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SISTEMA ÚNICO DE

ASSISTÊNCIA SOCIAL - SUAS

A COMPOSIÇÃO DA REDE,
SUAS POTENCIALIDADES E
LIMITAÇÕES”

BLOCO 2
AULA 2
Prof. Vinícius
Batista
A história da Assistência Social no Brasil

OBJETIVOS
DA AULA Composição do Sistema Único de
Assistência Social

Revisão para a prova

Orientações sobre os seminários


HISTÓRIA DA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
NO BRASIL
Fase Pré-República até a República
Velha (1889-1930)
Antes da República, a assistência social no
Brasil era predominantemente realizada por
instituições religiosas e de caridade.
As ações eram fragmentadas e dependentes
da filantropia.
HISTÓRIA DA
ASSISTÊNCIA
SOCIAL NO BRASIL
Era Vargas (1930-1945)
O governo de Getúlio Vargas trouxe
importantes avanços na assistência social.

Em 1934, foi criado o Ministério do Trabalho,


Indústria e Comércio, que passou a coordenar
políticas sociais.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) de


1943 trouxe melhorias para os trabalhadores,
incluindo previdência social.

Criação da Legião Brasileira de Assistência -


LBA
HISTÓRIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

Ditadura Militar (1964-1985)


Durante a ditadura, houve uma maior
centralização e controle do Estado sobre a
assistência social.
Os beneficiados durante o Estado de excessão
foram o trabalhador rural e idosos maiores de
70 anos (aposentadoria, aposentadoria por
invalidez, auxílio-doença), pessoas com
deficiência (renda mensal vitalícia), famílias
extremamente pobres (assistência via LBA) e
crianças e adolescentes (FUNABEM).
Objetivo maior era obter apoio e legitimação
das camadas baixas.
HISTÓRIA DA
ASSISTÊNCIA
SOCIAL NO
BRASIL
Redemocratização (1985 em diante)

Com o retorno à democracia, a


assistência social passou por
reformas significativas.
A Constituição de 1988 incluiu a
assistência social como um direito
do cidadão.
Foi criado o Sistema Único de
Saúde (SUS)
A Lei Orgânica da Assistência Social
(LOAS) de 1993 regulamentou a
política de assistência social,
estabelecendo diretrizes e critérios
para a concessão de benefícios.
TRIPÉ DA SEGURIDADE SOCIAL

ASSISTÊNCIA PREVIDÊNCIA
SAÚDE
SOCIAL SOCIAL

Para A quem A quem


todos necessitar contribuir
O QUE É A ASSISTÊNCIA SOCIAL?

A Assistência Social é uma política pública; um direito de todo


cidadão que dela necessitar.

Está organizada por meio do Sistema Único de Assistência Social


(SUAS), presente em todo o Brasil. Seu objetivo é garantir a
proteção social aos cidadãos, ou seja, apoio a indivíduos,
famílias e à comunidade no enfrentamento de suas dificuldades,
por meio de serviços, benefícios, programas e projetos.
O QUE É O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - SUAS?

O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) é um sistema público que


organiza os serviços de assistência social no Brasil.

Criado a partir das deliberações da IV Conferência Nacional de


Assistência Social em 2003 e previsto na Lei Orgânica da Assistência
Social (LOAS), o SUAS teve suas bases de implantação consolidadas em
2005, por meio da sua Norma Operacional Básica do Suas (NOB/Suas),
que apresenta claramente as competências de cada órgão federado e
os eixos de implementação e consolidação da iniciativa.
SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - ORGANIZAÇÃO

Parecido com o SUS

Modelo de gestão participativa,

Articulando esforços e recursos dos três níveis de governo, isto


é, municípios, estados e a União, para a execução e o
financiamento da Política Nacional de Assistência Social (PNAS)
SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - ORGANIZAÇÃO

Coordenado pelo Ministério da Cidadania,

O Sistema é composto pelo poder público e sociedade civil, que participam


diretamente do processo de gestão compartilhada.

As ações e a aplicação de recursos do SUAS são negociadas e pactuadas nas


Comissões Intergestores Bipartite (CIBs) e na Comissão Intergestores Tripartite
(CIT).

Esses procedimentos são acompanhados e aprovados pelo Conselho Nacional


de Assistência Social (CNAS) e pelos Conselhos Estadual e Municipal de
Assistência Social, que desempenham um importante trabalho de controle
social.
SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - ESTRUTURA

O SUAS organiza as ações da assistência social em dois tipos de proteção


social:

Proteção Social Básica, destinada à prevenção de riscos sociais e pessoais,


por meio da oferta de programas, projetos, serviços e benefícios a indivíduos e
famílias em situação de vulnerabilidade social.

Proteção Social Especial, destinada a famílias e indivíduos que já se


encontram em situação de risco e que tiveram seus direitos violados por
ocorrência de abandono, maus-tratos, abuso sexual, uso de drogas, entre
outros.
SUAS

PROTEÇÃO PROTEÇÃO
SOCIAL SOCIAL
BÁSICA ESPECIAL

MÉDIA ALTA
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA

Centros de Referência em Assistência Social - CRAS:

Tem como objetivo maior atuar de forma preventiva

Planejamento e execução de ações antecipadoras às ocorrências


ou ao agravamento de situações de risco social e
vulnerabilidades
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA

Principais programas:

Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF): é o primeiro


contato das famílias ou indivíduos com um espaço onde podem encontrar
atividades de convívio, socialização, informações e acesso aos direitos
socioassistenciais. É um serviço continuado que deve ser desenvolvido
exclusivamente pelo CRAS.

Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) – serviço


complementar ao PAIF, realizado a partir da formação de grupos, conforme as
faixas etárias, necessidades dos (as) participantes e demanda local.
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA

Principais programas:

Programas de transferência de renda direta (para os quais os sujeitos fazem


avaliação de condicionalidades nos CRAS são: Bolsa Família, o Renda Cidadã,
além da distribuição de cota alimentação (cesta básica), encaminhamentos
para solicitação de Tarifa Social de água e energia, vale gás.

No CRAS também as pessoas recebem orientações sobre os benefícios


eventuais (por morte, nascimento ou calamidade).
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL - MÉDIA COMPLEXIDADE

Centros de Referência Especializado em Assistência Social - CREAS:

Quando as famílias e indivíduos já encontram-se em situações que são traduzidas


como violação de direitos, risco social e pessoal com perda de vínculos afetivos,
devem ser atendidas pela Proteção Social Especial, no CREAS.

Significa dizer que são situações que extrapolam a função da Proteção Social
Básica.

Algumas situações merecem atenção especial e são de competência exclusiva da


Proteção Social Especial, como por exemplo: necessidade de afastamento da
convivência familiar; situações de abandono; violência sexual, física e psicológica;
cumprimento de medidas socioeducativas, além de outras.
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL - MÉDIA COMPLEXIDADE

Principais programas:

Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias Indivíduos


(PAEFI): baseado no apoio, acompanhamento e orientação a famílias e
indivíduos que se encontram em situação de ameaça ou violação de direitos,
este serviço busca a promoção e restauração de seus direitos, além de
fortalecer ou restabelecer os vínculos familiares e comunitários, prevenindo a
reincidência de violações.

Serviço de proteção social a adolescentes em cumprimento de medida


socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à
Comunidade (PSC)
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL - MÉDIA COMPLEXIDADE

Principais programas:

Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e


suas Famílias.

Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua


PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL - ALTA COMPLEXIDADE

Nesta modalidade de proteção deve ser garantido o atendimento de forma


integral, devido ao fato de que as famílias ou indivíduos que são público alvo
deste serviço, em sua maioria, necessitam de segurança de acolhida, afastamento
temporário do grupo familiar ou afastamento da sua comunidade de origem.

Atende pessoas (sejam crianças, adolescentes ou adultos) em situação de ameaça


ou sem referência social e que demandam por alimentação, moradia segura e
condições dignas para higiene.
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL - ALTA COMPLEXIDADE

Serviços oferecidos:

Serviço de Acolhimento Institucional;


Serviço de Acolhimento em República;
Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora;
Serviço de proteção em situações de calamidades públicas e de
emergências.

Não raro são serviços que tem a gestão compartilhada com o Judiciário ou o
Ministério Público.
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL - ALTA COMPLEXIDADE

Serviço de Proteção em Situações de Calamidade Pública e Emergência

Cada município deve organizar os seus protocolos, ações e serviços nestas


situações.
E o que fazemos com tudo isso
na prática?
Alguns desafios...

Melhor preparação e resposta às situações de calamidade


públiica

Passar do “Plantão Social” para uma assistência longitudinal

Melhor delimitação e entendimento acerca dos Benefícios


Eventuais

Internalização de que a Assistência Social é um Direito e não


mais uma benesse/caridade

Corte de verbas para a Assistência Social nos últimos anos


65 estudantes/noturno ao todo

8 Seminários diferentes

Sobre os 7 grupos com 8 estudantes + 1 grupo com 9


estudantes

seminários Início das apresentações dia 13/10

de 2 seminários por aula

Outubro...
Peso 2,0

Enviar por email até o dia 30/09 um único


documento elaborado pela turma com os
integrantes dos grupos e o tema que
escolheram.
Seminário 1 - Psicologia e a questão racial no Brasil.

Seminário 2 – Psicologia e Povos indígenas

Seminário 3 - Psicologia e usuários de substâncias psicoativas

Seminário 4 - Psicologia e população em situação de privação de liberdade

Seminário 5 – Psicologia e população em situação de rua

Seminário 6 – Psicologia e população LGBTQIA+

Seminário 7 – Psicologia e Gestão integral de Riscos, Emergências e Desastres

Seminário 8 – Psicologia e Políticas Públicas de Segurança


REVISÃO
PARA
PROVA
Pobreza, desigualdade e exclusão social
Apesar de serem conceitos diferentes e que dizem respeito aos mais variados
fenômenos, eles estão muito próximos e relacionados entre si.

Pobreza = antiga, desde os primórdios, condição socioeconômica na qual indivíduos ou


grupos não possuem recursos suficientes para atender suas necessidades básicas e
desfrutar de um padrão de vida adequado.

Pode ser absoluta, quando não se tem o mínimo necessário para garantir as condições
de vida ou relativa, onde os sujeitos tem o mínimo garantido mas encontram-se em
condições inferiores se comparados a média da sociedade onde habitam.
Pobreza, desigualdade e exclusão social
Desigualdade social refere-se à disparidade na distribuição de recursos,
oportunidades e benefícios entre diferentes indivíduos, grupos ou estratos sociais
dentro de uma sociedade.

Ou seja, diz respeito ao modo como os serviços, bens e riquezas produzidos


socialmente estão ou não sendo partilhados pela população.

A exclusão social pode ser entendida como um processo pelo qual determinados
indivíduos ou grupos são impedidos de participar plenamente da vida social,
econômica e política de uma sociedade, seja por falta de acesso a recursos e
oportunidades, seja por discriminação ou marginalização.
Os modos de organização econômica do Estado e seus
impactos nas Políticas Públicas
O modo como o Estado está organizado economica e politicamente interfere
diretamente na construção das Políticas Públicas.

Estado Absolutista caracterizou-se pela centralização de todos os poderes nas mãos


do monarca, praticamente inexistiam politicas públicas, altas taxas de impostos levarão
a uma revolução da burguesia com a deposição dos monarcas e criação do Estado
Liberal.

Estado Liberal defende a ideia de um Estado mínimo e liberal, que não interfere na
economia e deixa o mercado se regular sozinho, além de prever garantias e direitos
individuais aos cidadãos (direito à propriedade privada, por ex) em total desacordo com
o modelo anterior.
Os modos de organização econômica do Estado e seus
impactos nas Políticas Públicas
Estado de Bem-Estar Social deveria intervir na economia atuando junto ao mercado
para impulsionar o crescimento econômico e, concomitantemente, oferecer à
população em geral condições dignas de existência.

Designa políticas sociais instituídas para garantir o “mínimo” de proteção contra velhice,
invalidez, problemas de saúde, desemprego e outros problemas relacionados à
insuficiência de renda.

Estado Neoliberal defende a privatização de empresas estatais, a desregulamentação


do mercado e a redução dos gastos públicos com políticas sociais, gerando
enfraquecimento dos mecanismos de proteção social ofertada pelo Estado e
aumentando amplificando as desigualdades sociais já existentes .
Políticas Públicas: conceito, definição e ciclo

Surge dentro da Ciência Política nos Estados Unidos

Conceito amplo e de difícil definição, mas podemos dizer que refere-se a um campo do
conhecimento que busca analisar e compreender a ação governamental e, quando
necessário, propor mudanças no rumo dessas ações.

Podem ser de Estado, com um processo decisório e deliberativo bastante complexo por
almejar uma abrangência maior (universal, por ex), ou de Governo, cujos trâmites são
menos complexos e tem um prazo de vigência quase que delimitado.
Políticas Públicas: conceito, definição e ciclo
Podem ser:

Políticas distributivas: Geram benefícios concentrados para alguns grupos de atores e


custos difusos para toda a coletividade/ contribuinte.

Políticas regulatórias: Estabelece padrões de comportamento, serviço ou produto


para atores públicos e privados. Regras para segurança alimentar, tráfego aéreo...

Políticas redistributivas: É um tipo de política que concede benefícios concentrados a


algumas categorias de atores e implicam custos concentrados sobre outras categorias.

Políticas constitutivas: Estabelecem as "regras do jogo", as normas e procedimentos


a partir das quais devem ser formuladas e implementadas outras políticas. Distribui as
responsabilidades entre os entes federados, por ex.
Políticas Públicas: conceito, definição e ciclo

O ciclo das políticas públicas pode ser assim esquematizado:

Identificação do problema,
formação da agenda,
formulação de alternativas,
tomada de decisão,
implementação,
avaliação
extinção.

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