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Suzy Oliveira Silva Leão Lamounier RA 4603311

Violência no municio de Mineiros-GO

POLO IPORA GOIAS


VIOLENCIA DOMESTICA EM MINEIROS GOIAS
maior do que a média mundial, a cada 3 vítimas de feminicídio no Brasil, 2 foram mortas em
casa.
Neste contexto, sabemos que violência é tudo que fere, machuca, e são atitudes que prejudicam
tanto o bem-estar individual como o social do indivíduo. Pois:
[...] um em cada cinco dias de falta ao trabalho é causado pela violência sofrida pelas mulheres
dentro de suas casas; a cada cinco anos, a mulher perde um ano de vida saudável se ela sofre
violência doméstica; na América Latina, a violência doméstica atinge entre 25% a 50% das
mulheres; uma mulher que sofre violência doméstica geralmente ganha menos do que aquela
que não vive em situação de violência; estima-se que o custo da violência doméstica oscila entre
1,6% e 2% do PIB de um país, fatos esses que demonstram que a violência contra a mulher sai
do âmbito familiar e atinge a sociedade como um todo, configurando-se em fator que
desestrutura o tecido social (FONSECA; RIBEIRO; LEAL, 2012, p. 308)
Apesar da inúmeras campanhas vinculadas por órgãos públicos e a mídia, informando sobre este
assunto, há mulheres que ainda não possuem conhecimento dos seus reais direitos, devido a
um papel imposto pela cultura social "machista", onde a mulher tem como regra ser submissa
ao homem, lhes tirando, por vezes, a força na voz, na tomada de decisões, impossibilitando as
mesmas de assegurarem seus direitos.
Em muitos casos, as vítimas, por não trabalharem fora e serem dependentes financeiramente de
seu agressor se calam, e muitas nem se quer percebem que sofrem este tipo de violência, pois
ela é recoberta por um manto de "cuidado" onde o agressor incapacita emocionalmente a
vítima, alegando que tudo que faz é por amor ou por cuidado, e na falta de perspectiva de
melhora, aceitam este tipo de vida.
Dentro deste contexto temos o Centro de Referência Especializado de
Assistência Social (CREAS), é um órgão público municipal, que faz parte do Sistema
Único de Assistência Social que através do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a
Famílias e Indivíduo, atende as famílias em situação de risco/vulnerável ofertando ações de
orientação, proteção e acompanhamento às famílias com um ou mais membros em situação de
risco pessoal e social, ameaça ou violação de direitos. Pois:
Além de orientar e encaminhar os cidadãos para os serviços da assistência social ou demais
serviços públicos existentes no município, no CREAS também se oferece informações,
orientação jurídica, apoio à família, apoio no acesso à documentação pessoal e estimula a
mobilização comunitária.
Famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, com violação de direitos, como:
violência física, psicológica e negligência; violência sexual, afastamento do convívio familiar
devido à aplicação de medida de proteção; situação de rua; abandono; trabalho infantil •
discriminação por orientação sexual elou raça/etnia; descumprimento de condicionalidades do
Programa Bolsa Família em decorrência de violação de direitos; cumprimento de medidas
socioeducativas em meio aberto de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à
Comunidade por adolescentes, entre outras (BRASIL 2015).
Neste sentido, cabe ao profissional de assistência social um olhar mais apurado, para poder
perceber este tipo de violação sofrida pelas vítimas, que muitas nem sequer percebem que
estão sendo violadas.
Para amparar as vítimas de violência doméstica temos a Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de
agosto de 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a qual disponibiliza mecanismos que
previnem e reprimem a violência doméstica e familiar contra a mulher.
A lei estabelece uma definição do que venha se caracterizar como violência doméstica (física,
psicológica, sexual patrimonial e moral), a Lei n. 11.340/2006 ainda cria mecanismos de
proteção às vítimas de violência de gênero, sendo responsabilidade também do Estado não
somente da família. Onde no:
Art. 20 Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda,
cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência,
preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
Art. 30 Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à
segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
§ 1 0 0 poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das
mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 20 Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo
exercício dos direitos enunciados no caput.
Art. 40 Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e,
especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e fami
iar.
Para Hermann (2008, p. 101), "Fica claro que a lei busca proteger a mulher contra os abusos
decorrentes de preconceito ou discriminação resultantes de sua condição feminina, não
importando se o agressor é homem ou outra mulher"
As beneficências trazidas com a criação desta lei são fundamentais na luta contra violência
doméstica, tendo em vista a criação de medidas protetivas urgentes e de Juizados de Violência
Doméstica e Familiar, favorecendo a punição cível e criminal do agressor, com penalização
mínima de 1 para 3 anos.

5 HIPÓTESE
Dentre as hipóteses levantadas, durante o processo de pesquisa e elaboração deste projeto
estão:
A baixa ou até mesmo a falta de escolaridade, interfere na tomada de decisões e de
perspectiva de vida.
O confinamento prolongado entre agressor/vitima, durante o período pandêmico propicia
um aumento da violência e, consequentemente, nas agressões.
A dependência química e de outras drogas licitas, são atenuantes no aumento deste tipo de
violência doméstica.
Falta de conhecimento dos direitos, e de serviços públicos ofertados em seu território.
6 REFERENCIAL TEÓRICO
Planejar é um processo técnico e político que requer conhecimento e vontade, planejamento de
acordo com Silva (2000), "é um processo que antecipa as ações que os profissionais devem
fazer, as metas a serem atingidas. Em outras palavras, o planejamento significa decidir o que
fazer para alcançar seu objetivo/meta"
Para Baptista (FERREIRA, 1965 apud BAPTISTA, 2007, p. 15), planejar é "Enquanto processo
racional, o planejamento se organiza por operações complexas e interligadas
a) De reflexão — que diz respeito ao conhecimento de dados, a análise e estudo de alternativas,
à superação e reconstrução de conceitos e técnicas de diversas disciplinas relacionadas com a
exp icação e quantificação dos fatos sociais, e outros;
b) De decisão — que se refere à escolha de alternativas, à determinação de meios, à definição
de prazos, etc.
c) De ação — relacionada à execução das decisões. É o foco central do planejamento. Orienta-se
por momentos que antecedem e é subsidiada pelas escolhas efetivas na operação anterior,
quanto aos necessários processos de organização;
d) De retomada da revisão — operação de crítica dos processos e dos efeitos da ação planejada,
com vistas ao embasamento do planejamento de açöes anteriores.
Alinhado ao planejamento das ações, dos profissionais de assistência social, temos a Lei n 0
8.662, de 7 de junho de 1993, que regulamenta a profissão de assistente social, estando apto
para:
I - Elaborar, implementar, executar e ava iar pol íticas sociais junto a órgãos da administração
púb ica, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares;
II - Elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito
de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; (CFESS, 2012, p. 44-45)
Segundo Netto (2009, p. 32), cabe ao assistente social responsável pelo processo de
planejamento de intervenção, analisar a realidade da mesma, sempre considerando as
peculiaridades e características da região, identificando as demandas e dando maior
resolubilidade às necessidades dos atores sociais envolvidos no processo.
[...] o profissional precisa encontrar as principais mediações que vinculam o problema específico
com que se ocupa com as expressões gerais assumidas pela "questão social" no Brasil
contemporâneo e com as várias políticas sociais (públicas e privadas) que se propõem a
enfrentá-las. O conhecimento dessas políticas sociais (que implica, antes de tudo, o
conhecimento das suas fontes e formas de financiamento) é indispensável para o profissional
contextualizar a sua intervenção; e a determinação daquelas mediações possibilita apreender o
alcance e os limites da sua própria atividade profissional. Estas exigências põem-se a todo
profissional interessado na compreensão da sua atividade para além do seu dia-a-dia: dada a
sua alocação socioprofissional — seja no planejamento, na gestão, na execução —, nenhum/a
assistente social pode pretender qualquer nível
de competência profissional se se prender exclusivamente aos aspectos imediatamente
instrumentais e operativos da sua atividade
Ao se deparar com tal demanda, no caso da violência contra a mulher, se faz necessário que o
profissional de Assistência Social possua profundo conhecimento das leis correspondentes e das
múltiplas demandas que decorrem da mesma. Para lamamoto (1999, p.52):
O grande desafio na atualidade é, pois, transitar da bagagem teórica acumulada ao
enraizamento da profissão na realidade, atribuindo, ao mesmo tempo, uma maior atenção às
estratégias e técnicas do trabalho profissional, em função das particularidades dos temas que
são objetos de estudo e açäo do assistente social.
lamamoto ainda define que, o objeto de trabalho do Serviço Social forma-se das expressões da
questão social, que, são consequências das desigualdades oriundas do capitalismo.
Uma das principais características do planejamento em Serviço Social, descritos segundo Gandin
(1991), "é a intervenção na realidade, objetivando mudanças para o futuro', o profissional da
assistente social necessita planejar sua intervenção, baseada em documentos que norteiam,
considerando a realidade social e local.
7 METODOLOGIA DO PROJETO
Na produção deste Projeto Integrador III utilizamos uma revisão bibliográfica, dados de
conjuntura e análise das principais demandas da cidade de Guarabira-PB, bem como a leitura de
autores que embasam a pesquisa do Serviço Social, projetos de intervenção e violência
doméstica.
Utilizaremos o método de oficinas em dinâmicas em grupo, como pratica de intervenções
psicossociais, no caso específico de violência doméstica a dinâmica de grupo possibilita
mudanças na retomada de consciência, de forma crítica, gerando saúde, emancipação,
transformação e respostas satisfatórias à demanda em questão.

As oficinas devem ser planejadas conforme as necessidades das vítimas e cada uma das oficinas
discutirá temas específicos dentro do contexto, como, por exemplo, criação dos filhos,
sexualidade, a dependência financeira, uso de drogas, violação do corpo, entre outros, que as
mesmas possam sugerir no decorrer do processo. Pois:
a escolha dos temas gerados deve ser feita a partir do diálogo com o próprio grupo, levando-se
em consideração o que as participantes desse grupo gostariam de abordar, respeitando sempre
o emergente do grupo, a tolerância e a ansiedade que tais temas possam despertar, em cada
momento do acontecer grupal.(AFONSO, 2006B)
A aplicabilidade deste projeto dará acesso às usuárias a reuniões que poderão acontecer
mensalmente, num período de 6 meses, com a criação de grupos de apoio, com rodas de
conversas sobre o tema, para que as mesmas se sintam acolhidas, quebrando assim o ciclo do
silencio / violência.
8 CRONOGRAMA DO PROJETO INTEGRADOR
Etapa do Projeto Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês
10 Mês 11
Pesquisa Bibliográfica x x

Levantamento de dados x

Planejamento das atividades x x x

Execução das açöes

Avaliação do projeto
x
15
REFERÊNCIAS
AFONSO, Maria Lúcia M. (org.) Oficinas em dinâmica de grupo: um método de intervenção
psicossocial. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006a.
BAPTISTA, Myrian Veras. Planejamento Social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo:
Veras, 2000.
BRASIL. Ministério da Cidadania. Secretaria Especial do Desenvolvimento Social. Centro de
Referência Especializado de Assistência Social — Creas. Brasília, 2015.
Código de Ética dola assistente social. Lei 8.662/93 de regulamentação da profissão. - 10a . Ed.
rev. e atual. - [Brasília]: Conselho Federal de Serviço Social, [2012].
CAVALCANTI, Stela Valéria Soares de Farias. Violência Doméstica: análise da Lei Maria da Penha,
Lei no 11.340/06. Salvador: JusPODlVM
FONSECA, Denire Holanda da; RIBEIRO, Cristiane Galvão; LEAL, Noêmia Soares Barbosa.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER: REALIDADES E
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS. Centro Universitário de João Pessoa. João Pessoa, 2012. Disponível
em:<http://www.scielo.br/pdf/psoc/v24n2/07.pdf>. Acesso em:
20/10/2020 as 12:20
GANDIN, Danilo. O planejamento como prática educativa (apresentação). São Paulo: Loyola,
1991 (apresentação).
HERMANN, L. M. Maria da Penha Lei com Nome de Mulher: Violência doméstica e familiar,
considerações à lei no 1 1.340/2006 comentado artigo por artigo. Campinas: Servanda, 2008
IAMAMOTO, M.V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 2.
ed. São Paulo: Cortez, 1999.
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<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/guarabira/pesquisa/23/24161 ?detalhes=true&ti
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IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível
em:<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/guarabira/panorama>. Acesso em 21/10/2020 as
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NETTO, José Paulo. Introdução ao método da teoria social. In: Serviço Social: direitos sociais e
competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.
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O GLOBO. A cada três vítimas de feminicídio, duas foram mortas na própria casa. Disponível
em:<https://oglobo.globo.com/sociedade/a-cada-tres-vitimas-defeminicidio-duas-foram-
mortas-na-propria-casa-22450033>. Acesso em 09/1 1/2020 as 14:38
PLANALTO, Lei Maria da Penha. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/ at02004-
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Acesso em 23/10/2020 as 16:32
SILVA, Adelphino da. Administração básica. São Paulo: Atlas, 2000.
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