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Estado do Rio de Janeiro


Prefeitura Municipal de Carapebus
Secretaria Municipal de Assistência Social
Coord. do Sistema Único de Assistência Social
Vigilância Socioassistencial

Christiane Miranda de Andrade Cordeiro


Prefeita

Marinete Gonçalves Possidônio


Vice-prefeita

Cíntia Camargo Barcelos


Secretária Municipal de Assistência Social

Aline Mª Sampaio Cordeiro Giovannini


Coordenadora do Sistema Único de Assistência Social

Diego Gomes Cardoso Siqueira


Chefe do Setor de Vigilância Socioassistencial

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Boletim #2 – Análise dos Serviços / Benefícios
Socioassistenciais x Perfil do Território
Carapebus, 04 de abril de 2018

Apresentação
Este Boletim apresenta organização do Sistema Único de
informações sobre a Análise dos Assistência Social – SUAS – em âmbito
Serviços e Benefícios x Perfil do local, garantindo a integralidade da
Território do município de proteção socioassistencial à população
Carapebus/RJ em 2017, uma a partir da oferta de serviços de forma
importante ferramenta de planejamento territorializada, em quantidade e
e feedback por meio da equipe técnica qualidade, conforme estabelecido nas
da Vigilância Socioassistencial, para normativas legais. Por meio da
subsidiar as ações estratégicas e o atualização desse instrumento de
Plano Municipal da Assistência gestão será possível criar mecanismos
Municipal. que nos aproxime da realidade local da
A Secretaria Municipal de população, das questões desafiadoras
Assistência Social - SEMAS, órgão mais recorrentes, principalmente no
gestor da Política de Assistência Social que tange a sua configuração social e
no município, tem como organizativa.
responsabilidade a coordenação e a

INTRODUÇÃO

A Política de Assistência Social LOAS (1993), Política Nacional de


vem distanciando-se da tradição Assistência Social - PNAS (BRASIL,
histórica do assistencialismo, da 2004) e Norma Operacional Básica-
caridade, da distribuição de cestas de NOB/SUAS (BRASIL, 2005),
alimentos para a transferência de concretizam essa nova dimensão e
renda, dos atendimentos emergenciais consequentemente realizam
para ações sistemáticas, planejadas, reordenamentos institucionais; definem
contínuas com teor de prevenção de e firmam responsabilidades;
situações, de promoção do bem-estar e hierarquizam e territorializam a
da qualidade de vida. proteção social oferecida; definem
formas de financiamentos, elementos
A assistência social no Brasil,
de pactuação e de controle social.
desde a Constituição Federal de 1988,
A Resolução 109 do Conselho
baseia-se em um novo paradigma, o do
Nacional de Assistência Social (CNAS)
direito social, à medida que passa a ser
tipifica os Serviços Socioassistenciais
definida como política pública; logo,
disponíveis no Brasil organizando-os
política de Estado independentemente
por nível de complexidade do Sistema
de governos ou mesmo partidos
Único de Assistência Social: Proteção
políticos. As legislações que a
Social Básica e Proteção Social
regulamentaram posteriormente, como
Especial de Média e Alta
a Lei Orgânica de Assistência Social -
Complexidade.

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A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, corrobora o conceito de
ação continuada, estabelecida pela Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS,
considerando que as vulnerabilidades e riscos sociais, que atingem as famílias,
extrapolam a dimensão econômica, exigindo intervenções relacionadas à função
protetiva da família e ao direito à convivência familiar.

OBJETIVO O MUNICÍPIO

O presente trabalho tem como Carapebus pertence à Região


objetivo geral, analisar a oferta dos Norte Fluminense, que também abrange
serviços pelos equipamentos da rede os municípios de Campos dos
socioassistencial no município de Goytacazes, Cardoso Moreira,
Carapebus e o perfil do território de Conceição de Macabu, Macaé,
abrangência de cada CRAS no ano de Quissamã, São Fidélis, São Francisco
2017. de Itabapoana e São João da Barra.

Imagem 1 - Mapa do Estado do Rio de Janeiro

ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

A população do município ampliou, entre os Censos Demográficos de 2000 e


2010, à taxa de 4,44% ao ano, passando de 8.651 para 13.359 habitantes. Essa
ampliação vem crescendo gradativamente, se observarmos o Censo Demográfico de
2010 onde havia uma população de 13.359 habitantes, passando para o ano de 2017
com uma população estimada de 15.568 habitantes, crescendo, portanto, à taxa de
2,21% ao ano. Em comparação com a década anterior, a população do município
aumentou 54,2%, o 5º maior crescimento no estado.

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Gráfico 1 – Taxa de crescimento anual por área selecionada entre 2000 e 2010

Fonte: IBGE

REDE SOCIOASSISTENCIAL

O município de Carapebus é considerado de Pequeno Porte I. A rede


socioassistencial é composta por um conjunto integrado de serviços, executados
diretamente pela Secretaria Municipal de Assistência Social. No total, o município
conta com: 02 (dois) CRAS, 01 (uma) unidade de Abrigo Institucional para crianças e
adolescentes, 01 (uma) unidade de Centro de Convivência para crianças,
adolescentes e idosos, 01 (um) CREAS e sede administrativa.
Os serviços socioassistenciais são aqueles desenvolvem ações continuadas e
por tempo indeterminado junto à população usuária da rede de assistência social e
objetivam a garantia de:
 Fortalecimento da convivência familiar e comunitária;
 Fortalecer a função protetora das famílias;
 Prevenir rupturas de vínculos;
 Promover acesso e usufruto de direitos;
 Apoiar, orientar e acompanhar famílias com um ou mais membros em
situação de ameaça ou violações de direitos;
 Atendimento a situações de violação de direitos.
Os serviços estão estabelecidos na Tipificação Nacional dos Serviços
Socioassistenciais (Resolução CNAS nº 109, de 11 de novembro de 2009). Esta
normativa possibilitou a padronização em todo território nacional dos serviços de
proteção social básica e especial, estabelecendo seus conteúdos essenciais, público a
ser atendido, propósito de cada um deles e os resultados esperados para a garantia
dos direitos socioassistenciais. Além das provisões, aquisições, condições e formas de
acesso, unidades de referência para a sua realização, período de funcionamento,
abrangência, a articulação em rede, o impacto esperado e suas regulamentações
específicas e gerais.

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PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA

O Sistema Único de Assistência Social - SUAS organiza as ações da


assistência social em dois tipos de proteção social. A Proteção Social Básica,
destinada à prevenção de riscos sociais e pessoais, por meio da oferta de programas,
projetos, serviços e benefícios a indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade
social.
A Proteção Social Básica tem como objetivo prevenir situações de risco por
meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento
de vínculos familiares e comunitários. Destina-se a população que se
encontra em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza,
privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos,
etc.) e, ou a fragilização de vínculos afetivos relacionais e de pertencimento
social (discriminações etárias, étnica, de gênero ou deficiências, dentre
outras). (PNAS, 2004, p.33)

A Política Nacional de Assistência Social (PNAS) estabelece que os serviços,


programas e projetos deverão se articular com as demais políticas públicas locais, de
forma a garantir a sustentabilidade das ações desenvolvidas.
A proteção social básica tem suas ações estruturadas em caráter preventivo,
ou seja, trabalha com a prevenção de situações de risco por meio do desenvolvimento
de potencialidades e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.

CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

O CRAS é o principal indivíduos em situação de


equipamento da proteção Social vulnerabilidade.
Básica, atuando, muitas vezes, como
O trabalho desenvolvido pelo
porta de entrada do SUAS. Desenvolve
CRAS visa oferecer a população de
suas ações sob a perspectiva da
sua área de abrangência, diversos
matricialidade sociofamiliar,
serviços, programas, projetos de
considerando a centralidade na família,
acordo com as vulnerabilidades
garantido sua sobrevivência, o
apresentadas, visando à inclusão e a
acolhimento de suas necessidades e
promoção social dos indivíduos e suas
interesses no convívio familiar e
famílias. São equipamentos que
comunitário.
deverão estar localizados em áreas de
Além de ofertar serviços e vulnerabilidade e risco social no
ações de proteção básica, o CRAS território. Tendo em vista cumprir o
possui a função de gestão territorial da dever de aproximar a Assistência
rede de assistência social básica, Social de toda família e indivíduo que
promovendo a organização e a esteja em situação de vulnerabilidade e
articulação das unidades a ele risco e, ao mesmo tempo, considerar
referenciadas e o gerenciamento dos as particularidades de cada território. O
processos nele envolvidos. Se localiza CRAS deverá localizar-se em local de
em áreas estratégicas, com maior maior acessibilidade, devendo realizar
concentração de grupos, famílias e a cobertura das áreas de
vulnerabilidade.

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O público a ser atendido nesses O CRAS materializa a presença
espaços são famílias e indivíduos que do Estado no território, possibilitando a
estejam em situação de vulnerabilidade democratização do acesso aos direitos
e risco social decorrente de pobreza socioassistenciais e contribuindo para o
(ausência de renda), privação (precário fortalecimento da cidadania. Assim,
ou nulo acesso aos serviços), como no âmbito local se expressam as
fragilização de vínculos relacionais ou desigualdades sociais, também é no
de pertencimento (discriminações território que se encontram as
etárias, étnicas, de gênero, por potencialidades para o enfrentamento
deficiência etc.). O atendimento às destas desigualdades.
famílias deve priorizar aquelas
O número de famílias que vivem
beneficiárias do Programa Bolsa
no território constitui parâmetro para a
Família e outros programas de
capacidade de atendimento do CRAS
transferência de renda.

Tabela 1 – Número total de famílias e capacidade anual de atendimento do


CRAS

Capacidade de Atendimento Anual**


Famílias Referenciadas*

Até 2.500 500 famílias

3.500 750 famílias

5.000 1.000 famílias

* São aquelas que vivem no território de abrangência do CRAS.


** Capacidade de atendimento estimada. Consiste em uma proporção de famílias referenciadas .
Fonte: Orientações Técnicas Centro de Referência de Assistência Social
Gráfico 2 – Número de pessoas referenciadas e cadastradas no CRAS

4000 Podemos observar a discrepância


3637 entre o número de pessoas referenciadas
3500 no CadÚnico no território e o número de
pessoas cadastradas nos equipamentos.
3000
Este fato remete a ação de busca ativa.
2500 A busca ativa refere-se à procura
1983
2000 intencional, realizada pela equipe de
1687
referência do CRAS, das ocorrências que
1500 influenciam o modo de vida da população
1063
em determinado território. É uma
1000
importante fonte de notificação das
500 situações de vulnerabilidade, riscos
sociais, bem como das potencialidades
0 identificadas no território, essencial à ação
CRAS CENTRO CRAS UBÁS preventiva e à priorização do acesso dos
Cadastradas no CRAS mais vulneráveis aos serviços de
assistência social. É, portanto, elemento
Referenciadas no Território
essencial ao desenvolvimento do PAIF.

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Gráfico 3 – Número de famílias inscritas Gráfico 4 – Número de famílias inscritas no
no CadÚnico de acordo com território CadÚnico de acordo com localidade
de abrangência do CRAS.

1400

1200
82
CRAS UBÁS
1000 497

800
RURAL
1326
600 URBANO
353
400 CRAS CENTRO
579 973
200

0
0 500 1000 1500
CRAS CENTRO CRAS UBÁS

Fonte: CECAD Fonte: Cadastro Único para Programas do


Governo Federal – Dezembro/2017
De acordo com tipificação, o PAIF se descreve como:

O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família- PAIF, consiste no


trabalho social com famílias, de caráter continuado, com finalidades de
fortalecer a função protetiva das famílias, prevenir a ruptura dos seus
vínculos , promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria
de sua qualidade de vida.Prevê o desenvolvimento de potencialidades e
aquisições das famílias e o fortalecimento de vínculos familiares e
comunitários, por meio de ações de caráter preventivo, protetivo e proativo. (
BRASIL,2009, p.6)

O PAIF tem por objetivos: programas de transferência de renda e


Fortalecer a função protetiva da família, serviços socioassistenciais,
contribuindo na melhoria da sua contribuindo para a inserção das
qualidade de vida; prevenir a ruptura famílias na rede de proteção social de
dos vínculos familiares e comunitários, assistência social, promover acesso
possibilitando a superação de aos demais serviços setoriais,
situações de fragilidade social contribuindo para o usufruto de direitos
vivenciadas; promover aquisições e por fim apoiar famílias que possuem,
sociais e materiais às famílias, dentre seus membros, indivíduos que
potencializando o protagonismo e a necessitam de cuidados, por meio da
autonomia das famílias e comunidades. promoção de espaços coletivos de
escuta e troca de vivências familiares.
Além destes objetivos, o PAIF
busca promover acessos a benefícios,

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Gráfico 5 – Número de atendimentos realizados pelos CRAS

O número de
1400 1165 atendimentos realizados,
1200
remete à discussão sobre as
1000 776 947 hipóteses por trás do dado.
800 569 Refletir com as equipes de
600 359 394 referência sobre as mesmas,
400 é fundamental para a
200 qualificação da oferta dos
0 serviços, uma vez que o nº de
2015 2016 2017 atendimento é superior a
capacidade do equipamento.
CRAS Centro CRAS Ubás

Fonte: Registro Mensal de Atendimento

Gráfico 6 – Número de famílias acompanhadas pelo PAEFI

1200 O gráfico nº 6 aponta


1009
1000 mais uma distorção, uma vez
825
800 660 que a capacidade instalada de
634
600
cada equipamento é de 250
380
400
318 famílias/acompanhadas por
ano.
200
0 Fonte: Registro Mensal de
2015 2016 2017
Atendimento
CRAS CENTRO CRAS UBÁS

Tabela 2 – Número de famílias que deverão ser acompanhadas no PAIFX Capacidade


de atendimento de cada CRAS

Capacidade prevista
Famílias Capacidade prevista
de
Porte Municipal Referenciadas ao de atendimento
acompanhamento
CRAS anual
familiar
Pequeno Porte I (Até Até 2.500 Até 2.500 Até 250 famílias/CRAS
20.000 hab.) famílias/CRAS famílias/CRAS
Pequeno Porte II (de Até 3.500 Até 3.500 Até 375 famílias/CRAS
20.001 hab. A 50.000) famílias/CRAS famílias/CRAS
Médio Porte I (Até Até 5.000 Até 5.000 Até 500 famílias/CRAS
50.001 hab. A 100.000) famílias/CRAS famílias/CRAS

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Grande Porte (de Até 5.000 Até 5.000 Até 500 famílias/CRAS
100.001 até 900.000 famílias/CRAS famílias/CRAS
hab.)
Metrópoles (mais de Até 5.000 Até 5.000 Até 500 famílias/CRAS
900.000 hab.) famílias/CRAS famílias/CRAS

Fonte: Acompanhamento Familiar na Política de Assistência Social: Uma proposta de


metodologia no Estado do Rio de Janeiro

SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos deve ser realizado em


grupos, visando garantir aquisições progressivas aos seus usuários de acordo com o
seu ciclo de vida, a fim de complementar o trabalho social com famílias e prevenir a
ocorrência de situações de risco social.
Este serviço tem por objetivos gerais:
- Complementar o trabalho social com família, prevenindo a ocorrência de
situações de risco social e fortalecendo a convivência familiar e comunitária;
- Prevenir a institucionalização e a segregação de crianças, adolescentes,
jovens e idosos, em especial, das pessoas com deficiência, assegurando o
direito à convivência familiar e comunitária;
- Promover acessos a benefícios e serviços socioassistenciais, fortalecendo a
rede de proteção social de assistência social nos territórios;
- Promover acessos a serviços setoriais, em especial das políticas de
educação, saúde, cultura, esporte e lazer existentes no território, contribuindo
para o usufruto dos usuários aos demais direitos;
- Oportunizar o acesso às informações sobre direitos e sobre participação
cidadã, estimulando o desenvolvimento do protagonismo dos usuários;
- Possibilitar acessos a experiências e manifestações artísticas, culturais,
esportivas e de lazer, com vistas ao desenvolvimento de novas
sociabilidades;
- Favorecer o desenvolvimento de atividades intergeracionais, propiciando
trocas de experiências e vivências, fortalecendo o respeito, a solidariedade e
os vínculos familiares e comunitários (TIPIFICAÇÃO NACIONAL DE
SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS, 2009, p. 12).

O SCFV organiza-se de modo a ampliar trocas culturais e de vivências,


desenvolver o sentimento de pertença e de identidade, fortalecer vínculos familiares e
incentivar a socialização e a convivência comunitária. Possui caráter preventivo e
proativo, pautado na defesa e afirmação dos direitos e no desenvolvimento de
capacidades e potencialidades, com vistas ao alcance de alternativas emancipatórias
para o enfrentamento da vulnerabilidade social. No município, foi feito aceite para 180
usuários no SCFV. Este é ofertado a três públicos diferenciados, sendo eles:

 Crianças e Adolescentes de 6 a 15 anos


 Adolescentes e Jovens de 15 a 17 anos.
 Idosos com idade igual ou maior de 60 anos.

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Gráfico 7 – Número de participantes do SCFV x Público alvo de acordo com a
faixa etária.

Podemos observar 1400


que o município ainda não
1200
alcançou a meta pactuada
1000
com o MDS, para a oferta
do SCFV. Há de se 800
Território
implementar estratégias 600 1021 SCFV
que revertam este cenário.
400
Fonte: CadÚnico e SISC -
200
Dezembro/2017 188
180
0 88 52
3
6 a 15 anos 16 e 17 anos Acima de 60
anos

A Portaria MDS nº134, artigo 6º, inciso 1º de 28 de novembro de 2013,


estabelece o cálculo da capacidade de atendimento do SCFV, tendo como base as
informações do CadÚnico sobre o quantitativo de pessoas de até 17 (dezessete) anos
e maiores de 60 (sessenta) anos, oriundas de famílias com renda per capita de até ½
salário mínimo, observado que, para até 3.000 (três mil) pessoas, aplica-se o
percentual de 6% (seis por cento) de atendimento.
Segundo dados do CECAD (Janeiro/2018) há 2.202 pessoas de até 17 anos e
maiores de 60 anos inseridas no CadÚnico , com renda per capita até ½ salário
mínimo. Assim, a capacidade de atendimento do Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos, seria atualmente de 132 pessoas.

Tabela 3 - Número de participantes do SCFV de acordo com a abrangência dos CRAS

CRAS Número de Participantes

Crianças e Adolescentes de 6 a 15 anos Centro 49


Crianças e Adolescentes de 6 a 15 anos Ubás 39
Adolescentes e Jovens de 15 a 17 anos Centro 2
Adolescentes e Jovens de 15 a 17 anos Ubás 1
Idosos com idade igual ou maior de 60 anos Centro 30
Idosos com idade igual ou maior de 60 anos Ubás 22
Total 143

Fonte: SISC – Serviço de Informação do Serviço de Convivência – Janeiro/2017

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Gráfico 8 – Proporção de participantes do SCFV de acordo com faixa etária

Crianças de 6 a 15 anos
36%
Jovens de 16 a 17 anos
62% Idosos
2%

Fonte: SISC – Serviço de Informação do Serviço de Convivência – Dezembro/2017

Gráfico 9 – Participantes do SCFV de acordo com território de abrangência dos CRAS

100 81

80 62

60

40

20

0
CRAS Centro CRAS Ubás

Fonte: SISC – Serviço de Informação do Serviço de Convivência – Dezembro/2017

BENEFÍCIOS EVENTUAIS

Os benefícios eventuais são benefícios da Política Nacional de Assistência


Social de caráter suplementar e provisório, prestados aos cidadãos e às famílias em
virtude de morte, nascimento, calamidade pública e situações de vulnerabilidade
temporária.
A PNAS (2004, p.92) coloca que “[...] a oferta de auxílios em bens materiais e
em pecúnia em caráter transitório, são denominados de benefícios eventuais para as
famílias, seu membros e indivíduos”. A resolução n°212, de 19 de outubro de 2006, do
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), em seu Art.2°, define como
benefícios eventuais sendo:

[...] uma modalidade de provisão de proteção social básica de caráter


suplementar e temporário que integra organicamente as garantias do
Sistema Único de Assistência Social – SUAS como fundamentação

12
nos princípios de cidadania e nos direitos sociais e humanos.
(RESOLUÇÃO n°2012 de 19 de outubro de 2006.)

A oferta de benefícios eventuais e se configuram como direito do


pode ocorrer mediante apresentação cidadão e dever do Estado. São
demandadas por parte de indivíduos e prestados de forma articulada às
familiares em situação de seguranças afiançadas pela Política de
vulnerabilidade, ou por identificação Assistência Social, por meio de
dessas situações no atendimento dos inclusão dos beneficiários e de suas
usuários nos serviços socioassistencias famílias nos serviços socioassistenciais
e do acompanhamento sociofamiliar no e de outras políticas setoriais,
âmbito da proteção social básica ou ampliando a proteção social e
proteção social especial. promovendo a superação de
vulnerabilidades e de risco social.
Os benefícios eventuais
integram a política de assistência social

Gráfico 10 – Benefícios eventuais atendidos durante ano de 2017 X Demanda


reprimida de Benefícios Eventuais no ano de 2017

300

256
250

198
200

CRAS Centro
150 CRAS Ubás
Demanda Reprimida CRAS Centro
100 Demanda Reprimida CRAS Ubás

50
50 34 33
8 7 10 7
1 0 0 0 0 0 0
0
Auxílio Auxílio Funeral Cesta Básica Aluguel Social
Natalidade

Fonte: Anexo Municipal do Registro Mensal de Atendimento

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PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

A Proteção Social Especial (PSE) organiza a oferta de serviços, programas e


projetos de caráter especializado, que tem por objetivo contribuir para a reconstrução
de vínculos familiares e comunitários, o fortalecimento de potencialidades e aquisições
e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de risco
pessoal e social, por violação de direitos.

Conforme a PNAS (2004), assim constitui-se este nível de proteção:

A proteção social especial é a modalidade de atendimento assistencial


destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco
pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou,
psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de
medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre
outras.

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE MÉDIA COMPLEXIDADE

A Proteção Social Especial de ser disponibilizados à população de


Média Complexidade é ofertada pelo maneira contínua, cabendo sua
Centro de Referência Especializado da organização e articulação ao CREAS.
Assistência Social - CREAS,
O CREAS, através de uma
equipamento público estatal, que
equipe multiprofissional, deve oferecer
funciona como porta de entrada para o
atendimentos técnicos especializados
atendimento às situações de violação
que visem o fortalecimento e
de direitos, visando à orientação, o
superação da situação apresentada,
apoio e o atendimento especializado e
fortalecendo os vínculos familiares e
continuado, na perspectiva de proteção
comunitários. Neste sentido, corrobora
às famílias/indivíduos vitimados pelas
documento do MDS - Guia de
diversas formas de violência.
Orientação nº 1 (s/d: 4-5):
Do ponto de vista da Proteção
Social Especial de Média
Complexidade, seus serviços devem

O Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS


constitui-se numa unidade pública estatal, de prestação de serviços
especializados e continuados a indivíduos e famílias com seus direitos
violados, promovendo a integração de esforços, recursos e meios para
enfrentar a dispersão dos serviços e potencializar a ação para os seus

14
usuários, envolvendo um conjunto de profissionais e processos de trabalhos
que devem ofertar apoio e acompanhamento individualizado especializado.

Gráfico 11 - Total de casos (famílias ou indivíduos) em acompanhamento pelo PAEFI

300 266 264

250

200
131
150

100

50 15 21 16

0
2015 2016 2017
Total de casos (famílias ou indivíduos) em acompanhamento pelo PAEFI

Novos casos (famílias ou indivíduos) inseridos no acompanhamento do PAEFI, durante


o ano de referência

Fonte: Registro Mensal de Atendimentos – RMA

O gráfico nº 11 demonstra a Segundo a NOB-RH/ SUAS, a equipe


possibilidade de um equívoco no de referência do CREAS em município
preenchimento do RMA, uma vez que a com Gestão Inicial e Básica, tem a
capacidade instalada do equipamento, capacidade de atendimento de 50
não suportaria o número de indivíduos/família.
acompanhamentos apresentados.

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DE ALTA COMPLEXIDADE

A Proteção Social Especial de quando for o caso - adotando, para


Alta Complexidade, tem como o tanto, metodologias de atendimento e
objetivo ofertar serviços especializados, acompanhamento condizente com esta
em diferentes modalidades e finalidade.
equipamentos, com vistas a afiançar
segurança de acolhida a indivíduos No município de Carapebus, é
ofertado o Serviço de Acolhimento
e/ou famílias afastados
Institucional, na modalidade
temporariamente do núcleo familiar Acolhimento Institucional para crianças
e/ou comunitários de origem. e adolescentes. Seu atendimento é em
unidade residencial, com capacidade
Tais serviços devem primar pela atualmente para 12
preservação, fortalecimento ou resgate crianças/adolescentes. No ano de
da convivência familiar e comunitária - 2017, estiveram acolhidas 10
ou construção de novas referências, crianças/adolescentes.

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Gráfico 12 – Motivos de Acolhimento

1 Negligência
1
Risco de Vida na Comunidade

Responsável impossibilitado de
8 cuidar por motivo de doença

Fonte: Censo da população infantojuvenil acolhida do Estado do Rio de Janeiro – JULHO/2017

Gráfico 13 – Número de acolhidos de acordo com faixa etária e gênero

2
Masculino
1 Feminino

0
0a3 4a6 7a9 10 a 12 16 a 18

Fonte: Censo da população infantojuvenil acolhida do Estado do Rio de Janeiro – JULHO/2017

Tabela 4 - Acolhidos de acordo com faixa etária e gênero

Faixa etária Número de c/a %


0 a 3 anos 3 30%
4 a 6 anos 3 30%
7 a 9 anos 2 20%
10 a 12 anos 1 10%
16 a 18 anos 1 10%
Total 10 100%

Fonte: Censo da população infantojuvenil acolhida do Estado do Rio de Janeiro – JULHO/2017

16
PERFIL DO TERRITÓRIO

O conceito de território não se limita à mera divisão política ou ao espaço


strictu sensu. Território enquanto espaço vivido, incorporando as relações sociais, no
qual se materializam desigualdades, relações de poder, riscos, vulnerabilidades e
potencialidades.

A “leitura” do território nos permite identificar problemas, potencialidades,


necessidades e demandas no plano coletivo. É esta expressão da realidade no plano
coletivo que deve balizar as estratégias e a organização das ofertas das políticas
públicas. Além disso, os riscos, vulnerabilidades e potencialidades “de cada família”
não podem ser adequadamente compreendidas sem a correspondente leitura dos
riscos, vulnerabilidades e potencialidades dos territórios nos quais estas famílias estão
inseridas.

Gráfico 14 – Número de famílias Gráfico 15 – Número de beneficiários do


referenciadas*, inscritas no CadÚnico de Programa Bolsa Família de acordo com
acordo com território de abrangência do território de abrangência do CRAS
CRAS

1400

1200

1000

800
316
1326 CRAS CENTRO
600 701
CRAS UBÁS
400
579
200

0
CRAS CENTRO CRAS UBÁS

Fonte: CECAD Fonte: Cadastro Único para Programas do


Governo Federal – JANEIRO/2018
*são aquelas que vivem no território de
abrangência do CRAS. Orientações
Técnicas Centro de Referência de
Assistência Social CRAS.

17
Gráfico 16 – Número de usuários cadastrado nos CRAS

Podemos observar no
gráfico ao lado, que ainda nos 1200
dias atuais, encontramos
1000
usuários inscritos no
CADÚnico, que não estão 800 1011
cadastrados nos CRAS do seu 600 972 Com CadÚnico
território. O cadastro era feito 623 Sem CadÚnico
400 440
direto na Gestão. As equipes
200
de referência dos CRAS,
precisam organizar-se 0
CRAS CRAS UBÁS
cotidianamente, a fim de CENTRO
identificar estas famílias e
corrigir este equívoco.
Fonte: Centro de Referência de Assistência Social – Março/2018

Gráfico 17 – Número de famílias com o CadÚnico atualizado (24 meses)

A equipe da gestão
do CadÚnico e PBF no
2000
município, deverá realizar,
371 em parceria com as
1500 Desatualizados CRAS, estratégias de
Atualizados mobilização das famílias
1000 1552
com o CADÚnico
500 desatualizado, a fim de
0 aperfeiçoar este
mecanismo.

Fonte: Cadastro Único para Programas do Governo Federal – JANEIRO/2018


Gráfico 18 – Quantidade de pessoas por domicílio, em famílias de renda per capita de
até R$ 85,00 com CadÚnico atualizado

200 176 171


1
150
2
106
100 89 3
75 68
61 56 4
43 35
50 28
15 5

0 >= 6
CRAS CENTRO CRAS UBÁS

Fonte: Cadastro Único para Programas do Governo Federal – Dezembro/2017

18
Gráfico 19 – Quantidade de pessoas por domicílio, em famílias de renda per
capita entre R$ 85,00 e R$ 170,00 com CadÚnico atualizado

120 113
105
100 1

80 2
58
60 51 3
33 33 36 31 4
40 29
18
20 5
5 1
0 >= 6
CRAS CENTRO CRAS UBÁS

Fonte: Cadastro Único para Programas do Governo Federal – Dezembro/2017

O gráfico 18 e 19 fornece às equipes de referência, a possibilidade de


intervenção de maneira equânime no que diz respeito a integração entre serviços e
benefícios, pois fornece outros indicadores complementares à análise da questão
social.

TRANSFERÊNCIA DE RENDA

CADASTRO ÚNICO E PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

O Programa Bolsa Família (PBF) foi instituído pela Medida Provisória nº 132
em outubro de 2003 pelo Governo Federal, transformado em lei – Lei nº 10.836, de 9
de janeiro de 2004 (BRASIL. Lei nº 10.836, 2004).

Imagem 2 – Dados gerais do Programa Bolsa Família

Fonte: Relatórios de Informações Sociais

19
O PBF possui ainda condicionalidades necessárias para a manutenção do
benefício, sendo obrigação da família que as crianças e adolescentes em idade
escolar frequentem as aulas e cumpram com os cuidados básicos de saúde como
vacinação e acompanhamento nos postos de saúde. Assim quanto mais inclusivo for o
alcance da educação básica e dos serviços de saúde, maior será a probabilidade de
que, mesmo os potencialmente pobres, tenham uma chance maior de superar a
pobreza.

Gráfico 20 – Número de beneficiários do PBF durante o ano de 2017

1200
961 984
1000 858 870 909
821 828 838 791 782 774 737
800

600

400

200

Fonte: MDS

Podemos observar o garantir a atualização dos dados


crescimento exponencial no número de declarados ao Cadastro Único pelas
beneficiários do PBF. Isso ocorreu famílias que foram identificadas com
devido ao processo de revisão e cadastros desatualizados. A
averiguação cadastral, no decorrer do Averiguação Cadastral é constituída
ano de 2017. por verificações das informações
registradas no Cadastro Único, por
Conforme Instrução Operacional
meio da comparação da base nacional
nº 86/SENARC/MDS de 27 de março
com informações contidas em outros
de 2017, a revisão e averiguação
registros administrativos, a fim de
cadastral tem como objetivo garantir a
identificar possíveis inconsistências e
atualização dos dados declarados ao
permitir eventual tratamento dos dados
Cadastro Único pelas famílias que
por meio da atualização cadastral,
foram identificadas com cadastros
conforme estabelece a Portaria MDS nº
desatualizados. A Revisão Cadastral é
94, de 04 de setembro de 2013.
o procedimento que tem como objetivo

20
Gráfico 21 – Número de beneficiários do PBF de acordo com o território de
abrangência do CRAS

800
701
700
600
500
400
316
300
200
100
0
CRAS CENTRO CRAS UBÁS

Fonte: Elaboração própria de acordo com dados do CECAD/JANEIRO 2018

BENEFICÍO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

O Beneficio de Prestação Continuada (BPC) é um direito garantido pela


Constituição Federal de 1988 e consiste no pagamento de um salário mínimo mensal
a pessoas com 65 anos de idade ou mais e a pessoas com deficiência incapacitante
para gerir seus atos da vida independente e para o trabalho. Em ambos os casos por
via de regra, a renda per capita familiar precisa ser inferior a ¹/4 do salario mínimo.

Gráfico 22 – Número de beneficiários do BPC entre os anos de 2015 e 2017

160 154
151
150
139
140

130 126 Pessoa com


Deficiência
117
120
109 Idoso
110

100
2015 2016 2017

Fonte: MDS – Ministério do Desenvolvimento Social

21
Gráfico 23 – Valores repassadas aos beneficiários do BPC entre os anos de
2015 e 2017

2017 R$3.128.403,43

2016 R$2.775.829,73

2015 R$2.309.624,16

Fonte: MDS – Ministério do Desenvolvimento Social

Gráfico 24 – Proporção de Beneficiários Gráfico 25 – Proporção de Beneficiários


do BPC Idoso de acordo com o território do BPC Pessoa com Deficiência de
de abrangência dos CRAS acordo com o território de abrangência
dos CRAS

25% 21%
CRAS Centro CRAS Centro
75% 79%
CRAS Ubás CRAS Ubás

Fonte: RMA e CECAD

Gráfico 26 – Proporção de Beneficiários Gráfico 27 – Proporção de Beneficiários


do BPC Idoso que possuem CadÚnico do BPC Pessoa com Deficiência que
possuem CadÚnico

28% Com 24% Com


CadÚnico CadÚnico
Sem Sem CadÚnico
72% CadÚnico 76%

Fonte: Elaboração própria de acordo com dados do RMA e CECAD

22
Os idosos acima de 65 anos e as pessoas com deficiência que recebem o
Benefício de Prestação Continuada (BPC) devem estar inseridos no Cadastro Único
para Programas Sociais do Governo Federal até dezembro de 2018. É o que
determina a Portaria Interministerial n° 5/2017 de 22/12/2017, publicada dia
26/12/2017 no Diário Oficial da União.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto nº 7.690, de 2 de março de 2012. Brasília.

BRASIL. Lei Orgânica da Assistência Social. Ministério do Desenvolvimento Social e


Combate a Fome; Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS e Secretaria
Nacional de Assistência Social- SNAS... [ET.al.]. 6. Ed.-Brasília: MDS, 2007.

BRASIL. Norma Operacional Básica-NOB/SUAS. Ministério do Desenvolvimento


Social e Combate à Fome. Brasília: MDS, 2005.

BRASIL. Resolução nº 212, de 19 de outubro de 2006; conselho nacional de


assistência social.

BRASIL. Tipificação Nacional de Serviços Socioassistencias. Texto da Resolução


n°109 de 11 de novembro de 2009. Publicada no Diário Oficial da União em 25 de
novembro de 2009.

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