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XIX ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO – ENANCIB 2018

GT-05 – Política e Economia da Informação

CENTRO DE CONVIVÊNCIA NA INFORMAÇÃO E PROTAGONISMO SOCIAL DA VELHICE

Silvana Maria de Jesus Vetter (Universidade Federal do Maranhão)

Gilda Olinto (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia)

Maria Mary Ferreira (Universidade Federal do Maranhão)

COEXISTENCE CENTER, INFORMATION AND SOCIAL PROTAGONISM OF ELDERLY

Modalidade da Apresentação: Comunicação Oral

Resumo: Este estudo trata sobre os Centros de Convivência como espaço de informação para os
idosos. O objetivo é examinar o seu papel no acesso à informação e protagonismo desses sujeitos.
Em revisão de literatura, apresenta abordagem sobre o envelhecimento ativo e a relevância da
informação no protagonismo social de idosos, enfatizando a sua importância nos dias atuais.
Também discute como se caracterizam esses Centros, no país, sua origem em legislação e o seu
papel social junto à população idosa. Trata das ações realizadas no estudo empírico, no qual destaca
a observação direta como instrumento de coleta de dados. O estudo em campo, realizado nos
Centros de Convivência de Idosos do Rio de Janeiro e São Luís, indica que essas instituições realizam
várias ações que contribuem para o protagonismo social dos idosos, como informá-los sobre seus
direitos e satisfazer outras necessidades de informação. Contudo, não se identificam ações de
estímulo à atuação dos idosos na definição das atividades dos Centros e na sua conscientização
enquanto grupo social, apto a lutar por seus direitos. No uso dos Centros merece destaque as
atividades de prevenção da doença, e de lazer. O desafio para esses espaços é articular o
conhecimento adquirido pelos idosos com a solução das necessidades de informação, visando a
promoção do envelhecimento ativo e protagonista.

Palavras-Chave: Informação para os idosos; Protagonismo social da velhice; Necessidades de


informação; Direito à informação na velhice; Centros de Convivência de Idosos no Brasil.

Abstract: This study deals with the Coexistence Centers as an information space for the elderly. The
objective is to examine their role in access to information and protagonism of these subjects. In a
literature review, it presents an approach on active aging and the relevance of information in the
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social protagonism of the elderly, emphasizing its importance in the present day. It also discusses
how these Centers are characterized, in the country, their origin in legislation and their social role
with the elderly population. It deals with the actions carried out in the empirical study, in which
direct observation is a tool for data collect. The study in the field, carried out at the Centers for the
Coexistence of the Elderly in Rio de Janeiro and São Luís, indicates that these institutions carry out
various actions that contribute to the social protagonism of the elderly, such as informing them
about their rights and meeting other information needs. However, there is no identification of
actions to stimulate the elderly in the definition of the activities of the Centers and in their
awareness as a social group able to fight for their rights. In the use of the Centers it is worth
mentioning the activities of prevention of illness and of leisure. The challenge for these spaces is to
articulate the knowledge acquired by the elderly with the solution of information needs, aiming at
the promotion of active and protagonist aging.

Keywords: Information for the elderly. Social protagonism of old age. Information needs. Right to
information in old age. Centers for the Coexistence of Elderly People in Brazil.

1 INTRODUÇÃO

O Brasil, como outros países do mundo, vivencia o dinâmico fenômeno do


envelhecimento de sua população. Segundo o IBGE (2018), essa tendência se acentuou
ainda mais nos últimos cinco anos, pois enquanto em 2012 o quantitativo de pessoas com 60
ou mais anos de idade era de 25,4 milhões, em 2017 chegou a 30,2 milhões de brasileiros, o
que aponta um crescimento de 18% desse segmento etário. A Redução das taxas de
natalidade, ampliação de políticas de saúde e o maior acesso à informação contribuíram
para esse quadro.

A maior longevidade da população traz preocupações e desafios quanto à solução de


problemas ligados à dependência, à seguridade social e promoção do envelhecimento ativo.
Os idosos demandam por direitos sociais fundamentais, para terem melhor qualidade de
vida. No Brasil, eles contam com alguns instrumentos legais que lhes garantem direitos,
como o Decreto n. 1.948/1996 que assegura o direito ao atendimento na modalidade não
asilar, a qual inclui os Centros de Convivência, importantes ambientes onde o idoso pode
informar-se, informar, e ser informado, conforme as suas necessidades. Tal direito é
assegurado no Estatuto do Idoso (2003) mas, anteriormente, expresso na Constituição
Federal de 1988, Art. 5º, que garante ao cidadão brasileiro, o direito de auferir, transmitir e
buscar informações.
A partir deste entendimento, questiona-se: como os Centros de Convivência
contribuem para a informação dos idosos? Que tipos de informações veiculam e quais
recursos utilizam? Em que medida eles contribuem para o protagonismo social desses
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sujeitos?. Este estudo é fruto de pesquisa desenvolvida em tese de doutorado, apresentada


ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, convênio IBICT/UFRJ. O principal
objetivo é examinar o papel desses Centros, no acesso à informação e protagonismo social
dos idosos. Para tanto, apresenta-se o conceito de envelhecimento ativo na seção 2; discute-
se sobre informação e protagonismo social na velhice, na seção 3; destaca-se o papel dos
Centros de Convivência de Idosos na seção 4, que trata do campo de pesquisa; apresenta-se
os procedimentos metodológicos na seção 5, os resultados na seção 6 e, na seção 7, as
considerações finais do estudo.

2 ENVELHECIMENTO ATIVO

O conceito “envelhecimento ativo”, termo cunhado nos anos 1990 pela Organização
Mundial da Saúde, na visão de Fernandes e Garcia (2010), é um modelo normativo, criado na
sociedade contemporânea, com o objetivo de garantir nova identidade para a pessoa idosa, e
estimulá-la a adotar novos hábitos, e linguagem que a dissocie de estigmas imputados
socialmente, como doenças, declínio e exclusão social.

Na visão de Ramos Monteagudo; Yordi García e Miranda Ramos (2016), o


envelhecimento ativo amplia a visão que se tinha de envelhecimento saudável, que envolvia
fatores sociosanitários e de saúde. O novo conceito contempla aspectos como
independência, participação, dignidade, cuidado e autorrealização. Para a OMS (2005),
sustentam o envelhecimento ativo, a participação, a saúde e a segurança, e um dos
comportamentos de saúde exigido dos idosos, para vivenciá-lo, é que eles percebam o seu
potencial para o exercício do bem-estar físico, social e mental. O primeiro passo é que
participem da sociedade, segundo as suas necessidades e capacidades, viabilizadas pelo
acesso à informação.
O envelhecimento ativo, com base em Ramos Monteagudo e Yordi García, (2016),
pode ser promovido pela família e pela sociedade, por meio de ações como prevenção e
combate ao preconceito contra idosos; implementação de espaços de convivência para que
não fiquem segregados; prática de ações educativas para promover saúde e prevenir
doenças; prática de ações para manutenção das funções cognitivas e implementação de
políticas públicas de proteção dos direitos do idoso. De acordo com Rebellato e Hayashi
(2014), a política do envelhecimento ativo ressalta que a velhice requer iniciativas sociais e
de saúde, durante o curso da vida, para que os cidadãos possam manter sua autonomia e
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participar da sociedade, o que requer o envolvimento do idoso em atividades que


promovam sua interação social: atividades em grupo, de contato social, atividades
colaborativas e outras.
A relevância da autonomia na velhice é recorrentemente abordada em pesquisas
divesas. Oliveira e Barbas (2013), por exemplo, apontam que autonomia corresponde à
autodeterminação da pessoa para tomar decisões que influenciam sua vida, sua saúde, sua
integridade física e psíquica, e suas relações sociais.
Os estudos analisados indicam que os idosos, hoje, podem dispor de alguns recursos
para afastarem-se do estigma negativo associado à velhice, quando estes são encarados por
uma visão fixada na autonomia, na atividade, na informação e na participação social. No
Brasil, os idosos têm obtido algumas conquistas, e exercido algum protagonismo, com a
promulgação de leis específicas que regulam direitos, políticas e serviços, como a Política
Nacional do Idoso (1994) e o Estatuto do Idoso (2003). Porém, ainda enfrentam inúmeras
barreiras: falta de trabalho, violação dos direitos, situações de violência, desvalorização,
desqualificação, baixa renda, acesso precário a serviços de saúde e de informação, e outros.

3 INFORMAÇÃO E PROTAGONISMO SOCIAL NA VELHICE

Com a importância adquirida pela informação no cenário atual, duas de suas funções:
redução de incertezas (WERSIG; NEVELING, 1975) e solução de problemas (SHERA, 1977)
ganharam atenção. No entanto, o seu cumprimento torna-se um desafio, uma vez que a
informação está condicionada ao modo como é transmitida e recebida, ao contexto social no
qual está inserida, às situações em que ocorre, aos meios que a veiculam e às características
socioculturais das pessoas envolvidas.

Em Capurro e Hjorland (2007), informação assume o sentido de conhecimento


comunicado e hoje ocupa posição de centralidade nas sociedades. Ganhou mais força após o
advento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), passando a ser condição básica
de desenvolvimento, assim como o capital e o trabalho. Assim, as ações em torno de
informação, estão voltadas para que ela funcione como uma força construtiva nas
sociedades, embora ela não seja a única e não haja garantia de que cumprirá tal função.
Apresentam-se a seguir alguns aspectos que relacionam informação e protagonismo
social, com destaque ao protagonismo social de idosos.
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Para o entendimento da conexão entre informação e protagonismo social cita-se, a


visão de Perrotti (2017), o qual argumenta que o protagonismo é ação de luta para criar
significados e ressignificar a vida em sociedade. Na visão de Gomes (2017a), um dos pontos
centrais do protagonismo social é o diálogo em espaços críticos. Em tais espaços, é preciso
haver oportunidade de discussão, e comunicação de diferentes pontos de vista, de modo
que sejam construídos consensos, os quais têm como uma de suas características centrais, a
provisoriedade, pois dependem de produção, acesso, uso e apropriação de informações. O
protagonismo social requer diálogo dos sujeitos com o mundo e consigo mesmos, para a
compreensão de experiências e vivências.
Neste estudo, entende-se protagonismo social, como a ação em que o indivíduo se
apropria de informações, as transforma em conhecimentos e os utiliza na luta por direitos
que beneficiem a sua categoria, com o objetivo de reconstruir seu contexto social, para o
bem coletivo. E o protagonismo individual seria a ação do indivíduo para obter
conhecimentos, ressignificá-los e usá-los no enfrentamento de barreiras que impedem a
satisfação de suas necessidades. Ambos os protagonismos dependem de diálogo que ocorre
na interação, na convivência, na troca e apropriação de informações.
Sobre a apropriação de informações, Baptista (2014) a considera um processo que
propicia a produção, a interpretação e a expressão de si. Essas três ações são geradas por
novas perspectivas que o indivíduo possa desenvolver, em um processo de interação com o
mundo e com outras pessoas, o que pode conduzi-lo a elaborar conhecimentos e realizar
escolhas. O modo como ele lida com o mundo, e com seus objetos, é particular, e o processo
de apreensão da informação é individual, único e intransferível. Todo esse processo é
fundamental para que o indivíduo exerça o seu protagonismo na sociedade.

3.1 O protagonismo social dos Idosos no Brasil

Na literatura voltada para questões relacionadas aos idosos, é evidenciado que


este público necessita apropriar-se de informações úteis à solução de seus problemas, e
que contribuam para a sua autonomia e participação social com protagonismo.

Mane e Paiva (2007), por exemplo, em estudo relacionado à informação para idosos,
no Brasil, constataram que as suas necessidades informacionais vinculam-se,
principalmente, às suas preocupações com saúde, obtenção de benefícios de aposentadoria,
aspirações por atividades de lazer e obtenção de informação para a educação. Estes
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aspectos podem contribuir na melhoria da qualidade de vida dos idosos, o que torna
evidente a urgência de que tais necessidades sejam atendidas. Boa parte dos idosos no
Brasil, na visão dessas autoras, encontra-se em situação de vulnerabilidade informacional, e
costuma recorrer à televisão como fonte imediata de informação. Além disso, para muitos
deles, a internet ainda é uma realidade distante, por falta de condições econômicas, de
competência para lidar com esta ferramenta entre outros fatores. Por isso, argumentam que
idosos precisam de mecanismos que lhes proporcionem a busca de informações nas
organizações, em meios físicos e digital, mediante ação que estimule o seu protagonismo e
atenda às suas necessidades.
No ponto de vista de Rozendo, Justo e Correa (2010), o protagonismo social do idoso
brasileiro ocorre nos canais participativos: fóruns de debates, conferências para o
planejamento de políticas sociais e os diversos conselhos. Os Conselhos de Idosos são
espaços de participação e protagonismo, tanto político quanto social desses sujeitos, quando
lhes garantem a oportunidade de participarem ativamente de decisões que atingem direta
ou indiretamente a sua vida. Também são espaços de fala, informação e conhecimento,
quando os idosos podem executar ações, comunicarem críticas e pontos de vista. O
protagonismo social e a atuação política dos idosos também ocorre na participação em
congressos, palestras, associações de aposentados, onde trocam informações, opiniões,
perguntas e pensamentos. No aspecto político, o protagonismo envolve a participação
direta, como cidadão, na formulação, fiscalização e avaliação da coisa pública, em fóruns de
debates, organizações de bairro e conselhos gestores.
Em síntese, a literatura analisada sugere que os idosos terão de usar suas habilidades
para agirem coletivamente, enquanto integrantes de uma categoria social. Para tanto, são
necessários apropriação de informações úteis e de qualidade, e interação dialógica com
grupos sociais. Os estudos destacam que o valor da informação para os idosos está
relacionado ao quanto ela é capaz de atender às suas necessidades e solucionar os
problemas, especialmente quanto a direitos sociais, segurança, saúde e cidadania, além de
trazer sentido para a sua vida, para lutarem por direitos de cidadãos.

4 O CAMPO DE PESQUISA: Centros de Convivência de Idosos

Refletir sobre o papel dos Centros de Convivência no acesso à informação, e


protagonismo social de idosos, é o objetivo desta seção. Para tanto, apresenta-se breve
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histórico desses Centros no Brasil, com foco em sua função social e expõe-se comentários de
ações dos Estados do Rio de Janeiro e Maranhão para a sua implantação.

4.1 Histórico dos Centros de Convivência no Brasil

Os Centros de Convivência fazem parte do serviço social de proteção básica previsto


em Lei (Decreto 1948/1996; Lei Orgânica e Assistência Social (LOAS) - Lei n. 8.742, de 7 de
dezembro de 1993). Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC) 2013,
do IBGE (2014), esses serviços visam atender, principalmente, as famílias e indivíduos em
situação de vulnerabilidade social, oriundas da pobreza, da falta de acesso à informação e à
educação, do acesso precário aos serviços públicos e do enfraquecimento dos vínculos
afetivos, relacionais e de pertencimento social. São famílias e/ou indivíduos que passam,
passaram ou correm o risco de vivenciar situações de violação de direitos como: violência,
maus tratos, abandono, exploração e situação de rua.

Os espaços de convivência têm atuado como instituições que apoiam o trabalho


desenvolvido pelos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), para atender famílias
e indivíduos em situação de risco. Houve aumento significativo na quantidade desses
Centros, no país, pois de acordo com o IBGE (2014), em 2009 atingiam um terço dos
municípios brasileiros, e em 2013 passaram a abranger mais da metade dos municípios.
Esses Centros são destinados tanto aos idosos, quanto às crianças e pessoas com deficiência.
O IBGE (2014) apontou a existência de 3.861 Centros destinados aos idosos, no Brasil,
distribuídos em 2.529 municípios, correspondendo a 45,4% do total, sendo 2.956 de origem
pública e 906 conveniados. Como exemplo tem-se as casas-lares, criadas para oferecer-lhes
atenção especial de alta complexidade, com 1.780 unidades, em 1.131 municípios (20,3%).
Os Centros de Convivência de Idosos são espaços que desenvolvem atividades com o
objetivo de contribuir para a promoção de um processo saudável de envelhecimento físico e
psicossocial dos cidadãos. Funcionam como espaço de sociabilidade e convivência, onde
ocorrem processos de interação humana, entre pessoas de diferentes classes sociais, níveis
educacionais, profissões, gostos e interesses, porém, com propósitos semelhantes de
encontrar pessoas, conversar, trocar experiências, criar e fortalecer laços e se informar.
Na visão de Kist (2011), o atendimento aos idosos nesses Centros, no Brasil, advém
dos anos 1960, quando era feito por instituições assistenciais como igrejas, e instituições
asilares de responsabilidade do Estado, mas não com o objetivo de promover convivência e
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sociabilidade. Centros com esta função foram impulsionados pelo Serviço Social do Comércio
(SESC) em São Paulo, considerada instituição pioneira no desenvolvimento de trabalhos
sociais com idosos, a partir do ano de 1963.
Esta ação pioneira do SESC, e as demandas dos idosos que começaram a se tornar um
grupo significativo da população brasileira, contribuíram para a criação de outros Centros de
Convivência. Para Rodrigues (2001), os Centros vinculados ao setor público têm origem na
década de 1970, com a criação do Programa de Assistência ao Idoso (PAI), pelo então
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). O PAI tinha como função, organizar e
implantar grupos de convivência de idosos, nos postos do INPS. Com a reforma da
Previdência, ainda nessa década, o Programa foi posto sob a gestão da Legião Brasileira de
Assistência (LBA). Durante a sua gestão, segundo Kist (2011), a LBA desempenhou ações de
supervisão dos grupos que surgiram na época, avaliar e identificar as carências e demandas
dos idosos, e criar novas estratégias para lhes oferecer atendimento mais amplo.
Nos anos 1980, segundo Rodrigues (2001), a LBA foi reestruturada e os grupos de
convivência passaram a integrar o Projeto de Apoio à Pessoa Idosa (PAPI), criado para
substituir o PAI. As ações do PAPI visavam ampliar a participação de idosos no meio social,
promover a sua valorização nas comunidades, e estimular discussões sobre sua cidadania,
seus direitos e reivindicações, envolvendo tanto os grupos de convivência que gerenciava
quanto aqueles parceiros ligados a entidades particulares e de iniciativas comunitárias.
Nos anos 1990, com a promulgação da Política Nacional do Idoso (1994), o Decreto n.
1948/1996, que a regulamenta, garantiu ao cidadão idoso o atendimento na modalidade
não asilar, em grupos de convivência, denominados “Centro de Convivência”, Art. 4:
“Entende-se por modalidade não-asilar de atendimento: I - Centro de Convivência: local
destinado à permanência diurna do idoso, onde são desenvolvidas atividades físicas,
laborativas, recreativas, culturais, associativas e de educação para a cidadania.” (BRASIL,
1996). Tal concepção é adotada no estudo em Centros de Convivência do Rio e Maranhão.

4.2 Os Centros de Convivência nos Estados do Rio de Janeiro e Maranhão

Considerando as ações para a proteção social básica com a oferta de serviços de


convivência para idosos, nos Estados do Rio de Janeiro e do Maranhão, a principal iniciativa
foi a implementação de suas Políticas Estaduais, com o objetivo de criar condições para a
garantia dos direitos dos idosos, de sua autonomia, integração e participação social.
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Além de assegurarem o direito à assistência social e ao amparo na família e na


comunidade, essas Políticas trazem responsabilidades para o Estado, para que crie
mecanismos de amparo aos idosos sem recursos e/ou sem família; atue na informação
dessas pessoas para a obtenção de benefícios, inclusive da prestação continuada, conforme
determinações da LOAS (1993); garanta abrigo e assistência aos idosos vítimas de violência e
em situação de risco, e promova o envelhecimento ativo, por meio dos Centros de
Convivência, em parceria com empresas, organizações e sociedade civil.
É importante lembrar que embora haja prerrogativas em lei para os dois Estados,
pois segundo o IBGE (2014) o Rio de Janeiro, em 2013, dispunha 129 Centros de Convivência,
distribuídos em 51 municípios, sendo 113 públicos e 16 conveniados, e o Maranhão
apresentava 151 Centros, distribuídos em 92 municípios, sendo 103 públicos e 48
conveniados, todos esses Centros contavam com apoio governamental. No entanto, os
conveniados não recebiam verba, mas eram apoiados, sobretudo, com a obtenção do direito
de uso de espaço público para seus encontros e atividades.
Centros de Convivência são espaços fundamentais e oportunos para ações destinadas
à informar idosos, sobre o processo de envelhecimento, direitos sociais, saúde, lazer, e
outros. São locais onde eles podem conversar, criar e fortalecer laços, expressar ideias,
trocar informações, e construir conhecimentos úteis para a sua vivência. A sua atuação
focaliza a qualidade de vida desses sujeitos, promoção do exercício de sua cidadania, e o
incentivo à participação social. Por isso, esses espaços têm sido foco de estudos empíricos.

4.3 Os Centros de Convivência considerados no Estudo

Os Centros de Convivência de Idosos das cidades do Rio de Janeiro e São Luís, nos
quais realizou-se observação direta, são apresentados em dois tipos: a) Centros que embora
tenham apoio do governo com a seção do espaço para funcionamento, são instituições que
não recebem verba governamental, e a sua sustentação depende do apoio da comunidade,
categorizados aqui como Centro Conveniado; b) Centros que recebem apoio direto do
governo para o desenvolvimento de suas atividades. Na fase de observação, procurou-se
verificar: Em que medida as ações desenvolvidas em Centros de Convivência contribuem
para o acesso a informação e promoção do protagonismo social dos idosos? O estudo
envolveu quatro Centros: dois na cidade do Rio de Janeiro e dois na cidade de São Luís.
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Localizados na cidade do Rio de Janeiro, a Casa de Convivência Padre Velloso, espaço


de convivência e lazer da Prefeitura Municipal, atende idosos com 60 ou mais anos de idade,
visando oferecer oportunidade de socialização e promoção de qualidade de vida (SOBRE...,
2010), e o Grupo de Aposentados e Pensionistas de Laranjeiras (GAP) originário de iniciativas
governamentais, atualmente funciona como um grupo conveniado, voltado principalmente
para o lazer de pessoas acima dos 50 anos de idade (SOBRE, 2017; TABAK, 1988).
Em São Luís encontram-se: o Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso (CAISI), da
Prefeitura Municipal, que oferece atividades de convivência e lazer, e funciona como centro
de prevenção, proteção e recuperação da saúde de pessoas a partir dos 60 anos de idade
(CAISI..., 2017), e o Programa de Ação Integrada para o Aposentado (PAI), do Governo do
Estado do Maranhão atende aos servidores aposentados, mas, também presta apoio aos
grupos de idosos de iniciativas populares. O seu objetivo é oferecer aos idosos possibilidades
de viverem a velhice de forma ativa e qualitativa ([MARANHÃO. Portal...], 2016).
Os Centros selecionados têm vários pontos em comum, incluindo sua situação em
ambiente urbano - em capitais dos dois estados-, e, hoje, atenderem principalmente
pessoas em situação de vulnerabilidade social, parecendo responder, de modo semelhante,
às propostas de políticas sociais voltadas para idosos. As primeiras informações dos Centros
foram obtidos em conversas informais com representantes dos Conselhos de Idosos, no Rio
de Janeiro e em São Luís, com pesquisadores em eventos, e em conversas com seus
coordenadores, durante visita informal. A fase empírica do estudo é apresentada a seguir,
com início nos procedimentos metodológicos.

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa de caráter descritivo possui abordagem qualitativa que, na concepção


de Minayo (2013), traz riqueza às informações apresentadas, e proporciona
aprofundamento e qualidade interpretativa ao estudo. Com base em Deslauriers e Kérisit
(2008), a ênfase da análise recai sobre a aproximação social com lugares e momentos em
que ocorre a relação, nos comportamentos das pessoas quando sua ação individual se
traduz em ação coletiva. Realizaram-se ações como: elaboração do projeto com submissão e
aprovação no Comitê de Ética da UFRJ; levantamentos bibliográficos (2000 a 2017) no Portal
de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), em
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bases internacionais e outros; Estudo de campo, em Centros de Convivência, para identificar


ações que contribuem para o acesso à informação e protagonismo de idosos.

5.1 Observação

A observação direta - que ocorreu no período de 09 maio a 10 de novembro de 2017,


totalizando cinco meses de imersão no campo -, foi iniciada por visitas em cada Centro, nas
quais houve conversa com seus coordenadores e apresentação da proposta de pesquisa.
Primeiramente observaram-se os Centros do Rio de Janeiro (09 de maio a 31 agosto de
2017), e em seguida os de São Luís (22 de setembro a 10 de novembro de 2017). A diferença
no tempo de tramitação do pedido de autorização de pesquisas, junto às prefeituras,
influenciou no tempo de realização da pesquisa em cada município.

A organização do roteiro de observação foi inspirada nas recomendações de Becker


(1993), e contemplou cinco blocos, usados nas categorias de análise: observações Iniciais;
espaço físico e localização; recursos de informação; atendimento aos idosos; atividades
desenvolvidas; o Centro de Convivência na rede mundial de computadores; e observações
finais. Para as anotações, foi adotado um diário de campo.

5.2 Categorias de análise

Para a análise dos Centros, elaboraram-se categorias, seguindo-se Bardin (2016):


informações iniciais – (caracterização dos ambientes interno e externo, informações sobre
localização, espaço físico, mobiliário, equipamentos, histórico e missão); recursos de
informação (recursos impressos e não impressos); ações para a informação dos idosos
(atendimento e participação dos idosos, acesso à informação por meio de atividades
desenvolvidas), presença na internet e ações para a inclusão digital.

6 RESULTADOS

Esta seção apresenta a análise dos dados colhidos durante a observação, nos Centros
de Convivência de Idosos nas cidades do Rio de Janeiro: Casa de Convivência Padre Velloso e
GAP Laranjeiras, e São Luís: CAISI e PAI, com vistas ao entendimento de suas práticas para
informar os idosos e contribuir com ações que promovam o seu protagonismo social.

6.1 Informações iniciais


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A Casa de Convivência Padre Velloso origina-se do projeto “Casas de Convivência e


Lazer para Idosos”, 2003, da Secretaria Especial de Envelhecimento Saudável e Qualidade de
Vida, da Prefeitura Municipal do Rio (SOBRE..., 2010; HISTÓRIA..., 2010). Funciona no Polo de
Convivência Padre Velloso que abriga o CRAS, a Clínica da Família, e o Núcleo de Inclusão
Produtiva e Qualificação Profissional, os quais atendem moradores da comunidade Santa
Marta, do bairro Botafogo e adjacências. Esse Polo está localizado em Botafogo, em frente à
Praça Corumbá, onde circula um grande número de pessoas, e próximo à Comunidade Santa
Marta. Com base em David (2016) e nas informações do seu supervisor, a missão da Casa é
atender às necessidades de participação social dos idosos, por meio da promoção de ações
que concorram para que eles exerçam a práxis de uma velhice ativa, e participativa, a partir
da convivência e interação interpessoal, nas atividades internas e externas.

O Grupo de Aposentados e Pensionistas de Laranjeiras (GAP Laranjeiras), foi criado


nos anos 1970, juntamente com os primeiros Centros de Convivência do Brasil, pelo antigo
INPS, ficando longo tempo sob a gestão da então LBA. Com a extinção desta, o GAP passou a
ser mantido por seus participantes (Informações obtidas com uma das participantes mais
antigas do GAP e em TABAK, 1988). Apesar de ser um Centro mantido pela comunidade,
conta com o apoio da Prefeitura Municipal do Rio, que lhe cedeu espaço no Prédio do
Conselho Tutelar Zona Sul, onde funciona um posto do CRAS, no bairro Laranjeiras. As
reuniões ocorrem às terças e quintas-feiras, das 15h às 18h.
Conforme informações de sua presidente, não foram localizados documentos que
comprovassem o vínculo anterior desse Centro, embora tenha sido criado por Gestão
Federal, em parceria com Gestão Municipal. Porém, o GAP vem tentando manter suas
atividades com os escassos recursos que arrecada, a partir da taxa mensal de R$ 20,00 (vinte
reais), pagas por seus usuários, pois não recebe verba pública. A sua missão, é promover o
lazer e contribuir para a criação e o fortalecimento de laços entre os idosos, por meio de
atividades de convivência, que favorecem a interação entre os participantes.
O Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso (CAISI) foi criado em 2006 e de
acordo com o seu Diretor, a proposta inicial da Prefeitura Municipal de São Luís, a quem o
CAISI é vinculado, era criar uma rede de CAISIs, porém, somente um está funcionando e
atende à toda São Luís. O CAISI encontra-se localizado no Filipinho, bairro residencial de São
Luís que também abriga escolas, biblioteca, hospitais e outros, e está próximo a um dos mais
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importantes centros comerciais da cidade. Quanto à Missão, o CAISI focaliza no atendimento


integral ao idoso, visando satisfazer às suas diversas necessidades, por meio dos serviços
prestados com a atuação de profissionais de várias áreas (fisioterapia, fonoaudiologia,
geriatria e outros) que visam o bem-estar psíquico e social dos idosos.
O Programa de Ação Integrada para o Aposentado (PAI), foi criado pelo Decreto n.
12.1526, de 04 de agosto de 1992 e está vinculado à Secretaria de Estado da Gestão e
Previdência (SEGEP) através da Secretaria Adjunta de Seguridade do Servidor (SASEG). Tem
como missão resgatar o respeito e a dignidade do idoso aposentado, em aspectos físicos e
psicossociais, além de promover a convivência dele com outras gerações e a sua valorização.
([MARANHÃO. Portal...], 2016).
Quanto à caracterização dos ambientes interno e externo, os quatro Centros têm boa
localização, o que facilita o deslocamento e o acesso dos idosos. Seus espaços físicos são
relativamente amplos e propícios à realização das atividades. Porém, um dos Centros
necessita de janelas, para clarear o ambiente e reduzir o consumo de energia elétrica, outro,
necessita de reparos e adaptações em seus banheiros, para que os idosos possam fazer uso.
O mobiliário e os equipamentos oferecem algum conforto para os usuários e viabilizam a
realização das atividades.

6.2 Recursos de Informação

Identificaram-se a presença de diversos recursos para informar os idosos, os quais


foram classificados aqui como recursos impressos e recursos não impressos. (Quadro 1)

Quadro 1 – Recursos usados pelos Centros de Convivência, na informação de idosos, no Rio de


Janeiro e em São Luís – maio a out./2017.
CENTROS DE RECURSOS IMPRESSOS RECURSOS NÃO IMPRESSOS
CONVIVÊNCIA
Casa de Convivência quadros-murais, livros, revistas, cartazes, Informação oral (informes);
Padre Velloso documentos administrativos (livros de recursos eletrônicos e/ou digitais:
assinatura), fotografias em preto e equipamentos de som, página na rede
branco. social facebook, site na internet
GAP Laranjeiras quadros-murais, livros, documentos objetos, informação oral (informes),
administrativos (Estatuto do Idoso, livros recursos eletrônicos e/ou digitais:
de assinatura). equipamentos de som, página na rede
social facebook,
CAISI quadros-murais, textos impressos, informação oral (informes), recursos
cartazes, placas de menção honrosa, eletrônicos e/ou digitais: equipamentos
carteiras do idoso, documentos de som, página na rede social facebook,
administrativos (livro de assinatura)
PAI quadros-murais, textos impressos, informação oral (informes), recursos
cartazes, livros, revistas, documentos eletrônicos: equipamentos de som
administrativos (livros de assinatura),
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Fonte: Observação em Centros de Convivência de Idosos – Rio de Janeiro e São Luís – maio/out. 2017.

O quadro 1 possibilita identificar semelhanças e diferenças entre os recursos


encontrados nos Centros. Apresentam-se comentários somente de alguns recursos,
considerados aqui como fundamentais para a informação dos idosos. Sobre os recursos
impressos, o Estatuto do Idoso estava presente em apenas um dos Centros (GAP
Laranjeiras), embora os coordenadores dos demais Centros tenham comentado que o
utilizam para esclarecer dúvidas dos idosos. A informação dos direitos é uma ação que
contribui para o protagonismo do idoso, pois de posse dela, ele pode lutar junto a seus
familiares, à sociedade e ao Estado, pelo cumprimento de tais direitos. Isso faz do Estatuto
um recurso de informação fundamental para esse público.
Quanto aos livros, identificados em três dos Centros, grande parte era de literatura
brasileira, e alguns formavam coleções incompletas. Alguns funcionários comentaram que,
foram os próprios idosos que doaram esses materiais e os acondicionaram em estantes, pois
os Centros não dispunham de funcionários para tal ação. E, quando os idosos precisavam,
eles mesmos realizavam empréstimo e devolução, assim como faziam com as revistas (a
maioria, de conhecimentos gerais), presentes em dois Centros.
Sobre os quadros-murais, foi percebido que eles estavam afixados em pontos
estratégicos dos Centros, com maior circulação de pessoas, para chamar a atenção dos
idosos e demais frequentadores. Os assuntos dispostos eram diversificados, e atualizados
conforme a necessidade desses Centros. Este foi o recurso de informação mais usado,
considerando que estavam presentes em todos os Centros de Convivência.
Para obterem informações, os idosos também recorriam às fontes interpessoais,
como familiares, amigos e funcionários dos Centros. O uso desses recursos se adequa à visão
de Edewor; Ijiekhuamhen e Emeka-Ukwu (2016), ao destacarem que os idosos dependem de
fontes interpessoais para sanarem suas necessidades de informação, assim como de fontes
impressas e eletrônicas. Entre tais recursos os mais usados foram os quadros-murais,
enquanto a internet foi o menos usado. Isso mostra que os Centros têm dificuldades de
atuar em ambiente Web, e criar meios para que os usuários utilizem esses recursos.
As informações veiculadas pelos Centros trataram de: convivência, amizade,
autonomia, saúde, respeito ao idoso, velhice, valorização da mulher, segurança do idoso,
sexualidade na terceira idade, legislação e direitos do idoso, hábitos de vida saudável na
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velhice, nutrição e outros assuntos que podem contribuir para suprir lacunas de
conhecimento do público idoso e gerar novos modos de pensar e agir no cotidiano, para
terem melhor qualidade de vida. Assuntos que de algum modo, corroboram para a sua
autonomia e participação social com protagonismo.

6.3 Ações para a informação dos idosos

A primeira ação observada referiu-se ao atendimento e participação dos idosos nos


Centro de Convivência. Ao observar todos os Centros, foi possível perceber que os idosos eram
recebidos pelos coordenadores, funcionários ou colaboradores. Em todos eles os interessados
em tornarem-se membros passaram por entrevista e apresentaram exames médicos
indicando aptidão física para exercícios corporais. Aqueles que, por algum problema sensório-
motor, não puderam realizar atividades físicas, participaram de outras atividades.

Na chegada dos idosos já cadastrados, nos Centros, percebeu-se que no balcão de


atendimento eles assinavam o livro de frequência e, na Casa de Convivência Padre Velloso,
imediatamente solicitavam as suas senhas para participarem das atividades. Quando não
havia mais senha para uma determinada atividade, os funcionários os encaminhavam para
outra atividade. A interação idosos/funcionários/colaboradores foi bastante amistosa.
Na observação sobre o acesso à informação por meio das atividades desenvolvidas,
o Quadro 2 que segue apresenta as atividades observadas nos quatro Centros:
Quadro 2 – Atividades observadas nos Centros de Convivência de Idosos, no Rio de Janeiro e em
São Luís e o tipo de informação que veiculam – maio/out. 2017
ATIVIDADES INFORMAÇÃO VEICULADA E CARACTERÍSTICAS CENTROS DE
CONVIVÊNCIA
Dança Informação sobre os benefícios do movimento corporal para o bem-estar Casa Padre
dos idosos; estímulo à convivência, criação e fortalecimento de laços. Velloso; GAP;
CAISI; PAI
Comemoração Informação sobre a importância de comemorar cada ano de vida, de GAP; Casa
dos poder compartilhar o momento com outras pessoas; estímulo ao Padre Velloso;
Aniversariantes fortalecimento de laços. CAISI; PAI
Bingo Informação para o uso do raciocínio lógico; estímulo à ações Casa Padre
colaborativas. Velloso; GAP;
CAISI
Memória Informação matemática, informação sobre o uso do raciocínio lógico na Casa Padre
criação de estratégias para solucionar tarefas; Estímulo à troca de Velloso; CAISI;
conhecimentos prévios; incentivo à leitura, estímulo à memória PAI
semântica e da capacidade de planejamento, organização e disciplina.
Artesanato Informação sobre a confecção de produtos manuais e como podem Casa Padre
auxiliar no complemento de renda. Velloso; PAI
Coral Informação musical e sobre a ação dos exercícios vocais e de respiração, Casa Padre
para a saúde da voz e dos pulmões; estímulo às ações colaborativas. Velloso; PAI
Convivência Informação sobre a importância de interagir, conviver e colaborar com os CAISI
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outros para o bem-estar psicossocial das pessoas; estímulo à convivência,


à interação, à participação nas atividades, à troca de conhecimentos
entre os idosos, para prevenir e/ou tirá-los do isolamento social.
Ginástica Informações sobre os benefícios do exercício corporal para os músculos e PAI; CAISI
(oficina do ossos e que sua prática regular contribui para a redução de quedas;
equilíbrio, Informação sobre as funções musculares e ósseas ativadas durante os
alongamento, exercícios e sua contribuição para o bem-estar físico e psíquico dos
exercícios praticantes;
corporais)
Dinâmicas Informação sobre ações físicas, sensoriais, mentais e sociais que devem CAISI
Terapêuticas ser realizadas para o uso de potencialidades; estímulo ao uso dessas
(Terapia ações para alcançar a autonomia, a independência e a inserção social.
Ocupacional)
Hino de Informação sobre a importância da participação em grupos e da criação e GAP
Saudação fortalecimento de laços; estímulo e fortalecimento do sentimento de
pertença a um grupo.
Percussão Informação musical e sobre o uso de instrumentos; estímulo ao uso das Casa Padre
habilidades musicais. Velloso
Teatro Informação sobre expressões corporais, sobre a leitura e a interpretação Casa Padre
de textos; estímulo à memória semântica, à criatividade. Velloso.
Fonte: Observação em Centros de Convivência de Idosos – Rio de Janeiro e São Luís – maio/out. 2017.

Na análise do quadro 2 optou-se por destacar atividades que foram realizadas em


todos os Centros, no período da observação. A comemoração dos aniversariantes, por
exemplo, ocorreu em todos eles, e se tratou de uma festa mensal na qual os idosos podiam
levar convidados (familiares, amigos), apreciar atividades culturais internas (apresentações
teatrais e musicais feitas pelos idosos) e externas (bandas e dançarinos contratados), e
usufruir de lanches variados. No Centro de Convivência conveniado (GAP Laranjeiras), os
convidados pagaram um valor de R$ 5,00 reais para participar, o que não ocorreu nos
Centros de Convivência públicos (Casa Padre Velloso, CAISI e PAI).
A dança também ocorreu em todos os Centros e possibilitou perceber que, durante a
sua realização, os idosos dançaram individualmente, seguindo os passos do professor, na
Casa de Convivência Padre Velloso, no CAISI e no PAI, ao passo que no GAP, a maioria
dançou em pares, sem auxílio de profissionais. No entanto, devido à pouca quantidade de
homens no grupo, houve a troca de casais, e várias mulheres dançando juntas, fato que
também ocorreu nos demais Centros. Houve interação, troca de informações e descontração
entre os idosos, o que tornou a dança um momento de conhecimento do outro e de
fortalecimento de laços, além de melhoria do bem-estar físico e mental dos participantes.
Outra atividade que ocorreu em quase todos os Centros e, assim como a dança,
atraiu um grande quantitativo de idosos, foi o bingo. Esta atividade foi realizada com o
auxílio de um dinamizador (funcionário ou um participante voluntário) que além de sortear
os números para preenchimento das cartelas, procurou animar e interagir com os idosos. A
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interação idoso-idoso foi intensa, pois trocaram informações e se ajudaram mutuamente,


para superarem as dificuldades no preenchimento das cartelas. Os prêmios foram doados e
organizados pelos idosos, e tratavam-se de objetos de valor comercial simbólico (geralmente
produtos de limpeza, de higiene pessoal, cosméticos, alimentos e pequenos objetos).
A atividade memória ocorreu em três Centros. Todos eles fizeram uso de texto
impresso escrito ou imagético. Houve leitura e interpretação de textos, estímulo ao uso de
lembranças de ações corriqueiras, bem como de conhecimentos matemáticos e raciocínio
lógico. Todas as oficinas de memória foram ministradas por profissionais como
fisioterapeutas ou terapeutas ocupacionais.
Quanto à presença dos Centros de Convivência na Internet, e as ações para a
inclusão digital de idosos, observou-se que dois Centros possuíam página oficial na rede
social facebook: Casa de Convivência Padre Velloso e GAP Laranjeiras. O primeiro
disponibilizou informações sobre as atividades e comemorações que havia realizado,
inclusive com fotos e vídeos, e, por possuir um site próprio na internet, postou informações
sobre suas atividades, com fotos e mensagens de participantes, e histórico, além de dois
artigos que tratavam de sexualidade na velhice e da necessidade de debates sobre o
assunto, como ação para minimizar e/ou combater o preconceito contra idosos. O segundo
apresentou informações sobre as festas realizadas e as atividades desenvolvidas, incluindo
comentários, fotos e vídeos, algumas receitas de comida, e mensagens de agradecimento e
felicitações, postadas pelos participantes. O CAISI também possui página no facebook
identificada como não oficial, composta basicamente de fotos e comentários. E o PAI, possui
algumas menções na internet, mas não tem páginas oficiais.
Sobre a atuação dos Centros para o acesso dos idosos às tecnologias, a Casa de
Convivência Padre Velloso realizou parcerias com diversos órgãos, para oferecer cursos. Em
relação ao GAP, apesar de a Presidente ter relatado que o Centro ajuda no que pode, a
maioria dos idosos aprendeu a usar o celular, o computador e a internet, com o auxílio de
familiares. No CAISI, ações para a inclusão digital de idosos ainda não foram incluídas no seu
rol de prioridades, sobretudo por falta de equipamentos e de pessoal para atuar nesta
questão. Consequentemente, a aprendizagem do uso de computador, internet, celular, com
o objetivo de se informar, ainda é uma prática distante da realidade de grande parte de seus
usuários. Em contrapartida, o PAI promoveu cursos para estimular o uso dessas ferramentas.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O modo como os Centros informam os idosos de suas atividades se dá por diversos


canais: boca a boca; por informes comunicados pelos seus funcionários e/ou profissionais;
de idoso para idoso; via quadros-murais (canal mais utilizado) e rede social facebook, apenas
para usuários dos Centros cadastrados nessa rede. As informações que se destacam nestes
canais, são aquelas voltadas para o conhecimento da legislação sobre os direitos dos idosos.

Sobre as atividades dos Centros, identificaram-se atividades físicas, artísticas, de


lazer, e estímulo à memória. A ideia desses Centros, é que funcionem como instituições de
atenção integral que considere os aspectos físicos e psicossociais dos idosos. Apesar das
várias frentes de atuação, não se observou, que os idosos foram chamados a proporem
atividades, aspectos fundamentais do seu protagonismo social.
O estudo evidenciou alguns pontos positivos: o estímulo à interação interpessoal
entre os idosos nas atividades, nas palestras, sendo estas, ações de estímulo ao
protagonismo social desses sujeitos, principalmente, por priorizarem o diálogo em grupo.
Quanto aos pontos que precisam melhorar destacam-se: a interação intergeracional, pois
não foram identificadas e nem mencionadas pelos coordenadores ações para promovê-la,
fator importante para evitar a segregação dos idosos, e promover a sua participação social.
Também não houve evidências de ações para a participação dos idosos em debates
direcionados às lutas por melhorias no cumprimento e ampliação dos seus direitos, que
configurassem participação em ações políticas para o seu protagonismo social. Os Centros,
nas duas cidades, apesar de não serem suficientes para a demanda e de apresentarem
aspectos que precisam melhorar, desenvolveram diversas ações que contribuiram para
informar e, de algum modo, estimular o protagonismo social de seus usários idosos.

REFERÊNCIAS

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