Você está na página 1de 2

Angola e os Desafios petrolífero todas as provisões foram

revistas em baixa, trabalhando-se agora


Contemporâneos na Área
na base de uma taxa global de
Económica: Diversificação, crescimento de 6,7% como uma

Motor de Mudança. possível quebra na produção de petróleo


de 3,5%.
Texto de: Leonarda Doming os
16-12-2015 Tal como era usual (parece que
agora já não tanto, dada a perda do seu
grande domínio económico mundial)
dizer-se “quando a economia americana
O ano de 2015 para os
apanha um resfriado, a economia
angolanos ficou conhecido como o internacional contrai uma pneumonia”,
famoso ano da crise, e a previsão que se em Angola, se o sector petrolífero se
faz de crescimento económico do país “engripa”, o resto da economia ressente-
está a ser revista em baixa, incluindo o se de imediato. A dependência
Governo. Neste caso o Plano Nacional financeira do petróleo é doentia, mas no
de Desenvolvimento 2013-2017, previa estado actual da economia nacional não
uma taxa de variação do Produto existem alternativas diferentes credíveis
Interno Bruto (PIB) para o ano em curso e perspectivas fortes de mudança radical
de 8; 0% enquanto no relatório de deste cenário, até porque é preciso
fundamentação do OGE para 2015, se estimular o investimento privado e o
apontava um valor ainda maior, de consumo das famílias e melhorar o
8,8%. índice de Gini (repartição secundária do
rendimento). A Reforma Tributária em
Num primeiro exercício de
curso, com os avanços e recuos
apontamento, para efeito de
conhecidos, não é a panaceia para o
programação económica, o nosso
aumento das receitas fiscais do Estado,
Governo fixou a taxa de referência de
embora sejam de esperar acertos para
crescimento do PIB em 9, 3%, ou seja
cima nos montantes de impostos
um optimismo que assentava
cobrados, essencialmente explicados
particularmente na evolução da
pela maior universalidade do sistema
produção petrolífera entre (4% e 6;5% e
fiscal – formação de uma consciência de
nos restantes sectores de actividades
que todos os cidadãos e empresas
11,%). Instalada a crise no sector

1
devem pagar impostos (para o que a administrativa do Estado renove os seus
recente amnistia fiscal para os compromissos para com a sociedade e
contribuintes com dívidas de imposto os cidadãos, no sentido duma melhoria
industrial, imposto de selo, imposto sistemática das suas condições de vida
predial urbano e imposto sobre a que garantam a dignidade humana.
aplicação de capitais não vai contribuir,
devido ao seu carácter classista ao
beneficiar mais quem menos precisa,
desde logo pela exclusão do perdão
estatal dos rendimentos do trabalho) – e
pela maior eficiência na cobrança e
fiscalização (redução da evasão fiscal).
O crescimento regular da actividade
económica do país é a única fonte
estável das receitas fiscais.

Segundo o Centro de Estudos e


Investigação Cientifica (CEIC), afirma
que sustentabilidade das finanças
públicas e da dívida pública dependem,
em grande medida, do crescimento
económico. Claro que, a boa gestão e
governança, o cumprimento de regras
sãs de utilização dos dinheiros públicos
– o que pressupõe transparência e
ausência de corrupção – e o respeito
pelo bem comum (materializado no
fornecimento de bens públicos de
qualidade) contribuem também para a
sustentabilidade das finanças públicas.
Contudo, sem a base material, traduzida
na capacidade de criação anual de valor
agregado global, só as boas regras não
são suficientes para que a máquina

Você também pode gostar