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Políticas sociais recentes como o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Único de
Assistência Social (SUAS) vêm gerando importantes campos de trabalho para os psicólogos em
todo o país.
Nesse contexto, o SUAS tem por função a gestão do conteúdo específico da assistência
social no campo da proteção. Para atingir seus objetivos, o SUAS viabiliza várias ações a fim de
reduzir e prevenir situações de vulnerabilidades e riscos sociais, surgidos em decorrência do
ciclo de vida, da fragilização dos vínculos afetivos familiares e comunitários (Batista & Matos,
2008 apud Silva, J. V.; Corgozinho, J. P. 2011, p.13), organizando-se em dois níveis de
complexidade: a proteção social básica, com os Centros de Referência da Assistência Social -
CRAS, que será abordada ao longo do trabalho, e a proteção social especial, dividida em média e
em alta complexidade, incorporando os Centros de Referência Especializado de Assistência
Social - CREAS.
Dentro da Proteção Básica do SUAS (MDS, 2006b apud Silva, J. V.; Corgozinho, J. P.
2011, p.15) encontra-se o CRAS, que atua na prestação de serviço e programas socioassistenciais
às famílias e indivíduos em seu contexto comunitário, visando a orientação e o convívio
sociofamiliar e comunitário, destinado à população em situação de vulnerabilidade.
Essa nova sistemática de assistência social, que se configura como um tipo particular de
integração, visa olhar as necessidades humanas, de modo global e particular, a partir de um jeito
singular, profissional e humano de atender integralmente os sujeitos que dela necessitar, dentro
do seu contexto, sem buscar fragmentá-los, respeitando-os na sua totalidade, pois a assistência
social não pode ser concebida como uma política estática e a-histórica. Ela precisa ser
arquitetada em função das necessidades sociais, que se transformam historicamente, de tal forma
que suas ações acompanhem as transformações econômicas e sociais e não sejam rigidamente
determinadas; a sociedade deve ter um papel ativo na formulação e no controle das ações
assistenciais (Boschetti, 2006, pp. 188-189 apud Silva, J. V.; Corgozinho, J. P. 2011, p.15).
Esta Psicologia vem a ser uma ciência comprometida com a realidade estudada,
especialmente com os excluídos (Sawaia, 1998 apud Silva, J. V.; Corgozinho, J. P. 2011, p.18),
comprometimento que possui relação direta com os trabalhos visados e executados pelo CRAS,
que atua com grupos, famílias e indivíduos em seu contexto comunitário, e visa o direito à
proteção social, garantindo a segurança de sobrevivência, de acolhida, e do convívio ou vivência
familiar (MDS, 2004 apud Silva, J. V.; Corgozinho, J. P. 2011, p.18).
A PNAS - Política Nacional de Assistência Social - (MDS, 2004 apud Silva, J. V.;
Corgozinho, J. P. 2011, p.18) afirma que um dos focos principais das ações do CRAS é a
prevenção das situações de risco, tendo em vista o fortalecimento do convívio e desenvolvimento
da qualidade de vida familiar-comunitário, que é ação central das atividades desenvolvidas pelo
psicólogo social comunitário. Busca-se, portanto, desenvolver sujeitos autônomos,
comprometidos com sua realidade, pois, ao criar possibilidades, estes poderão sair da situação de
vulnerabilidade social em que se encontram.
Conclusão: é possível?
Não é possível implantar uma política pública de qualidade sem trabalhadores estáveis e
qualificados para o exercício das funções. Quando o profissional possui segurança teórica de sua
atuação, certamente consegue delimitar melhor o seu trabalho, dando respaldo para que se
consiga distinguir seus afazeres dos outros profissionais em uma equipe trans, multi e
interprofissional, como ocorre com o profissional de psicologia no CRAS.
Referências bibliográficas:
Silva, J. V. & Corgozinho, J. P. (2011). Atuação do psicólogo, SUaS/CRAS e psicologia social
comunitária: possíveis articulações. Psicologia & Sociedade, 23(n. spe.), 12-21.