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RESUMO
ABSTRACT
The following work is produced from the questioning about the mental health of users
attended at the Specialized Reference Center for homeless people (CENTRO POP) in the city
of Betim, Minas Gerais. With the objective of investigating some of the challenges
encountered in the practice of the psychology professional, within the scope of the Social
Assistance policy. Therefore, a literature review and bibliographical research carried out on
digital platforms such as Google Scholar and Scientific Electronic Library Online (sciELO)
were used. The theoretical framework of this article was subdivided into two topics, namely:
Homeless person and the role of the Psychologist in social assistance to the homeless
population.
1
Acadêmica do curso de psicologia do Centro Universitário Una. E-mail: angelicagomesz@outlook.com
2
Acadêmica do curso de psicologia do Centro Universitário Una. E-mail: lorenagvasconcelos13@gmail.com
3
Acadêmica do curso de psicologia do Centro Universitário Una. E-mail: raiarasilva.1809@aluno.una.br;
Artigo apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de Graduação em psicologia no Centro
Universitário Una. 2022. Orientador: Prof. Me. Alexandre Rocha Araújo;
2
1. INTRODUÇÃO
qualificado e especializado por meio de um atendimento técnico e resolutivo, com base nas
respostas que as políticas públicas possibilita o profissional a gerar. E então, o trabalho do
psicólogo na política de Assistência Social em específico, possui alguns cuidados especiais,
para que o profissional não exerça práticas assistencialistas, recorrentemente elaboradas pelo
senso comum ao se referir à política descrita acima. Sendo assim, uma das atribuições do
psicólogo no âmbito da Assistência Social é a de construir meios e contribuir para a
autonomia dos indivíduos como citado anteriormente e também explicitado na seguinte
afirmação:
2. MÉTODO
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
E é nesse contexto de análise que vê-se importantes configurações nos grandes centros
urbanos a partir do fenômeno do êxodo rural, configurando- se moradias irregulares, que se
criando nas calçadas e outros espaços tão precários quanto, atrelado a sujeitos que diante de
suas situações de fragilidades, utilizam dos espaços públicos como estratégia de sobrevivência
e resistência.
Porém o que se perpetua no decorrer dos anos é o processo de higienização das ruas,
havendo uma continuidade de violência contra um grupo em específico, cercado de
fragilidades e situação de vulnerabilidade socioeconômica que contribui inclusive para
dificuldades de acompanhamento, identificação, quantificação e caracterização desse público
na contemporaneidade, sabendo que não há fontes específicas para gerar dados estatísticos
relacionados a esse grupo em específico (ANTONIO, M. 2016, p.7).
O que há presente é uma grande variedade de fontes, como os dados estatísticos de
1.924 municípios via Censo do Sistema Único de Assistência Social (Censo Suas), pesquisas
acadêmicas realizadas pelo Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), Comitê
Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, dados do Consultório de rua atrelado a
dados do sistema único de saúde (SUS), complementando ainda que:
O único dado oficial mais recente, mas que ainda se trata de uma projeção, foi
divulgado em março de 2020 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea):
221.869 brasileiros viviam nas ruas naquele ano, o equivalente a cerca de 0,1% da
população total do país. (DW, 2022, n.p).
indivíduo está, seja na praça ou debaixo de um viaduto e podem ocorrer impasses nas
intervenções que podem impedir um bom trabalho, mas é preciso, de acordo com a vivência
atual do indivíduo, se adaptar e trazer para ele um lugar de fala e escuta (MAYNART,
ALBUQUERQUE, BRÊDA & JORGE).
Nesse cenário, ao se aproximar dessa população em situação de rua, o profissional
precisa usar uma abordagem diferente, indo ao encontro do indivíduo com um modo no qual
ele permita que ocorra uma boa intervenção. E é através da prática, vivenciada no dia a dia,
que o profissional percebe a importância de um atendimento que fuja do modelo
convencional.
Fazendo um paralelo entre o cuidado ofertado às PSRs e a prática psicológica, é
importante destacar que o trabalho do psicólogo no contexto de rua surge mais
notadamente articulada com as necessidades de cuidado em saúde mental dos
sujeitos em sofrimento, convocando esse profissional a atuar fora das modalidades
tradicionais tão difundidas na formação acadêmica (SPINK, 2006, 3a ed., pp.
29-39).
Em seus estudos, Moscovici defendia a ideia de que a Psicologia Social precisa alinhar
seu campo de estudo com a antropologia e sociologia, para garantir melhor compreensão dos
fenômenos psíquicos e cognitivos. Assim, mais uma vez, reafirmando a importância da
multidisciplinaridade e o entendimento do sujeito com seus aspectos psicossociais, ou seja, a
subjetividade do indivíduo.
Cabe salientar que, assim como a vulnerabilidade da saúde física das pessoas em
condição de vivência em rua, a saúde mental destas também está sujeita a fragilidades e
adoecimento, e por consequência, há necessidade de intervenções e tratamentos
psicoterapêuticos. Sabendo disso, o(a) profissional da psicologia deve estar atento a
responsabilidade de exercer sua profissão dentro dos parâmetros éticos e dentro da legislação
9
vigente para que, o assistido seja resguardado no atendimento humanizado, empático e com
acolhimento técnico, que se diferencia do atendimento psicoterapêutico.
Sendo assim, uma das atribuições do psicólogo no âmbito do SUAS é a de “(...)
construir estratégias que efetivem o acesso do cidadão aos direitos socioassistenciais, levando
em conta (...) a dimensão subjetiva que está envolvida na situação de vulnerabilidade e/ou
violação de direitos”. (CRP-MG, 2015, p 42).
É fundamental que, os profissionais que atuam na assistência social, estejam sempre
alinhados com as necessidades dos assistidos, para que possam promover a execução e
alinhamento da promoção dos direitos humanos dos mesmos. Tais como iniciativas de gerir e
operar ações onde os usuários possam ser contemplados com as políticas públicas de forma
eficaz (ARAÚJO, 2020, p.23).
Uma grande questão na prática da Psicologia Social no contexto com a pessoa em
situação de rua é a de lidar com a realidade. Nem sempre é possível exercer efetivamente o
que se deseja, mesmo que mudando a abordagem e não atuando de maneira habitual, o
psicólogo se vê diante de desafios para exercer a sua função. Dentre eles podemos citar: a
falta de apoio de outros profissionais da interdisciplinaridade, o local de atendimento que
pode ser variável, o pouco amparo teórico, a falta de amparo com relação à políticas públicas
enfraquecidas pela falta de recursos financeiros e orçamentários insuficientes, a dúvida de
como agir diante das adversidades encontradas nesse novo setting, entre outros.
Uma vez que o trabalho do psicólogo na Política de Assistência Social é norteado pela
multidisciplinaridade, sendo seu exercício inserido em uma política de garantia de direitos
para os assistidos, a essência de sua diferenciação está baseada pela formação acadêmica e o
uso da psicologia como instrumento capaz de olhar o sujeito respeitando sua subjetividade,
com o olhar humanizado para o assistido.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
no âmbito da atuação junto a pessoas em situação de rua. Por isso, é necessário que o
profissional esteja sempre atualizado quanto aos avanços dos cenários em questão, para
garantir a melhor atuação profissional, levando em consideração os parâmetros éticos,
técnicos, metodológicos e espaciais (setting) da profissão.
Cabe ressaltar ainda, que no Brasil há limites de estudo quanto à essa população, pela
dificuldade de se encontrar dados estatísticos atualizados e que possam servir como referência
precisa para pesquisa da mesma. Ainda assim, sabe-se que segundo estimativa (IPEA, 2020),
a população em questão vem crescendo e com isso, ampliando o campo de estudo, passando
este a ser um tema explorado cada vez mais pelos profissionais, entre eles, os da Psicologia.
Tendo em conta que a Política Nacional para a População em Situação de Rua (Decreto
7053, 2009) é recente, ainda há muito o que se considerar para avanços nesse contexto. Tendo
o psicólogo o exercício de uma importante função neste cenário, que seria de compreender o
sujeito como ser subjetivo, dotado de aspectos biopsicossociais, para então, promover junto
aos demais profissionais da área multidisciplinar a garantia dos direitos básicos desta
população.
É pertinente apontar também que a Psicologia como ciência e profissão, tem o seu
papel excepcional na garantia da promoção da saúde mental do indivíduo, como também seu
papel social pela busca da preservação dos direitos sociais dos mesmos. Sendo estes, direitos
básicos, assegurados pelas legislações vigentes, como aos configurados na Declaração
Universal dos Direitos Humanos e no marco constitucional do país na data de 1988.
Cabe considerar que o presente trabalho destaca alguns dos desafios recorrentemente
encontrados na atuação do psicólogo na política de Assistência Social. Um paralelo de teorias
epistemológicas e práticas de uma atuação real, onde os profissionais estão a depender dos
poderes do Estado em âmbito municipal, estadual e/ou federal, para exercer seu trabalho com
exatidão e eficiência.
No entanto, o que ocorre no cenário das Políticas Públicas na Assistência Social,
voltado ao exercício da psicologia, é o constante enfrentamento da profissão com as
indiferenças do poder público para com essa atividade e também, a luta pelo reconhecimento
com sua atuação não convencional.
Referências bibliográficas
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Disponível em:
https://pp.nexojornal.com.br/perguntas-que-a-ciencia-ja-respondeu/2020/10-perguntas-que-a-
ci%C3%AAncia-j%C3%A1-respondeu-sobre-popula%C3%A7%C3%A3o-em-situa%C3%A7
%C3%A3o-de-rua#:~:text=Com%20frequ%C3%AAncia%2C%20termos%20como%20%E2
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