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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE MINAS GERAIS

FACULDADE D PSICOLOGIA – UNIDADE PRAÇA DA LIBERDADE

CULTURA RELIGIOSA: PESSOA E SOCIEDADE

Núbia D´Arc Rodrigues Simão

O PROFISSIONAL DA SUA ÁREA, A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA,OS


DESAFIOS ÉTICOS DO MUNDO E DA FAMÍLIA: síntese do artigo “ O Desafio do
abandono dos idosos”, Congêneres no Brasil e no Mundo: Um Estudo Quantitativo

Belo Horizonte

2022
“Na juventude deve-se acumular o saber.

Na velhice fazer uso dele”.

Jean Jaques Rousseau


Dedico este trabalho a todos os idosos que tive o prazer de conhecer que transcenderam
em ensinamentos e amor. Que é primordial respeitar o tempo, a ter paciência e
compaixão com o próximo independente de quem seja.
INTRODUÇÃO

O Desafio escolhido por mim, diante de todos os temas sugeridos, correlaciona-se a


uma lógica de deficiência estrutural de políticas públicas no Brasil e no Mundo, merece
especial atenção e reflexão a partir das facetas do envelhecimento populacional, e o que
representa o abandono. É inaceitável que, em um mundo tão globalizado e onde circula
tanta informação, tantos estudos científicos em torno de aquecimento global,
ecossistemas e etc. Ainda exista descaso e falta de investimentos a estas pessoas que um
dia contribuíram tanto. Na atualidade estão em situação de vulnerabilidade social em
sua maioria devido à situação financeira.

O tema/desafio escolhido tem bases sólidas de previsões estatístico-quantitativas do


número de idosos no Brasil e no mundo. Revela-nos não só o abandono, mas outras
formas de desrespeitos às garantias fundamentais e humanas defendidas na ONU, OMS,
Legislações e reformas previdenciárias espalhadas pelo mundo. A fragilidade de
existência e vulnerabilidade diante de familiares, órgãos públicos e toda a sociedade que
os cerca. Muitas vezes falecem e perdem a vontade de lutar pela própria vida diante do
desamparo.

DESENVOLVIMENTO

A pesquisa feita por mim tem como foco os idosos, maltratados, abandonados,
humilhados, hostilizados e que sofrem violência doméstica. Os autores Jorge Felix é
doutor (Ph.D). Criou o Centro de Estudos da Economia da Longevidade, onde vários
estudiosos debatem sobre envelhecimento populacional. É autor dos livros "Viver
Muito" (2011, Editora Leya) e "Economia da Longevidade" (2019, Editora 106 Ideias).
Tem artigos e textos acadêmicos publicados em Buenos Aires, Ontário, Paris, Porto,
Viena, Varsóvia, N.Y. e Londres. Desde 2007, é pesquisador do grupo Políticas para o
Desenvolvimento Humano (PDH) no Programa de Estudos Pós-graduados em
Economia Política da PUC-SP, onde estuda a influência do capital financeiro, economia
internacional, envelhecimento populacional, sistemas de previdência e políticas públicas
para os idosos. Sobretudo, em seus estudos dá ênfase especial a sobre o impacto do
fenômeno da longevidade nas políticas públicas e suas implicações econômicas.
E, Márcia R.S.S. Barbosa Mendes; “A situação social do idoso no Brasil: uma breve
consideração. “ Doutora pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo -
USP - São Paulo(SP), Brasil.

Ambos realizaram estudos quantitativos, que foram publicados em revistas de saúde e


de Economia. A pesquisa, em sua introdução, começa fazendo um resgate de como o
Brasil foi e está estruturado sobre bases de formações familiares e seus idosos. Embora
sejam trabalhos com viés distintos, Economia e Saúde, são uníssonos quanto ao
fenômeno do crescimento do número de idosos no Brasil e no mundo. Tratam ainda da
emergência de políticas públicas para atenuar o sofrimento e resguardar a dignidade
destes considerados por suas famílias descartáveis. É estrutural a forma como os idosos
são tratados como em nosso país. Há em curso uma verdadeira depreciação, sempre
taxados como inválidos, doentes, e sem culpa alguma pela situação na qual se
encontram. Segundo as pesquisas, os idosos sofrem humilhação, condições de saúde
precária, falta de aposentadoria, alimentação deficiente, Incapacidade, impotência,
abandono e até mesmo agressões físicas. Fatos alarmantes do cotidiano da maioria dos
idosos. Sem dignidade alguma, o sofrimento psicológico é tão grande que tem crescido
o número de suicídio de. O preconceito e o abandono que sofrem está na gênese da
sociedade como um todo atrelado a questões de educação direcionada de base e respeito
e cuidados. Para obtenção de tais conclusões, os autores utilizaram pesquisas
quantitativas em diversos órgãos públicos, hospitais do Brasil e do Mundo do fenômeno
investigado como método. Os pesquisadores reconhecem a debilidade social e a
carência gritante de politicas públicas, Os autores foram ajustando a partir de números
estatísticos divulgados pelo IBGE, Hospitais e outros afins.

PARA O DEBATE

1. Quais espaços existem para dar voz aos idosos e o exercício do seu protagonismo em
nossos meios de comunicação, sejam públicos ou privados?

2. Quais políticas públicas precisam ser criadas para a superação do abandono do idoso
na sociedade em que vivemos?

3. Como nós, profissionais da saúde, futuros psicólogos em formação, podemos intervir


e contribuir com um processo humano e social no intuito de barrar a sistematização
desse processo de desumanização do idoso ?

CONCLUSÃO

Os autores, que são professores de cursos universitários, apresentam conclusões e


pistas que a meu ver são pertinentes e precisam de melhor aprofundamento. O combate
às situações de extrema pobreza e às diversas vulnerabilidades sociais impostas por ela
deve ser uma pauta presente em nossos debates acadêmicos. Não podemos desassociar o
que aprendemos daquilo que é tocado na prática, na realidade. É urgente que a pobreza
para fins de manutenção da desigualdade social seja revista, e isso pode ser um forte
tema para nossa prática. Seria deprimente e totalmente sem ética que a nossa profissão
fosse romantizada a ponto de não termos a capacidade de enxergar o que é visível e
tateável, o que acontece à nossa sombra e do nosso lado, dentro de nossos lares, sem
que buscássemos uma intervenção em favor da vida e dignidade dos idosos. É preciso
uma maior incidência nossa nos campos de aprovação e construção populares de
políticas públicas que visam minimizar os impactos da degradação e desrespeitos
causados aos idosos abandonados a margem da sociedade.

SÍNTESE INDIVIDUAL

O MOTIVO DO AUMENTO DO NÚMERO DE IDOSOS NO BRASIL E NO


MUNDO

Baixas Taxas de natalidade X maior expectativa de vida dos idosos e maior


expectativa de vida no Brasil.
No Brasil, há uma tendência, o acesso da mulher ao mercado de trabalho, casamento
tardio, e à diminuição da taxa de natalidade é real. Essa redução é consequente de uma
significativa melhoria na qualidade de vida dos brasileiros, que passaram a ter maior
acesso à saúde e à educação, mesmo que ainda precários.

O Brasil, até 2025 será o 6º país do mundo com o maior número de pessoas idosas,
segundo dados da OMS. A população brasileira e mundial envelhecem e é crescente a
necessidade de cuidadores e programas de políticas públicas de proteção ao idoso.

E segundo a ONU, Estima-se que o número de idosos, com 60 anos ou mais, duplique
até 2050 e mais do que triplique até 2100, passando de 962 milhões em 2017 para 2,1
mil milhões em 2050 e 3,1 mil milhões em 2100.
Este tema sempre me provocou questionamentos, não só nas questões legais de Direito
Público, mas também sociais e governamentais: O quê se estuda a respeito dos idosos?
Quais legislações resguardam os idosos? Com este trabalho tive oportunidade de
aprofundar um pouco mais sobre o assunto.
Eis o que se segue:
Área Internacional – Direitos das Pessoas Idosas
• Não existia nenhum instrumento juridicamente vinculante que padronizasse e que
protejia os direitos das pessoas idosas. • Na Declaração Universal dos Direitos Humanos
de (1948) não se faz referência explícita às pessoas de idade, mas todos os seus artigos e
disposições devem ser aplicados a toda a sociedade, incluindo o grupo de pessoas com
60 anos ou mais. Área Internacional – Direitos das Pessoas Idosas • O Pacto de Direitos
Econômicos, Culturais e Sociais da ONU (1966) contem referência aos direitos das
Pessoas Idosas no seu artigo 9, que trata sobre seguridade social. • No ano de 1995, o
Comitê preparou o Observatório Geral Nº 6 que indica: “Os Estados Partes no Pacto
devem prestar atenção especial para a promoção e proteção dos direitos econômicos,
sociais e culturais das pessoas idosas”. Sistema Interamericano de Direitos Humanos -
Idoso • O Protocolo Adicional à Convenção Americana de Direitos Humanos, mais
conhecido como o “Protocolo de San Salvador” é, até o presente momento, o único
instrumento vinculante que incorpora especificamente os direitos das pessoas idosas. •
Na Convenção Interamericana Sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos -
2015 A Organização dos Estados Americanos (OEA), em sua XLV Assembleia Geral,
realizada no dia 15 de junho de 2015, em Washington, aprovou e abriu para assinatura a
Convenção Interamericana sobre os Direitos das Pessoas Idosas. O Brasil foi um dos
primeiros signatários da Convenção. Em 2017, após PNAD/IBGE observou-se que o
fenômeno do aumento do número de idosos, aqui no Brasil cresceu exponencialmente
18% em 5 anos e ultrapassava 30 milhões em 2017.A população brasileira manteve a tendência
de envelhecimento dos últimos anos e ganhou 4,8 milhões de idosos desde 2012,
superando a marca dos 30,2 milhões em 2017, segundo a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua – Características dos Moradores e Domicílios,
divulgada hoje pelo IBGE. Ainda há o Estatuto do Idoso, Lei 10.741 de 01/10/2003 e
Política Nacional do Idoso, Lei 8.842 de 04/01/1994. E, por fim a Lei descrita abaixo.
Em seus poucos artigos, resguardam direitos dos idosos e deveres públicos do Estado e
da sociedade. Contudo, na prática não ví seu cumprimento e aplicabilidade infelizmente.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88) assume essa
perspectiva e em seu artigo 230 apresenta a seguinte disposição:

“A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas,


assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e
garantindo-lhes o direito à vida”.
Posterior a isso, seguindo a Convenção Internacional acrescenta a LEI Nº 13.646, DE
9 DE ABRIL DE 2018.em seus artigos que se seguem:

Art. 1º Fica instituído o ano de 2018 como o Ano de Valorização e Defesa dos Direitos
Humanos da Pessoa Idosa, em alusão ao processo de ratificação, pelo Brasil, da
Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos.

Parágrafo único. Durante o Ano de Valorização e Defesa dos Direitos Humanos da


Pessoa Idosa, serão empreendidas ações como:

I – realização de palestras e eventos sobre o tema;

II – divulgação da Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos


dos Idosos por meio de material educativo e campanhas publicitárias;

III – articulação conjunta com órgãos da administração pública, com o Poder


Legislativo e o Poder Judiciário para incentivar ações de valorização da pessoa idosa, no
âmbito de suas competências;

IV – outras medidas que se proponham a esclarecer e sensibilizar a população acerca


dos direitos da pessoa idosa.

As únicas campanhas publicitarias que vejo são, “ Lar para Idosos “ abastados
financeiramente devido seu alto custo; E, campanhas do Governo “ prova de vida” para
pagamento do Benefício ou Aposentadoria. Somente!
Urge a necessidade de um novo olhar para o envelhecimento e campanhas educativas
sobre os direitos dos idosos., a qualidade de vida e a seguridade do idoso em nosso país.
O dever da sociedade em atentar no tocante ao respeito de prevalência da dignidade aos
idosos.

“ A dignidade da pessoa humana, é um dos direitos fundamentais garantidos


constitucionalmente prevista no artigo 1º, inciso III da Constituição Federal
Brasileira de 1988 “

REFERÊNCIAS

MANCUSSI, Ana Cristina e Faro, Trabalho apresentado à disciplina "A


Reabilitação na saúde do adulto e do idoso" do Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem na Saúde do Adulto (PROESA), Escola de Enfermagem da
Universidade de São Paulo - USP - São Paulo(SP), Brasil. Publicação nesta
coleção,18 Set 2007

FELIX, J. . Economia da Longevidade, Gerontecnologia e o complexo


econômico-industrial da saúde no Brasil: uma leitura nova desenvolvimentista.
REVISTA KAIRÓS GERONTOLOGIA, v. 21, p. 107-130, 2018.

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/taxa-natalidade-mortalidade.htm
SOUSA, Rafaela. "Taxa de natalidade e taxa de mortalidade"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/taxa-natalidade-
mortalidade.htm. Acesso em 03 de maio de 2022.

IBGE, Editoria: Estatísticas Sociais | Rodrigo Paradella | Arte: Marcelo


Barroso , 26/04/2018 10h00 | Atualizado em 01/10/2018 15h52

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