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PREFEITURA MUNICIPAL DE CURRALINHO

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL- SEMAS


CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - CREAS

GRUPO OPERATIVO: ATITUDE DE HOMEM

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Curralinho-PA
2022
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Órgão Responsável:
Secretaria Municipal de Assistência Social – SEMAS – Curralinho
Endereço: Av. Jarbas Passarinho S/N – Centro – CEP: 68815-000
E-mail: semascurralinho@hotmail.com
Secretária: Rithiane Freitas Rodrigues

Organização:
Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS
Endereço: Travessa Breves, S/N, Marambaia – Centro – CEP: 68815-000
E-mail: creascurralinho@gmail.com
Coordenador: Marcelo Costa
Técnicos de Referência: Jean Kleber Araújo Baena – Psicólogo (CRP 10/08867);
Sharlene Cardoso dos Santos – Assistente Social (CRESS 01/8615)

Idealizador do Projeto:
Jean Kleber Araújo Baena – Psicólogo (CRP 10/08867)

Objetivo Estratégico e Escopo do Projeto:


O projeto objetiva o trabalho em grupo com agressores enquadrados na Lei Maria
da Penha e/ou usuários do SUAS, a fim de propiciar, a partir dos encontros com
técnicos de diversas áreas, a reflexão dos participantes quanto aos atos cometidos
e, consequentemente colaborar com o desenvolvimento de uma melhor convivência
intrafamiliar; além de visar à queda na taxa de reincidência de crimes desta
naturalidade no município de Curralinho em que se realizará.

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INTRODUÇÃO

A violência intrafamiliar, por definição do Ministério da Saúde (Brasil, 2001; p.


15), é “toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física,
psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outro membro da
família”, ocorrendo dentro ou fora do ambiente familiar por qualquer membro da
família, independente dos laços de consanguinidade, e em relação de poder à outra
pessoa. A violência intrafamiliar constitui uma realidade que requer atenção em todas
as esferas de atendimento, uma vez que também é considerada uma questão de
saúde pública mundial (OLIVEIRA; SOUZA, 2006).
Dentro da violência intrafamiliar, encontra-se a violência praticada entre
parceiros íntimos, ocorrendo entre casais independentemente de condição
socioeconômica, etnia, religião ou orientação sexual. Segundo inquérito de base
populacional, realizada em 15 capitais brasileiras e no Distrito Federal nos anos de
2002 e 2003, constatou-se a predominância da violência psicológica (78,3%) entre os
casais, enquanto a violência física apresentou-se em 34% da amostra
(REICHENCHEM et al., 2006).
No Município de Curralinho, o atendimento a mulheres inseridas em contexto
de violência pode ser realizado pelo Centro de Referência Especializado em
Assistência Social, o CREAS. Sendo o equipamento de Assistência Social, destinado
a ofertar serviços de média complexidade, conforme dispõe a Lei Federal 8.742 de
1993, alterada pela Lei 12.435 de 2011 - que delibera sobre a Lei Orgânica de
Assistência Social - LOAS, assim como, em conformidade com a Resolução CNAS nº
109 de 2009 - Que estabelece sobre a Tipificação Nacional dos Serviços
Socioassistenciais, do Sistema Único de Assistência Social - SUAS.
O órgão, vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS), é
responsável por oferecer atendimento psicossocial especializado e encaminhamento
aos serviços públicos necessários, havendo articulação com a Polícia Militar, Polícia
Civil, Ministério Público e Poder Judiciário. Bem como a promoção de projetos de
prevenção e conscientização da comunidade. Dessa forma, o Centro tem atuação
fundamental para a garantia da proteção e acompanhamento das vítimas.
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Salienta-se também a criação da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha), que


trouxe inovações no que tange o combate à violência de gênero, tais como: a extinção
de penas pecuniárias, as medidas protetivas, a criação dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a mulher. Ademais, a referida lei amplia a intervenção do
Estado no enfrentamento à violência de gênero, quando em seu artigo 9º, prevê o
esforço articulado entre as políticas de Assistência Social, Segurança Pública e a
Saúde.
Sendo assim, ressalta-se a relevância em ofertar um espaço de escuta
qualificada e reflexão, bem como um suporte social e emocional, visando a construção
de novas possibilidades de interação e aprimoramento dos vínculos familiares e
afetivos. Ademais, a relevância deste tipo de serviço encontra-se na própria Lei Maria
da Penha, em seus artigos 35 e 45, que tratam da criação de centros de educação e
reabilitação para os agressores.
Isto posto, o presente documento apresenta a estrutura e metodologia do
Grupo “Atitude de Homem”, que consistir-se-á em um grupo para trabalhar, em 5
encontros no primeiro semestre de 2023, com os agressores enquadrados na Lei
Maria da Penha e cujos participantes serão usuários do Serviço de Proteção e
Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI convocados pela equipe
do CREAS do Município de Curralinho ou serão encaminhados pelo Poder Judiciário.

JUSTIFICATIVA

Considerando a realidade da violência doméstica e a demanda de um serviço


que trate do tema, faz-se necessário o desenvolvimento de um trabalho que aborde,
com os autores das agressões, a questão de forma reflexiva – para que
responsabilizem-se pelos atos cometidos –, e também preventiva, a fim de diminuir os
índices de reincidência destes indivíduos.

OBJETIVO GERAL

Implantar e executar grupos reflexivos com abordagem responsabilizante,


direcionados a homens autores de violência doméstica e familiar contra mulheres.
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Desnaturalizar a conduta violenta, trabalhando os diversos contextos em que


ocorre – familiar, cultural, histórico, etc., promovendo, dessa forma, a
transformação dos padrões da masculinidade hegemônica.;
• Promover a prevenção das violências de gênero, por meio da construção de
recursos e habilidades não-violentas no âmbito das relações interpessoais,
especialmente as conjugais e familiares;
• Diminuir a taxa de reincidência de crimes desta naturalidade no município de
Curralinho em que se realizará o projeto.

METODOLOGIA

Coloca-se este projeto como seguimento de base para estruturação de novas


dinâmicas grupais e/ou individuais dando sempre ênfase a conscientização e
responsabilização do agressor, visto que através das Rodas de Conversas os
participantes serão estimuladas através de dinâmicas, temáticas e profissionais
diversos (psicólogo(a), assistente social, enfermeiro(a) e advogado(a)) a comentarem
a respeito de suas demandas, questionamentos, e claro, dentro de uma perspectiva
de masculinidade, seus sofrimentos, pontuando desta maneira, um olhar “micro” frente
as subjetividades familiares ao mesmo tempo que se terá uma percepção “macro”
territorial das problematizações, obtendo o município de Curralinho como referência.
Tais explanações serão anotadas pela equipe organizadora e posteriormente
analisadas para novas propostas vinculadas a Assistência Social. O projeto será
separados em 5 encontros no primeiro semestre de 2023, as sextas-feiras pela
manhã, das 09hs as 11hs. Os dias exatos estão no anexo deste projeto.
Os mediadores de todos os encontros serão o psicólogo ou a assistente social
do CREAS. O Grupo Atitude de Homem, em vigor no município de Curralinho, cada
encontro consiste na fala de um profissional convidado, que ministra acerca de um
tema, com metodologia adotada a critério do palestrante, como dinâmicas, rodas de

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conversa ou palestra. Sendo o primeiro e último encontro reservado para o


fortalecimento de vinculo e encerramento do grupo, respectivamente.
Logo no primeiro encontro, com o Psicólogo e Assistente Social do CREAS do
respectivo município, haverá uma dinâmica de apresentação, podendo envolver
quaisquer materiais considerados relevantes pelos profissionais; e o questionamento
acerca dos interesses dos participantes no grupo. Será apresentado uma ficha de
temas (Anexo A), separados por profissionais, como psicólogo(a), assistente social,
enfermeiro(a) e advogado(a), e os participantes serão orientados a circular pelo
menos dois temas por profissional.
Esta ficha será utilizada para orientar os temas a serem abordados por cada
profissional, na data de sua apresentação; o objetivo desta ficha é promover o
sentimento de pertencimento ao grupo e também se apresenta como uma forma de
estimular o interesse em frequentar os encontros, permitindo que estejam presentes
no grupo para além do pedido do Judiciário imposto ou pela convocação enviada pelo
equipamento da Assistência Social.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Parar e refletir sobre um determinado assunto em grupo, além de promover a


troca de ideias, o conhecimento mútuo, pode promover também mudanças no
cotidiano. Pois foi a partir de “encontros” como esse que muitos direitos foram
conquistados pelas mulheres, por exemplo. Em outras palavras, “À população não
basta se organizar para reivindicar; faz-se necessário ter acesso a um saber que a
instrumentalize no como e no que reivindicar, na busca de alternativas possíveis e
de como viabilizá-las” (Vasconcelos, 1997, p.134).
Por fim, o projeto cujos participantes serão necessariamente autores de
violência doméstica, almeja como resultado promover, através das palestras de
técnicos de diversas áreas, a reflexão entre os participantes do grupo acerca dos atos
de violência que cometeram, possibilitando uma autoconsciência acerca de suas
atitudes; bem como pretende fornecer a estas pessoas maiores recursos pessoais,
através de conversas e trocas de experiência a fim de evitar que reincidam no ato
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cometido, uma vez que podem aprender uns com os outros, e juntamente com a
equipe técnica, a conviver no ambiente familiar sem que necessitem recorrer à
violência para tal.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Suely Souza de. Essa violência mal-dita. In: Almeida, Suely Souza de
(org.). Violência de Gênero e Políticas Públicas. Rio de Janeiro, Editora UFRJ, 2007.
p.23-42.
BELOTTI, Elena Gianni. Educar para a submissão. São Paulo, Editora Vozes, 1987.
BRANCO, Patricia Ingrisani; PAN, Miriam Aparecida Graciano de Souza. Rodas de
conversa: uma intervenção da psicologia educacional no curso de medicina. Psicol.
teor. prat., São Paulo , v. 18, n. 3, p. 156-167, dez. 2016 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
36872016000300012&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 28 nov. 2022.
http://dx.doi.org/10.5935/1980-6906/psicologia.v18n3p156-167.
BRASIL. Lei 11.340/06. Secretaria de Política para as Mulheres, DF, 2006.
Disponível em: https//:www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/Lei/L11340.htm. Acesso em: 23 de Novembro 2022.
CARVALHO, M. C. Brant de. e NETTO, J. P. Cotidiano: Conhecimento e crítica.
São Paulo, Cortez, 2007.
COUTINHO, Carlos Nelson. Notas sobre cidadania e modernidade. Revista Praia
Vermelha, nº1. Rio de Janeiro, ESS/UFRJ, 1997. p.145-166.
CRESS. Assistência social: ética e direitos. Coletânea de leis e resoluções. Rio de
Janeiro: Cress 7ª Região, 2001.
SPM/PR. Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.
Brasília, 2011. Disponível em: http://spm.gov.br/publicacoes-
teste/publicacoes/2011/politica-nacional. Acesso em: 22 de Outubro de 2022.

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ANEXOS

PÚBLICO-ALVO

Público-alvo
Homens em cumprimento de medida protetiva encaminhados pelo Poder Judiciário.
Homens usuários do PAEFI do CREAS em casos relacionados a violência
doméstica.

CRONOGRAMA E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

Ordem - Data Descrição da Atividade: 14hs às 17hs Vagas


1º - DINÂMICA: FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS 10
24/03/2023 APRESENTAÇÃO E ESCOLHA DAS TEMÁTICAS.
2º - DINÂMICA A ESCOLHA DO PROFISSIONAL: 10
14/04/2023 ASSISTENTE SOCIAL
3º - DINÂMICA A ESCOLHA DO PROFISSIONAL: 10
12/05/2023 ENFERMEIRO(A)
4º - DINÂMICA A ESCOLHA DO PROFISSIONAL: 10
02/06/2023 ADVOGADO(A)
5º - DINÂMICA A ESCOLHA DO PROFISSIONAL: 10
26/06/2023 PSICÓLOGO(A)

RECURSOS

Humanos Materiais
Equipe CREAS Cartolina
Assistente Social Caneta Permanente
Enfermeiro(a) Banner
Advogado(a) Lanche para 5 encontros

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LOCAIS APROPRIADOS PARA AS ATIVIDADES

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Travessa Breves, S/N, Marambaia – CEP: 68815-000 – Curralinho - PA

DIVULGAÇÃO / MARKETING

Órgãos Parceiros: CREAS, CRAS e CAPS (prioridade para usuárias)


Mídias Sociais – Oficiais da Prefeitura e Órgãos do Município de Curralinho

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