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VI CONGRESSO

BRASILEIRO DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL:
PRÁTICA E AÇÕES
ANDRÉIA CRISTINA ACHEL
DESAFIOS DA PROTEÇÃO
SOCIAL BÁSICA

ANDRÉIA CRISTINA AHEL


A ordem socioeconômica
latino-americana é bastante
complexa, porém
globalmente marcada pela
questão da desigualdade
social
Neste contexto, os sistemas de proteção social
que foram implantados acabaram, em muitos
países, ajudando a aprofundar essa desigualdade,
uma vez que tendiam a proteger as categorias
sociais melhor organizadas e dotadas de maior
poder de barganha.
Aliado a isso, as debilidades institucionais e organizacionais
(alta centralização, limitada capacidade regulatória, baixo
grau de participação da sociedade etc.) atuaram no sentido
de reduzir a eficiência das ações desenvolvidas.
A Constituição Federal de 1988 introduziu a Seguridade
Social como Modelo de Proteção Social no Brasil,
composta pelas políticas sociais de Saúde,Previdência e
Assistência Social a serem garantidas pelo poder público.
Com o advento da Constituição Federal de 1988,
ocorrem mudanças no sistema de Proteção Social
Brasileiro, com caracterização redistributivista,
maior responsabilidade pública na sua regulação e
operação, ampliação dos direitos sociais,
universalização do acesso, com o princípio
organizacional da participação e do controle social.
(Draibe, 1990, p. 38)
A proteção social deve garantir as seguintes seguranças:
segurança de sobrevivência (de rendimento e de autonomia);
de acolhida; de convívio ou vivência familiar.
POLÍTICA NACIONAL DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL

Para a construção da política pública de assistência social deve-se levar em


conta três vertentes de proteção social: as pessoas, as suas circunstâncias e
dentre elas seu núcleo de apoio primeiro, isto é, a família. A proteção social
exige a capacidade de maior aproximação possível do cotidiano da vida das
pessoas, pois é nele que riscos, vulnerabilidades se constituem. (PNAS, 2004
De acordo com a PNAS (2004), são funções da Assistência
Social:
a proteção social hierarquizada entre proteção básica e
proteção especial;a vigilância social; e a defesa dos direitos
socioassistenciais.
Para se adequar o conceito de trabalho social com famílias à política
de assistência social é preciso:
* Adotar o conceito de família que consta na PNAS (2004): “conjunto
de pessoas unidas, seja por laços consanguíneos, seja por laços
afetivos e/ou de solidariedade”;
*Contemplar a diretriz “matricialidade sociofamiliar” da política, que
afirma a “centralidade na família para concepção e implementação
dos benefícios, serviços, programas e projetos”

Tal diretriz expressa que a organização da política de assistência


social tem como pressuposto a família como um “sujeito de direitos
Segundo análise de Campos e Mioto a política social
brasileira apresentou historicamente uma tendência
privatista e familista na proteção social, que tende a se
acentuar como direcionamento das políticas sociais em
tempos neoliberais.
Esta tradição “familista” tem se construído a partir do
pressuposto de que existem dois canais “naturais” para
satisfazer as necessidades dos cidadãos, o mercado, por meio
do trabalho, e a família. Apenas quando um desses canais falha é
que há uma intervenção do Estado, e esta apenas de forma
temporária
Essa visão instaurou uma cultura assistencialista, diante disso
se instauram as repúblicas fundadas na família, tendo questões,
como a maternidade e a infância, cada vez mais privatizadas no
sentido de que o problema pertence apenas à esfera do privado. .
As famílias são divididas em capazes e incapazes, sendo capazes as que
conseguem desempenhar as suas funções atribuídas pela sociedade e as
incapazes as que não conseguiram atender as expectativas e diante
disso necessita da interferência do Estado para a proteção dos seus
membros. Ou seja, são merecedoras da ajuda apenas as famílias que
falharam nas suas responsabilidades (Mioto, 2000; 2010).
ASSISTÊNCIA SOCIAL E AS PROTEÇÕES
AFIANÇADAS
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL


PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
A proteção social básica tem como objetivos prevenir situações de risco por
meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento
de vínculos familiares e comunitários.
Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social
decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso
aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos –
relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de
gênero ou por deficiências, dentre outras).
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e o
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) são os
serviços que,juntamente com o Serviço de Proteção Social Básica no
Domicílio para pessoas com deficiência e idosas, os programas, os
projetos e os benefícios socioassistenciais, materializam as ações da
proteção social básica da Política de Assistência Social.
DESAFIOS DA PROTEÇÃO SOCIAL
BÁSICA

Lidar com a tendência de se concentrar em ações de prestação de benefícios assistenciais que


contribuam para a reprodução da classe trabalhadora brasileira, de modo que ela não ultrapasse as
condições mínimas de continuar a se reproduzir e, portanto, vender a sua força de trabalho, num
cenário de superexploração do capital.


Fortalecimento dos sujeitos coletivos, educação, mobilização e organização popular, em sintonia com
os movimentos sociais e instâncias de organização política. Ex: Fórum dos Usuários do SUAS.
DESAFIOS DA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA

Ampliação das equipes técnicas (alteração da NOB RH SUAS), a fim de


garantir a qualidade na execução dos serviços da PSB.


Maior participação dos recursos estaduais na efetivação dos serviços do SUAS

Fortalecimento do Fórum dos Trabalhadores do SUAS


Maior investimento na Política de Educação Permanente no SUAS



DESAFIOS DA PROTEÇÃO SOCIAL
BÁSICA

Atuação técnica com compromisso ético-político,
favorecendo a mudança da concepção de que as famílias
.
devem ser capazes de se proteger e cuidar dos seus

membros, independente de suas condições.


“A história humana não se desenrola apenas nos campos de batalhas e nos gabinetes
presidenciais. Ela se desenrola também nos quintais, entre plantas e galinhas, nas
ruas de subúrbios, nas casas de jogos, nos prostíbulos, nos colégios, nas usinas, nos
namoros de esquinas. Disso eu quis fazer a minha poesia. Dessa matéria humilde e
humilhada, dessa vida obscura e injustiçada, porque o canto não pode ser uma traição
à vida, e só é justo cantar se o nosso canto arrasta consigo as pessoas e as coisas que
não tem voz.” ( Ferreira Gullar)
OBRIGADA !!!!

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