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Estevão do Nascimento Gallo

ENTREVISTA E OBSERVAÇÃO DE GRUPOS


ESTUDO DE GRUPOS

Trabalho final apresentado ao Curso


de Psicologia, da Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM, RS), como requisito
parcial para a obtenção da aprovação na
disciplina Estudo de Grupos.

Prof. Meiridiane Domingues de Deus


Prof. Naiana Dapieve Patias.

Santa Maria, RS
2023
Minha observação foi durante o estágio realizado no CREAS, na área de
medidas socioeducativas. O grupo a ser observado é o do setor composto por, uma
psicóloga, e três assistentes sociais – existem outros profissionais que compõem o
trabalho como a recepção, o motorista entre outros, mas a dialética de trabalho
perpassa, dentro do setor que observei, entre esses 4 profissionais.

Conceitualizando o CREAS

Ele é um centro de referência especializada em assistência social, ou seja,


trabalha no sentido de garantir direitos e oferecer ajuda profissional especializada
para a comunidade em risco de direitos. Sendo assim o CREAS é uma unidade
pública estatal, de abrangência municipal ou regional, referência para a oferta de
trabalho social a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social por
violação de direitos, que demandam intervenções especializadas no âmbito do
SUAS (Orientações Técnicas: CREAS, 2011).

O reconhecimento da Assistência Social enquanto política pública de direitos,


inscrita na Constituição Federal de 1988. Na sequência a organização do SUAS e os
avanços trazidos pela lei n° 12.433, de 6 de julho de 2011 (Lei do SUAS),
ressaltando as proteções afiançadas aos cidadãos no âmbito desta política pública.

[...] por meio do qual a sociedade proporcionaria a seus


membros uma série de medidas públicas contra as privações
econômicas e sociais. Sejam decorrentes de riscos sociais –
enfermidade, maternidade, acidente de trabalho, invalidez,
velhice morte -, sejam decorrentes das situações
socioeconômicas como desemprego, pobreza ou
vulnerabilidade, as privações econômicas e sociais devem ser
enfrentadas, pela via da política da seguridade social, pela
oferta pública de serviços e benefícios que permitam em um
conjunto de circunstâncias a manutenção de renda, assim como
o acesso universal à atenção médica e socioassistencial (apud
JACCOUD, 2009: 62).

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O Sistema Único de Assistência Social (SUAS), sistema descentralizado e
participativo, que regula e organiza a oferta de programas, projetos, serviços e
benefícios socioassistenciais em todo o território nacional, respeitando as
particularidades e diversidades das regiões, bem como a realidade das cidades e do
meio rural. Lei nº 12.435, de 6 de julho de 2011 (Lei do SUAS), baseado em
categorias de território, vulnerabilidade social e risco social, que são fundamentais
para compreender os elementos relacionados às competências da assistência social
e a organização do SUAS.

A vulnerabilidade social materializa-se nas situações que desencadeiam ou


podem desencadear processos de exclusão social de famílias e indivíduos que
vivenciem contexto de pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo
acesso a serviços públicos) e/ ou fragilização de vínculos afetivos, relacionais e de
pertencimento social, discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiência,
dentre outras (PNAS/2004). O conceito de risco social, por sua vez, relaciona-se
com a probabilidade de um evento acontecer no percurso de vida de um indivíduo
e/ou grupo, podendo, portanto atingir qualquer cidadão (ã). Contudo, as situações de
vulnerabilidades sociais podem culminar em riscos pessoais e sociais, devido às
dificuldades de reunir condições para preveni-los ou enfrentá-los, assim, “as
seqüelas podem ser mais ampliadas para uns do que para outros” (Orientações
Técnicas: CREAS, 2011) (SPOSATI, 2001).

Tanto o conceito de vulnerabilidade social quanto o de risco pessoal e social,


por violação de direitos, devem ser compreendidos em um contexto sócio-histórico,
econômico, político e cultural, composto por diversidades e desigualdades que têm
marcado a sociedade brasileira. É nesse contexto multidimensional que diversos
fatores interagem, provocando situações de risco pessoal e social, por violações de
direitos, que incidem sobre a vida de indivíduos, famílias e comunidades. Para a
compreensão do conceito de território, considera-se, ainda, o exposto por Milton
Santos que afirma:

Uma política efetivamente redistributiva, visando a que as


pessoas não sejam discriminadas em função do lugar onde
vivem, não pode, pois, prescindir do componente territorial. É a
partir dessa constatação que se deveria estabelecer como dever

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legal – e mesmo constitucional – uma autêntica instrumentação
do território que a todos atribua, como direito indiscutível, todas
aquelas prestações sociais indispensáveis a uma vida decente
[...] constituem um dever impostergável da sociedade como um
todo e, neste caso, do Estado (apud 2007: 141).

Feitas essas considerações gerais sobre a conceituação do CREAS, sigo


agora para a área específica de atuação do meu estágio, que é o Atendimento
Socioeducativo.

Sistema Nacional De Atendimento Socioeducativo

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituído pela Lei nº 8.069, de


13 de julho de 1990, contrapõe-se historicamente a um passado de controle e de
exclusão social sustentado na Doutrina da Proteção Integral. O ECA expressa
direitos da população infantojuvenil brasileira, pois afirma o valor intrínseco da
criança e do adolescente como ser humano, a necessidade de especial respeito à
sua condição de pessoa em desenvolvimento, o valor prospectivo da infância e
adolescência como portadoras de continuidade do seu povo e o reconhecimento da
sua situação de vulnerabilidade, o que torna as crianças e adolescentes
merecedores de proteção integral por parte da família, da sociedade e do Estado;
devendo este atuar mediante políticas públicas e sociais na promoção e defesa de
seus direitos (SINASE, 2010. SUAS).

Os adolescentes no contexto brasileiro, são eles 25 milhões da faixa etária de


12 a 18 anos, aproximadamente 15% da população. É um país repleto de
contradições e marcado por uma intensa desigualdade social, reflexo da
concentração de renda, tendo em vista que 01% (um por cento) da população rica
detém 13,5% (treze e meio por cento) da renda nacional, contra os 50% (cinqüenta
por cento) mais pobres, que detêm 14,4% (quatorze vírgula quatro por cento) desta
(IBGE, 2004). Essa desigualdade social, constatada nos indicadores sociais, traz
consequências diretas nas condições de vida da população infanto-juvenil. Quando
é feito o recorte racial as disparidades tornam-se mais profundas, verificando-se que
não há igualdade de acesso aos direitos fundamentais. A população negra em geral,
e suas crianças e adolescentes em particular, apresentam um quadro
socioeconômico e educacional mais desfavorável que a população branca. Do total

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de pessoas que vivem em domicílios com renda per capita inferior a meio salário
mínimo somente 20,5% (vinte e meio por cento) representam os brancos, contra
44,1% (quarenta e quatro vírgula um por cento) dos negros (IPEA, 2005). Há maior
pobreza nas famílias dos adolescentes não brancos do que nas famílias em que
vivem adolescentes brancos, ou seja, cerca de 20% (vinte por cento) dos
adolescentes brancos vivem em famílias cujo rendimento mensal é de até dois
salários mínimos, enquanto que a proporção correspondente de adolescentes não
brancos é de 39,8% (trinta e nove vírgula oito por cento). A taxa de analfabetismo
entre os negros é de 12,9% (doze vírgula nove por cento) nas áreas urbanas, contra
5,7% (cinco vírgula sete por cento) entre os brancos (IPEA, 2005). Ao analisar as
razões de eqüidade no Brasil verifica-se que os adolescentes entre 12 e 17 anos da
raça/etnia negra possuem 3,23 vezes mais possibilidades de não serem
alfabetizados do que os brancos (UNICEF, 2004). E mais: segundo o IBGE (2003),
60% (sessenta por cento) dos adolescentes brasileiros da raça/etnia branca já
haviam concluído o ensino médio, contra apenas 36,3% (trinta e seis vírgula três por
cento) de afrodescendentes (negros e pardos). Há também diferenças superiores
entre a raça/etnia branca e a raça/etnia negra quando se verifica a relação entre a
média de anos de estudo e o rendimento mensal em salário mínimo. A raça/etnia
branca possui média de estudo de oito anos e o rendimento médio em salário
mínimo de 4,50, contra a média de 5,7 anos de estudo com rendimento médio em
salário mínimo de 2,20 da raça/etnia negra (IPEA, 2002. SINASE, 2010. SUAS).

Nesse contexto de desigualdade social, a mortalidade juvenil também é


aspecto a ser considerado. A realidade dos adolescentes em conflito com a lei não é
diferente dos dados ora apresentados. Estes também têm sido submetidos a
situações de vulnerabilidade, o que demanda o desenvolvimento de política de
atendimento integrada com as diferentes políticas e sistemas dentro de uma rede
integrada de atendimento, e, sobretudo, dar efetividade ao Sistema de Garantia de
Direitos (SINASE, 2010. SUAS).

Nesse sentido às medidas socioeducativas vem de encontro com a longa


tradição assistencial-repressiva no âmbito de atendimento à criança e ao
adolescente, principalmente para aqueles em conflito com a lei. Olhando para o
contexto do jovem, a fim de evitar que o futuro do nosso país seja descartado,
segregado, por atos infracionais que ocorrem no início da vida, em um momento
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comprovadamente de contestações e experimentações. E que esse jovem em
conflito com a lei tenha seus direitos assegurados e que medidas socioeducativas
venham para reorientar a sua trajetória, e não que o marque para sempre como um
contraventor da lei.

Os comportamentos do profissional durante o atendimento:


O atendimento no setor de medidas socioeducativas é voltado para garantir
direitos da criança e do adolescente que estão em conflito com a lei. Sendo assim,
nas minhas observações tem dois modos de operação do grupo, o primeiro modo
sem usuário na sala onde eles trabalham, e o segundo modo quando o jovem está
presente e o atendimento acontece.
O primeiro modo de comportamento do grupo é mais natural, estão entre
colegas de trabalho, então o ambiente é relativamente leve, por mais que sempre
exista uma tensão inerente a ambientes de trabalho, nada muito fora do esperado.
As conversas são em torno de diversos âmbitos da vida e do próprio trabalho

Seu relacionamento com o grupo, a interação entre os membros do grupo, os


papéis, lideranças, reações e dinâmicas grupais:
Fui convidado a participar de todas as atividades que estavam planejadas no
dia, como o setor em que eu observei trabalho como um braço da garantia de
direitos, não existe uma rotina fixa, vai depender muito das demandas, períodos e
prazos do judiciário, só então as medidas socioeducativas entram em ação.
Assim pude observar conforme o que acontecia no dia, já no primeiro dia
fiquei junto com a Graciele (psicóloga) e as assistentes sociais. Estavam
conversando com um jovem (17) e sua irmã que foi acompanhá-lo, o encontro girou
em torno do pedido de mudança do cumprimento da medida, pois ele não queria ter
que realizar uma atividade educativa e sim trocar por entregar cestas básicas, só um
contexto da conversa do grupo que observei.
Então o trabalho do grupo do CREAS foi de investigar as condições sociais,
econômicas e psíquicas do jovem. As perguntas eram feitas de forma alternada
entre os profissionais, eram do tipo: Onde você está morando? Está trabalhando?
Está estudando? Como estão os estudos? Entre outras.
Nesse sentido os papéis eram bem fluidos, em um momento a Graciele
estava com a palavra em outro o Fabrício (assistente social) ou as outras
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assistentes que estavam na sala. Podendo-se observar uma dinâmica bem dialética
de trabalho em grupo. Mas adiante fiz um tour por outros setores e também pude
observar uma relação bem parecida tanto com os colegas do setor quanto quando
existia esse intercâmbio entre as áreas.

Transcrição da entrevista realizada com profissional:


A profissional entrevistada foi a Graciele psicóloga no CREAS, na área de
medidas socioeducativas.
1) Características da instituição em que trabalha:
Foi descrita anteriormente na conceitualização do CREAS.
2) Cotidiano de trabalho – rotinas:
“Aqui a gente trabalha com medidas socioeducativas, especificamente, que
está dentro do CREAS, que é um serviço especializado em assistência social,
que atende pessoas que estejam em situações de vulnerabilidade, ou que
tenham seus direitos violados, de alguma forma. E dentro do CREAS tem o
setor de medidas socioeducativas, que trabalha com crianças e jovens que
cometeram um ato infracional e também com familiares.
É um atendimento não só voltado para o adolescente, para responsabilização
dele, pelo ato infracional cometido, mas também um apoio e suporte para
toda a família. Então a gente acaba fazendo um atendimento mais global, não
é só estar cumprindo ou não uma medida que vem do judiciário, mas sim, um
atendimento como um todo.
Como é um dia aqui? Não tem rotina. Tem dias que está mais tranquilo, e tem
dias com bastante demanda para atender aqui dentro, quando marca um
atendimento, marca algum acolhimento né. O acolhimento é o primeiro
contato do adolescente/jovem com o serviço. E o atendimento são os
atendimentos esporádicos que a gente realiza com o adolescente ou com o
familiar né. No CREAS não se faz clínica né, a gente já conversou sobre isso,
a diferença entre o psicólogo clínico é o psicólogo do SUAS. Mas a gente
pode fazer acolhimentos, orientações psicológicas, isso sim, por um período
breve, até encaminhar para um serviço especializado.
Durante a semana a gente também realiza o atendimento domiciliar, nos
casos em que jovem não cumpri a medida ou quando tem alguma outra

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demanda. Sempre trabalhando em rede com o conselho tutelar e com o
CAPS.”
3) Características do grupo que atende:
“Público alvo específico do setor são adolescentes e jovens de 12 a 18 anos,
podendo se estender até 21 anos, meninos e meninas, por que também
temos mulheres que cometem atos infracionais. Na maioria são meninos de
16 a 18 por aí, mas temos um menino de 13 e um de 20 anos, por exemplo.
E a características deles, na maioria né, na questão social, no perfil, são
meninos e meninas que não tem uma escolarização alta, maioria na
concluíram o ensino fundamental ainda. Estão sem trabalho ou trabalhando
de forma informal, poucos têm carteira assinada, ou já concluíram o ensino
médio ou fizeram cursos técnicos, e tem a questão de serem baixa renda,
esse seria o perfil.
Mas também tivemos estudantes de medicina, de contabilidade e até um
menino que foi aprovado em um concurso militar muito concorrido fora do
estado, mas esse são exceções, que têm família estruturada e uma renda de
20 a 30 mil mensais, são exceções.
Mas geralmente o perfil é esse que te falei, baixa renda a família também com
questão de vulnerabilidade social, alimentar né. O CREAS não fornece cesta
básica, não tem essa obrigatoriedade, mas em alguns casos a gente acaba
fornecendo, porque você vai fazer uma visita e percebe que o que está
latente ali é a fome. E a fome não vai esperar a pessoa ir até o CRAS se
cadastrar, esperar pra daqui um mês receber uma cesta básica. Então a
gente lida muito com essas situações, às vezes você vai na casa das pessoas
e não tem nem onde tu sentar, é um cômodo só pra 10 pessoas.”
4) Quais as maiores satisfações resultantes do trabalho com grupos e com
este público?
“Eu acredito muito, Estevão, não só aqui mas já passei por outros setores da
assistência social e da saúde, mas acho que é quando a gente consegue ter
um retorno positivo do trabalho, sabe. Quando vem um pai e uma mãe e
agradecem assim, de uma forma que não tem salário que pague, não tem
dinheiro que pague. Você vê no olhar da pessoa a gratidão, “bah se não fosse
por ti eu não teria conseguido tal coisa”. Quando a gente vê um menino que

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realmente se ressignificou né, arrumou emprego, tá trabalhando, está indo
bem. Está sendo o melhor que ele consegue dentro das possibilidades dele.
5) Dificuldades enfrentadas na realização do trabalho com este
público/grupo (e como maneja as dificuldades):
“Aqui a gente tem uma infraestrutura boa. De salas, para grupos,
acolhimentos, nós estamos em um lugar bom né. É um prédio novo, então
não tem dificuldade de estrutura.
Mas a questão da dificuldade séria com alguns usuários que são mais difíceis
de lidar assim. Então a gente também se coloca, a psicologia no SUAS é um
não lugar né. O SUAS foi criado para o assistente social e se você perguntar
pro assistente social na saúde ele vai dizer a mesma coisa, um não lugar.
Isso às vezes gera um conflito, porque eu tive uma formação bastante clínica,
saí da graduação achando que eu iria clinicar em todos os lugares, então foi
uma dificuldade que eu tive de adaptação ao SUAS, CRAS e CREAS, sobre o
que eu posso fazer? Qual minha atuação como psicóloga aqui? O que faz um
psicólogo dentro da assistência social? Daí fui estudar e conversar com
colegas que tinham mais experiência para aprender.
Então a maior dificuldade é o início e as pessoas entenderem que é o nosso
papel, que é importante sim que as pessoas precisam desse acolhimento,
desse acompanhamento que é dado, muitas vezes, somente pelo profissional
da psicologia. A gente tem o ouvido treinado, uma escuta especializada né,
por isso que a gente está aqui.”
6) Quais os maiores benefícios no trabalho com grupos?
A pergunta 04 já integra a 06.
7) Outras informações que considere importantes, dicas para profissionais
em formação.
“Minha dica pra ti, é o que eu já havia dito. Te experimenta em vários locais
diferentes, para aos poucos você ir se conhecendo como profissional. Mesmo
com medo, mesmo com receio, te aventura! É o momento de tu errar também.
Dentro da graduação é o momento onde os erros são aceitáveis, depois tu vai
ser responsável por cada passo que tu der. Então é agora o momento de tu ir
te conhecendo e tu ir te formando como profissional.
Tu vai sair da faculdade, parece que não vai saber nada hahaha, tá mas o
que eu estudei todo esse tempo, mas tem momentos que você tem o insight,
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algo que vai fazer tudo valer a pena, seja um agradecimento, seja num
acompanhante, seja num olhar do usuário, você vai pensar: bah isso aí me
traz assim… me aquece o coração né.”

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REFERÊNCIAS

Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistência Social –


CREAS. – Brasília, DF: Secretaria Nacional de Assistência Social, 2011. COUTO,
Berenice Rojas
Sistema Nacional De Atendimento Socioeducativo -SINASE/ Secretaria Especial dos
Direitos Humanos – Brasília-DF: CONANDA, 2006.
MARX, K.; FRIEDRICH ENGELS; SILVIO DONIZETE CHAGAS. A ideologia alemã
teses sobre Feuerbach. [s.l.] São Paulo Centauro, 2006.

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