- Cartas recebidas na tido que o ngresso às forças ar-
CULTURA: O Jornal de Angola Rua Rainha Ginga, 12-26
António Bequengue (editor-chefe), Adriano Melo (subeditor), utiliza os serviços da ANGOP, AFP, Reuters, EFE e Prensa Latina buem para a rápida localização Caixa Postal 1312 - Luanda madas sejam caracterizadas por
Francisco Pedro (subeditor), Amilda dos Santos, Manuel Albano,
Mário Cohen e Roque Silva PUBLICIDADE: dos bairros e aldeias. Ao lado destas ou por e-mail: um secretismo.
GENTE E FIM-DE-SEMANA: (+244) 937 550 262 dificuldades estão outras ligadas LUZOLO PEDRO
António Cruz (editor-chefe), escrevaconnoscoJA@gmail.com
Isaquiel Cori (editor) (+244) 949 770 006 e-mail: publicidade@jornaldeangola.com
às telecomunicações. Acho que se Petrangol
OPINIÃO Sábado
28 de Março de 2020
VISÕES
Leniza Sampaio
Contratos, pandemia
e força maior
A pandemia causada pela COVID 19 é uma
situação inevitável com a qual Angola se
defronta. Foi a inevitabilidade do vírus em
si e dos seus efeitos que justificou o decreto
imediato do Estado de Emergência. Em
face do encerramento da actividade da
generalidade das empresas, importa agora
perceber qual o impacto que a pandemia,
enquanto situação de força maior, acarreta
para os contratos que as empresas cele-
braram e que estão em vigor.
No que respeita às empresas (públicas
e privadas) que devem continuar com a
sua actividade porque prestam serviços
essenciais à população (as que vendem
bens alimentares a grosso e a retalho, os
bancos, telecomunicações e serviços de
imprensa, rádio e televisão, restauração
para serviço externo e postos de abasteci-
mento de combustível, manutenção e repa-
ração de veículos automóveis e manutenções
urgentes, por exemplo), a pandemia não
pode ser por elas invocada para obstar à
prestação desses serviços.
As empresas que vêem a sua actividade
encerrada durante o período em que vigorar
o estado de emergência devem procurar
analisar os contratos que têm em mãos, para
perceber quais as consequências que, cada
um deles, atribui aos casos de força maior.
É frequente os contratos indicarem que as
obrigações das partes se suspendem enquanto
durar a situação em questão. Se for esse o
caso, qualquer das partes deve notificar a
outra de que, em virtude da pandemia, sus-
pende as suas obrigações contratuais.
Caso o contrato nada diga, então há que
aplicar a regra geral: perante uma situação
de força maior, quem está obrigado a realizar
uma prestação e fica impossibilitado de o
fazer, não responde pelos danos que essa
impossibilidade causar à outra parte. Isto,
obviamente, contanto que quem deva rea-
lizar a prestação não tenha qualquer culpa
pelo facto dessa prestação não ser possível.
É importante que as empresas notifiquem
os seus fornecedores e os seus clientes
deste facto.
Sabendo que as empresas que se encon-
tram fechadas ficarão, muitas delas, com
dificuldades de pagar as rendas dos locais
onde estão instaladas, deve considerar-se
que os atrasos no pagamento das mesmas
como decorrente da situação de força maior.
E, por esse facto, que o atraso nos paga-
Sofia Vale
mentos não constitui causa de resolução
do contrato de arrendamento pelo senhorio.
Quanto às empresas que têm créditos
bancários e que, por estarem encerradas,
deixarão de facturar, seria importante que
os bancos estabelecessem uma moratória
de alguns meses para que elas pudessem
proceder ao pagamento das prestações
que, em virtude desta situação de força
maior, venham a ficar em atraso.
Já no que respeita aos contratos de tra-
balho, os desafios são enormes. Diferentes
cenários se verificarão, consoante as empre-
sas continuem em funcionamento (situação
em que os contratos de trabalho se man-
terão em vigor, mantendo-se, também,
os direitos e deveres recíprocos de empre-
gadores e trabalhadores) ou encerrem
actividade (podendo recorrer-se ao meca-
nismo da suspensão dos contratos de tra-
balho em razão da verificação de situação
de força maior ou, no limite, justificando-
se o despedimento por causas objectivas).
Com o decreto do Estado de Emergência
que tem inevitável impacto na operacio-
nalidade das empresas, é expectável que
o Executivo adopte medidas adequadas
a dar resposta às questões que afectam
as relações laborais.
Em relação a contratos que possam ser
parcialmente mantidos, devem as partes
promover a renegociação dos mesmos em
face desta situação de força maior com
que se deparam. É importante que as empre-
sas criem abertura negocial suficiente, que
seja capaz de adaptar os contratos em
curso às inevitáveis e imprevisíveis cons-
tâncias que o futuro nos reserva.
As relações comerciais que agora ficarão
afrouxadas, retomarão o seu ritmo normal
tão-logo se levante o estado de emergência,
pelo que é importante que as empresas
estabeleçam uma boa base de comunicação
com os seus fornecedores e clientes. Essa
comunicação permitirá, sendo caso disso,
renegociar ou repor o equilíbrio financeiro
de contratos cujo normal cumprimento
ficou afectado em virtude da pandemia.
Neste momento de incerteza sobre como
se desenvolverá em Angola o COVID 19,
bem como o tempo que decorrerá até a
nossa actividade empresarial voltar aos
seus padrões de normalidade, é fulcral que
os empresários actuem com a mais elevada
ética empresarial.
DR
ESTÓRIAS DE ONTEM
E HOJE
Luciano Rocha
CITAÇÕES
“É declarado
o estado
de emergência,
com fundamento
no facto de que
a República
de Angola
atravessa
no presente
momento uma
situação de
iminente
calamidade
pública”
Número do 1 do Artigo 1º
do Decreto Presidencial
sobre a Declaração do
Estado de Emergência
“O Estado
de Emergência
tem a duração
de 15 (quinze) dias,
iniciando-se às 00h
00(zero) horas
do dia 27 de Março
de 2020 e cessando
às 23h 59 (vinte
e três horas
e cinquenta e nove)
do dia 11 de Abril
de 2020, podendo
ser prorrogado
automaticamente
nos termos da lei”
Número 2 do referido
Documento Presidencial
“Diante deste período
desanimador e
incerto que vivemos,
a TV Cabo une-se a
toda a população e
mantém os valores
dos pacotes
praticados até hoje,
com as mesmas
características e
assistência técnicas,
tudo para que os
seus clientes possam
respeitar o período
de quarentena com
todo o conforto e
qualidade de
informação e
comunicação”
Comunicado
da TV Cabo Angola
“A vossa missão é a
de salvar vidas, não
somos o único país
em guerra contra um
inimigo invisível - o
coronavírus”
Cyril Ramaphosa,
Presidente da África do Sul,
dirigindo-se aos militares
da Força de Defesa
Nacional da África do Sul
(SANDF, na sigla em inglês),
a propósito da propagação
do Covid-19 e medidas para
a sua contenção
11
A mukanda
que queria escrever
Minha ideia inicial foi escrever uma mukanda aos marim-
bondos, de todos os calibres, mas logo desisti, por apenas
o fazer a amigos ou a quem me merece consideração e eles
não integrarem nenhum daqueles grupos.
A consciência, coisa que marimbondos não têm, havia de
me pesar por toda a vida, enquanto a eles, como a maioria
dos seres pensantes, neste momento em que o mundo é atin-
gido por uma catástrofe sem solução à vista, tremem de
medo, tenho a certeza disso, pois já manifestaram publica-
mente esse sentimento, quando o pior destino era a cadeia,
algo insignificante perante o inimigo invisível que, ao contrário
da gatunagem, ataca indiscriminadamente honestos e ladrões,
milionários e pobres. Até os que lhe facilitaram - e facilitam
- a caminhada assassina, directa ou indirectamente, por ig-
norância inocente, uns, por estupidez pura, outros.
Os marimbondos, de todos os calibres, que chegaram a
pensar estar acima de tudo e todos, têm agora medo, mais
ainda do que quando perceberam já não ser tão fácil manter
a actividade criminosa, pois estejam onde estiverem, mesmo
com malas a abarrotar de dinheiro,
desta vez não estão a salvo, porque
Os marimbondos, o inimigo sem rosto, ao contrário
deles, não ataca apenas pobres,
de todos os os mais vulneráveis, nem prestam
calibres, se não vassalagem a ninguém, muito me-
nos ostenta jóias, roupas, feitas
fossem seres por medida, compradas nas bou-
tiques mais caras da Europa e Amé-
perversos, rica, toma banho de águas de co-
monstros sem lónia, usa perucas, cartões de cré-
dito enfileirados em carteiras de
alma, já tinham, calfe ou pele de leopardo.
O coronavírus não tem cor,
desde que o nem cheiro, é invisível, discreto,
jamais recebe ou faz salamale-
coroniavírus ques, a única coisa que gosta de
se anunciou, roubar são vidas, mas directamen-
te, ao invés dos bandidos de “co-
devolvido parte larinho branco”, que meteram, e
metem, ao bolso verbas destina-
do que roubaram das a construir unidades de saúde,
para ajudar estradas, pontes, sistemas de
água e electricidade, estabeleci-
a combatê-lo mento de ensino, “transfere” para
o mercado clandestino medica-
mentos, material escolar, divisas
e, com isso, aumentam o número
de óbitos angolanos.
Os marimbondos, de todos os calibres, se não fossem
seres perversos, monstros sem alma, já tinham, desde que
o Coronavírus se anunciou, devolvido parte do que roubaram
para ajudar a combatê-lo. Com as fortunas que abusivamente
nos tiram quanto material médico e pessoal do sector que
não temos, nos fazem falta e hão-de vir a fazer muito mais,
podíamos adquirir, contratar. E enfrentar com outras armas
este inimigo invisível, sem cheiro, nem cor, que somente
damos por ele quando ataca, mas se os criminosos de “co-
larinho branco”, no afã da rapina e do enriquecimento a
qualquer custo, desde que não o deles, sequer se preocu-
param com os vexames que podiam vir a passar filhos,
pais, irmãos, principalmente, os que não lhes seguiram
as pegadas - o crime, saliente-se, não se transmite por os-
mose - se fossem eventualmente travados na corrida ao
desbaratamento público, como sucedeu já com alguns,
por que razão iam agora abdicar de parte do roubo para
curar o povo que renegaram?
Estes são os marimbondos “puros e duros”, salteadores
da “arca perdida” ou assim parecia, que apenas não se
afundou totalmente, por ter havido quem resolveu salvá-
la disso e enfrentá-los. É o que temos de fazer para suster
o inimigo “sem rosto”. Faltam-nos muitos meios, é verdade,
mas restam-nos alguns que dispensam importação, o prin-
cipal dos quais, ganharmos todos consciência todos do pe-
rigo que constitui o coronavírus. Nesta altura em que é im-
possível derrotá-lo, ao menos atrasemos-lhe a caminhada,
com obstáculos que lhe são adversos, como a higiene
pessoal e pública. No primeiro caso, a responsabilidade
cabe, na maioria dos casos, a cada um resolver, no outro,
aos organismos competentes. Não basta apregoar, a hora
é de solidariedade, trabalho, de ninguém ficar em cima do
muro a ver para que lado cai. Para não serem “os outros”.
12 ESPECIAL Sábado
28 de Março de 2020

MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO

Edna Mussalo
A Representante, em Angola,
do Fundo das Nações Unidas
para a População (FNUAP),
Florbela Fernandes, gostaria
de ver um mês inteiro dedi-
cado à mulher. O 8 de Março,
refere, concretiza os direitos
das mulheres, olhando para
o progresso. Reconhece que
tem havido avanços, prin-
cipalmente, quando olha
para o facto de as mulheres
assumirem cargos de lide-
rança no continente.
Apesar de orgulhosa
por dirigir o FNUAP,
na qualidade de
mulher, Florbela
Fernandes não
esquece que tem em
mãos uma grande
responsabilidade,
principalmente,
numa altura em que
é preciso redobrar o
apelo para a
necessidade de olhar,
cada vez mais, para a
agenda de saúde
reprodutiva e abrir
portas para o
emponderamento
das mulheres
“Já vemos mulheres que são
líderes dos seus próprios
p a í s e s . O l h a n d o p a ra a
Região, existem mulheres
que chefiam ou já chefiaram
o Parlamento e que exercem
cargos de liderança a vários
níveis, no Executivo, no
Legislativo e no Judicial.
Estamos perante um cres-
c i m e nto , s e m dúvi d a ,
enorme”, assinalou.
Para Florbela Fernandes,
pensar nessas mulheres lide-
res é pensar nas meninas e
adolescentes, na medida em
que chegar a essas posições
pressupõe acumular conhe-
cime nto , exp e r i ê n c i a e
desenvolvimento de com-
petências. Em sua opinião,
é bom existirem mais
mulheres líderes, mas, subli-
nha ser necessário que agre-
guem valor às tarefas que
forem exercer.
A repre s entante do
FNUAP reconhece, por outro
lado, haver progressos, con-
substanciados, também, no
crescimento do número de
meninas que conseguem
matricular-se; entrar para
o ensino. A sua preocupação
FLORBELA FERNANDES, REPRESENTANTE DO FNUAP
Pensar nas mulheres
líderes é lembrar
meninas e adolescentes
Para Florbela Fernandes, pensar nas mulheres líderes é pensar
nas meninas e adolescentes. “Chegar a essas posições
pressupõe acumular conhecimento, experiência e
desenvolvimento de competências. É bom existirem mais
mulheres líderes, mas sublinha ser necessário que agreguem
valor às tarefas que forem exercer”
PERFIL
Moçambicana de
nacionalidade, Florbela
Fernandes descreve-se
como pessoa
comprometida com as
questões de
desenvolvimento, tendo
trabalhado durante 20
anos na Agenda de
Desenvolvimento
Sustentável.
Com passagens pelo Brasil,
onde permaneceu cinco
anos, e Etiópia, país em
que ficou apenas três
meses, está agora em
Angola, onde, depois de
cinco anos, vive a fase final
da sua missão. Com a nova
nomeação, prepara "armas
e bagagens" para seguir,
em breve, para o Panamá,
na qualidade de directora
regional-adjunta para
América Latina e Caribe.
reside, porém, em saber Com o actual ritmo, só con- A representante diz cons- tenham serviço de saúde e mente, com as tarefas esco-
quantas meninas, jovens e seguiremos atingir níveis tatar “a ingrata realidade” possam fazer as suas esco- lares e domésticas, às quais
mulheres conseguem con- d e s e j áve i s m u i t o m a i s de muitas meninas, que, sem lhas, baseadas na informação geralmente se dedica.
cluir os estudos. tarde”, avalia. acesso à informação e sem disponível”, realça Florbela É importante, afirma, ele-
A entrevistada cita um Florbela Fernandes reco- recursos, tomam a decisão Fernandes, admitindo que var o grau de conhecimento
R e l a t ó r i o d a U N E S C O, nhece que há ainda muito por de engravidar, confrontando- os meninos têm maior êxito no plano da saúde sexual e
segundo o qual Angola pre- fazer, para assegurar que se, depois, com dificuldades na vida estudantil. reprodutiva e assegurar que
cisa de assegurar, até 2050, aumentem os anos que as para manter e assegurar o Até agora, reforça, um dos todos os partos sejam segu-
que todas as meninas con- meninas permanecem na retorno à escola. motivos por detrás deste qua- ros e que os adolescentes
sigam ser matriculadas. escola e que isso resulte na “Há, certamente, a opor- dro é a gravidez e o casamento sejam capazes de atingir o
“Daí ser necessário acelerar, conclusão dos seus cursos. tunidade de fazermos mais precoce, numa altura em que, seu pleno potencial.
inovar, fazendo a diferença Ela sabe do desnível no número em termos de acesso à infor- a nível mundial, uma em “Todos os anos, quase
com mais criatividade e de meninas que entram e saem mação sobre saúde sexual e cada cinco meninas é casada 300 mil meninas morrem
elaborando estudos perió- das escolas e aponta a gravidez reprodutiva. É preciso incluir antes dos 18 anos. Diz que a em pleno serviço de parto.
dicos para aferir o que se precoce como razão para que essas informações no cur- situação conduz ao aumento É um dado que nos deve
pode fazer de diferente e parte considerável delas se rículo escolar, fazendo com de responsabilidades, além preocupar”, lembra Flor-
dar velocidade ao passo. evada da escola. que adolescentes e jovens das que devia ter, natural- bela Fernandes.

por homens e mulheres na organi- muito tempo aos estudos, será uso das tecnologias e até sobre essa

“Queremos mulheres vivas” zação. É uma agenda de todos. E

A representante do FNUAP afirmou
q u e a h u m a n i d a d e p re c i s a d e
mulheres vivas, capazes de contri-
buir para o desenvolvimento sus-
tentável. Por isso, refere, é preciso
trabalhar para perceber por que
razão morrem pessoas.
“É horrível pensar num cenário
em que morre a mãe gestante e
sobrevive o bebé”. Como será, depois,
a vivência de uma criança que per-
deu a mãe?, questiona. Acrescenta
que a situação remete-nos para a
necessidade de as mulheres, cada
vez mais, fazerem o acompanha-
mento pré-natal e terem partos em
ambiente institucionais, com cui-
dadores de saúde, principalmente,
em caso de partos de risco.
Além disso, defendeu, é preciso
assegurar o acesso ao planeamento
familiar moderno e adequado, para
que a gravidez seja uma escolha.
Para o efeito, sugere, é preciso que
o exercício desta escolha seja
baseada na informação.
Apesar de orgulhosa por dirigir
o FNUAP, na qualidade de mulher,
Florbela Fernandes não esquece
que tem em mãos uma grande res-
ponsabilidade, principalmente,
numa altura em que é preciso redo-
brar o apelo para a necessidade
de olhar, cada vez mais, para a
agenda de saúde reprodutiva e
abrir portas para o empondera-
mento das mulheres.
“Esta é uma agenda defendida
como mulher, tendo eu mesma pas-
sado por muitas dessas experiências,
torno-me, se calhar, mais motivada
e mais preparada para saber o que
isso significa, nas decisões que,
como menina, adolescente, jovem
e como adulta, eu tive que tomar”,
lembrou a responsável, que advoga,
mais uma vez, a disponibilização
de informação e a sua respectiva
partilha para eliminar decisões
erradas, feitas por outras gerações.
Sempre em defesa da informa-
ção, Florbela Fernandes acredita
que uma pessoa só escolhe se estiver
bem informada.
“Estar aqui hoje, como líder, sig-
nificou dedicar uma grande parte
da minha vida aos estudos. Se esses
investimentos não são feitos, se as
meninas e jovens não dedicarem
muito difícil, mais tarde, consegui- emergência que é a sustentabilidade
rem ter uma visão mais expressiva, ambiental”, realça.
um emprego que traga essa res- MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO
ponsabilidade a nível regional ou
global”, diz.
Para a responsável, o investi-
mento na escolarização é muito
importante e, junto com ele, deve
seguir a escolha profissional. Acon-
selha os mais jovens a verem o céu
como limite, buscando sempre o
melhor, defendendo, se for preciso,
a discussão no seio da família e
na comunidade.
“Os jovens têm sonhos. Nós,
como família e comunidade, deve-
mos compartilhar e saber dos sonhos
dos jovens e construir. O meu desafio,
é, primeiro, inspirar, mas também,
aprender muito com as pessoas
mais jovens, que têm uma visão
diferenciada em termos de inovação, Florbela aconselha fazer o pré-natal
ECONOMIA
S&P BAIXA NOTA DE ANGOLA
Agência corta rating devido
a condições globais adversas
Standard & Poors considera “minados” pela conjunta externa os
esforços empreendidos pelo Governo para reformar e economia
A agência de notação Standard
& Poor’s (S&P) desceu, na
noite de quinta-feira, o rating
de Angola de B- para CCC+,
atribuindo a decisão à con-
juntura externa adversa, que
mina os “significativos esfor-
ços do Governo” para refor-
mar a economia.
“Apesar de assinalarmos
os significativos esforços das
autoridades angolanas para
reformar a economia nos
últimos três anos, uma com-
binação de condições eco-
nómicas globais desfavoráveis
e choques externos têm
minado os potenciais bene-
fícios destas reformas, exa-
cerbando as métricas
orçamentais e externas, que
já eram elevadas”, escrevem
os analistas.
A S&P explica a degradação
da classificação do risco da
dívida de Angola com a queda
abrupta dos preços do petró-
leo e o agravamento dos défi-
ces externo e orçamental.
“As recentes e abruptas
quedas nos preços do petró-
leo estão a acentuar os défices
orçamental e externo de
Angola e a aumentar as pres-
sões financeiras”, lê-se na
Sábado
28 de Março de 2020
Agência revê em baixa a nota de risco da dívida de Angola
nota, que explica a mudança
na opinião sobre a qualidade
do crédito.
No documento, citado
pela Lusa, prevê-se que “o
programa de apoio financeiro
do Fundo Monetário Inter-
nacional (FMI) deve ser insu-
fi c i e n t e p a ra c o b r i r a s
necessidades de financia-
mento, forçando Angola a
b u s c a r f o n te s ex te r n a s
comerciais, que são agora
mai s difícei s de ace der
DR
devido à actual turbulência
nos mercados financeiros”.
A revisão em baixa do
rating de Angola, que é assim
agravado, ainda mais, para
território de não investi-
mento, surge cerca de um
mês depois da última revisão,
longe da avaliação prevista
para Agosto deste ano, algo
que os analistas explicam
pelo facto de as condições
dos mercados se terem alte-
rado substancialmente.
“A razão para o desvio
face ao calendário previsto
é a forte queda no preço dos
hidrocarbonetos e uma revi-
são da nossa assunção de
preços para 2020 e daí em
diante”, declara o texto que
acompanha a decisão.
A 7 de Fevereiro, quando
a S&P avaliou, pela última
vez, o rating do país, a pre-
visão para o preço do petró-
l e o d e ste a n o e ra d e 6 0
dólares por barril e 55 no
próximo ano, o que compara
com a previsão actual de 30
dólares por barril para este
ano e 50 dólares em 2021,
todos abaixo dos 55 previstos
no Orçamento Geral do
Estado para 2020.
Na parte das previsões
macroeconómicas, a S&P
antevê que o país registe
um crescimento negativo
de 1,5 por cento este ano e
que as reservas internacio-
nais desçam de 17 mil
milhões no final de 2019
para 13 mil milhões em
Dezembro de 2020.
“Ainda assim, como os
preços do petróleo devem
subir em 2021 e a produção
deve manter-se, mais ou
menos, nos níveis actuais,
isto vai sustentar um cres-
cimento positivo a médio
prazo, com Angola a crescer
1,00 por cento em 2021, antes
de acelerar para, pelo menos,
2,00 por cento entre 2022 e
2023”, o que não é, alertam
os analistas, suficiente para
impedir um crescimento per
capita negativo devido à
depreciação da moeda e ao
crescimento da população.
VEDA FOI ADIADA
Pesca demersal
é alargada a Abril
Ana Paulo
A pesca demersal (de espé-
cies de profundidade, como
o linguado ou a garoupa) foi
prolongada, pelo cômputo
de Abril, numa decisão que
adia o período de veda que
deveria ir daquele mês a
Junho, com as tripulações
pesqueiras em operações no
alto- mar impedidas de voltar
à terra ao longo do período
de 15 dias, no qual vigora o
Estado de Emergência.
Isso mesmo foi dito ao
Jornal de Angola pelo director
nacional das Pescas, António
Barradas, ao comentar um
Plano de Contingência divul-
gado, ontem, pelo Ministério
das Pescas e do Mar para
conformar a actuação do sec-
tor ao Estado de Emergência
decretado para o período que
vai de ontem a 11 de Abril.
O Plano estabelece o
pagamento de uma quota
excepcional para prosseguir
a pesca, numa decisão que
persegue a salvaguarda do
pessoal de infecções pelo
coronavírus, em terra, mas,
tamb ém , a garantia de
reservas de pescado sufi-
cientes para cobrir a procura
numa eventual necessidade
de se prolongar o período
13
excepcional, de acordo com
António Barradas.
O director disse que, para
explicar o adiamento da
veda, são necessárias reser-
vas de peixe para abastecer
a população à escala do país,
algo que o Ministério con-
sidera estar razoavelmente
garantido, à luz de informa-
ções obtidas pelas autori-
dades de empresas do sector.
António Barradas apontou
reservas de três mil toneladas
de carapau e mais de mil tone-
ladas de cavala, duas espécies
pelágicas (de superfície).
“Caso tenhamos de acudir
a situações de emergência,
temos estas quantidades dis-
poníveis”, assegurou.
O Plano de Contingência
estabelece para os operadores
de pesca, armadores, aqui-
cultores e produtores de sal
programas de sensibilização
sobre a protecção contra a
contaminação pelo Covid-
19, medidas de fiscalização
e a determinação de que só
embarcações licenciadas em
2020 devem permanecer
em operações, apontando
27 pontos de descarga per-
mitidos para a pesca artesanal
em Luanda, Cabinda, Zaire,
Bengo, Cuanza-Sul, Benguela
e Namibe.
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28 de Março de 2020

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Sábado
28 de Março de 2020
QUINTA REGIÃO TRIBUTÁRIA
REPARTIÇÃO FISCAL DO NAMIBE
EDITAL N.º 07
A Repartição Fiscal do Namibe, no estrito cumprimento do disposto no n.º
5 do artigo 93.º do Código Geral Tributário, faz saber que foi instaurado con-
tra o contribuinte JOSÉ APARÍCIO BARBANTE, titular do NIF2161044834,
um processo de cobrança de dívida do Imposto sobre o Rendimento de
Trabalho – Actividades Comerciais e Industriais, da notificação n.º
1651/019,referente ao exercício económico de 2016, acrescidos as devidas
multas e juros compensatórios, no montante de Akz 147.812,00( Cento e
quarenta e sete mil, oitocentos e doze Kwanzas).
Com efeitos, correm éditos de trinta (30) dias, contados da data de publi-
cação do presente anúncio, para no prazo de 15 (quinze) dias, findo o
prazo dos éditos, efectuar o pagamento da totalidade da dívida, ou reque-
rer o pagamento a prestações, nos termos do artigo 136.º, do Código
Geral Tributário (CGT) ou ainda deduzir reclamação sem efeito suspen-
sivo, conforme resulta do artigo 127.º do CGT.
A não regularização da situação fiscal no prazo estabelecido dará lugar a
cobrança coerciva da dívida nos termos do n.º 3 do artigo 135.º do Código
Geral Tributário, conjugado com o artigo 3.º do Código das Execuções
Fiscais.
O Chefe da Repartição Fiscal
Francisco Teixeira Baltazar Fernandes (500.0401b)
15
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QUINTA REGIÃO TRIBUTÁRIA
REPARTIÇÃO FISCAL DO NAMIBE
EDITAL N.º 08
A Repartição Fiscal do Namibe, no estrito cumprimento do disposto no n.º
5 do artigo 93.º do Código Geral Tributário, faz saber que foi instaurado con-
tra o contribuinte JOSÉ APARÍCIO BARBANTE, titular do NIF2161044834,
um processo de cobrança de dívida do Imposto sobre o Rendimento de
Trabalho – Actividades Comerciais e Industriais, da notificação n.º
1652/019,referente ao exercício económico de 2017, acrescidos as devidas
multas e juros compensatórios, no montante de Akz 142.412,00(Cento e
quarenta e dois mil, quatrocentos e doze Kwanzas).
Com efeitos, correm éditos de trinta (30) dias, contados da data de publi-
cação do presente anúncio, para no prazo de 15 (quinze) dias, findo o
prazo dos éditos, efectuar o pagamento da totalidade da dívida, ou reque-
rer o pagamento a prestações, nos termos do artigo 136.º, do Código
Geral Tributário (CGT) ou ainda deduzir reclamação sem efeito suspen-
sivo, conforme resulta do artigo 127.º do CGT.
A não regularização da situação fiscal no prazo estabelecido dará lugar a
cobrança coerciva da dívida nos termos do n.º 3 do artigo 135.º do Código
Geral Tributário, conjugado com o artigo 3.º do Código das Execuções
Fiscais.
O Chefe da Repartição Fiscal
Francisco Teixeira Baltazar Fernandes (500.0401c)
QUINTA REGIÃO TRIBUTÁRIA
REPARTIÇÃO FISCAL DO NAMIBE
EDITAL N.º 06
A Repartição Fiscal do Namibe, no estrito cumprimento do disposto no n.º
5 do artigo 93.º do Código Geral Tributário, faz saber que foi instaurado
contra o contribuinte LUIZ NICOLAU MIGUEL, titular do NIF2161007939,
um processo de cobrança de dívida do Imposto sobre o Rendimento de
Trabalho – Actividades Comerciais e Industriais, da notificação n.º
1493/019,referente ao exercício económico de 2018, acrescidos as devi-
das multas e juros compensatórios, no montante de Akz 45.606,00 (Qua-
renta e cinco mil, seiscentos e seis kwanzas).
Com efeitos, correm éditos de trinta (30) dias, contados da data de publi-
cação do presente anúncio, para no prazo de 15 (quinze) dias, findo o
prazo dos éditos, efectuar o pagamento da totalidade da dívida, ou reque-
rer o pagamento a prestações, nos termos do artigo 136.º, do Código
Geral Tributário (CGT) ou ainda deduzir reclamação sem efeito suspen-
sivo, conforme resulta do artigo 127.º do CGT.
A não regularização da situação fiscal no prazo estabelecido dará lugar a
cobrança coerciva da dívida nos termos do n.º 3 do artigo 135.º do Código
Geral Tributário, conjugado com o artigo 3.º do Código das Execuções
Fiscais.
O Chefe da Repartição Fiscal
Francisco Teixeira Baltazar Fernandes (500.0401a)
16 Sábado
28 de Março de 2020

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ANÚNCIO DE RECRUTAMENTO URGENTE!

A TECMAD é uma empresa vocacionada em exploração diamantífera, com a lo-

calização na província da Lunda-Norte, Lucapa. Com vista a reforçar o nosso
quadro de pessoal, estamos nesse momento a recrutar para Lunda-Norte, Lucapa
um:

• TÉCNICO DE EMULSÃO

Responsabilidades da Função:
Seguir procedimentos de trabalho seguros; fazer leitura e interpretar desenhos
eléctricos e mecânicos; realizar manutenção preventiva e inspecções diárias,
semanais, mensais e estatutária sem todas as plantas de emulsão e silos; cali-
brar bombas de emulsão e usinas de bombeamento para / e garantir que a den-
sidade e quantidade correctas de explosivos sejam entregues a cada furo;
manter e ajustar o sistema de pressão hidráulica usado para accionar as unida-
des de bombeamento; fazer revisão e manutenção de unidades de bombea-
mento de emulsão e MMU para uso seguro e confiável – incluindo manutenção
e reparo do veículo transportador da MMU, conforme necessário; fazer manu-
tenção e reembolso de todos os motores, tubulações e componentes hidráulicos;
fazer manutenção e revisão de todas as bombas, incluindo as unidades Mono,
Cat e Hydrocele; alertar a falha no computador lógico programável de 24V; fazer
manutenção e reparo do sistema de segurança (sondas de temperatura e trans-
dutores de pressão para manter a segurança da unidade de bombeamento; su-
pervisionar os funcionários semi-qualificados.

Perfil exigido:
Deve ter a Licenciatura/Ensino Médio concluído e qualificação comercial apro-
vada (electromecânica Millwright); fortes habilidades mecânicas e eléctricas;
bons conhecimentos de hidráulica e pneumática; boas habilidades de comuni-
cação verbal e escrita em Português e Inglês; forte espírito de equipa; habilidade
de liderança; habilidade de supervisão; capacidade de resolver problemas; ter 6
(900.005)

anos de experiência profissional na função. Os candidatos cujo perfil se encaixa

com a descrição podem enviar as suas candidaturas para: yuri.dumba@tec-
madmining.com até ao dia 28 de Março de 2020. (3674)
Sábado
28 de Março de 2020 17
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(500.0424)
18 NECROLOGIA Sábado
28 de Março de 2020

FALECEU FALECEU CONDOLÊNCIAS CONDOLÊNCIAS CONDOLÊNCIAS

MARIA DE ASSUNÇÃO
VAHEKENI DO ROSÁRIO
Aires do Rosário (esposo), Nina, Anita,
Yola (filhos), Hamilton, Pedro e Mário
(genros), Linja, Beni e Victorina (sobrinhas)
e demais familiares cumprem o doloroso
dever de comunicar o falecimento da
sua querida MARIA DE ASSUNÇÃO
VAHEKENI DO ROSÁRIO, ocorrido dia
26/3/2020, por doença. O funeral rea-
lizar-se-á em data a anunciar oportu-
namente. (3.725)
MARIA DE ASSUNÇÃO
VAHEKENI DO ROSÁRIO
João Vahekeni, Fernando Vahekeni, Aniceto
Vahekeni, Norbeto Vahekeni, Sorte Vahekeni,
Eusébio Vahekeni, Natália Vahekeni,
Antónia Vahekeni, Anastácia Vahekeni,
Sabina Sakeusa, Quintino Sakeusa e Kaku-
kuto Vahekeni comunicam o falecimento
de MARIA DE ASSUNÇÃO VAHEKENI DO
ROSÁRIO, ocorrido dia 26/3/2020, por
doença. O funeral realizar-se-á em data
a anunciar oportunamente. (3.725a)
GARCIA SEBASTIÃO
O Conselho de Administração e o colectivo
de trabalhadores da EPAL-E.P. tomaram
conhecimento do passamento físico do
Sr. GARCIA SEBASTIÃO, aposentado,
ocorrido no passado dia 23 de Março de
2020, por doença. Perante o infausto
acontecimento, o Conselho de Admi-
nistração e o colectivo de trabalhadores
da EPAL-E.P. endereçam à família enlutada
os sentimentos de pesar. (3.692)
MARIA DE ASSUNÇÃO
VAHEKENY DO ROSÁRIO
O Conselho de Administração da Empresa
Portuária de Lobito - EP vem, por este
meio, comunicar a todos os trabalhadores
desta Empresa e ao público em geral o fa-
lecimento da Srª. MARIA DE ASSUNÇÃO
VAHEKENY DO ROSÁRIO, ex-Administra-
dora não Executiva do Porto de Lobito,
ocorrido dia 26/3/2020, em Luanda, por
doença. O funeral realizar-se-á em data a
anunciar oportunamente. (3740)
JOSÉ QUINTO PINHEIRO
(Zeca Pinheiro)
É com muita dor e consternação que a família
Pinheiro, Maria Sousa "Mya" (esposa), Paula
Alexandre Pinheiro, Carla Lopes, Vladimir
Pinheiro, Indira Pinheiro, Rossana Pinheiro
e Fedra Pinheiro (filhos) comunicam que o
funeral do seu ente querido JOSÉ QUINTO
PINHEIRO (Zeca Pinheiro) realiza-se hoje,
28/03/2020, às 11h30, no cemitério de Sant'
Ana. Nota: Não haverá missa de corpo presente
por consequência da atual conjuntura que o
país atravessa. (500.0442)

FALECEU FALECEU FALECEU FALECEU FALECEU

JOSÉ QUINTO PINHEIRO
(Zeca Pinheiro)
É com muita dor e consternação que a
família Pinheiro: Maria de Sousa (esposa),
Paula Alexandre Pinheiro, Carla Lopes,
Vladimir Pinheiro, Indira Pinheiro, Ros-
sana Pinheiro e Fedra Pinheiro (filhos),
nora, genros, netos e bisnetos comu-
nicam o falecimento de JOSÉ QUINTO
PINHEIRO ( Zeca Pinheiro), ocorrido
dia 27/3/2020, por doença. O funeral
realiza-se hoje, 28/03/2020, às 11h30, no
cemitério de Sant' Ana. (3.738)
JOSÉ QUINTO PINHEIRO
(Zeca Pinheiro)
A família Pinheiro: Carlos Pinheiro, Lizeth
Pinheiro, Jorge Pinheiro, Fernando Pinheiro,
Maria Helena Monteiro (irmãos), primos
e sobrinhos cumprem o doloroso dever
de comunicar o falecimento de seu ente
querido JOSÉ QUINTO PINHEIRO (Zeca
Pinheiro), ocorrido dia 27/3/2020, por
doença. O f u n e ra l re a l i za - s e h o j e ,
28/03/2020, às 11h30, no cemitério de
Sant' Ana. (3.738a)
XIETU PACAVIRA
DA COSTA LOPES
As famílias Costa Lopes e Pacavira cum-
prem o doloroso dever de comunicar
aos demais familiares e amigos o fale-
cimento do seu ente querido XIETU
PACAVIRA DA COSTA LOPES, ocorrido
no dia 25/3/2020. O funeral realiza-se
hoje, sábado, 28/3/2020, partindo o
cortejo fúnebre da Morgue do Hospital
Maria Pia, às 10h00, para o cemitério de
Sant'Ana. (3.734)
BEATRIZ DOMINGOS
DE BRITO FRANCISCO
Isaac Agostinho Francisco (esposo),
Agostinho Brito, Cremilda Francisco e
Elma Francisco (filhos) e família, em
geral, cumprem o doloroso dever de
comunicar o passamento físico de sua
mãe BEATRIZ DOMINGOS DE BRITO
FRANCISCO, ocorrido na África do Sul,
por doença. O funeral realizar-se-á em
data a anunciar oportuamente. (3.713)
CALUNDA GOMES
José Ferreira Gomes, Ferreira Gomes, Ana
Gomes, Candjala Gomes, António Gomes,
Aspirante Gomes, Ndundaica Gomes, Benguela
Gomes, Tiama Gomes, Francisco Gomes, Zinha
Gomes e Manuel Gomes (filhos) cumprem o
doloroso dever de comunicar o falecimento
de seu pai CALUNDA GOMES, Soba Grande
do Município de Quipungo, ocorrido no dia
25 de Março de 2020. O funeral realizar-se-
á em data a anunciar oportunamente. (3.709)
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COMUNICADO

HORÁRIO DE ATENDIMENTO

A Direcção de Marketing e Comercialização da Edições Novembro E.P., em

pleno respeito por um comportamento social responsável, alinhado às recomen-
dações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde de
Angola (MINSA), com vista a combater a propagação do surto do Coronavírus
– COVID-19, excepcionalmente, durante a vigência do período de Estado de
Emergência, o atendimento presencial ao público passa a ter o seguinte horário
de funcionamento:

De Segunda-Feira a Domingo, das 9:00 horas às 14:00 horas.

Após o horário de atendimento presencial, estamos à sua disposição nos se-
guintes Canais Alternativos:

WhatsApp / SMS

925134301 | 937550262 | 949770006 | 924445541 | 917269650 | 924290850

E-mail:

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vanusa.cabimba@jornaldeangola.com
luena.guinapo@jornaldeangola.com
(500.0440)

Luanda, 27 de Março de 2020.

A Direcção
(700.036)

SERVIÇO NECROLÓGICO: DIAS ÚTEIS DAS 8H ÀS 18H, SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS DAS 9H ÀS 14H
Sábado
28 de Março de 2020 19
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CAMPANHA SOLIDÁRIA
COVID-2019
O nosso país e o mundo estão a viver dos tempos mais difíceis da História recente da Humanidade.

Tempos difíceis mas de grande coragem.

Nós, angolanos, sempre enfrentámos com determinação e inteligência as diferentes adversidades por
que já vivemos.

Hoje apelamos à solidariedade de todos para ajudar com donativos que nos permitam mitigar a situação
social das nossas populações mais necessitadas.

As consequências do COVID-19 podem vir a ser muito difíceis.

Vamos todos contribuir para ajudar uma causa que é de todos.

Conta do Tesouro Nacional no BCI, para ajudas em Kwanzas,

IBAN Nº AO 06 0005 0000 5197 1631 1019 7; CONTA: 51971631-10-001;

Conta do Tesouro Nacional no BCI, para ajudas em Kwanzas convertíveis em DÓLARES,

IBAN Nº AO 06 0005 0000 5197 1631 1514 4; CONTA: 51971631-15-001

Conta do Tesouro Nacional no BCI, para ajudas em Kwanzas convertíveis em Euros,

IBAN Nº AO 06 0005 0000 5197 1631 1524 1; CONTA: 51971631-15-002

Uma vez mais e sempre estaremos todos Juntos por Angola

(700.037)

COMUNICADO DE IMPRENSA

A Imprensa Nacional-E.P. informa ao público em geral

que, na sequência das orientações viradas para a
prevenção do contágio e propagação do Covid-19,
suspendeu parcialmente os seus serviços e encerrou
todas as suas lojas a nível nacional, com excepção
da Loja localizada nas suas instalações Sede, en-
quanto durar o período decretado de emergência.
(3625)

(3728)
20
Avenida 21 de Janeiro – n.º 1256 Gamek/Município de Belas-Luanda,
Contribuinte n.º 740 101 1034 Telm. (+244) 934280511/923087780 Email: rterra.02@gmail.com
NOTA DE IMPRENSA
TOMADA DE POSIÇÃO
RELATIVA AOS TERRENOS SORTEADOS PELA EMPRESA EGTI, EP.
Nos termos do Decreto Presidencial n.º 216/11 de 8 de Agosto que estabelece as Bases sobre a Política Nacional
para a Concessão de Direitos Fundiários (os direitos sobre a terra) a terra é um critério fundamental para o exer-
cício da cidadania e um activo económico para o desenvolvimento do angolano. Por isso, a Rede Terra, Con-
sórcio de Organizações Não – Governamentais constituída aos 23 de Novembro de 2004, em conformidade com as
Folhas 19 e Seguintes do Livro de Notas para Escrituras Diversas n.º 188C do II Cartório Notarial da Comarca de
Luanda e com o Diário da República de Angola III Série de 27 de Maio de 2005, cujo objecto social é a terra em
todas as suas dimensões (dimensão jurídico-legal, social, económica, cultural, e ambiental) no exercício da sua ci-
dadania e por força do seu objecto social não pode estar indiferente à louvável iniciativa de infra-estruturação de
terrenos pelo Executivo para a garantia do exercício de direitos fundiários. De todo o modo, e considerando que a
transmissão, constituição e exercício de direitos fundiários sobre os terrenos concidíveis estão sujeitos a determi-
nados princípios fundamentais dos quais o da Taxatividade _ respeito pelos princípios previstos na lei _ expresso
na alínea e) do artigo n.º 4.º da Lei n.º 9/04 de 9 de Novembro, vulgo, Lei de Terras a Rede Terra, a Rede Terra toma
a seguinte posição:
1. A Rede Terra não tem dúvida alguma que é um passo, historicamente, importante o Estado assumir o protagonismo
no combate às ocupações ilegais de terrenos mediante uma das formas, no caso, _ constituição de reservas fun-
diárias _ para disponibilizar, em tempo útil, os terrenos infra-estruturados a quem os solicite. «É notória a insuficiência
das Instituições da Administração local do Estado em disponibilizar o solo urbanizado, em tempo útil, para dar res-
posta às solicitações de concessão de terrenos pelos cidadãos (uma das conclusões do SEMINÁRIO NACIONAL
SOBRE A PROBLEMÁTICA DA OCUPAÇÃO DE TERRENOS (2014). Porém, o processo de constituição de re-
servas fundiárias para diversos fins tem sido marcado por alguns vícios em matéria procedimental. Os direitos
constitucionais de informar, ser informado e de se informar bem como o de participação têm sido, com alguma re-
corrência, feridos. Quando os fins de constituição das reservas não colidem (conferir o disposto no artigo n.º 29.º
do Decreto 58/07 de 13 de Julho), em muitos casos, não se observa a regra da co-habitação. Várias comunidades
ou famílias perdem as suas lavras sem indemnização. Em outras áreas algumas comunidades estão sob o cerco
das reservas fundiárias. Portanto, aqui, não está em causa apenas o disposto no artigo n.º 53.º da Lei n.º 3/04 de
25 de Junho, LOTU, mas também, a ética para a sustentabilidade dos solos (conferir o artigo n.º 17.º da Lei n.º
3/04 de 25 de Junho que, no quadro dos ODS e lente climática em políticas públicas a afectação de recortes es-
paciais deve ser feita em função das suas aptidões para os diversos fins e funções em sede de ordenamento e
planeamento do território.
2. Quanto aos critérios de acesso aos 560 lotes infra-estruturados na Centralidade do Kilamba/Luanda pela empresa
pública EGTI a Rede Terra apresenta a sua objecção que se fundamenta nas seguintes razões:
2.1. Não está em causa a, eventual, idoneidade da empresa EGTI, EP que foi criada, apenas em 2015, mas temos
de convir que nos marcos do número 2 do artigo 48.º, referente às modalidades de vendas de terrenos, do Decreto
58/07 de 13 de Julho, que regulamenta genericamente as concessões de terrenos, a empresa a quem a autoridade
concedente adjudicou a venda de terrenos deve ter experiência neste tipo de actividade, sendo os respectivos
serviços contratados após a abertura de concurso público.
2.2. O sorteio como critério de selecção, ou ainda, como negócio jurídico pelo qual o cidadão pode ter acesso à
terra não está previsto na legislação fundiária (conferir o disposto no artigo 46.º da Lei n.º 9/04 de 9 de Novembro).
Os jogos de sorte/azar não podem ser uma prática para o acesso e exercício de um direito relevante de cidadania
e um activo económico para o desenvolvimento de cada cidadão. Para o caso em análise é aplicável o disposto nos
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTE
Terminal Multiuso do Porto de Luanda
Comissão de Avaliação de Concessões
Em virtude da severa disrupção causada pela pandemia COVID-
19 em deslocações internacionais e na actividade empresarial, a
Comissão de Avaliação de Concessões, responsável pelo proce-
dimento concursal para a concessão do Terminal Multiuso do Porto
de Luanda deliberou, considerando o Decreto Legislativo Presiden-
cial Provisório n.º 1/20, de 18 de Março, prorrogar o prazo para
submissão das propostas, previsto no artigo 7.3 do Programa de
Concurso, para as 17 horas do dia 29 de Maio de 2020, devendo
os restantes prazos ser ajustados, em conformidade.
Dependendo da evolução da pandemia, a Comissão de Avaliação
de Concessões poderá decidir prorrogações adicionais ao prazo
de submissão das Propostas.
Pela Comissão de Avaliação de Concessões
O Presidente da Comissão
João Gaspar de Sousa Fernandes
(500.0422a)
Sábado
28 de Março de 2020
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números 1 e 2 do artigo 48.º da Lei n.º 9/04 de 9 de Novembro conjugado com o n.º 1 do artigo 48.º do Decreto n.º
58/07 de 13 de Julho e que transcrevemos: «com vista a incrementar a concorrência entre os candidatos à aquisição
e a finalidade de valorização a atingir, a venda de terrenos é feita por meio de arremetação em hasta pública». «na
falta de disposição especial, os terrenos vão à praça pelo valor determinado pelos índices de preços fixados pelas
regras de mercado» _ número 1 do artigo 53.º do diploma supracitado.
2.3. O preço estabelecido pela empresa em referência é ilegal até prova em contrário. A conclusão número 8, saída
do SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE A PROBLEMÁTICA DA OCUPAÇÃO DE TERRENOS (2014) sob orientação
da Casa Civil do Presidente da República e execução dos Ministérios da Administração do Território, Urbanismo e
Habitação e da Justiça e Direitos Humanos foi: «Falta de aprovação da Tabela de Preços a cobrar nas concessões
de direitos fundiários a nível nacional». Esta conclusão é consentânea com o disposto no número 2 do artigo 79.º
«o montante da prestação...é calculado segundo a Tabela aprovada por Decreto Executivo Conjunto dos Ministérios
das Finanças e do Urbanismo e Ambiente tendo em atenção a classificação e localização do terreno, a finalidade
da concessão e o grau de desenvolvimento de cada zona ou província». Ao que a Rede Terra sabe o referido Decreto
Executivo Conjunto não foi aprovada nem tornada pública. A Rede Terra no quadro da sua contribuição na promoção
da justiça fundiária no país está em diálogo regular com as instituições do Estado de entre outros com o Ministério
do Ordenamento do Território e Habitação e a Provedoria da Justiça, esta última, a quem foi submetido um
ofício/queixa sobre a não publicação da Tabela do Preço da Terra em Angola. Em resposta o Ofício da Provedoria
de Justiça com a referência 0643/GAB.PROJUS-DST/PRC.130-17/2018 de entre outros aspectos comunicou à
Rede Terra sobre as diligências feitas. Eis alguns excertos: _ Da resposta do Sr. Ministro das Finanças: reprodução
“ipsis verbis” «Entretanto, da pesquisa legislativa realizada não nos foi possível localizar a existência de qualquer
diploma legal anteriormente publicado sobre a matéria»; _ Da resposta da Sra. Ministra do Ordenamento do Território
e Habitação: reprodução “ipsis verbis” «Portanto, é legítima a preocupação dos cidadãos Bernardo Castro e Lisboa
Januário, afectos à Rede Terra, ONG que muito tem contribuído nos debates e produção legislativa em matéria de
direitos fundiários, contando com a sua contribuição também neste trabalho que vai culminar com a aprovação da
Tabela Indiciária de Preços a praticar na Concessão de Direitos Fundiários. O MINOTH está empenhado em ultra-
passar esta situação».
2.4. A concessão de certos direitos, sendo certo, que existem 5 direitos aos quais um cidadão pode concorrer obe-
dece a padrões de aplicação diversa. Tratando-se, no caso, de vendas de terrenos, a priori, convocamos o direito
de propriedade privada cujo negócio impõe o contrato de compra e venda (conferir alínea a do número 1 do artigo
46º. da Lei de Terras). A Rede Terra não sabe a que direitos os cidadãos se inscreveram, pois, o tratamento não
pode ser o mesmo para todos. Se for para o direito de propriedade privada, todo o cuidado é pouco, pois, só é apli-
cável aos cidadãos de nacionalidade angolana (número 3 do artigo 35.º da Lei n.º 9/04 de 9 de Novembro, Lei de
Terras. Outro cuidado a ter em conta prende-se com a permissão das instalações comerciais e industriais nos mes-
mos espaços, que pela sua natureza, não convenha integrar nos núcleos urbanos (número 3 do artigo 32.º do De-
creto n.º 58/07 de 13 de Julho.
2.5. A Rede Terra toma esta posição como uma contribuição para a justiça fundiária, transparência na gestão do ne-
gócio fundiário e segurança jurídica.
“Trabalhar a terra com os olhos no futuro”
Luanda, aos 24 de Março de 2020.
Bernardo Castro
Director da Rede Terra
(3704)
MINISTRY OF TRANSPORT
Terminal Multiuso do Porto de Luanda
Concession Evaluation Committee
In light of the severe disruption in international travelling and in bu-
siness activity caused by the COVID-19 pandemic, the Concession
Evaluation Committee, responsible for the Public Tender for the
concession of Luanda’s Port Multipurpose Terminal (Terminal Mul-
tiuso do Porto de Luanda), considering the Provisional Presidential
Legislative Decree nº1/20, of March 18th, has decided to extend
the date of the submission of the proposals set out in article 7.3 of
the Tender Program to 29th May 2020,at 5 pm. The remaining dea-
dlines shall be adjusted accordingly.
Please note that, depending on the evolution of the pandemic si-
tuation, the Concession Evaluation Committee may decide additio-
nal extensions of the deadline of the submission of the proposals.
For and on behalf of the Concession Evaluation Committee
The President of the Commission
João Gaspar de Sousa Fernandes
(500.0422)
Sábado
28 de Março de 2020 21
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(500.0417)
22 ÁFRICA
MALIANOS VÃO AMANHÃ ÀS URNAS
Soumaila Cissé terá sido raptado enquanto fazia campanha para as eleições presidenciais
Líder da oposição no Mali
é dado como desaparecido
A oposição maliana lançou, ontem, um apelo no sentido de
ser encontrado o seu líder, Soumaila Cissé, dado como
desaparecido quando participava na campanha para as
eleições de amanhã
O líder da oposição no Mali,
Soumaïla Cissé, que desa-
p a re c e u , q u i n t a - f e i ra ,
quando fazia campanha no
centro do país, foi raptado,
disseram, ontem, fontes do
Governo e dois membros da
sua comitiva.
“Todas as medidas possí-
veis estão a ser tomadas” para
encontrá-lo, disse o Governo,
numa declaração citada pela
AFP, cujo título era “sequestro
do líder da oposição”. Dois
membros da equipa de Sou-
maïla Cissé confirmaram,
também, embora sob ano-
nimato, que o líder partidário
tinha sido raptado.
O partido liderado por
Soumaïla Cissé, a União pela
República e Democracia
(URD), anunciou, na quinta-
feira à noite, o desapareci-
mento do líder quando fazia
campanha para as eleições
parlamentares de amanhã,
no centro do país.
“O URD lamenta informar
à opinião nacional e inter-
nacional que o seu presi-
dente, o ilustre Soumaïla
Cissé, líder da oposição do
Mali, e sua delegação em
campanha para as eleições
legislativas no distrito elei-
toral de Niafunké, estão desa-
parecidos”, disse o partido
em comunicado.
“Saíram de Saraféré para
Koumaïra, onde eram espe-
rados para a realização de
um comício que encerraria
a nossa campanha eleitoral.
Nem o presidente da URD,
nem qualquer membro da
sua delegação consegue ser
contactado pelos telefones
neste momento”, adiantava
o comunicado.
O partido di ss e e star
“profundamente preocu-
pado” e apelou ao Governo,
às Forças Armadas e de
segurança, bem como à Mis-
s ã o d a s Na ç õ e s Un i d a s
(Minusma) que se “usem
todas as suas energias para
encontrá-los”.
A 17 de Março, homens
armados raptaram Ag Ahmed,
candidato a deputado da
União para o Mali (RPM), no
poder, também em Niafunké,
tendo sido libertado 24 horas
depois. Soumaïla Cissé foi
ministro das Finanças e já
concorreu três vezes à Pre-
sidência do Mali.
As eleições legislativas
deste domingo são vistas
como parte importante do
esforço político que deve
acompanhar a acção militar
em curso para fazer face à
deterioração das condições
de segurança no país, devas-
tado pela guerra. A campanha
está a ser complicada pelos
riscos de segurança e medi-
das adoptadas pelas autori-
dades contra a pandemia do
Covid-19.
O Presidente do Mali,
Ibrahim Boubacar Keita
(IBK), anunciou, quinta-
feira à noite, que as eleições
legislativas de amanhã irão
realizar-se, apesar das res-
trições causadas pela expan-
são da pandemia do novo
coronavírus, que se mani-
DR
festou, oficialmente, no
país, precisamente naquele
dia, com o anúncio dos pri-
meiros casos. Desta forma,
Ibrahim Boubacar pôs fim
a vários dias de rumores,
segundo os quais, as eleições
iam ser adiadas.
Oposição pede
adiamento do pleito
Na quarta-feira, três partidos
da oposição assinaram um
manifesto conjunto a pedir o
adiamento do acto eleitoral
por causa da crescente inse-
gurança em grande parte do
país, a que se adiciona o apa-
recimento de casos de infecção
por Covid-19 confirmados.
Depois de conhecidos os
dois primeiros casos de
infecção, o Governo decretou
o encerramento das fron-
teiras terrestres - com excep-
ção pa ra o t râ n s ito d e
mercadorias - e o recolher
obrigatório das 21h00 às
5h00, bem como o de escolas
e a proibição de reuniões de
qualquer tipo.
Estas eleições legislativas
no país foram adiadas duas
vezes, a última das quais em
Dezembro, devido ao clima
de insegurança.
De acordo com o sistema
maliano, inspirado no francês,
as eleições realizam-se em
duas voltas: a primeira, no
próximo domingo, e a segunda
prevista para 12 de Abril. A
zona em que Soumaïla Cissé
desapareceu, na região de
Timbuktu, é onde operam os
militantes ligados à al-Qaeda.
MELHORIA DA VIDA DA POPULAÇÃO
Somália vai receber
ajuda internacional
O Fundo Monetário Inter-
nacional e o Banco Mundial
anunciaram, quinta-feira,
q ue a S omália cumpriu
todos os requisitos para
começar a receber um per-
dão de dívida, permitindo-
lhe, de imediato, normalizar
a relação com os mercados
financeiros.
“Este perdão vai ajudar a
Somália a fazer mudanças
duradouras que beneficiam
o povo, permitindo que a
dívida seja irrevogavelmente
reduzida de 5,2 mil milhões,
no final de 2018, para 557
milhões de dólares quando
chegar ao fim da Iniciativa
para os Países Pobres Alta-
mente Endividados, daqui
a três anos”, disse a direc-
tora-geral do FMI, Kristalina
Georgieva.
Depois de saldar as dívidas
que tinha ao Banco Africano
d e D e s e nvo lvi m e nto , a
Somália garantiu, também,
uma ajuda financeira de 395
milhões de dólares junto do
FMI, ao abrigo dos programas
de apoio desta instituição.
A Somália, com 15 milhões
de habitantes, é o 37º país a
alcançar este ponto decisivo,
numa altura particularmente
importante, marcada pela
propagação da pandemia do
Covid-19, uma praga de
gafanhotos e eleições no
final do ano.
“A normalização das rela-
ções com a comunidade
internacional vai reabrir o
acesso da Somália a recursos
financeiros internacionais
essenciais para fortalecer a
economia, ajudar a melhorar
CRISE POLÍTICA NA GUINÉ-BISSAU
Aristides Gomes defende as políticas do seu Governo
Primeiro-Ministro
está em lugar incerto
O Primeiro-Ministro da
Guiné-Bissau, Aristides
Gomes, afirmou, ontem, que
o Governo tinha um “plano
de contingência” que poderia
evitar a entrada do novo coro-
navírus no país, caso não
houvesse o golpe de Estado
que o afastou do poder, noti-
ciou a Lusa.
Em mensagem aos gui-
neenses, divulgada nas redes
sociais, Aristides Gomes,
que está em lugar incerto,
as condições sociais, tirar
milhões de pessoas da
pobreza e gerar emprego sus-
tentável para os habitantes”,
escreveu o FMI.
“O Governo e o povo da
Somália estão muito agra-
decidos com a decisão do
Banco Mundial e do FMI, que
permite ao país voltar a
envolver-se com as insti-
tuições financeiras interna-
cionais. Esta decisão é um
marco importante, que apre-
senta amplas oportunidades
para a Somália, que persegue
incessantemente o processo
de reforma e a agenda de
recuperação e desenvolvi-
mento”, disse o Primeiro-
Ministro do país, Hassan Ali
Khayre, citado no comuni-
cado do FMI.
“Este caminho, obrigou,
até agora a trabalho duro,
dedicação e parceria, e o
Governo quer expressar o
seu apreço ao FMI, Banco
Mundial e parceiros pelo
incessante apoio e ao povo
da Somália pela paciência e
resiliência nesta jornada”,
concluiu o governante.
DR
Somalis recebem ajuda do FMI
DR
há semanas, defendeu que
“o golpe de Estado fez colap-
sar os dispositivos previa-
mente montados” pelo seu
Governo, para alerta e pre-
venção ao Covid-19.
Aristides Gomes consi-
derou que as “autoridades
instaladas com o golpe de
Estado” revelam inércia no
que se refere às respostas,
apontando falhas na estra-
tégia, nomeadamente o facto
de os infectados ainda não
Sábado
28 de Março de 2020
CAMARÕES
DR
Independentistas aceitam a
proposta das Nações Unidas
ONU propõe
cessar-fogo
ao Governo
e rebeldes
As auto-denominadas Forças
de Defesa do Sul dos Cama-
rões, um dos grupos inde-
pendentistas que luta contra
o Exército governamental,
anunciou, quinta-feira, que
aceita o cessar-fogo proposto
pelas Nações Unidas, noti-
ciou a Reuters.
De acordo com uma fonte
das Nações Unidas, citada
por aquela agência de notí-
cias, o Governo de Paul Biya
ainda não reagiu à decisão
anunciada pelos indepen-
dentistas, nem à proposta
das Nações Unidas.
“Os nossos militantes
estão prontos a garantir um
cessar-fogo imediato se lhes
for garantida a segurança e
a livre circulação por parte
dos observadores interna-
cionais”, disse Ebenezer
Akwanga, líder do movi-
mento numa carta enviada
do Ghana, onde actualmente
se encontra. Na missiva,
Akwanga apela ao Governo
que não retarde a resposta
ao apelo lançado pelas
Nações Unidas.
terem sido isolados para evi-
tar o contágio e de falta de
material de protecção aos
profissionais de saúde que
vão lidar com os doentes.
O P r i m e i ro - Mi n i st ro
considerou, ainda, faltar
um plano de assistência à
população, em caso de cala-
midade, medidas para miti-
gar os efeitos do isolamento
e o abastecimento de bens,
uma vez que o comércio e
os mercados encontram-
se fechados.
Aristides Gomes disse
que, “ao contrário do que
muitos afirmam”, o
momento é para se falar
de política, salientando
que as políticas públicas
que o seu Governo vinha
a implementar, interrom-
pidas com o golpe, tinham
respostas para os proble-
mas sociais do país e agora
“as consequências estão a
ser dramáticas”.
A Guiné-Bissau vai atra-
vessar esta pandemia no
meio de uma crise política,
após Umaro Sissoco Embaló
ter tomado posse como Pre-
sidente quando ainda
decorre, no Supremo Tribu-
nal de Justiça, um recurso
do candidato Domingos
Simões Pereira, que alega
irregularidades nas eleições
de 29 de Dezembro.
MUNDO Sábado
28 de Março de 2020
DIFERENDO COM OS EUA
Canadá contra proposta de
militarização da fronteira
O Canadá informou os Esta-
dos Unidos que se opõe à
proposta da administração
de Donald Trump de colocar
tropas na fronteira entre os
dois países, como resposta
à crise sanitária global.
O Primeiro-Ministro do
Canadá, Justin Trudeau, disse,
na quinta-feira, que está a
tentar convencer a Casa
Branca a desistir dessa pro-
posta, indicando que o dife-
rendo pode mesmo prejudicar
as relações diplomáticas entre
os dois países.
“O Canadá e os Estados
Unidos têm a maior fron-
teira não militarizada do
mundo e é do nosso inte-
resse que continue assim”,
disse Trudeau.
“É algo que beneficiou os
nossos países e as nossas
economias. Sentimos que
deve continuar como está”,
explicou o Primeiro-Minis-
tro, não escondendo o desa-
grado com a forma como o
Governo norte-americano
está a tentar impor a ideia.
Poucas pessoas atraves-
sam ilegalmente a fronteira
entre o Canadá e os EUA e
os casos confirmados de con-
taminação pelo novo coro-
Trudeau afirma que posições de Trump afectam as relações
COVID-19 NO REINO UNIDO
Boris Johnson e ministro
da Saúde estão infectados
O ministro da Saúde britâ-
nico, Matt Hancock, confir-
mou, ontem, ter contraído
o Covid-19, horas depois de
o Primeiro-Ministro, Boris
Johnson, ter anunciado estar
em isolamento por o teste
ao vírus ter sido positivo.
“Tenho estado a trabalhar
em casa, nos últimos dois
dias, porque todos os que
puderem trabalhar a partir
de casa devem fazê-lo”, disse,
através da rede social Twitter.
Hancock, que esteve no
Parlamento britânico na
quarta-feira, juntamente
com o Primeiro-Ministro
durante o debate semanal
com os deputados, disse ter
sentido sintomas ligeiros e
aconselhado a fazer o teste,
que acusou positivo.
O ministro disse continuar
a trabalhar e a liderar a res-
posta do país à pandemia,
navírus estão a aumentar
em maior número do lado
dos Estados Unidos, pelo que
Trudeau diz não entender
as intenções do Presidente
Donald Trump.
“O Canadá vai opor-se
fortemente a essa proposta
dos EUA. Vamos deixar isso
m u i t o c l a ro ” , re f o rç o u
Chrystia Freeland, Vice-Pri-
meira-Ministra do Canadá,
explicando que o seu
Governo considera a atitude
dos Estados Unidos “preju-
dicial” para o “relaciona-
mento diplomático”.
O Canadá registou 3.409
casos, incluindo 35 mortes,
tendo testado mais de 158 mil
pessoas. Os Estados Unidos
já registaram mais de 75 mil
casos e mais de mil mortes.
O novo coronavírus, res-
ponsável pela pandemia do
Covid-19, infectou mais 480
mil pessoas em todo o
mundo, das quais morreram
perto de 22 mil.
D e p o i s d e su rg i r n a
China, em Dezembro, o
surto espalhou-se por todo
o mundo, o que levou a
Organização Mundial da
Saúde (OMS) a declarar a
situação como pandemia.
DR
que já causou 759 mortes no
Reino Unido em 14.579 casos
confirmados, de acordo com
dados publicados, ontem,
pelo Ministério da Saúde.
Horas antes, Boris Johnson
também tinha anunciado
estar infectado e em isola-
mento, depois de ter sido
confirmado que tinha con-
traído o Covid-19.
“Não tenham dúvida de
que, graças às maravilhas
das novas tecnologias, posso
continuar em contacto com
a minha equipa e a liderar
o combate ao coronavírus”.
adiantou. A última vez que
Boris Johnson foi visto em
público foi na quinta-feira à
noite, em Downing Street,
junto ao ministro das Finan-
ças, Rishi Sunak, quando
ambos aderiram à iniciativa
popular de bater palmas aos
profissionais de Saúde.
ALERTA DAS NAÇÕES UNIDAS
Racismo persistente contra
afrodescendentes na América
Agência das Nações Unidas para a População apelou ao combate às injustiças contra
afrodescendentes no dia em que o mundo assinalou a jornada Internacional em Memória
das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos
Nações Unidas defendem medidas decisivas para acabar com o racismo, discriminação e injustiça em todo o mundo
O racismo afecta a comu-
nidade afrodescendente e
persiste de forma sistemática
no continente americano,
especialmente em relação
às mulheres, alertou, quinta-
feira, a directora-executiva
do Fundo das Nações Unidas
para a População (FNUAP).
“ E m b o ra o c o m é rc i o
transatlântico de escravos
tenha terminado no século
XIX, o legado de racismo
ainda persiste”, declarou a
panamiana Natalia Kanem,
num comunicado à EFE, por
ocasião do Dia Internacional
em Memória das Vítimas da
Escravidão e do Comércio
Transatlântico de Escravos,
assinalado quinta-feira.
Segundo a responsável
do FNUAP, “hoje, os des-
cendentes de escravos afri-
canos continuam a ser
sistematicamente margi-
nalizados e privados dos
seus direitos humanos”.
“Este ano, o FNUAP faz
um apelo ao combate às
enormes injustiças que os
afrodescendentes enfren-
tam nas Américas, onde
uma em cada quatro pes-
soas se identifica como afro-
de s cendente ” , referiu
Natalia Kanem.
De acordo com a directora
executiva da agência da
ONU, “durante séculos, as
pessoas afrodescendentes
na América Latina e no
Caribe tiveram de enfrentar
discriminação e segregação
estruturais profundamente
enraizadas no racismo, colo-
nialismo e escravidão”.
A responsável do FNUAP
disse que “as consequências
dessas violações persistem
e continuam a causar estra-
gos nas nossas sociedades
e instituições”.
“Este ano, o FNUAP
faz um apelo ao
combate às
enormes injustiças
contra os
afrodescendentes
nas Américas, onde
uma em cada
quatro pessoas se
identifica como
afrodescendente”
“Essas profundas desi-
gualdades limitam a capa-
cidade das pessoas de
ascendência africana de
exercerem os seus direitos
e liberdades fundamentais”,
acrescentou Natalia Kanem.
“Apesar da importante
contribuição para o desen-
volvimento dos seus países,
foi-lhes negado o reconhe-
cimento”, disse.
“As pessoas de ascendên-
cia africana na América
Latina e no Caribe continuam
a ser sistematicamente mar-
ginalizadas nas suas socie-
dades”, sublinhou.
Segundo Natalia Kanem,
o s afro - de s cendente s
“sofrem discriminação ao
tentar exercer os seus direi-
tos e continuam a ser sub-
representados na tomada
de decisões políticas, situa-
ção que os impede de der-
rubar as barreiras que os
mantêm presos na pobreza”.
Segundo a directora do
FNUAP, “as mulheres e as
jovens afrodescendentes
enfrentam formas múltiplas
de exclusão e discriminação”
em vários sectores.
“Em todos os países onde
vivem não têm acesso igual
a serviços de qualidade,
incluindo os de saúde sexual
e reprodutiva”, avaliou.
“As mulheres afrodes-
cendentes nos Estados Uni-
dos”, exemplificou Kanem,
têm duas a três vezes mais
possibilidades de morrer
de causas relacionadas com
a gravidez do que as bran-
cas, de acordo com o Centro
de Controlo e Prevenção
de Doenças.
Segundo a responsável
da ONU, os dados sobre
mulheres e desigualdade
de género recolhidos pela
maioria dos países geral-
mente não são separados
por raça”.
23
DR
Natalia Kanem referiu que
“isso significa que as expe-
riências das afrodescenden-
tes geralmente permanecem
ocultas atrás de dados sobre
todas as mulheres, que ocul-
tam padrões de desigual-
dade sistémica, tornando
as suas dificuldades e preo-
cupações praticamente invi-
síveis para os encarregados
de formular políticas”.
“Este é o momento de
tomar medidas decisivas para
acabar com o racismo, a dis-
criminação e a injustiça que
l e va ra m à e x c l u s ã o d e
milhões de afrodescendentes
e para remover essa capa de
i nvi s i b i l i d ad e d o s s e u s
ombros através de dados
separados de qualidade que
reflictam as suas vidas e
necessidades”, considerou.
O mundo, lembrou, “está
comprometido em trans-
formar os próximos dez anos
numa década de acção para
alcançar os Objectivos de
Desenvolvimento Susten-
tável até 2030”.
“Para alcançar o sucesso,
devemos cumprir a pro-
messa de não deixar nin-
guém para trás e eliminar
o racismo sistémico cau-
sado pela escravidão, que
é fundamental para alcan-
çar um mundo de direitos
e escolhas universais”, con-
cluiu a directora executiva
do FNUAP.
24 Sábado
28 de Março de 2020

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REPÚBLICA DE ANGOLA

CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA JUDICIAL

Resolução---/2020
De 25 de Março

Havendo a necessidade de se assegurar o cumprimento do Decreto Legislativo Presidencial Provisório n.º 1/20, de 18 de Março, sobre a Pandemia do Covid-19
(Coronavírus), que define as normas dos procedimentos de prevenção e contenção da disseminação da doença em território nacional, e tendo em atenção que
aos Tribunais da Jurisdição Comum acorre um número significativo de pessoas, facto susceptível de contágio.

O Conselho Superior da Magistratura Judicial, Reunido no dia 25 de Março de 2020, nos termos do n.º 2 do artigo 27.º da Lei n.º 14/11, de 18 de Março, em Plenário
de Sessão Extraordinária, deliberou:
1. Ordenar a suspensão do funcionamento normal dos Tribunais da Jurisdição Comum, por 15 (quinze) prorrogáveis, mantendo em função, apenas os serviços mínimos
necessários.
2. Para efeitos da presente Resolução, o Plenário entende por" serviços mínimos necessários", aqueles que, pela sua natureza, necessidades, proporcionalidade
e razoabilidade não podem deixar de ser providos aos utentes, a exemplo do seguinte:
a) Julgamento de processos de Réus presos.
b) Julgamento de Providências Cautelares.
c) Concessão de Liberdade Condicional.
d) Recepção de documentos.
e) Emissão de mandatos de soltura.
f) Cumprir com o demais instituído, na declaração o Estado de Emergência.
3. Para o asseguramento dos serviços mínimos acima referidos, os responsáveis das secções deverão criar turnos, excluindo os grupos de risco.
4. Dada à situação vigente, que sejam criados mecanismos, expeditos, em termos de comunicação, entre os Tribunais e os Serviços Penitenciários, sem riscos
para os intervenientes.
5. As dúvidas e omissões resultantes da aplicação desta resolução, são resolvidas pelo Plenário do Conselho Superior da Magistratura Judicial.
6. A presente resolução entra em vigor na data da sua publicação.
Publique-se

Vista e Aprovada pelo Plenário do Conselho Superior da Magistratura judicial, em Luanda, aos 25 de Março de 2020.

O Juiz Conselheiro Vice-presidente

Cristiano Molares de Abril e Silva
(500.0437)

REPÚBLICA DE ANGOLA
TRIBUNAL DE CONTAS

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS

AVISO
SUSPENSÃO DO CONCURSO PÚBLICO N.º 1/2020

Considerando o Estado de Emergência decretado pelo Presidente da Repú-

blica e as Medidas de Excepção e Temporárias Tendentes à Prevenção e
Controlo da Propagação da Pandemia COVID-19;

Considerando a restrição da livre circulação e o encerramento dos serviços

públicos, previstos para situações de igual natureza;

Vimos, por meio deste, comunicar a suspensão temporária do Concurso

Público n.º 1/2020, publicitado pelo Anúncio n.º (500.0332) do Jornal de An-
gola do dia 10 de Março de 2020.

Por outro lado, se informa a todos os candidatos que após normalização da

situação no país, será publicado um novo anúncio visando a data de Entrega
das Propostas e actos subsequentes.

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS DO TRIBUNAL DE

CONTAS, em Luanda, aos 26 de Março de 2020.

O DIRECTOR
(500.004)
MANUEL CANGOMBE (500.0435)
Sábado
28 de Março de 2020 25
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(700.027)
(700.123)
26 SOCIEDADE
ONTEM, EM LUANDA
Citadinos saíram de casa num
corre-corre de emergência
José Meireles
Com os salários pagos à tan-
gente por muitas empresas,
na tarde de quinta-feira, 26,
milhares de luandenses apro-
ve ita ra m , n a m a n h ã d e
ontem , primeiro dia da
entrada em vigor do Estado
de Emergência, sair de casa
num corre-corre de emer-
gência, para abastecerem
as despensas com bens de
primeira necessidade e ser-
viços essenciais, uma das
excep ç õ e s p revi sta s n a
medida decretada pelo Pre-
sidente da República, com
vista a evitar a cadeia de
transmissão do Covid-19.
Por se tratar de sexta-
feira, último dia da semana
normal de trabalho, muita
gente acordou cedo, como
de costume, e rumou para
os mais diversos destinos,
p a ra t ra b a l h a r o u p a ra
adquirir bens de consumo,
com vista a fazer face aos
próximos dias nas respec-
tivas casas.
Quando era suposto não
haver pessoas nas ruas,
assistiu-se ontem, em diver-
sos pontos das zonas urbanas
e suburbanas de Luanda,
uma movimentação inusi-
tada de citadinos e de via-
turas, principalmente em
troços com presença de
supermercados, armazéns
de venda a grosso e a retalho
de produtos perecíveis e
secos, mercados e bancos.
Nem parecia estarmos
perante uma medida, cujo
objectivo é interditar a pre-
sença de pessoas na via
pública, como foi recomen-
dado. A correria foi tanta que
todo o mundo, que saiu para
compras, estava junto e mis-
turado diante dos portões de
armazéns, bancos, postos
de venda de gás butano,
enfim..., a maioria da qual
completamente à leste das
medidas de segurança contra
o coronavírus.
A romaria desenfreada
para a aquisição de bens de
consumo, levou a que milha-
res de luandenses se aglo-
merassem, com alguma
RECOLHA DE LIXO
Trabalhadores da Elisal sem meios de protecção
Os trabalhadores da Empresa
de Limpeza e Saneamento de
Luanda (ELISAL) reclamaram,
ontem, a falta de meios de
biossegurança para o exercício
das suas actividades.
A reclamação dos traba-
l h a d o re s s u rg e f a c e a o
incumprimento, por parte
da direcção da empresa, das
medidas impostas pelo Exe-
cutivo sobre a prevenção da
Com o portão encerrado, o armazém de frescos nos Mulenvos de Cima, em Viana, manteve aglomerado os clientes
algazarra à mistura, diante
de instituições bancárias
(Banco Sol, na Mutamba e
Keve, na Avenida Deolinda
Rodrigues, só para citar
estes), com filas muito lon-
gas, jamais vistas. Nos arma-
zéns e mercados informais,
o cenário foi de arrepiar.
Desmaios e brigas
A hora tardia para a abertura
dos mercados informais,
devido à incerteza, gerou
muita confusão, por exem-
plo, no Katinton, no Distrito
Urbano da Maianga. Ali,
segundo vários testemunhas,
dezenas de clientes, entre
mulheres e adolescentes,
caíram desmaiadas, outras
pisadas, fruto do alvoroço
registado diante do portão.
“Mano filma mesmo, para
mostrar na televisão esta
pouca vergonha”, começou
por dizer uma senhora, mal
o repórter do Jornal de Angola
sacou do telefone, para captar
imagens da grande aglome-
pandemia do Covid-19.
O operador de recolha de
resíduos sólidos da Elisal,
Agostinho Neto, disse que
os trabalhadores estão numa
condição de vulnerabilidade
e expostos a uma eventual
contaminação do Covid-19,
visto que saem à rua sem o
material de protecção.
O segundo secretário do
Sindicado dos Trabalhadores
ração de clientes diante do
portão de um armazém de
venda a grosso e a retalho,
na conhecida estrada da
Recolix, próximo à Estação
de Tratamento de Água dos
Mulenvos de Cima, em Viana.
Eram 8h34, quando ao
circular naquela via esbu-
racada, faz anos, o repórter
deparou-se com uma con-
fusão diante daquele esta-
belecimento. Com o portão
encerrado, guardas com
armas às costas e narizes e
bocas com máscaras, trava-
vam uma batalha para impe-
dir a entrada de clientes, na
sua maioria mulheres.
As mulheres, completa-
mente iradas, gritavam e
apupavam os responsáveis
do estabelecimento comer-
cial que, ao invés de abrirem
o portão para o acesso de
todos, permitiam apenas a
entrada de umas poucas
pessoas escolhidas pelos
guardas, supostamente a
mando da chefia, segundo
da Elisal, Francisco Muondu,
disse que os meios de bios-
segurança deveriam estar
disponíveis para os operadores
de recolha de lixo, à seme-
lhança do que ocorre em
outras instituições públicas.
Lamentou o facto de esta-
rem a ser equipadas as uni-
dades hospitalares sem
pensar em instituições como
os da recolha de lixo.
declarações de uma cliente.
Até ao fecho dessa edição,
o Jornal de Angola não con-
seguiu apurar se o portão
daquele estabelecimento foi
completamente aberto para
todos os clientes ou se o
cenário de escolha se man-
teve, mas a verdade é que
em dias anteriores nunca
esteve daquele jeito.
No término dos táxis da
Recolix, dois moto-taxistas,
mesmo proibidos de circu-
larem, concentraram-se na
paragem do Malueca, no
s entido Mulenvo s de
Cima/Kikolo. Na concor-
rência de transportar um
passageiro, dois profissio-
nais agrediram-se mutua-
mente, ante ao delírio dos
colegas presentes.
A confusão só foi resol-
vida, porque na altura ia a
passar uma viatura patrulha
da Polícia Nacional que após
acalmar os ânimos, de
forma pedagógica, orientou
os contendores e os demais
Francisco Muondu referiu
que não adianta proteger as
comunidades se os traba-
lhadores do saneamento e
outros similares estiverem
desprotegidos durante este
período da pandemia.
“Ainda não recebemos
nada para a prevenção contra
a epidemia. Estamos sem
máscaras, luvas e água com
sabão para lavar as mãos nos
JOSÉ MEIRELES | EDIÇÕES NOVEMBRO
a regressarem às casas, por-
que a sua circulação na via
não está prevista, no âmbito
das medidas de prevenção
contra o Covid-19.
No entanto , ao longo
daquela via que liga os muni-
cípios do Cazenga, Viana e
Cacuaco, apenas padarias,
bombas de combustíveis
estavam a funcionar. Alguns
cidadãos foram vistos a
degustar e a beber em bar-
racas improvisadas, numa
total promiscuidade. De
resto, os grandes armazéns
de venda de materiais de
c o n st r u ção , e m g ra n d e
número naquele zona, esta-
vam encerrados.
Na passagem de nível do
comboio do CFL, no Mil-
lenium (Alimenta Angola),
no Km 14, em Viana, a Polí-
cia Nacional imp e diu a
concentração de moto-
taxistas naquela zona, por
não estar previsto o seu
funcionamento.
Aqueles que chegavam
acessos do estaleiro ou recinto
de trabalho”, explicou.
No exercício das suas
actividades de recolha do
lixo, disse, os trabalhadores
lidam com animais em
estado de degradação e
material hospitalar.
O chefe de Departamento
de Comunicação da Elisal,
Pedro Faica, disse que ontem
foram colocadas à disposi-
Sábado
28 de Março de 2020
com os passageiros, des-
carregavam e não lhes era
permitido o carregamento
de outros, situação que
trouxe maior fluidez no
trânsito naquele troço, coisa
que à hora de ponta, e em
condições normais não é
fácil de se transpor.
As viaturas que faziam
o serviço de táxi, quer os
"azul e branco", quer as
"galinhas rijas", numa alu-
são aos carros da marca
Toyota Corolla, trabalharam
sem constrangimentos, com
passageiros e motoristas
despreocupados, sem
nenhuma protecção, diante
de elementos da Ordem
Pública da Polícia Nacional.
Quando era suposto
não haver pessoas
nas ruas, assistiu-se
em diversos pontos
das zonas urbanas e
suburbanas de
Luanda, uma
movimentação
inusitada de
pessoas e viaturas
Na Avenida Deolinda Rodri-
gues, o cenário era distinto.
No sentido Viana/Luanda,
as viaturas circulavam rápido,
as paragens de autocarros e
de táxis estavam apinha-
da s de gente , como em
dias normais. No extremo
inverso, principalmente
d o t ro ç o d a F T U até a o
Supermercado Alimenta
Angola, os utentes da via
fa z i a m - n a c o m m u i ta s
dificuldades.
Muitas viaturas estacio-
nadas em duas faixas, por-
que os proprietários estavam
no interior dos armazéns,
supermercados e outros
estabelecimentos comer-
ciais situados à berma da
estrada, situação que levou
a criar embaraços aos agen-
tes de Polícia de Trânsito
em serviço naquela que é
das mais movimentadas
avenidas de Luanda.
ção dos trabalhadores equi-
pamentos de biossegurança.
“O Conselho de Admi-
nistração fez um esforço e
forneceu luvas, máscaras e
batas para que os homens
trabalhem em segurança”.
Referiu que a Elisal tudo
está a fazer para que os tra-
balhadores possam estar
e m s e g u ra n ç a c o n t ra o
Covid-19.
DESPORTO Sábado
28 de Março de 2020
BELMIRO CARMELINO
Carmelino reprova posicionamento do Presidente do Conselho Central de Árbitros
“Há clubes que
mandam na FAF”
Antigo árbitro internacional abandona quadro de comissários
da Federação em solidariedade a Benjamim Andrade
Pedro Augusto
O antigo árbitro inter-
nacional Belmiro Carmelino
vai abdicar da condição
de comissário do Conselho
C e n t ra l d e Á r b i t ro s d e
Futebol de Angola, na pre-
sente época, em solida-
riedade com o juiz
Benjamim Andrade, pelo
f a c t o d o p re s i d e n t e d o
ó rgão fe d e rat ivo , Jo rge
Má r i o Fe r n a n d e s , te r
pedido desculpas ao Petro
de Luanda, pelo alegado
"erro grave" cometido pelo
juiz, no jogo com o Sagrada
E s p e ra n ç a , re f e re n te à
segunda mão dos oitavos-
de-final da Taça de Angola.
De acordo com o antigo
árbitro, à conversa com o
Jornal de Angola , por tele-
fone, é inadmissível a posi-
ção a ssumida p or Jorge
Mário Fernandes, que só
demonstra que existem clu-
bes, sem citar quais, que
"mandam na Federação
Angolana de Futebol (FAF)",
por isso, sente-se na obri-
gação de não mais fazer
parte dos quadros da arbi-
tragem nacional, na pre-
sente temporada.
“Não posso aceitar o que
o senhor presidente do Con-
selho Central de Árbitros
(Jorge Mário Fernandes) fez,
ou seja, ter pedido desculpas
a um clube, no caso o Petro
de Luanda, por alegada-
mente o árbitro Benjamin
Andrade ter ajuizado mal o
lance que deu o golo do
empate , no j ogo com o
Sagrada. Para mim, é um
lance duvidoso e que merece
uma interpretação minu-
ciosa. Isso, só prova que
existem clubes que mandam
na FAF e por esse motivo,
não posso continuar a fazer
parte do quadro de comis-
sários da presente época
(2019 / 2020). Já comuniquei
o meu desejo ao presidente
Jorge Fernandes, isso tam-
bém, em solidariedade com
o senhor Benjamim Andrade,
árbitro do referido jogo, e
que acabou suspenso por 60
dias”, disse.
Questionado quais os
clubes que alegadamente
m a n d a m n a FA F, c o m o
avançou, Belmiro Carme-
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
lino foi peremptório:
“Quem anda no futebol
sab e o q u e d igo . E x i ste
muita promiscuidade e que
não ajuda em nada, para o
bom andamento do nosso
futebol. Tenho pena é dos
ditos clubes pequenos, mui-
tas vezes espezinhados,
mas não sabem como se
defender ou tenham alguém
que os defenda, infeliz-
mente”, disse.
Belmiro Carmelino foi o
comissário do jogo Petro de
Luanda - Sagrada Esperança,
que se disputou no passado
dia 12 de Fevereiro, no Está-
dio 11 de Novembro, refe-
rente à segunda mão dos
oitavos-de-final da Taça de
Angola, cujo resultado sal-
dou-se num empate a duas
bolas, e que afastou os tri-
colores da competição,
devido ao empate a uma
bola no desafio do Dundo.
O antigo árbitro angolano,
para além de fazer parte dos
quadros de comissário do
CCAFA, é presidente da Mesa
da Assembleia-Geral da
Associação de Árbitros de
Futebol de Angola.
AVANÇADO
Emmanuel
confiante
na mudança
da situação
Arão Martins | Lubango
Emmanuel Njang Ndip, avan-
çado e melhor marcador do
Clube Desportivo da Huíla,
com seis golos, disse que
qualquer profissional de fute-
bol tem de estar pronto para
qualquer eventualidade e
está convencido que o “Coro-
navírus vai ser vencido”.
“Neste período em que
tudo parou, estamos a pro-
curar preencher o tempo de
quarentena com algumas
actividades individuais. Vivo
na mesma casa com os meus
c o l e ga s B o ate ng e S e t h
Owusu, ambos do Ghana.
Como forma de mantermos
a nossa forma física, criamos
algumas actividades des-
portivas, cumprindo sempre
com os pressupostos do uso
da máscara e manter distan-
ciado um do outro para man-
ter a forma”, garantiu, tendo
realçado a necessidade de
os jogadores manterem a
forma física.
“Viemos a Angola para
trabalhar. Não sabíamos que
o mundo teria o problema
d o C o ro n av í r u s . É u m a
doença grave e perigosa. Por
causa disso, paramos. Como
profissional, não podemos
parar definitivamente. Temos
que encontrar algumas acti-
vidades que nos ajudem a
manter a forma física”, disse.
Para o central Seth Owusu,
apesar de qualquer cons-
trangimento que possa surgir
nesta vida, um profissional
tem que estar pronto para
qualquer eventualidade.
EM BUSCA DA FORMA DESPORTIVA
Estrangeiros do Desportivo
intensificam treinos em casa
Arão Martins | Lubango
Os três jogadores estran-
g e i r o s q u e i n t e g ra m o
plantel principal de fute-
bol Desportivo da Huíla,
os avançados Frederick
Boateng e Emmanuel e o
defesa Seth Owusu,
lamentam o interregno
que se observa no Girabola
Zap 2019/2020, por força
do novo coronavírus, mas
aplaudem a decisão
governamental, pois, con-
sideram que a “vida está
em primeiro lugar”.
A cumprirem à risca a
quarentena em casa, os pro-
fissionais contratados pela
direcção do Desportivo da
Huíla no início da época
2019/2020, procuram, man-
ter a forma desportiva com
a realização de treinos ligei-
ros para o controlo do peso.
A frequência ao ginásio,
com observância das normas
de segurança, constitui outro
TÉCNICO DOS HUILANOS
Mário Soares garante
prontidão competitiva
Benigno Narciso | Lubango
O Clube Desportivo da Huíla
tem plantel com capaci-
dade para discutir, com
qualquer adversário que
esteja a competir no Gira-
bola Zap. A constatação é
do técnico Mário Soares,
cuja equipa ocupa a quarta
posição no presente cam-
peonato, com 37 pontos,
em 22 jogos disputados.
“Temos equipa com capa-
cidade, também com qua-
lidade futebolística para
discutirmos hoje com qual-
quer equipa do Girabola Zap.
Nós, Clube Desportivo da
Huíla, já temos uma iden-
tidade”, disse.
A posição que o Despor-
tivo da Huíla ocupa no cam-
peonato, é fruto de dez
vitórias, sete empates e cinco
derrotas, na competição que
está suspensa, face às orien-
tações do Ministério da Saúde
e da Juventude e Desportos,
para conter a propagação da
pandemia do Covid-19.
Fundado em 1998, por
um grupo de oficiais supe-
riores, subalternos, soldados
e trabalhadores civis, afectos
à Região Militar Sul, moti-
vados pelos resultados des-
portivos que a região vinha
obtendo nos Jogos Despor-
tivos Militares, o emblema
é hoje uma potência a nível
da província, da região Sul
e do país, onde se destaca
como “tomba -gigantes”,
dado os triunfos e as dificul-
dades que os chamados clu-
bes grandes, como o 1º de
Agosto e o Petro de Luanda,
encontram nos confrontos
método que os jogadores
estão a praticar para manter
a forma física.
“Estamos esperançados
de que esteja doença vai ser
eliminada o mais rápido pos-
sível para que as actividades
regressem à normalidade”,
mostrou-se confiante o
avançado Boateng.
O avançado nascido no
Ghana, uma das referências
do plantel treinado por
Mário Soares, assegurou
que o Desportivo da Huíla
estava numa boa forma
antes da pausa da prova,
por isso tudo vão fazer para
que a equipa não baixe de
rendimento no regresso da
competição.
“Não é fácil porque há
uma pausa. Sabemos que
o Desportivo da Huíla está
numa boa posição na tabela
geral de classificação. Era
nosso desejo continuar a
jogar para atingirmos os
nossos objectivos. Apesar
da pausa, estamos a cumprir
27
com o emblema huílano,
tanto para o Girabola Zap,
como para a Taça de Angola.
A participação inédita do
Desportivo, nas Afrotaças,
na época de 2014, constitui
o ponto mais alto desde a
fundação da agremiação des-
portiva, a 7 Maio de 1998 e
conquistou prestígio pela
aposta que faz na formação,
como via de sustentação e
lançamento de jovens talen-
tos que formados nas escolas
do clube, impõem-se na
equipa principal e despertam
a cobiça dos grandes do país.
Das classificações obtidas
pelo clube no Girabola, des-
taca-se o terceiro lugar, na
edição passada, sob comando
do técnico Mário Soares.
O Desportivo da Huíla foi
finalista vencido da Taça de
Angola, em três ocasiões,
duas curiosamente frente ao
mesmo adversário (Petro de
Luanda) em 2002 e 2013, e
na terceira, no ano passado,
diante do 1º de Agosto.
ARÃO MARTINS | EDIÇÕES NOVEMBRO
Treinador está satisfeito
com os níveis da equipa
à risca as actividades reco-
mendadas pela equipa téc-
n i c a , e mb o ra d e f o r m a
ligeira, para que tão logo a
prova retome, continuarmos
em forma”, reforçou.
O ghanense reconheceu
que Lubango é uma região
que propicia a prática de
qualquer actividade des-
portiva, quer colectiva,
quer individual.
Estamos em casa. Mesmo
assim, procuramos manter
a rotina de treinamento
individual ou a três. A qual-
quer altura que nos cha-
marem, queremos estar em
forma. Esperamos que logo
que o problema seja ultra-
passado, tudo corra com
normalidade”, afirmou
O treinador Mário Soares,
indicou o jogador, reco-
mendou algumas activida-
des pessoais. “Procuramos
cumprir com as actividades
recomendadas pelo treina-
dor. Mesmo em casa, temos
treinos pessoais.
28 DESPORTO
NO CLUBE 1º DE AGOSTO
Mané Vieira Dias critica
procedimentos eleitorais
Antigo lateral esquerdo lamenta a falta de intervenção directa
da Mesa da Assembleia-Geral, órgão que considera indispensável
Virtuosista destacou-se nas décadas de 80 a 90 ao serviço do Clube Central das Forças Armadas
Paulo Caculo
Antigo jogador do 1º de
Agosto, Mané Vieira Dias,
manifestou-se, ontem, des-
contente com a condução
do processo eleitoral no
clube, que culminou com a
reeleição do general Carlos
Hendrick, a presidente de
direcção, para os próximos
quatro anos.
De acordo com o antigo
lateral esquerdo da equipa
militar, as eleições foram
realizadas sem a intervenção
directa da Mesa da Assem-
bleia-Geral, órgão que,
declarou, tem a competên-
cia de criar a Comissão Elei-
toral, antes de convocar a
data do eleitoral.
“Foi um processo eivado
de erros no seu todo. Con-
forme se vê na lei, a cria-
ção da Comissão Eleitoral
tem de ser ,no mínimo,
um ano, para que trabalhe
na realização do acto elei-
toral e isso não foi cum-
prido pela direcção do 1º
de Agosto”, explicou.
Prosseguindo, disse: “foi
criada uma Comissão sem
conhecimento dos sócios,
quando a lei obriga a publi-
citar a marcação das elei-
ções, para os associados
terem conhecimento. Não
f o ra m c u m p r i d o s e s te s
aspectos e as pessoas ficam
c o m a i d e i a d e q u e n ão
houve intenção clara de se
realizar um processo com
transparência”.
Mané Vieira Dias escla-
receu, que só agora decidiu
manifestar o descontenta-
mento, em virtude dos inú-
meros telefonemas que
recebe de sócios do 1º de
Agosto, ainda inconformados
com a validação de um pro-
cesso irregular.
De acordo com o
antigo lateral
esquerdo da equipa
militar, as eleições
foram realizadas
sem a intervenção
directa da Mesa da
Assembleia-Geral
do clube, órgão que,
segundo ele, é
fundamental
“As pessoas ligam para
mim a perguntar como foi
possível um processo destes,
sem o conhecimento de mui-
tos sócios. São pessoas que
são descontadas e não tive-
ram oportunidade de votar
ou participar. Isso causa des-
confiança. Foi criada uma
Comissão Eleitoral sem pas-
sar pelo crivo da Assem-
bleia-Geral”, lamentou.
Segundo, ainda, Mané,
há pressupostos que devem
ser respeitados, como é o
caso do que diz o artigo 12º,
cujo conteúdo aconselha que
“a constituição do processo
eleitoral é conduzido por
uma comissão que estabelece
o calendário com base num
regulamento próprio”.
DR
A partir desta tese, acres-
centou, chega-se a ideia clara
de que não foram respeitadas
as normas exigidas pela lei
de base do sistema desportivo
em Angola.
“O artigo 17º da lei fala da
marcação da data das eleições
e é o que deve ser respeitado
do ponto de vista da legali-
dade. As eleições são mar-
cadas em reunião da
Assembleia-Geral, pelo
menos, 120 dias antes do
término do mandato. Não se
cumpriram estas obrigações
e daí se vê que não havia
vontade e boa-fé de se rea-
lizar o acto de forma clara.
O Ministério exara o des-
pacho no princípio do mês
de Dezembro, logo dentro
deste período deve ser esta-
belecido e cumprido tudo
o que a lei prescreve e estes
pressupostos não foram res-
peitados”, disse.
Mané Vieira Dias consi-
derou que o “grave erro” fere
o processo que devia ser legal.
Na sua visão, o procedimento
coloca reticências ao prestígio
granjeado pela direcção de
Carlos Hendrick, a quem
reconhece estar a fazer um
trabalho digno de mérito e
que merece todos os elogios.
“Não é crível para uma
instituição como o 1º de
Agosto o relatório e contas
é lido na assembleia, quando
deve ser distribuído aos asso-
ciados para que podessem
aferir, com antecedência, a
veracidade do documento”,
lamentou.
COVID-19
Craques africanos
gravam anúncios
de sensibilização
Um grupo de antigas lendas
do futebol africano está a
fazer sucesso com um
pequeno vídeo dedicado aos
desafios “Safehands e No
handshakes” (mãos seguras
e sem aperto de mãos), como
parte dos esforços de resposta
à pandemia do Covid-19.
A sequência, de 98 segun-
dos, é uma colagem de vídeos
gravados por jogadores nos
respectivos países, destacando
a importância de lavar as mãos
e evitar aperto das mesmas,
um dos factores considerado
como ponto essencial na bata-
lha contra o coronavírus.
Representando várias gera-
ções e liderada pelo secretá-
rio-geral adjunto da CAF,
Anthony Baffoe, aderiram à
campanha personalidades
como Roger Milla, Joseph
Antoine Bell (Camarões), Herita
Ilunga, Trésor Lomana Lualua
(RDC), El Hadji Diouf, Alassane
Ndour, Khalilou Fadiga e Dio-
mansy Kamara (Senegal).
Estão, igualmente, a fazer
a campanha Mustafa El Had-
daoui (Marrocos), Jean Ssenide
( Uga n d a ) , Wa e l G o m a a
(Egipto), Fatau Dauda (Ghana)
e Vincent Enyeama (Nigéria).
Os vídeos de Diouf e Lualua
foram gravados no dialecto
dos seus países Wolof e Lingala,
com o objectivo de atingir as
populações indígenas. Ssenide,
do Uganda, é a única mulher
que se juntou ao movimento.
Os lemas do desafio “Safe-
hands” descritos no vídeo
são as de “aplique sabão,
ensaboe bem as mãos, esfre-
gue-as por, pelo menos, 20
segundos, lave as mãos com
água limpa e seque-as com
uma toalha limpa”.
Devido à pandemia do
Covid-19, a CAF suspendeu
todas as competições até
novo aviso e está em per-
manente contacto com a
Organização Mundial da
Saúde e a FIFA.
Augusto Panzo
FRANCÊS
Michel Hidalgo
morre de doença
prolongada
Michel Hidalgo da selecção
principal da França, com a
qual se sagrou campeão no
Euro/1984, faleceu, na última
quinta-feira, aos 87 anos,
vítima de prolongada doença,
segundo uma nota publicada
no site Afrik Foot, na edição
de ontem.
Apesar de nunca ter trei-
nado uma equipa no conti-
nente africano, Michel Hidalgo
teve papel importante junto
do Rei Hassan II do Marrocos,
a quem chegou a aconselhar,
em 1995, que o intercedesse
junto da Real Federação Mar-
roquina de Futebol, para a
contratação do amigo Henri
Michel, falecido em 2017, aos
70 anos. Na altura Michel era
treinador dos Leões do Atlas.
Augusto Panzo Ex-juiz não assume nem desmente candidatura ao pleito
CORRIDA AO CAN DOS CAMARÕES
CAF analisa remarcação
de datas das eliminatórias
António Cristóvão
Em virtude da propagação
da pandemia do Covid-19, a
Confederação Africana de
Futebol (CAF) está a analisar
a possibilidade de fazer dis-
putar os jogos da terceira e
quarta jornadas das elimi-
natórias de apuramento à fase
final da 33ª edição da Taça de
África das Nações (CAN), em
Setembro ou Outubro.
Os jogos estavam inicial-
mente agendados para os
dias 27 e 31 do corrente, mas
a progressão do coronavírus
tem sido preocupante e for-
çou a suspensão das rondas.
Apesar disso, a CAF man-
tém as datas de 9 de Janeiro
a 6 de Fevereiro de 2021, para
a realização da fase final do
CAN, nos Camarões.
Esta semana, o secretá-
rio-geral do organismo reitor
do futebol africano, o mar-
roquino Abdelmounaim Bah,
a n u n c i o u , d u ra n t e u m
encontro com os jornalistas
ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL
Manuel Francisco vai
concorrer à presidência
António Cristóvão
O ex-árbitro angolano de
futebol, Manuel Francisco
Kafecuça “Bigodão” vai can-
didatar-se à presidência da
Associação Provincial de
Futebol de Luanda (APFL),
para o quadriénio 2020/2024.
A informação foi apurada
ontem, pelo Jornal de Angola
de fonte próxima ao ex-juiz,
actualmente presidente do
Conselho Provincial de Árbitros
de Futebol de Luanda (CPAFL)
e comissário nacional.
Contactado por este diá-
rio, Manuel Francisco “Bigo-
dão” fez saber que vai falar
em vésperas da apresentação
das candidaturas.
“No momento certo vou
falar sobre o assunto. Por
agora, estou focado na data
da realização da Assembleia-
Geral Ordinária da Associa-
ção”, disse, sem confirmar
ou desmentir a intenção de
concorrer às eleições.
“Bigodão”, que começou
a carreira na arbitragem em
1987, viu interrompida a
actividade como juiz de pri-
meira categoria nacional no
PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO
Sábado
28 de Março de 2020
na capital egípcia, Cairo, que
a proposta dos meses refe-
renciados são razoáveis.
"O CAN ainda está agen-
dado para Janeiro e Fevereiro.
Precisamos de duas janelas
internacionais. Podemos
realizar os jogos nas Datas
FIFA", esclareceu.
O marroquino fez saber
que a FIFA criou um grupo
de trabalho, com os membros
de todas as confederações,
com intenção de arranjar
soluções como resultado da
pandemia.
Depois da primeira janela
FIFA, registada em Março,
as restantes partidas estão
marcadas para Junho, Setem-
bro, Outubro e Novembro,
com duplas jornadas.
À excepção de Junho, que
tradicionalmente é reservado
para amistosos das selecções,
os outros meses são preen-
chidos pelas eliminatórias
de apuramento para o Cam-
peonato do Mundo do Qatar,
em 2022.
ano de 2014, quando foi des-
promovido pelo Conselho
Central de Árbitros de Fute-
bol de Angola (CCAFA), para
a segunda categoria.
No mesmo ano, o ex-juiz
tinha obtido resultado nega-
tivo na avaliação dos comis-
sários, após a disputa da final
da Taça de Angola, conquis-
tada pelo Benfica de Luanda.
Manuel Francisco jogou
na equipa de futebol da extinta
EDEL, desde os escalões de
formação até aos seniores.
O actual comissário nacio-
nal foi o guia dos árbitros Hél-
der Martins, Inácio Cândido,
Paulo Sérgio, Bebiano de Melo
e Marximina Bernardo.
O JA apurou que a Assem-
bleia-geral da APFL realiza-
se a 18 de Abril, na sede social
da instituição, no Distrito
Urbano do Rangel, com realce
para a marcação da data das
eleições e a constituição da
Comissão Eleitoral.
Além destes pontos na
agenda de trabalho, constam
igualmente, a definição da
população votante, bem
como do calendário e cír-
culos eleitorais.
DESPORTO Sábado
28 de Março de 2020 29
DIREITO LABORAL NO DESPORTO JOGADORES SEM COMPETIÇÃO
DR

Médico elabora regime

alimentar para atletas
O médico cubano, da equipa
principal de futebol do 1º de
Agosto, Virgílio Paez, afir-
mou, ontem, ao Jornal de
Angola, por telefone, ter ela-
borado um regime apro-
priado para cada jogador do
clube, em que consta uma
série de recomendações, não
só sobre o que consumir
nesta fase sem competição,
principalmente sobre os pro-
dutos a evitar.
Falando no âmbito da sus-
pensão do Girabola Zap,
como prevenção do novo
coronavírus, o especialista
em medicina desportiva disse
ser imperioso, nesta fase, a
observação de alguns cui-
dados com a alimentação
dos jogadores, de formas a
evitar o aumento de peso.
“Nós, no 1º de Agosto,
temos um controlo diário do
peso dos nossos jogadores,
Jogadores dos “clubes pequenos” podem ter salários reduzidos por estes dependerem das receitas de bilheteira através de balanças que atri-
buímos a cada um. Apesar
de que nesta fase, todos estão
a realizar exercícios indivi-
com a colaboração do capitão
(Dani Massunguna) e do vice
-capitão da equipa (Tony
Cabaça), duas figuras de lide-
rança no plantel, que incen-
tivam os colegas a cumprirem
o plano de preparação.
“A dieta a cumprir, pelos
jogadores, não deverá ser
diferente da habitual em
tempos de jogos e a alimen-
tação deve obedecer a cri-
térios, sejam de menor ou
maior quantidade. O facto
da paragem ser de 15 dias,
e os atletas continuarem a
realizar treinos individuais
em casa, não deve repre-
sentar grande preocupação”,
perspectivou o médico, para
em seguida acrescentar que
“em longos períodos de
paragem, as grandes preo-
cupações são com o peso e
a perda da forma física”.
Virgílio Paez sublinhou,
a finalizar, estar crente que
a pandemia não deverá alon-
gar-se em Angola por muito
tempo, mas caso a suspensão

Contratos protegem salários duais, indicados pela equipa

técnica que recebem via
whatsapp, existe os cuidados
com a alimentação e o peso”,
do campeonato seja prolon-
gada, deverá haver mais tra-
balho com os jogadores,
sobretudo, por altura do

na ausência de competições
esclareceu Virgílio Paez. regresso da preparação, no
Para garantir a efectivação relvado, que deve ser de
das orientações, o médico forma paulatina.
do 1º de Agosto assegurou
que a equipa técnica conta Paulo Caculo
Jurista e advogado Egas Viegas tranquiliza atletas e treinadores angolanos quanto
à obrigação dos clubes durante a paralisação do Campeonato Nacional de Futebol GIRABOLA 2019/2020
Honorato Silva

A paralisação de toda a acti-

v i d a d e d e s p o r t i va e m
Angola, competições e trei-
nos, por força das medidas
adoptadas para combater a
Covid-19, e o cumprimento
das obrigações contratuais
dos clubes com atletas e trei-
nadores alimentam discus-
sões nos bastidores, com o
ónus a ser, à partida, assa-
cado aos empregadores.
No segundo dia do Estado
de Emergência decretado
quarta-feira pelo Presidente
da República, João Lourenço,
medida que alarga o período
de paragem das competições
e da rotina de preparação,
os desportistas revelam-se
p re o c u p a d o s c o m u m a
eventual alteração do vín-
culo contratual.
Especialista em Direito
Desportivo, o jurista e advo-
gado angolano Egas Viegas
tranquilizou atletas e treina-
dores, numa abordagem téc-
nico-científica partilhada nas
redes sociais:
“Essa situação é emergencial
e, com a entrada em vigor do
Decreto Legislativo Presidencial
Provisório n.º 01/20, de 18 de
Março, do Decreto Executivo
(MAPTSS), de 20 de Março, e
do Decreto Executivo n.º
01/GAB.MINJUD/2020, de 20
de Março, ficou clarificada a
ideia de que a suspensão de
toda a prática desportiva não
legitima o empregador a res-
cindir o contrato de trabalho
desportivo, se assim pretender,
nem mesmo deixar de pro-
ceder ao pagamento pontual
e integral dos salários dos tra-
balhadores”, esclareceu.
Com recurso ao n.º 1 do
artigo 8º do Decreto Presi-
Dupla perspectiva
Quanto ao eventual incum-
primento salarial, por parte
eventuais incumprimentos
poderem culminar em justa
causa para efeitos de rescisão
Tetra-campeão tem menos
dencial 238/19 de 29 de Julho,
Egas Viegas sublinhou que
dos empregadores, por causa
da situação vivida com o novo
do contrato de trabalho des-
portivo, por iniciativa do pra-
vitórias na segunda volta
o Contrato de Trabalho Des- coronavírus, Egas Viegas pro- ticante”, lembrou. A terminar, portivo da Huíla, Cuando
portivo tem o prazo deter- pôs uma abordagem em duas o jurista estabeleceu a situação Jorge Neto Cubango FC, Interclube e FC
minado, com vigência nunca perspectivas distintas. diferente, a relação dos clubes Bravos do Maquis, enquanto
inferior a uma época, nem “A relação entre o traba- com as instituições desportivas A equipa do 1º de Agosto na segunda volta perdeu com
superior a quatro épocas. lhador e empregador é uma que, no âmbito das suas com- somou menos oito pontos, o Sagrada Esperança e com
“Nesse momento, sem relação laboral que, ainda que petências de gestão e orga- em nove jornadas disputadas o Recreativo da Caála.
jogos e previsão de retorno, tenha um regime próprio, nização do futebol, e das na segunda volta do Girabola O tetracampeão nacional
muitos clubes, em especial terá sempre de ter em conta competições desportivas, que Zap 2019/2020, reduzindo conseguiu evitar a derrota
os pequenos e médios, que os princípios base do Direito zelam pelo cumprimento das o número de vitórias, em frente ao mesmo adversário,
vivem parcialmente dos Laboral, que visa, sobretudo, obrigações salariais dos clubes. igual período, na primeira nas duas voltas.
resultados da venda dos equilibrar a desigualdade de “Julgamos que os distintos etapa da competição. Antes da paragem do Gira-
bilhetes, não terão como forças entre a entidade patro- agentes desportivos nacionais O conjunto militar ocupa, bola Zap, por 15 dias, devido
pagar contas, nem salários nal e o trabalhador. Nesse devem reunir, no sentido de actualmente, a segunda posi- a prevenção do Covid-19, os
integrais aos jogadores. Os contexto, salvo melhor opi- encontrar soluções para dimi- ção da tabela de classificação, agostinos não realizaram
clubes estão à procura de nião, o direito do jogador ao nuir o prejuízo, tanto para os acumula cinco triunfos, nenhum jogo à porta fechada,
alternativas para diminuir seu salário, pelo trabalho empregadores quanto para os diante do Progresso do Sam- tal como aconteceu com as
o prejuízo, e cortando gastos, prestado, não poderá ser afec- trabalhadores. O objectivo é bizanga , D e sp ortivo da equipas que disputaram a
a fim de evitar a insolvência tado, devendo os clubes man- dar garantia jurídica para que Huíla, Cuando Cubango FC, 25ª jornada, por ter folgado,
ou proliferação das dívidas”, ter as suas obrigações salariais todas as partes cheguem a um Interclube e FC Bravos do por força de calendário, tendo
contextualizou o causídico. regularizadas, sob pena de acordo, que precisa”, sentenciou. Maquis; dois empates (Fer- em conta o afastamento do
rovia do Huambo e Santa 1º de Maio de Benguela.
Rita de Cássia) e duas der- Enquanto se mantive-
rotas (Sagrada Esperança e rem em casa, os jogadores
Recreativo da Caála). vão cumprir um plano de
Petro prefere aguardar pelo evoluir da situação O a t a q u e d o s r u b ro -
negros marcou 14 golos e
treino individual, baseado
na manutenção da condi-
Questionado se a direcção do Petro de como a UEFA, tomaram esta decisão”, disse. sofreu seis tentos. ção física.
Luanda pondera renegociar os salários O jornal português Público noticiou Na primeira volta, a for- ARÃO MARTINS | EDIÇÕES NOVEMBRO
com os atletas, caso a paralisação ultrapasse na quinta-feira que a FIFA, liderada pelo mação orientada pelo bósnio
os 30 dias, Tomás Faria, presidente dos italo-suíço Gianni Infantino, prepara-se Dragan Jovic conseguiu
petrolíferos, foi curto e objectivo: “O evoluir para “fornecer orientações e recomen- números melhores, ao somar
da situação determinará as decisões que dações” às federações nacionais “a fim oito vitórias (Desportivo da
serão tomadas por nós”. de mitigar as consequências das inter- Huíla, Sagrada Esperança,
Em relação ao término do Girabola, rupções causadas pela Covid-19 e garantir Ferrovia do Huambo, Santa
sobretudo a disputa do título com o 1º de que qualquer resposta seja harmonizada Rita, Recreativo da Caála,
Agosto, o dirigente defendeu a necessidade no interesse comum”. Cuando Cubango, Interclube
de a Confederação Africana de Futebol Entre as “propostas” que estão em cima e FC Bravos do Maquis) e
pronunciar-se, por ser importante parar e da mesa, destaca-se o “incentivo” a um apenas uma derrota (Pro-
iniciar ao mesmo tempo. “trabalho em conjunto” entre clubes e fun- gresso do Sambizanga), mar-
“Isto evitará as situações do passado, cionários ( jogadores e treinadores), para cou 18 golos e foi buscar a
onde havia casos em que as equipas nas que se estabeleça “um acordo de adiamento bola no fundo da baliza em
provas internas estavam de férias, porém, e/ou redução de salário” e o ajuste das três ocasiões.
estavam a competir nas Afrotaças. Isto datas de início e fim de época para efeitos O 1º de Agosto venceu,
deve ser evitado. Outras confederações, de contrato de trabalho. nas duas ocasiões, o Des-
30 DESPORTO
| EDIÇÕES NOVEMBRO
A NÍVEL MUNDIAL
Principais eventos
desportivos adiados
A pandemia do Covid-19 fez
adiar a maior parte dos eventos
desportivos a nível mundial,
com destaque para os Jogos
Olímpicos de Tóquio´2020, rea-
gendada para o Verão de 2021.
Em actividade estão somente
os campeonatos de futebol da
Bielorrússia, Nicarágua, Burundi
e do Turquemenistão.
Eis a lista de eventos des-
portivos afectados pelo coro-
navírus.
Futebol: As fases finais do
Euro´2020 e da Copa América
foram adiadas por um ano. As
principais ligas europeias e
mundiais estão suspensas,
assim como as maiores provas
continentais de clubes (Liga
dos Campeões, Liga Europa e
Taça Libertadores).
Basquetebol: a liga norte-
americana (NBA) foi interrom-
pida e os derradeiros torneios
universitários da National Col-
legiate Athletic Association
(NCAA) cancelados, tal como
as principais ligas europeias
e todas as provas continentais,
Euroliga e Eurocup.
Andebol: os principais cam-
peonatos europeus e todos os
eventos continentais (Liga dos
Campeões, Taça EHF e Chal-
lenge Cup) estão suspensos.
Atletismo: mundiais de pista
coberta em Nanjing, na China,
e de meia maratona em Gdynia,
na Polónia, maratonas de Bos-
ton e Londres, tal como as três
etapas inaugurais da Liga Mun-
dial de Diamante, uma no Qatar
e duas na China.
Automobilismo: fórmula 1,
os Grandes Prémios da Aus-
trália e do Mónaco foram anu-
lados, enquanto as corridas
no Bahrain, Vietname, China,
Holanda, Espanha e Azerbaijão
reagendadas para data a defi-
nir. No Mundial de Ralis, a
prova no Chile foi riscada e a
etapa na Argentina adiada.
Motociclismo: no MotoGP, a
prova inaugural no Qatar foi
cancelada, ao passo que os
Grandes Prémios da Tailândia,
Aragão, Américas, Argentina
e Comunidade Valenciana têm
novas datas.
COM A PARAGEM DOS CAMPEONATOS
Cirilo da Cruz
antevê quebra
de performances
Especialista defende a periodicidade
da manutenção física tendo em conta
a especificidade de cada interveniente
Ciclismo: a consagrada Volta à
Itália foi adiada sem data prevista,
os "monumentos" Volta a Flan-
dres, Paris-Roubaix e Liège-Bas-
togne-Liège devem ser
remarcados, ao passo que a
Milão-São Remo está cancelada.
Futsal: As principais ligas euro-
peias e mundiais estão sus-
pensas, assim como a 'final
four' da Liga dos Campeões.
Ginástica: a Taça do Mundo
de ginástica artística no Qatar
depois de ter assistido ao can-
celamento de etapas no Azer-
baijão, Alemanha, Reino Unido
e Japão.
Golfe: o Masters e o PGA Cham-
pionship foram adiados para
datas ainda não definidas,
enquanto as etapas no Quénia,
Índia, Malásia, China, Espanha
e Dinamarca, do European
Tour, estão suspensas.
Hóquei em Patins: as princi-
pais ligas europeias e mundiais
estão suspensas, assim como
as maiores provas continentais
de clubes (Liga Europeia e Taça
WSE). No gelo, a Liga norte-
americana (NHL) também está
parada e o Mundial feminino
no Canadá foi cancelado.
Judo: a Federação Interna-
cional suspendeu toda a acti-
vidade até 30 de Abril.
Patinagem: mundiais de velo-
cidade em pista curta e de pati-
nagem artística foram remarcados
para data incerta.
Râguebi: torneio das seis
Nações, a Taça dos Campeões
e a Liga Pro14 estão suspensos
por tempo indefinido, à seme-
lhança de diversos campeo-
natos nacionais.
Armindo Pereira
A paralisação forçada das
actividades desportivas em
todo o país, no quadro das
medidas de contenção à pro-
pagação do Covid-19, pode
resultar na quebra natural
da performance dos atletas
da alta competição.
A constatação é do direc-
tor-geral adjunto para a
área académica do Instituto
Superior de Educação
Física e Desporto (ISEFD),
Cirilo da Cruz, apesar de
reconhecer que a medida
tomada pelo Governo
angolano visa salvaguardar
o bem estar dos despor-
tistas e da sociedade em
geral, face à pandemia.
Em declarações ao Jor-
nal de Angola , o docente
apontou alguns exercícios
de manutenção física que
podem ser feitos em casa,
de modo a minorar os efei-
tos do interregno, tanto de
para profissionais como
de praticantes de activi-
dade física de nível médio
e principiantes.
Os exercícios, explicou,
devem obedecer a um con-
junto de princípios que têm
por objectivo fundamental
direccionar, orientar e con-
trolar a actividade prática
de forma a conferir maior
eficácia na aplicação.
“Os indivíduos habitua-
dos a cargas altas de treino
podem trabalhar de forma
que a intensidade do esforço
seja curta e forte. Saltar
corda, flectir os braços e
pernas, exercícios abdomi-
nais e agachamentos sem
carga podem servir para
manutenção dos níveis”.
Aos praticantes de acti-
vidade física intermédia,
Cirilo da Cruz recomenda
| EDIÇÕES NOVEMBRO
Ténis: Grand Slam francês
Roland Garros. As finais da
Fed Cup, os torneios norte-
americanos de Indian Wells e
Miami.
Ténis de Mesa: Os mundiais
de equipas, os Opens de Hong
Kong, Coreia do Sul e Austrália.
Tiro: a Taça do Mundo na Índia.
Vela: Mundial na classe 470.
Voleibol: ligas europeias, mun-
diais e continentais (Liga dos
Campeões, Taça CEV e Challenge
Cup) e a Liga das Nações.
Sábado
28 de Março de 2020
os modos simples e leves,
pois, evita atingir a exaustão
por meio de séries curtas
mas com várias repetições.
Segundo o pedagogo, essa
é uma forma de conservar
os níveis de consumo de
oxigénio e reduz o cansaço
muscular.
“No tocante aos princi-
piantes, exige-se mais cui-
dado com a gestão de
esforço. O melhor seriam
essencialmente, exercícios
aeróbicos de baixa inten-
sidade e longa duração.
Estas pessoas não têm capa-
cidade para cumprir tarefas
que exigem muita capaci-
dade cardiorespiratória e
muscular, de modo a acau-
telar situações desagradá-
veis”, sublinhou.
O especialista em manu-
tenção física garante que
o corpo tende a responder
a cada estímulo e muito
facilmente o praticante
a p e rc e b e - s e q u e p o d e
aumentar a intensidade,
mas de forma paulatina.
Por outro lado, chama
atenção para o cuidado com
a ingestão de alimentos
industrializados em detri-
mento dos produtos naturais.
“Após o contacto com o
intestino transformam-se
em radicais livres(toxinas).
Daí ser imperioso fazermos
a desintoxicação através dos
antioxidantes que são
encontrados nas frutas, legu-
mes, consumo regular de
água, etc”, explicou.
Ontem, algumas quadras
desportivas e ginásios comu-
nitários do bairro Nelito Soa-
re s , Di strito Urbano do
Rangel, em Luanda, obser-
varam absentismo total no
cumprimento escrupuloso
das orientações face à pan-
demia do coronavírus.
POR CAUSA DO COVID-19
Executivos da NBA
sofrem corte salarial
Os 100 executivos mais bem
pagos da liga norte-ameri-
cana preparam-se para rece-
ber menos 20 por cento,
noticiou, ontem, o jornal por-
tuguês “Jogo”.
Suspensa desde 11 de
Março, após Rudy Gobert (Utah)
testar positivo ao novo coro-
navírus, a NBA já adopta medi-
das para enfrentar a crise
económica que se avizinha
por causa da paragem forçada.
Segundo a ESPN, a liga
norte-americana decidiu cortar
já 20 por cento dos salários de
100 dos executivos mais bem
pagos da organização, o que
afecta, desde logo, o comissário
Adam Silver e o vice-comissário
Mark Tatum.
Apesar de não confirmar a
informação, o porta-voz Mike
Base disse à cadeia norte-ame-
ricana que se vivem tempos
“sem precedentes”.
"Recorde-se que a 1 de Abril
a NBA pretende pagar os salá-
rios dos jogadores na totali-
dade, mas tal já não deve
acontecer com os de 15 de
Abril - os jogadores são pagos
quinzenalmente -, já que o con-
trato colectivo de trabalho tem
uma cláusula que contempla
motivos de “força maior” como
guerras, catástrofes naturais
e pandemias para permitir às
equipas não remunerar os
atletas na totalidade.
DESPORTO Sábado
28 de Março de 2020
ESTRELAS
Casillas e Alonso
angariam fundos
para infectados
Os espanhóis Iker Casillas
e Fernando Alonso aderiram
a uma campanha para unir
os atletas espanhóis, com o
objectivo de arrecadar 11
milhões de euros (ME) e aju-
dar 1.350.000 pessoas na
luta contra a pandemia da
covid-19.
A iniciativa, anunciada
pelo tenista Rafael Nadal e
o basquetebolista Pau Gasol,
visa reunir fundos para o
projecto ‘Cruz Vermelha Res-
ponde’, destinado às pessoas
mais afectadas pelo novo
Coronavírus.
“Perante esta difícil situa-
ção de saúde pública que
está a assolar Espanha e o
mundo, são estes os momen-
tos de ajudar e colaborar.
Deixo aqui uma palavra de
alento a todos os que estão
a trabalhar sem descansar,
médicos, enfermeiros, todos
os profissionais de saúde”,
disse Iker Casillas, num vídeo
divulgado nas redes sociais.
O ex-futebolista interna-
cional espanhol e antigo
guarda-redes do FC Porto,
de 38 anos, deixou um “sen-
tido abraço a todas as pessoas
que perderam familiares”
devido ao novo Coronavírus
e deixou uma garantia aos
que estão a lutar contra a
covid-19.
“Vamos lutar por vocês.
Não estão sozinhos. Os des-
portistas espanhóis querem
ajudar-vos e, por isso, uno-
me à campanha ‘Cruz Ver-
melha Responde’. O meu
donativo já está a caminho
e acredito que todos nos
vamos unir para alcançar a
nossa maior vitória”,
expressou o futuro candi-
dato à presidência da Real
Federação Espanhola de
Futebol (RFEF).
O piloto Fernando Alonso,
campeão mundial de Fór-
mula 1 em 2005 e 2006, tam-
bém anunciou ter-se juntado
à iniciativa: “Junto-me ao
apelo da ‘Cruz Vermelha
Responde’. Agora, cabe-nos
alcançar a nossa maior vitó-
ria. Eu já contribuí.”
Espanha é o quarto país
do mundo com mais casos
de infeção (mais de 56.000)
e o segundo que registou
mais mortes (mais de 4.000).
O novo Coronavírus, res-
ponsável pela pandemia da
covid-19, já infectou mais
480 mil pessoas em todo o
mundo, das quais morreram
perto de 22.000.
DR
31
ATLETAS DE FUTEBOL
AQUI & AGORA
Barça reduz salários Matias Adriano
Os principais campeonatos por todo o mundo estão parados
devido às medidas de restrição para combate ao Covid-19
DR
Uma guerra contra todos
Acusem-me de alguma leviandade se for o caso. Mas
entendo, no quadro da minha liberdade opinativa, que
não seria demais apelar às Nações Unidas que declarem
a peste do Covid-19, que desvirtua o sentido da nossa
condição de humanos, como terceira Guerra Mundial.
De resto, em nada as suas consequências ficam a dever
às que ocorreram entre 1914/18 e 1939/45. Acaba até por
ter um raio de acção mais abrangente.
Não deixa de ser guerra, quando o mundo inteiro
se põe de pé, em meio de algum desespero, porque
quase desmobilizado, sem solução à mão para conter
a força vulcânica de um inimigo sem rosto, que deixa,
pelo caminho um rasto de mortes, em números que
alteram as estatísticas diárias em fracção de segundos,
minutos, horas.
Prevejo que da mesma forma, combalida, em que se
reergueram as nações depois das duas grandes guerras
que marcaram, de forma brutal e indelével o Século XX,
é da forma que se irão reerguer depois desta catástrofe.
Ou seja, com as economias em colapso ou arrasadas ao
limite, já para não falar das baixas humanas. Será, enfim,
um recomeço da estaca zero.
Acredito que o mundo do desporto jamais enfrentou
um momento como o que se está a viver. Porque nesta
guerra não vale a palavra armistício, como aconteceu
nas outras. Os Jogos de Tóquio viram-se adiados, porque
o Covid-19, na sua crueldade, não concede trégua. É
declaradamente um inimigo a quem não se pode enviar
uma missiva de apelo ao diálogo, com quem não se pode
negociar um armistício.
A vida desportiva pelo mundo está literalmente parada,
em função das medidas de restrinção decretadas pelos
governos de países, e que urge tomar e fazer cumprir à
risca. Os estádios andam entregues à sua sorte. As estrelas
de futebol, basquetebol, Formula 1, ténis e outros desportos
estão em retenção domiciliária, até aquando, sabe Deus.
Também embaraçada anda a imprensa desportiva.
Como comunicar? O que comunicar, se a actividade des-
portiva é nula? Claro está, que há sempre alguma coisa
Com os campeonatos parados os clubes têm negociado reduções salariais com os atletas que ainda acontece num ou noutro lugar, mas não suficiente
para produzir matéria que preencha espaços noticiosos
na rádio, televisão e nos jornais.
Barcelona é o último clube o salário dos seus atletas. assim descreve o Barcelona. Para fim de conversa, resta esperar que a luta contra
de grande dimensão mundial “ Pe ra nte o e stad o d e “Trata-se de uma redução o inimigo comum seja vencida a médio ou curto prazo,
a avançar com uma redução emergência decretado a 14 do valor da compensação que a vida volte à normalidade e o mundo se reencontre,
salarial, embora não sejam d e M a rç o e m E s p a n h a , diária atribuída aos traba- depois deste ataque que, de dia para noite, levou a que
conhecidos os valores do devido à crise de saúde lhadores e, por conseguinte, tudo degenerasse num clima funesto e lúgubre. Por isso,
corte. Mas o clube não é caso pública originada pelo Coro- a redução proporcional da atrevo-me a taxar, por minha conta e risco, o Covid-19
único no mundo do futebol. navírus, suspendemos toda remuneração prevista nos como Terceira Guerra Mundial.
Em Itália, Alemanha, França a nossa actividade, desportiva respectivos contratos de tra-
e Bélgica existem mais casos. e administrativa. Por isso, a balho”, esclarece o clube.
Com as principais com- direcção decidiu implemen- Contudo, o clube catalão
petições de futebol paradas tar uma série de medidas garantiu que vai “obedecer MIKEL ARTETA
por todo o mundo, devido para reduzir os efeitos eco- escrupulosamente às normas
às medidas de restrição apli- nómicos desta crise”, lê-se vigentes na lei do trabalho”.
cadas no combate à pande-
mia da Covid-19, os clubes
têm equacionado planos de
no comunicado do clube
blaugrana. Entre essas medi-
das encontra-se a redução
O Barcelona não é caso
único no mundo do futebol.
Um pouco por toda a
Treinador do Arsenal
reduções salariais tempo-
rárias aos jogadores de fute-
bol. Na Europa, depois do
salarial dos trabalhadores,
incluindo os atletas.
Em causa está uma “adap-
Europa, com os campeo-
natos nacionais suspensos,
os clubes têm negociado
diz estar recuperado
caso dos clubes italianos, tação das obrigações con- reduções salariais com os O t re i n ad o r e spa n h o l vírus normal para mim. Tive
alemães e belgas, também tratuais dos trabalhadores, atletas. Itália, Alemanha, Mikel Arteta está comple- três ou quatro dias que foram
o Barcelona anunciou, na tendo em conta as novas e França e Bélgica são os casos tamente recuperado da um pouco difíceis, com um
quinta-feira, que vai reduzir temporárias circunstâncias”, mais clarividentes. Covid-19, duas semanas pouco de temperatura, tosse
depois de ter testado posi- seca e algum desconforto no
tivo, anunciou ontem o peito”, explicou.
t re i n ad o r d o A rs e n a l , Arteta adiantou que a sua
“Grandes” da Bundesliga apoiam clubes em crise equipa que alinha na Liga mulher também contraiu
inglesa de futebol. “Estou covid-19, mas que nenhum
ABayern de Munique, Borussia Dortmund, “dificuldades causadas pela pandemia de completamente recupe- dos seus três filhos ficou
RB Leipzig e Bayer Leverkusen, clubes que Coronavírus”. O dinheiro é proveniente das rado”, revelou Arteta, doente: “Estamos todos com-
participaram na Liga dos Campeões esta tem- receitas dos direitos televisivos correspon- que completou no pletamente bem agora”. O
porada, chegaram a um acordo para doar 20 dentes à competição doméstica. A principal mesmo dia 38 anos, em novo Coronavírus, respon-
milhões de euros das suas receitas para as razão pela qual foram seleccionados estes declarações publicadas sável p ela pandemia da
equipas mais desfavorecidas financeiramente quatro clubes, prende-se com o facto de no sítio oficial do clube covid-19, já infetou mais 480
da Bundesliga e 2.Bundesliga. terem participado na presente edição da Liga londrino na Internet. mil pessoas em todo o
O Bayern de Munique, o Borussia Dortmund, dos Campeões. O técnico basco, que foi mundo, das quais morreram
o RB Leipzig e o Bayer Leverkusen vão doar O conselho de administração da DFL, o o primeiro caso do novo perto de 22.000.
parte de sua receita (20 milhões de euros no braço administrativo do futebol profissional Coronavírus conhecido na Depois de surgir na China,
total) a clubes da Bundesliga (primeira liga na Alemanha afirma que “esta campanha Liga inglesa, em 12 de Março, em Dezembro, o surto espa-
alemã) e às equipas da 2.Bundesliga (segunda destaca que a solidariedade na Bundesliga um dia antes da competição lhou-se por todo o mundo, o
liga alemã) que neste momento lutam para e na 2.Bundesliga não é um segredo”. Será ser suspensa, assumiu que que levou a Organização Mun-
lidar com o impacto do Covid-19, segundo o este grupo de trabalho que definirá os critérios se sentiu doente somente dial da Saúde (OMS) a declarar
portal “Palco23”. de distribuição com base no volume de por alguns dias.“Foi um uma situação de pandemia.
Os fundos destinam-se a equipas com ajudas solicitada.
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SÁB28MAR

ENQUANTO DURAR O ESTADO DE EMERGÊNCIA ABASTECIMENTO EM LUANDA

ALTO ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO

Sonangol anuncia reforço

População
Denúncias sobre Covid-19
Uma mensagem de encoraja-
mento da população, pela
quantidade de casos de viola-
ção da quarentena domiciliária
que tem denunciado. O acto
mostra que as pessoas vão to-
mando consciência do perigo
da doença, que está a fazer mi-
lhares de mortes pelo mundo.
É preciso lembrar que o Covid-
19 não tem poupado até os
países do primeiro mundo. Por
isso, é preciso não ignorar os
perigos que a violação da qua-
rentena pode representar na
propagação do vírus nas co-
munidades. Cada um deve fa-
zer a sua parte, se quisermos
controlar e evitar a expansão
da pandemia. Só uma chama-
da de atenção: é preciso evitar
a utilização do terminal 111
para brincadeiras. O momento
exige seriedade, a mesma que
usamos para denunciar viola-
dores de quarentena.
BAIXO
Cidadãos
Desrespeitar a quarentena
O número de cidadãos viola-
dores da quarentena domici-
liária impressiona. A Comissão
Multissectorial criada para dar
resposta à pandemia do Co-
vid-19 fala em mais de 40 indi-
víduos denunciados e levados
para a quarentena institucional.
Os dados mostram bem a falta
de responsabilidade de alguns
cidadãos, que, mesmo com-
prometendo-se a ficar em casa,
saem à rua, sem se preocupar
com o mal que podem causar
ao próximo. Colocá-los apenas
em quarentena forçada insti-
tucional é pouco. Um potencial
portador do vírus (daí estar
em quarentena obrigatória),
ao optar por andar por aí em
contacto com outras pessoas,
é também um criminoso e de-
ve ser tratado como tal.
Governador do BNA falou, em conferência de imprensa, sobre as medidas a aplicar no país
BNA quer moratórias
para facilitar clientes
Cristovão Neto
O Banco Nacional de
Angola (BNA) tem iminente
a publicação de um regime
que impede os bancos
comerciais de penalizarem
clientes que incorram em
mora durante o estado de
emergência que vigora de
ontem até ao dia 11 de Abril.
Isso mesmo foi revelado
pelo governador do BNA, José
de Lima Massano, no fim da
reunião bimensal do Comité
de Política Monetária (CPM)
realizada ontem, em Luanda,
para decidir a política mone-
tária à luz da evolução eco-
nómica dos meses de Janeiro
e Fevereiro, assim como a
adopção de medidas para fazer
face ao impacto do Covid-19
sobre a economia nacional.
O Decreto Presidencial
que institui o estado de emer-
gência, declarou o governa-
dor, “já expõe a necessidade
de os bancos comerciais,
durante este período, não
levarem os seus clientes a
qualquer situação de mora
ou até de execução de garan-
tias: está tudo suspenso”.
As moratórias que o banco
central se propõe impulsionar
do ponto de vista legislativo,
têm a mesma vigência de 15
dias do estado de emergência,
mas o governador do BNA
admitiu uma concertação
com outras instituições para
alargar as moratórias, em
eventual necessidade.
José de Lima Massano
anunciou que o CPM decidiu
o estabelecimento de uma
linha de liquidez de 100 mil
milhões de kwanzas para a
aquisição de títulos públicos
em posse de sociedades não-
financeiras, como parte de
um pacote de medidas adop-
tadas para fazer face ao impacto
do Covid-19 na economia.
De acordo com o governa-
dor, a decisão permite que
sociedades com activos em
títulos públicos os descontem
junto dos bancos comerciais.
O governador estima que
esta facilidade vai ajudar
empresas que, no passado,
por opção ou por efeito do
processo de liquidação da
dívida pública, tenham reu-
nido títulos públicos, se des-
façam desses activos de
forma competitiva e sem
grandes descontos, uma
matéria para a qual anunciou
regulamentação iminente.
A reunião instituiu, como
parte desse mesmo pacote,
o alargamento do crédito com
recurso a reservas obrigatórias
aos 54 produtos inseridos
como prioritários no Pro-
grama de Apoio à Produção,
Diversificação das Exporta-
çõ e s e S ub stituição da s
Importações (Prodesi).
Ao detalhar essa decisão,
José de Lima Massano explicou
que os bancos comerciais pas-
sam a poder utilizar as reservas
que têm no BNA sem qualquer
remuneração para conceder
ao sector produtivo a juros de
7,5 por cento, algo que con-
siderou que conduz mais rapi-
damente à re dução de
dependência externa.
A reunião do CPM decidiu
manter a taxa básica de juro
(Taxa BNA), em 15,5 por cento
e a facilidade permanente de
absorção de liquidez, com
maturidade “overnight” em
0,00 por cento.
Ao mesmo tempo, redu-
ziu a taxa de juro da facili-
dade permanente de
absorção de liquidez, com
maturidade de sete dias, de
10 para 7,00 por cento e
mantebe em 22 e 15 por cento
os coeficientes de reservas
obrigatórias para moeda
nacional e estrangeira, res-
pectivamente.
de gás nos postos de venda
A Sonangol anunciou,
ontem, que já começou a
fazer o reabastecimento dos
postos de venda de gás, face
ao aumento da procura do
produto no mercado, prin-
cipalmente em Luanda, onde
foram registadas enchentes
em vários pontos.
Citado p ela Angop , o
director do Gabinete de
Comunicação e Imagem da
Sonangol, Dionísio Rocha,
garantiu não haver falta de
gás de cozinha no país, subli-
nhando que mais botijas
serão postas em circulação.
De acordo com Dionísio
Rocha, se os consumidores
voltarem a efectuar o con-
sumo normal de gás notar-
se-á que o produto está dis-
ponível para todos.
Especuladores
O responsável falou, ainda,
da possibilidade de haver
oportunistas a comprarem
o gás de cozinha em grandes
quantidades para revender
em a preços altos no mercado
paralelo, situação que vai
obrigar a intervenção das
autoridades para reposição
da normalidade.
Dionísio Rocha chama tam-
bém a atenção dos consumi-
dores no sentido de não
armazenarem várias botijas
de gás dentro das residências,
tendo em conta o perigo que
possam causar. A Sonangol
,em comunicado público de
sexta- feira, diz que conti-
Sonangol diz estar já a fazer o reabastecimento de gás
nuarão em plena actividade,
abastecendo de forma normal
os combustíveis líquidos e
gasosos, em todo o país, não
obstante as medidas de com-
bate ao Covid-19, recente-
mente anunciada s p elo
Executivo. As bombas de
combustível e os lugares
habituais de venda de gás
doméstico vão continuar a
funcionar, observando rigo-
rosamente as medidas de
segurança recomendadas.
A Sonangol diz não haver
razão para as filas que se regis-
tam no momento, assim como
outras reacções, alimentadas
pelo receio de uma eventual
escassez de gás doméstico,
gasolina ou gasóleo.
Entretanto, apela a todos
os cidadãos que, ao lidarem
com os funcionários escalados
para a manutenção das acti-
vidades acima referidas, nos
mais variados pontos de venda
em todo o território nacional,
a observarem, com rigor ,todas
as medidas de segurança.
Ontem observaram-se
longas filas nos pontos de
venda de gás de cozinha, moti-
vando os revendedores opor-
tunistas a aumentarem o preço
para três mil kwanzas, da
botija de seis quilogramas, ao
contrário dos 1.200 oficiais.
Nos últimos tempos, veri-
fica-se, igualmente, falta
de lubrificantes nos postos
de abastecimento da Sonan-
gol, mas produtos abundam
no paralelo.
EDIÇÕES NOVEMBRO

DR
NO HUAMBO Os trabalhos consistiram na prevenção e controlo da pan-
substituição de duas cabinas demia em Angola”, referiu

CR20 reabilita hospital de distribuição de energia e

que vai servir o Covid-19
A companhia chinesa
CR20 está a apoiar a reabi-
litação de um antigo hospital
no Huambo que vai servir
de posto de prevenção do
coronavírus na província.
Companhia está a reabilitar todo o sistema eléctrico Segundo um comunicado
da companhia chinesa, o
apoio, que surge em resposta
a uma solicitação das auto-
ridades locais, faz parte da
estratégia da CR20 de con-
tribuir para a prevenção e
controlo da pandemia.
restituição de todo o sistema
eléctrico do hospital. “Estamos
determinados em andar de
mãos dadas com os amigos
angolanos para combater a
pandemia”, sublinhou.
O hospital possui uma área
construída de mais de 400
metros quadrados, com 31 enfer-
marias e 40 camas. “Tenho
orgulho em contribuir para a
Bu Yanhui, funcionário da
companhia. A governadora
provincial do Huambo, Joana
Lina, visitou, recentemente,
a obra e elogiou a qualidade
e a rapidez com que os tra-
balhos estão a ser executados.
A CR20 é das principais
construtoras da China, com
mais de 70 anos de existência
e executou, desde 2004, várias
obras em Angola.