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Sistema Único de Assistência Social – SUAS

A Assistência Social é um direito do cidadão e dever do Estado, instituído pela Constituição


Federal de 1988. A partir de 1993, com a publicação da Lei Orgânica da Assistência Social
– LOAS, é definida como Política de Seguridade Social, compondo o tripé da Seguridade
Social, juntamente com a Saúde e Previdência Social, com caráter de Política Social
articulada a outras políticas do campo social.

A Assistência Social, diferentemente da previdência social, não é contributiva, ou seja, deve


atender a todos os cidadãos que dela necessitarem. Realiza-se a partir de ações integradas
entre a iniciativa pública, privada e da sociedade civil, tendo por objetivo garantir a proteção
social à família, à infância, à adolescência, à velhice; amparo a crianças e adolescentes
carentes; à promoção da integração ao mercado de trabalho e à reabilitação e promoção de
integração à comunidade para as pessoas com deficiência e o pagamento de benefícios aos
idosos e as pessoas com deficiência.

Em 2005, é instituído o Sistema Único de Assistência Social – SUAS, descentralizado e


participativo, que tem por função a gestão do conteúdo específico da Assistência Social no
campo da proteção social brasileira.

Consolida o modo de gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica entre


os três entes federativos que, de modo articulado e complementar, operam a proteção social
não contributiva de seguridade social no campo da assistência social.

Em 6 de julho de 2011, a Lei 12.435 é sancionada, garantindo a continuidade do SUAS.

O Sistema organiza as ações da assistência social em dois tipos de proteção social. A


primeira é a Proteção Social Básica, destinada à prevenção de riscos sociais e pessoais,
por meio da oferta de programas, projetos, serviços e benefícios a indivíduos e famílias em
situação de vulnerabilidade social. A segunda é a Proteção Social Especial, destinada a
famílias e indivíduos que já se encontram em situação de risco e que tiveram seus direitos
violados por ocorrência de abandono, maus-tratos, abuso sexual, uso de drogas, entre
outros aspectos.

O SUAS engloba também a oferta de Benefícios Assistenciais, prestados a públicos


específicos de forma articulada aos serviços, contribuindo para a superação de situações
de vulnerabilidade. Também gerencia a vinculação de entidades e organizações de
assistência social ao Sistema, mantendo atualizado o Cadastro Nacional de Entidades e
Organizações de Assistência Social e concedendo certificação a entidades beneficentes,
quando é o caso.

A gestão das ações e a aplicação de recursos do Suas são negociadas e pactuadas nas
Comissões Intergestores Bipartite (CIBs) e na Comissão Intergestores Tripartite (CIT).
Esses procedimentos são acompanhados e aprovados pelo Conselho Nacional de
Assistência Social (CNAS) e seus pares locais (Conselhos Estaduais e Municipais), que
desempenham o controle social.
Papel do Estado

Cabe ao Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado Desenvolvimento Social –


Seds, um papel estratégico na coordenação da política de desenvolvimento social do
Estado: estabelecer rumos, diretrizes e fornecer mecanismos de apoio às instâncias
municipais, ao terceiro setor e à iniciativa privada.

Ao manter a responsabilidade pelo apoio financeiro aos municípios e entidades de


assistência social, a Seds fixa sua atuação no apoio técnico, capacitação, monitoramento e
avaliação das ações sociais desenvolvidas em todo o Estado.

Proteção Social

É a garantia de inclusão a todos os cidadãos que encontram-se em situação de


vulnerabilidade e/ou em situação de risco, inserindo-os na rede de Proteção Social local. A
Proteção Social é hierarquizada em Básica e Especial.

Proteção Social Básica

Tem como objetivo prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de


potencialidades e aquisições e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da
pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre
outros) e/ou fragilização de vínculos afetivos - relacionais e de pertencimento social
(discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras).

A Proteção Social Básica tem como porta de entrada do Sistema Único da Assistência Social
os Centros de Referência de Assistência Social - CRAS.

O que é o CRAS?

O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é a porta de entrada da assistência


social. Trata-se de uma unidade pública municipal, integrante do SUAS, localizado em áreas
com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinado à prestação de serviços
socioassistenciais de proteção social básica às famílias e indivíduos, e à articulação destes
serviços no seu território de abrangência, e uma atuação intersetorial na perspectiva de
potencializar a proteção social.

Serviços:

Serviço de Proteção e Atenção Integral à Família-PAIF


Ofertado necessariamente no CRAS, de caráter continuado, com a finalidade de fortalecer
a função protetiva das famílias, prevenir a ruptura de seus vínculos e a violência no âmbito
de suas relações, garantindo o direito à convivência familiar e comunitária.

Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos


De caráter preventivo e proativo, realizado em grupos, de modo a garantir aquisições
progressivas aos seus usuários, de acordo com seu ciclo de vida. Destina-se a crianças,
adolescentes, idosos em situação de vulnerabilidade.

Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e


Idosas
Tem a finalidade de prevenir os agravos que possam provocar o rompimento de vínculos
familiares e sociais dos usuários. Visa a garantia de direitos, o desenvolvimento de
mecanismos para a inclusão, a equiparação de oportunidades e a participação e o
desenvolvimento das pessoas com deficiência e pessoas idosas, a partir de suas
necessidades e potencialidades individuais e sociais.
.

Proteção Social Especial

É a modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se


encontram em situação de risco pessoal e social por ocorrência de abandono, maus tratos
físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de
medidas socioeducativas, situação de rua, situação trabalho infantil, entre outras.

São situações que requerem acompanhamento individual e maior flexibilidade nas soluções
protetivas, comportam encaminhamentos monitorados, apoios e processos que assegurem
qualidade na atenção protetiva e efetividade na reinserção almejada.

Os serviços de proteção especial têm estreita interface com o sistema de garantia de


direitos, exigindo muitas vezes uma gestão mais complexa e compartilhada com o Poder
Judiciário, Ministério Público e outros órgãos e ações do Executivo.

Proteção Social Especial de Média Complexidade

Atendimentos às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos vínculos
familiares não foram rompidos. Requerem maior estruturação técnico-operacional e atenção
especializada e individualizada com um acompanhamento sistemático e monitorado, tais
como:
• Serviço de orientação e apoio sociofamiliar;

• Plantão social;

• Abordagem de rua;

• Cuidado domiciliar;
• Serviço de habilitação e reabilitação na comunidade das pessoas com deficiência;

• Medidas socioeducativas em meio-aberto (PSC e LA).

Proteção Social Especial de Alta Complexidade

Garantem proteção integral - moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para


famílias e indivíduos que se encontram sem referência e, ou, em situação de ameaça,
necessitando ser retirados de seu núcleo familiar e, ou, comunitário, tais como:
• Atendimento Integral Institucional;

• Casa Lar;

• República;

• Casa de Passagem;

• Albergue;

• Família Substituta;

• Família Acolhedora;

• Medidas socioeducativas restritivas e privativas de liberdade (semi-liberdade, internação


provisória e sentenciada);

• Trabalho protegido.

O que é o CREAS

O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), integrante do


Sistema Único de Assistência Social (SUAS), constitui-se numa unidade pública estatal,
responsável pela oferta de atenções especializadas de apoio, orientação e
acompanhamento a indivíduos e famílias com um ou mais de seus membros em situação
de ameaça ou violação de direitos.

Objetivo
• Fortalecer as redes sociais de apoio da família;

• Contribuir no combater a estigmas e preconceitos;

• Assegurar proteção social imediata e atendimento interdisciplinar às pessoas em


situação de violência visando sua integridade física, mental e social;

• Prevenir o abandono e a institucionalização;


• Fortalecer os vínculos familiares e a capacidade protetiva da família.

Público-alvo

Crianças, adolescentes, jovens, mulheres, pessoas idosas, pessoas com deficiência, e suas
famílias, que vivenciam situações de ameaça e violações de direitos por ocorrência de
abandono, violência física, psicológica ou sexual, exploração sexual comercial, situação de
rua, vivência de trabalho infantil e outras formas de submissão a situações que provocam
danos e agravos a sua condição de vida e os impedem de usufruir de autonomia e bem-
estar.

Como funciona

O CREAS oferta acompanhamento técnico especializado desenvolvido por uma equipe


multiprofissional, de modo a potencializar a capacidade de proteção da família e favorecer
a reparação da situação de violência vivida.
O atendimento é prestado no CREAS, ou pelo deslocamento de equipes em territórios e
domicílios, e os serviços devem funcionar em estreita articulação com o Poder Judiciário,
Ministério Público, Defensoria Pública, Conselhos Tutelares e outras Organizações de
Defesa de Direitos, com os demais serviços socioassistenciais e de outras políticas públicas,
no intuito de estruturar uma rede efetiva de proteção social.

O que é o CENTRO POP

É uma unidade pública voltada para o atendimento especializado à população em situação


de rua. Deve ofertar, obrigatoriamente, o Serviço Especializado para Pessoas em Situação
de Rua, que realiza atendimentos individuais e coletivos, oficinas e atividades de convívio e
socialização, além de ações que incentivem o protagonismo e a participação social das
pessoas em situação de rua.
O Centro POP deve representar espaço de referência para o convívio social e o
desenvolvimento de relações de solidariedade, afetividade e respeito.

Essa unidade também funciona como ponto de apoio para pessoas que moram e/ou
sobrevivem nas ruas. Deve promover o acesso a espaços de guarda de pertences, de
higiene pessoal, de alimentação e provisão de documentação. O endereço do Centro Pop
pode ser usado como referência do usuário.

Serviços ofertados
A unidade deve, obrigatoriamente, ofertar o Serviço Especializado para Pessoas em
Situação de Rua. Também pode ofertar o Serviço Especializado em Abordagem Social.

Público Atendido

São jovens, adultos, idosos e famílias que utilizam as ruas como espaço de moradia e/ou
sobrevivência. Destaca-se que crianças e adolescentes podem ser atendidos pelo Serviço
somente quando estiverem em situação de rua acompanhados de familiar ou pessoa
responsável.

Formas de Acesso

O serviço pode ser acessado de forma espontânea pela pessoa em situação de rua, a
qualquer momento. Pode também ser acessado por encaminhamento do Serviço
Especializado em Abordagem Social, por outros serviços da assistência social ou de outra
política públicas e por órgãos do Sistema Judiciário.

Cadastro Único (CadÚnico)

Para que serve o CadÚnico: serve para que as famílias de baixa renda possam acessar
serviços, programas e benefícios sociais da Política de Assistência Social e outras políticas
públicas dos Governos Municipal, Estadual e Federal.Com o Cadastro Único, o governo fica
sabendo quem são e como vivem as famílias, quais são as principais dificuldades que a
família enfrenta e como pode melhorar as condições de vida dos cidadãos.
Quem pode se cadastrar: famílias com renda de até três salários mínimos ou renda per
capita (por pessoa) até meio salário mínimo.
Como se cadastrar: para se inscrever no Cadastro Único, é preciso que uma pessoa da
família se responsabilize por declarar as informações de todos os membros da família para
o entrevistador. Essa pessoa, chamada de Responsável pela Unidade Familiar (RF), deve
ter pelo menos 16 anos e, preferencialmente, ser mulher.
Possíveis benefícios: programas Vivaleite, Renda Cidadã, Ação Jovem, Família Paulista e
Bolsa Família.
Documentos necessários: CPF (obrigatório) ou Título de Eleitor do responsável pela
Unidade Familiar e qualquer documento das outras pessoas da família: Certidão de
Nascimento, Certidão de Casamento, RG, CPF, Título de Eleitor ou Carteira de Trabalho.
Onde se cadastrar: nos CRAS – Centros de Referência de Assistência Social ou nos postos
de cadastramento de seu município.
O seu cadastro no CadÚnico deve ser atualizado no máximo a cada dois anos ou quando
houver alteração nas informações declaradas no último cadastramento.

O Cadastro Único foi instituído pelo Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007 e sua gestão
regulamentada pela portaria nº 177, de 16 de junho de 2011.
Referências
Fonte:
http://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/portal.php/assistencia_pro_social

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