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BRASÍLIA
JANEIRO, 2020
APRESENTAÇÃO DA POLÍTICA PÚBLICA:
INTRODUÇÃO:
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:
1. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
O “problema” é o elemento principal que conduz a política pública, sendo a sua causa
de existir, segundo Secchi (2012 p. 7) o problema seria a diferença entre a situação atual
(status quo) e situação ideal possível. Com isso a PNSIPN tem como problema condutor a
precarização ao acesso à saúde, sendo esta precarização, resultado direto de fatores sócio
econômicos que infringem com maior incidência a população negra , segundo estudos do
IBGE, nos últimos anos a população que se auto declara negra teve um aumento exponencial
constituindo cerca de 50,7% da população brasileira.
Nos últimos anos, a população negra experienciou um aumento na renda per capita
maior em comparação a população branca, no entanto esse aumento não foi capaz de
amenizar os níveis de desigualdade, sendo que a concentração de renda entre os mais ricos
recai sobre a população branca tendo expressivos 79% e nos 10% mais pobres a população
negra se mostra majoritária, alcançando os 76% e mesmo tendo um rendimento no trabalho
maior do que a população branca, continuam a ter menores salário, sendo que essa
discrepância é ainda maior se posto o fator gênero.
Posto tais fatores socioeconômicos, é possível identificar uma causa direta entre o
acesso à saúde dessa população e a esses fatores, segundo dados do IPEA em 2008 a
população negra era o maior público atendido pelo SUS, chegando a 67% e a faixa de renda
desses usuários era de aproximadamente de um quarto e meio de salário mínimo, sendo eles
de fato “SUS - dependentes”. Os serviços utilizados por essa população tem uma avaliação
regular, ruim ou péssimo de 37,8%. Tudo isso somado a uma série de vulnerabilidades que
incidem principalmente nessa população como a alta taxa de mortalidade entre jovens e
mulheres, precocidade dos óbitos, altos índices de violência é prevalência de doenças
crônicas, portanto se percebe que os negros e pardos são os que mais utilizam e mais precisam
dos programas de saúde, no entanto são os que têm menos acesso.
2. FORMAÇÃO DA AGENDA
A agenda é uma lista de questões ou problemas aos quais agentes estatais, atores
políticos, sociais e outros membros na comunidade de política pública estão dando relevância
a certo temas. A definição de agenda implica no reconhecimento do governo de um problema
público digna de atenção. Ela foca nos processos iniciais de identificação de problemas, na
iniciação de políticas e no modo como esses processos afetam as atividades de criação de
políticas públicas posteriores de responsabilidade dos governos.
A luta por melhores condições de vida e saúde da população negra é antiga. Ainda
assim, novos elementos têm sido agregados nos últimos tempos. Um dos principais novos
elementos, é foco da criação de políticas públicas destinada a saúde da população negra. A
saúde da população negra refere-se, principalmente, a três elementos principais: o primeiro é
o enfrentamento do racismo na sociedade como um todo, nas instituições (o racismo
institucional) e no sistema de saúde. O segundo é a advocacia por respeito, diálogo e
incorporação das formulações e práticas da cultura afro-brasileira às ações e políticas de
saúde. Já o terceiro é a atenção aos problemas que a população negra sofre, que inclui não
apenas prevenção e assistência à saúde, mas fundamentalmente a defesa da implementação
plena do Sistema Único de Saúde (SUS). Um novo elemento é inserido no combate aos
problemas de saúde da população negra, a criação da Política Nacional de Saúde Integral da
População Negra. Esta política pretende fornecer a gestores das três esferas de governo, as
ferramentas capazes de contribuir para a efetivação dos princípios de universalidade,
integralidade, equidade, participação e descentralização do SUS, desenvolvendo estratégias e
ações para a ampliação do acesso e da qualidade da atenção à saúde oferecida à população
negra nas áreas urbanas e rurais de todo o país.
Vários documentos produzidos por pesquisadores negros e ativistas do movimento
negro a aliados na luta anti-racismo, têm apontado de forma consistente quais os principais
agravos em saúde que demandam respostas mais resolutivas por parte do SUS. Apontam
também as questões cruciais relativas a atitudes discriminatórias, dificuldade de acesso e
baixa qualidade da atenção. A aprovação da política coloca ativistas, membros do movimento
negro e agentes estatais, novas oportunidades e desafios. A atuação junto dos gestores,
profissionais de saúde, movimentos sociais e junto à população em geral faz um enorme
impacto na melhora da saúde da população negra.
3. FORMULAÇÃO DE ALTERNATIVAS
4. TOMADA DE DECISÃO:
5. IMPLEMENTAÇÃO
São as iniciativas adotadas para a execução da política pública. Visando a
implementação da PNSIPN primeiro foi constatado o reconhecimento das desigualdades,
vulnerabilidade da população negra e a necessidade de garantir o acesso à saúde nos moldes
da Constituição e com o apoio de diferentes políticas da saúde. A PNSIPN aborda a
importância do apoio aos processos de educação popular e o seu uso para combater o racismo
e qualquer tipo de estigma, incentivando também a produção de conhecimentos sobre o
assunto e respeitando as raízes culturais e das religiões de matrizes africanas. Vale ressaltar
que é reconhecido pelo ministério da saúde que o racismo afeta a saúde (Determinante Social
das Condições de Saúde).
Trata-se de uma política pública transversal e com objetivos de implementação em
ambos os âmbitos federal, estadual e municipal. Dentre estes objetivos estão implementar os
núcleos de prevenção à violência e promoção da saúde em estados e municípios, garantia de
apoio técnico e financiamento, enfoque na saúde mental dos homens e mulheres negras, além
do tratamento e acompanhamento de outras doenças que esta população está comumente
vulnerável, promover a equidade dentro da área da saúde, formar e qualificar profissionais da
área para o atendimento, dentre outros.
6. AVALIAÇÃO/ANÁLISE
BATISTA; BARROS. Enfrentando o racismo nos serviços de saúde. Cad Saude Publica,
2017. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/csp/v33s1/1678-4464-csp-33-s1-e0000516.pdf>. Acesso em 31 de
jan. de 2020.
SECCHI, Leonardo. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São
Paulo: Cengage Learning, 2012. Capítulos 1, 2 e 3
PELLEGRINI, Alberto. Determinantes Sociais. Pense SUS fiocruz, Brasília. Disponível em:
<https://pensesus.fiocruz.br/determinantes-sociais>. Acesso em: 30 de jan. de 2020.
WU, Xun. Guia de políticas públicas: gerenciando processos / Xun Wu, M. Ramesh,
Michael Howlett, Scott Fritzen; traduzido por Ricardo Avelar de Souza. Brasília: ENAP,
2014. Capítulos 1, 2, 3 e 4;