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desdobramentos na sociedade
contemporânea
Apresentação
A Política Nacional de Assistência Social (PNAS), aprovada em 2004, inova ao apresentar uma nova
perspectiva de análise para as situações que se colocam ao Serviço Social no cotidiano,
especialmente no que se refere à questão da vulnerabilidade e do risco social. Tais terminologias
têm sido utilizadas em substituição ao termo "pobreza", que não contempla os objetivos da política
em sua totalidade. Assim, a proteção social prevista na PNAS visa atender a situações de
vulnerabilidade e risco social por meio dos programas, projetos e serviços disponibilizados.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer conceitos importantes como vulnerabilidade e
risco social, além de conhecer as políticas de proteção social na contemporaneidade e o alcance
dessas políticas no enfrentamento das manifestações da questão social.
Bons estudos.
Suponha que você é um dos assistentes sociais de um grande hospital terciário e que atende,
portanto, pessoas com graves problemas de saúde, e recebeu a seguinte demanda para
atendimento:
Após avaliação social, indique as possibilidades que você, enquanto assistente social, identifica para
o atendimento da demanda apresentada.
Infográfico
A proteção social está prevista na Política Nacional de Assistência Social com o intuito de assegurar
aos indivíduos o atendimento de suas necessidades básicas, assegurando rendimentos, acolhida e
convívio ou convivência familiar. A Política prevê a proteção social por meio dos programas,
projetos e serviços oferecidos pelos Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) e Centro de
Referência Especializado da Assistência Social (CREAS).
Boa leitura.
QUESTÃO
SOCIAL,
DIREITOS
HUMANOS E
DIVERSIDADE
Introdução
A vulnerabilidade e o risco social são condições vivenciadas por muitos
indivíduos usuários da Política Nacional de Assistência Social. Os termos
“vulnerabilidade” e “risco” substituíram o termo “pobreza”, já que este é
mais simples e limitado à questão econômica. Assim, a Política não deixa
de considerar a situação de pobreza, mas inclui outras questões, como
vitimizações, fragilidades e demais situações com que os indivíduos
se deparam ao longo de suas vidas em razão de contingências sociais,
econômicas e políticas. Nesse sentido, a Política Nacional de Assistência
Social propõe um padrão de proteção social destinado a atender a situ-
ações de vulnerabilidade e risco social, oferecendo programas, projetos
e serviços específicos (BRASIL, 2005a).
Neste capítulo, você vai conhecer conceitos importantes, como os
de vulnerabilidade e risco social. Além disso, vai conhecer as políticas
de proteção social na contemporaneidade e verificar o alcance dessas
políticas no enfrentamento das manifestações da Questão Social.
2 Vulnerabilidade e risco social e seus desdobramentos na sociedade contemporânea
Você pode considerar ainda que o risco relaciona-se com a possibilidade que
determinado evento tem de acontecer. A partir disso, é necessário estabelecer
estratégias na tentativa de minimizar seus efeitos. Embora situações de risco
possam atingir todos os cidadãos, o que diferencia os sujeitos atingidos são os
recursos disponíveis para enfrentar a situação, considerando a precariedade
de vida e cidadania. As respostas às situações de risco podem ser mais amplas
para alguns do que para outros, variando conforme os mecanismos de proteção
social que os indivíduos encontram em seu território, no caso, programas,
projetos, serviços (SPOSATI, 2009).
Conforme Janczura (2012), é essencial que os indivíduos tenham ciência
dos riscos aos quais podem estar expostos, não somente na iminência de um
Vulnerabilidade e risco social e seus desdobramentos na sociedade contemporânea 5
A Política Nacional de Assistência Social foi proposta a partir de uma ideia de proteção
social que implica conhecer os riscos e as vulnerabilidades aos quais os indivíduos estão
sujeitos. Você deve ter em mente que é no cotidiano que os riscos e as vulnerabilidades
surgem (BRASIL, 2005a).
precário ou nulo acesso aos serviços públicos, entre outros) e/ou fragilização
de vínculos afetivos — relacionais e de pertencimento social (discriminações
etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, entre outras) (BRASIL, 2005a).
A Política visa ainda ao “[...] desenvolvimento de serviços, programas e
projetos locais de acolhimento, convivência e socialização de famílias e de
indivíduos, conforme indicação da situação de vulnerabilidade apresentada
[...]” (BRASIL, 2005a, p. 34). Constituem-se como serviços da proteção social
básica aqueles que têm a família como unidade de referência, “[...] fortalecendo
seus vínculos internos e externos de solidariedade, através do protagonismo
de seus membros e da oferta de um conjunto de serviços locais que visam
à convivência, à socialização e ao acolhimento, em famílias cujos vínculos
familiar e comunitário não foram rompidos [...]” (BRASIL, 2005a, p. 36).
Fazem parte da proteção básica o Programa de Atenção Integral à Família
(PAIF), o Programa de inclusão produtiva e projetos de enfrentamento da
pobreza, os centros de convivência para idosos, o Beneficio de Prestação
Continuada (BPC), os benefícios eventuais, entre outros. Tais programas são
executados no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) ou pelo
atendimento em rede por meio das entidades e organizações de assistência
social da área de abrangência dos CRAS, sob coordenação do órgão gestor,
por se tratar de equipamento público estatal (BRASIL, 2005a).
uma linha evolutiva, em 2011, destaca-se a Lei nº. 12.435, que alterou a LOAS
e incluiu o SUAS, suas unidades, serviços, programas e projetos na legislação
existente. Em 2012, houve a aprovação da NOB/2012, que disciplina a gestão
da Política de Assistência em todo o território brasileiro e avança na vigilância
socioassistencial, no aperfeiçoamento da gestão, além de no controle e na
participação social (BRASIL, 2012).
Além disso, vale destacar que a assistência social vivenciou uma importante
evolução do ponto de vista normativo a partir da LOAS. Apesar de ter princípios
mais genéricos, a LOAS foi capaz de romper com a prática assistencialista,
uma vez que a assistência social foi elevada à condição de política pública.
Por fim, a NOB/2012 completa o ciclo de normatização. Além de princípios
e diretrizes organizativos, essa norma apresenta também conteúdos éticos,
relacionando a atuação profissional às normas e reafirmando a importância
da instrumentalização da PNAS.
[...] a construção das políticas sociais que tornam o cidadão apenas como
assistido localiza-se também na política de emprego e na renda mínima; além
de serem intermitentes, não atacam a desigualdade social e suas relações de
mercado, estabilizando a pobreza como está e atrelando a esta pessoa o sen-
timento de que a assistência é normal e o melhor a ser oferecido, provocando
conformismo e vinculação ao Estado, o que não demonstra perspectivas de
mudança no atual sistema produtivo.
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Exercícios
3) Uma das principais seguranças previstas na Política Nacional de Assistência Social trata da
provisão das necessidades humanas como alimentação, vestuário, abrigo e prevê a
autonomia na provisão dessas necessidades. Qual segurança da Política Nacional de
Assistência Social prevê os elementos citados?
A) Segurança de renda.
4) A Política Nacional de Assistência Social prevê a proteção social, estruturando-a por tipo de
atendimento. Assim, qual é o objetivo da Proteção Social de Média Complexidade?
B) Oferecer atendimento às famílias e aos indivíduos com seus direitos violados, mas cujos
vínculos familiar e comunitário não foram rompidos.
C) Atender famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, por abandono, maus tratos
físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, perda de vínculos, uso de substâncias psicoativas,
cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, trabalho infantil e outras.
5) A questão social pode ser entendida como o conjunto das desigualdades da sociedade
capitalista madura, que tem uma raiz comum: produção social coletiva e trabalho
amplamente social (IAMAMOTO, 2003). Neste sentido, assinale a alternativa que contém
manifestações da questão social.
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