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5 HIPÓTESE
Dentre as hipóteses levantadas, durante o processo de pesquisa e elaboração deste projeto
estão:
A baixa ou até mesmo a falta de escolaridade, interfere na tomada de decisões e de
perspectiva de vida.
O confinamento prolongado entre agressor/vitima, durante o período pandêmico propicia
um aumento da violência e, consequentemente, nas agressões.
A dependência química e de outras drogas licitas, são atenuantes no aumento deste tipo de
violência doméstica.
Falta de conhecimento dos direitos, e de serviços públicos ofertados em seu território.
6 REFERENCIAL TEÓRICO
Planejar é um processo técnico e político que requer conhecimento e vontade, planejamento de
acordo com Silva (2000), "é um processo que antecipa as ações que os profissionais devem
fazer, as metas a serem atingidas. Em outras palavras, o planejamento significa decidir o que
fazer para alcançar seu objetivo/meta"
Para Baptista (FERREIRA, 1965 apud BAPTISTA, 2007, p. 15), planejar é "Enquanto processo
racional, o planejamento se organiza por operações complexas e interligadas
a) De reflexão — que diz respeito ao conhecimento de dados, a análise e estudo de alternativas,
à superação e reconstrução de conceitos e técnicas de diversas disciplinas relacionadas com a
exp icação e quantificação dos fatos sociais, e outros;
b) De decisão — que se refere à escolha de alternativas, à determinação de meios, à definição
de prazos, etc.
c) De ação — relacionada à execução das decisões. É o foco central do planejamento. Orienta-se
por momentos que antecedem e é subsidiada pelas escolhas efetivas na operação anterior,
quanto aos necessários processos de organização;
d) De retomada da revisão — operação de crítica dos processos e dos efeitos da ação planejada,
com vistas ao embasamento do planejamento de açöes anteriores.
Alinhado ao planejamento das ações, dos profissionais de assistência social, temos a Lei n 0
8.662, de 7 de junho de 1993, que regulamenta a profissão de assistente social, estando apto
para:
I - Elaborar, implementar, executar e ava iar pol íticas sociais junto a órgãos da administração
púb ica, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares;
II - Elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito
de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; (CFESS, 2012, p. 44-45)
Segundo Netto (2009, p. 32), cabe ao assistente social responsável pelo processo de
planejamento de intervenção, analisar a realidade da mesma, sempre considerando as
peculiaridades e características da região, identificando as demandas e dando maior
resolubilidade às necessidades dos atores sociais envolvidos no processo.
[...] o profissional precisa encontrar as principais mediações que vinculam o problema específico
com que se ocupa com as expressões gerais assumidas pela "questão social" no Brasil
contemporâneo e com as várias políticas sociais (públicas e privadas) que se propõem a
enfrentá-las. O conhecimento dessas políticas sociais (que implica, antes de tudo, o
conhecimento das suas fontes e formas de financiamento) é indispensável para o profissional
contextualizar a sua intervenção; e a determinação daquelas mediações possibilita apreender o
alcance e os limites da sua própria atividade profissional. Estas exigências põem-se a todo
profissional interessado na compreensão da sua atividade para além do seu dia-a-dia: dada a
sua alocação socioprofissional — seja no planejamento, na gestão, na execução —, nenhum/a
assistente social pode pretender qualquer nível
de competência profissional se se prender exclusivamente aos aspectos imediatamente
instrumentais e operativos da sua atividade
Ao se deparar com tal demanda, no caso da violência contra a mulher, se faz necessário que o
profissional de Assistência Social possua profundo conhecimento das leis correspondentes e das
múltiplas demandas que decorrem da mesma. Para lamamoto (1999, p.52):
O grande desafio na atualidade é, pois, transitar da bagagem teórica acumulada ao
enraizamento da profissão na realidade, atribuindo, ao mesmo tempo, uma maior atenção às
estratégias e técnicas do trabalho profissional, em função das particularidades dos temas que
são objetos de estudo e açäo do assistente social.
lamamoto ainda define que, o objeto de trabalho do Serviço Social forma-se das expressões da
questão social, que, são consequências das desigualdades oriundas do capitalismo.
Uma das principais características do planejamento em Serviço Social, descritos segundo Gandin
(1991), "é a intervenção na realidade, objetivando mudanças para o futuro', o profissional da
assistente social necessita planejar sua intervenção, baseada em documentos que norteiam,
considerando a realidade social e local.
7 METODOLOGIA DO PROJETO
Na produção deste Projeto Integrador III utilizamos uma revisão bibliográfica, dados de
conjuntura e análise das principais demandas da cidade de Guarabira-PB, bem como a leitura de
autores que embasam a pesquisa do Serviço Social, projetos de intervenção e violência
doméstica.
Utilizaremos o método de oficinas em dinâmicas em grupo, como pratica de intervenções
psicossociais, no caso específico de violência doméstica a dinâmica de grupo possibilita
mudanças na retomada de consciência, de forma crítica, gerando saúde, emancipação,
transformação e respostas satisfatórias à demanda em questão.
As oficinas devem ser planejadas conforme as necessidades das vítimas e cada uma das oficinas
discutirá temas específicos dentro do contexto, como, por exemplo, criação dos filhos,
sexualidade, a dependência financeira, uso de drogas, violação do corpo, entre outros, que as
mesmas possam sugerir no decorrer do processo. Pois:
a escolha dos temas gerados deve ser feita a partir do diálogo com o próprio grupo, levando-se
em consideração o que as participantes desse grupo gostariam de abordar, respeitando sempre
o emergente do grupo, a tolerância e a ansiedade que tais temas possam despertar, em cada
momento do acontecer grupal.(AFONSO, 2006B)
A aplicabilidade deste projeto dará acesso às usuárias a reuniões que poderão acontecer
mensalmente, num período de 6 meses, com a criação de grupos de apoio, com rodas de
conversas sobre o tema, para que as mesmas se sintam acolhidas, quebrando assim o ciclo do
silencio / violência.
8 CRONOGRAMA DO PROJETO INTEGRADOR
Etapa do Projeto Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês
10 Mês 11
Pesquisa Bibliográfica x x
Levantamento de dados x
Avaliação do projeto
x
15
REFERÊNCIAS
AFONSO, Maria Lúcia M. (org.) Oficinas em dinâmica de grupo: um método de intervenção
psicossocial. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006a.
BAPTISTA, Myrian Veras. Planejamento Social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo:
Veras, 2000.
BRASIL. Ministério da Cidadania. Secretaria Especial do Desenvolvimento Social. Centro de
Referência Especializado de Assistência Social — Creas. Brasília, 2015.
Código de Ética dola assistente social. Lei 8.662/93 de regulamentação da profissão. - 10a . Ed.
rev. e atual. - [Brasília]: Conselho Federal de Serviço Social, [2012].
CAVALCANTI, Stela Valéria Soares de Farias. Violência Doméstica: análise da Lei Maria da Penha,
Lei no 11.340/06. Salvador: JusPODlVM
FONSECA, Denire Holanda da; RIBEIRO, Cristiane Galvão; LEAL, Noêmia Soares Barbosa.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER: REALIDADES E
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS. Centro Universitário de João Pessoa. João Pessoa, 2012. Disponível
em:<http://www.scielo.br/pdf/psoc/v24n2/07.pdf>. Acesso em:
20/10/2020 as 12:20
GANDIN, Danilo. O planejamento como prática educativa (apresentação). São Paulo: Loyola,
1991 (apresentação).
HERMANN, L. M. Maria da Penha Lei com Nome de Mulher: Violência doméstica e familiar,
considerações à lei no 1 1.340/2006 comentado artigo por artigo. Campinas: Servanda, 2008
IAMAMOTO, M.V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 2.
ed. São Paulo: Cortez, 1999.
IBGE Censo Demográfico 2010. Disponível em:
<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/guarabira/pesquisa/23/24161 ?detalhes=true&ti
po=ranking&indicador=47337>. Acesso em 22/10/2020 as 14:30
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível
em:<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/guarabira/panorama>. Acesso em 21/10/2020 as
15:00
NETTO, José Paulo. Introdução ao método da teoria social. In: Serviço Social: direitos sociais e
competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.
16
O GLOBO. A cada três vítimas de feminicídio, duas foram mortas na própria casa. Disponível
em:<https://oglobo.globo.com/sociedade/a-cada-tres-vitimas-defeminicidio-duas-foram-
mortas-na-propria-casa-22450033>. Acesso em 09/1 1/2020 as 14:38
PLANALTO, Lei Maria da Penha. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/ at02004-
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SILVA, Adelphino da. Administração básica. São Paulo: Atlas, 2000.
SOUZA, H. J. Como se faz Análise de Conjuntura. 26a ed. Petrópolis. Editora
Vozez, 2005
TELES, M.A. de A; MELO, M. de O. O que é violência doméstica contra a mulher. São Paulo:
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TJPB, Tribunal de Justiça da Paraíba. Disponível em:
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