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Carlos Alberto Pastore Ively Guimarães Abdalla

ANATOMIA
EFISIOLOGIA

PARA PSICÓLOGOS
EDICON
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-PONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE
LIVROS, RJ.
P3272 Pastore, Carlos Alberto
Anatomia e fisiologia para psicólogos, parte II : endocrinologia : aparelho
reprodutor masculino e feminino / Carlos Alberto Pastore - São Paulo: Edicon 2a
edição 2007

Inclui bibliografia ISBN 85-290-0306-3 168 p., 14x21 cm.


1. Endocrinologia. I. Título.
CDD 616,4

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EDICON
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SUMÁRIO
ABAR

...........
CAPITULO 1 FISIOLOGIA, 1 - PRINCÍPIOS FISIOLÓGICOS...
1. INTRODUÇÃO
2. ESTRUTURA E FUNÇÃO CELULAR... 11 -
COMPARTIMENTO LÍQUIDO
DO ORGANISMO... 1. INTRODUÇÃO. .........
................ 15 2. COMPOSIÇÃO
DOS LÍQUIDOS DO ORGANISMO........... 3. FORÇAS RESPONSÁVEIS PELA
MANUTENÇÃO
DE SUBSTÂNCIAS ENTRE OS COMPARTIMENTOS.............. 4.
SUBSTÂNCIAS TAMPÃO E PH.....
............ 5. HOMEOSTASE.
........ 18
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.

CAPITULO 2 APARELHO CARDIOVASCULAR............

.......... ............
............
E
XE.**
.21.1EFB
.
I

..........

................
7. SOPROS.. 8. CIRCULAÇÃO CORONÁRIA. 9. PRESSÃO
ARTERIAL

Mo

CAPITULO 3 APARELHO RESPIRATORIO .................


1. PULMÕES - ANATOMIA.............. 2.VIAS AÉREAS.
........ 3. MECÂNICA DA
RESPIRAÇÃO .......... 4. REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO...
............. 5. ATOLOGIAS DO SISTEMA
RESPIRATORIO....
..........
CARE

...........
CAPITULO 4 APARELHO GENITOURINÁRIO ..........
1. ANATOMIA.......
............. 2. ÓRGÃOS GENITAIS
MASCULINOS ............... 3. ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS 2.
DESENVOLVIMENTO DOS GENITAIS MASCULINOS
E FEMININOS: OVÁRIO E TESTÍCULOS .......... 3. RINS
........................

WOS

......
CAPITULO 5 APARELHO DIGESTÓRIO.............
1. ANATOMIA... 2. FISIOLOGIA DO APARELHO DIGESTÓRIO.. 3.
CONSIDERAÇÃO SOBRE A MOTILIDADE
E FUNÇÕES GASTRINTESTINAIS 4. PÂNCREAS (PORÇÃO EXÓCRINA)
................ 5. FIGADO E SISTEMA BILIAR..
..89
............

CAPÍTULO 6 APARELHO REPRODUTOR


MASCULINO ............ 1. INTRODUÇÃO...... 2.
ESPERMATOGENESE.......... 3. O ESPERMATOZÓIDE ...
.97 ....................97
............... .100
.....

101

....
4. A VESÍCULA SEMINAL .......
102 5. PROSTATA.
.................. 102 6. O SÊMEM.
............... 103 7. A HIPÓFISE ANTERIOR E O
CONTROLE DAS FUNÇÕES
SEXUAIS MASCULINAS ...........
......... 104

...........107

............... 108
..............
112
CAPITULO 7 APARELHO REPRODUTOR
FEMININO. 1. INTRODUÇÃO .............. 2. CICLO
MENSTRUAL 3. CICLO OVARIANO. 4. CICLO UTERINO.... 5.
GRAVIDEZ.... 6. LACTAÇÃO.. 7. MENOPAUSA. 8. HORMÔNIOS
SEXUAIS FEMININOS........
.............. 112 ............... 113
.................. 14 ........... 17
1.18
120
.
.

125
128
CAPITULO 8 ENDOCRINOLOGIA ..........................125
1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DAS GLÁNDULAS............... 2.
HIPÓFISE (GLÂNDULA PITUITÁRIA) .........
................ 3. TIREOIDE ..........
4. ...............

PARATIREOIDES ........................ 5. SUPRA RENAL


(ADRENAL) ......

BIBLIOGRAFIA ............
............ 159
ÍNDICE DE FIGURAS
.70

84

Figura 1 - Membrana Celular..........10 ligura 2 -


Fagocitose .........................12 ligura 3 - Glóbulo
Vermelho ...........23 Figura it-
Coração.............................31 Figura 5 - Ventriculos Direito
e Iisquerdo... .......32 Figura 6 - Anatomia Interna
do Coração ..................... 34 l'igura 7 - Aparelho
Respiratório ................. l'igura 8 - Arvore
Bronquial..............15 Figura 9 - Árvore Bronquial
e Alvéolos... l'igura 10 - Alvéolos.....................
Figura 11 - Pulmões..................... Figura 12 -
Hematose ................ Figura 13 - Cavidade Nasal.............49
Figura 14 - Laringe .................. l'igura 15 -
Traquéia................. Figura 16 - Mecânica .
da Respiração .................52 Figura 17 - Bexigas Masculina
e Feminina .................58 ligura 18 -
Ureter..............................58 Figura 19 - Uretas
Masculina
e Feminina.. ................ l'igura 20 - Órgãos Genitais
Waschinos .......................

Masculinos l'igura 21 - Próstata .............


Figura 22 - Órgãos Genitais
Femininos ....................63 ligura 23 - Trompas
de falópio...
ue muopio.................. Figura 24 - Trompas, Ovários,
Útero e Vagina.............66 Figura 25 - Rins..
..659
Figura 26 - Anatomia Renal......... figura 27 - Nefron .. ......................
Figura 28 - Glomérulo Renal ...........72 Figura 29 -
Boca ..................................78 Figura 30 -
Língua ..........................78 Figura 31 -
Esófago................. l'igura 32 - Listômago..................
Figura 33 - Duodeno.................. Figura 34 - Intestino
Grosso.......... Figura 35 - Pancreas.................. Figura 36
- Fígado ........ Figura 37 - Vesícula Biliar....... Figura 38 -
Órgãos Genitais
Masculinos .....................97 Figura 39 - Testículo .................. ...98 Figura

40 - Próstata Figura 41 - Órgãos Genitais


femininos .................... 107 Figura 42 - Ovários. Figura 43 - Trompas
de Falópio.
...............
109 l'igura 45 - Mama..
11 - Utero.. ...................... 110 Figura

................ Figura 46 - Lactação .. .......... Figura


47 - Glândula
Mamária.
............. Figura 48 - Glândulas
Salivares...
....126 l'igura -19 - Hipólise. .............. ...129 Figura 50 -
Hipófise .........................129 Figura 51 - Núcleos
hipotálamo.............. 135 Figura 52 - Tireóide...
140 figura 53 - Paratireóides .......... 146 l'igura 54 - Supra
Renais............148
108
111
117

........ 118

CAPITULO
1

FISIOLOGIA
A

1 - PRINCÍPIOS FISIOLÓGICOS
**

1. INTRODUÇÃO
Nos organismos unicelulares, todos os processos vi tais ocorrem numa única
célula. A medida que ocorre a evolução dos organismos multicelulares, vários grupos de
células assumem funções próprias. Nos animais supe riores e no homem, os grupos de
células especializadas compreendem: um sistema cardiovascular que distribui os
alimentos, o oxigênio e os produtos do metabolismo; um sistema gastrointestinal, que digere e
absorve os alimen tos; um sistema respiratório que retira o oxigênio do ar e elimina gás
carbônico; um sistema urinário que remove as excreções; um sistema reprodutor que perpetua a
espécie e os sistemas nervoso e endocrino que coordenam e inte gram as funções dos
outros sistemas.
Neste livro será visto o funcionamento dos sistemas cardiovascular,
respiratório, urinário, gastrointestinal, en docrino e reprodutor e o modo, pelo qual, cada
um contri bui para o funcionamento do organismo como um todo.

2. ESTRUTURA E FUNÇÃO CELULAR


2.1. MEMBRANA CELULAR
É uma camada citoplasmática de estrutura muito delga da. Fica em contato,
do lado externo, com o meio extracelular e pelo lado interno com o hialoplasma (estrutura
celular). A membrana que envolve a célula não é somente semipermeá vel, permitindo que
algumas substâncias passen através dela e excluindo outras, mas a sua permeabilidade
pode variar. Ela é, geralmente, designada como unidade-membrana ou mem brana
plasmática e apesar de diferenças nas características funcionais e intensidade de
reposição, a estrutura parece ser a mesma, na totalidade do reino animal e
vegetal. (Fig. 1)
Núcleo

Reticulo Endoplasmático
Membrana

Complexo de Golgi

Centriolos
Lisossomos

Figura 1 - Membrana Celular A membrana que envolve a célula é constituída por


uma camada interna de proteína (aminoácido), uma ca mada média de lípide (gordura)
e uma camada externa de proteína e polissacarídeo (açúcar). Fixadas às
proteínas há numerosas enzimas.
10
Pinsel
Nesistant

A célula para manter a vida necessita retirar os ali mentos do meio externo e nele
lançar as excreções, para isso, as substâncias necessitam atravessar a membrana plasmática. Isto
se chama permeabilidade da membrana plasmática (propriedade de deixar passar
substâncias do meio externo para o hialoplasma ou vice-versa).
As células têm como uma das funções importantes promover trocas e quanto maior a
superfície celular maior o volume de trocas.
Desta maneira as células apresentam modificações morfológicas superficiais que, sem modificar o
volume ce lular, aumentam consideravelmente a superfície.
As células fazem captura de substâncias extracelulares por um processo chamado de
Endocitose, que é quando a membrana plasmática invagina-se formando uma depressão na
superfície celular e depois forma uma bolsa na qual fica aprisionada certa porção do meio
extracelular, destacando-se da superfície e penetrando no hialoplasma. Conforme o nível no
qual ocorre a Endocitose, fala-se em Fagocitose, quando a célula aprisiona partículas sólidas
de grande tamanho, ou em Pinocitose, quando retira gotículas de líquido extracelular.
O fenômeno da Endocitose é muito importante na nutrição celular, no
armazenamento de substâncias e no transporte de substâncias, aparece principalmente
nos gló bulos e nos protozoários.
Fagocitose é a maneira pela qual certos glóbulos bran cos fazem a sua nutrição, pois os
mesmos nutrem-se de outras células (bactérias) ou de restos celulares. (Fig. 2) Exemplo: o glóbulo
branco encosta numa bactéria, apoia sua membrana plasmática, que se invagina, e a bactéria é
levada para dentro do hialoplasma ficando presa num vacúolo (pequena bolsa) de fagocitose.
Enzinas digestivas são lançadas no vacúolo e é feita a digestão da bactéria. As partículas
resultantes atravessam a membrana vacuolar e passam para o hialoplasma. Após a absorção
do alimento as sobras são postas para fora da célula.
11

Glóbulo Branco
bactéria
Choir

Figura 2 - l'agocitose o desencadeamento da Endocitose ligado à nutrição


celular parece ser dependente de estímulos químicos. Um glóbulo branco, não fagocita um
glóbulo vermelho vivo, mas fagocita um morto ou uma bactéria. A membrana
plasmática parece reconhecer com precisão os alimentos, mas o mecanis mo deste
discernimento ainda não é conhecido(glicocalix).
Pinocitose é o processo pelo qual a cédula engloba mate rial muito
pequeno, normalmente gotículas de um líquido.
O material a ser englobado entra em contato com a membrana plasmática. Na região
do contato, a membrana sofre uma invaginação e forma para o interior do citoplas ma o canal
de pinocitose. Através do canal, o material a ser englobado penetra no citoplasma.
Finalmente, o canal sofre um estrangulamento, a membrana plasmática se re genera e a
substância englobada solta-se no citoplasma, no interior de uma bolsa, que é
denominada pinossomo.
Clasmocitose: é o processo pelo qual a célula pode eli minar material de seu
interior. Neste caso, o material a ser eliminado é englobado no interior de uma bolsa
membrano sa; esta caminha em direção à membrana plasmática, fun de-se a ela e o
material é eliminado. A este processo é dado o nome de Clasmocitose ou l-emiocitose ou
Exocitose.
2.2. NÚCLEO CELULAR
Está presente em todas as células que se dividem. Ele é constituído em
grande parte pelos cromossomos, que são estruturas do núcleo que transportam um completo "pro jeto
para todos os caracteres hereditários, individuais e de espécie. Cada cromossomo é constituído por
uma estrutu ra protéica de sustentação e uma molécula gigante de ácido desoxirribonucléico (DNA). As
unidades fundamentais de hereditariedade são os genes dos cromossomos e cada gene corresponde
a uma parte da molécula de DNA.
O núcleo da maioria das células contém um nucléolo, uma miscelânea de
grânulos ricos em ácido ribonucléico (RNA). Em algumas células, os núcleos contêm muitos nu
cléolos. O DNA do núcleo serve como forma para a síntese do RNA, o qual, então se dirige para o
citoplasma onde re gula a síntese de proteínas pela célula. O nucléolo é prova velmente, o lugar
onde o RNA encontrado nos ribossomos é sintetizado. Como as enzimas que regulam o metabolis
mo celular são proteínas, a síntese da proteina é a chave para a regulação do desenvolvimento
da célula.

2.3. RETICULO ENDOPLASMATICO


É uma série complexa de túbulos contidos no citoplasma da célula. No retículo
endoplasmático granular, grânulos chamados ribossomos estão aderentes à membrana, enquanto
que no retí culo endoplasmático agranular, os grânulos estão ausentes.
Os ribossomos contêm RNA e são os locais de síntese das proteínas.
Ao retículo endoplasmático são atribuídas algumas funções como: síntese de substâncias
provindas do meio extracelular ou mesmo do interior da célula; transporte de diversas substâncias de
um ponto para outro da célula tan to do meio extracelular como do meio intracelular; arma zenamento de
substâncias que serão necessárias à célula; distribuição de diversas substâncias pela célula.

13
2.4. COMPLEXO DE GOLGI
É uma coleção de túbulos e vesículas da membrana plasmática. Está, geralmente, localizado
próximo ao nú cleo e é particularmente visível durante a atividade secre tora das células
glandulares. Acredita-se que a função do Complexo de Golgi seja a de "acondicionar" as
proteínas secretadas pela célula. Hormônios e enzimas são armaze nados nas células secretoras
de proteínas como grânulos de secreção envoltos por membranas e estes grânulos, pro
vavelmente, são produzidos no Complexo de Golgi.

2.5. MITOCONDRIAS
São bolsas membranosas presentes no citoplasma de quase todas as células. Elas têm a
capacidade de auto-repro dução e são responsáveis pela respiração celular. Fornecem a maior
parte da energia necessária ao funcionamento da célula.
As mitocôndrias têm como função fazer:
• Fosforilação Oxidativa: Processo também chamado de "Respiração Celular", por utilizar o
oxigênio como no processo normal da respiração pulmonar Tem como finalidade básica a
produção de energia (ATP) para as reações químicas celulares (metabolismo). Ao nível das
mitocôndrias, certos produtos são oxidados (perdem água e reagem com o oxigênio) e a
energia liberada serve em parte para regeneraro ATP pela fosforilação (ligação de um radical
fósforo) do ADP (adenosina di-fostato). O conjunto de reações de oxidação e
fosforilação constitui a fosforilação oxidativa.
• Concentração: Diversas substâncias podem ser con centradas nas mitocôndrias como: íons,
pequenas e grandes moléculas. Os íons como o sódio e o potássio acumulam-se nas
mitocôndrias isoladas. Síntese: Na mitocôndria existe uma síntese contínua de proteínas. A
reunião de aminoácidos em cadeias
14

protéicas se realiza ao nível dos ribossomos que deci fram as informações pelo
RNA mensageiro. Estes resul tados fazem a mitocôndria aparecer como órgão celular
com capacidade de sintetizar determinadas proteínas, as quais eram de autonomia
exclusiva dos ribossomos.

II - COMPARTIMENTO LÍQUIDO DO
ORGANISMO

1. INTRODUÇÃO
As células que constituem os organismos de todos os animais
multicelulares estão contidas num líquido chamado Líquido Extracelular (LEC).
Deste líquido as células retiram o oxigênio e as substâncias nutritivas e nele excretam
as substân cias já utilizadas. Nos animais de sistema fechado, como o ho mem, o líquido
extracelular é dividido em dois componentes; o líquido intersticial (que banha as células)
e o plasma sanguíneo circulante. O plasma e os elementos celulares do sangue, prin
cipalmente os glóbulos vermelhos, preenchem o sistema vas cular e juntos
constituem o volume sanguíneo total. O líquido intersticial é a parte do LEC que se
encontra fora do sistema vascular, banhando as células. Cerca de um terço de água do
organismo está fora das células e os restantes dois terços estão no líquido intracelular
(dentro da célula).
Um adulto jovem, sexo masculino, apresenta 18% do peso corporal
constituído de proteínas, 7% de minerais e 15% de gor dura. O restante 60% é água,
distribuída da seguinte maneira: o componente intracelular da água é responsável por
40% do peso, o extracelular por 20% sendo distribuído em 5% no sis tema vascular
(plasma) e 15% no líquido intersticial. O volume total do sangue corresponde a cerca
de 8% do peso corporal.
S
CAU
et

15

2. COMPOSIÇÃO DOS LÍQUIDOS


DO ORGANISMO
No líquido extracelular observamos uma predomi nância de eletrólitos (sódio, cloro em grande
quantidade e Ca, K, HCO, em menor quantidade), porém com uma dife rença básica entre o plasma e o líquido
intersticial pois, o primeiro apresenta uma quantidade importante de proteí nas. No líquido intracelular a
constituição é diferente, pois encontramos grandes quantidades de potássio, proteínas, radicais
fosforosos e pequenas quantidades de sódio, mag nésio e HCO3. Devemos notar que comparando o líquido
intersticial com o plasma e o líquido intracelular, o sódio e o cloro são preferentemente extracelulares, enquanto que
a maior parte do potássio é intracelular.

3. FORCAS RESPONSÁVEIS PELA


MANUTENÇÃO DE SUBSTÂNCIAS
ENTRE OS COMPARTIMENTOS
As diferenças existentes na composição dos vários com partimentos líquidos do organismo
são devidas, em grande parte, à natureza das barreiras que os separam. As membra nas celulares
separam o líquido intersticial do intracelular e a parede capilar separa o líquido intersticial do
plasma. As forças que produzem o movimento de água e de outras substâncias através destas barreiras são:
Difusão, Filtração, Osmose, Transporte Ativo, Pinocitose e Fagocitose.

3.1. DIFUSÃO
É o processo pelo qual um gás ou uma substância em solução se expande, devido ao movimento
das partículas, a fim de ocupar todo o volume disponível. As partículas (moléculas ou ions) de uma
substância estão em movimen
16
c.
arribar a

to constante, ao acaso, sendo mais freqüente a colisão en tre elas quando são mais abundantes.
Assim, as partícu las tendem a se expandir das áreas de maior concentração para as de baixa
concentração, até que fique uniforme a concentração em toda a solução.
S
Y

3.2. FILTRAÇÃO
É o processo pelo qual o líquido é forçado, através de uma ou outra barreira,
pela diferença de pressão hidrostá tica entre os dois lados.
STE**.

3.3. OSMOSE
É o movimento das moléculas do solvente, através de uma membrana, para uma área onde
existe uma concen tração maior de soluto em relação ao qual a membrana é impermeável. A
permeabilidade da membrana, sendo sele tiva, faz com que estes processos sejam muito
importantes para os mecanismos fisiológicos.
A pressão necessária para impedir a migração do sol vente é a chamada pressão
osmótica.
Shrewni
am diriwa

3.4. TRANSPORTE ATIVO


A difusão, a osmose e outros processos são chamados passivos, pois não requerem
consumo de energia. Nas situa ções em que os íons ou outras substâncias são transportadas em
oposição à concentração, isto é, de uma área de menor con centração para outra de maior
concentração, o processo exige energia e é chamado Transporte Ativo, pois existe um conşu mo de
energia fornecido pelos processos metabólicos celulares, geralmente através do Trifosfato
de Adenosina (ATP). Como exemplo teríamos a chamada Bomba de Sódio e Potássio res
ponsável pelo transporte ativo de sódio para fora da célula e de potássio para dentro,
locais onde estas substâncias estão mais concentradas. A bomba está localizada na membrana da
célula e a energia para o bombeamento é fornecido pelo ATP.
.C

17
om

4. SUBSTANCIAS TAMPAO E PH

SIN

A manutenção do pH (potencial hidrogeniôntico) es tável nos líquidos do organisino


é essencial à vida. Resu midamente o pH estaria ligado a presença de substâncias alcalinas
(básicas) ou ácidas. O pH é considerado neutro no valor 7 (pH da água), porém o pH de 0 a 6 é
considerado ácido enquanto que o de 8 à 14 é alcalino. Como o pH está ligado à concentração de
radicais de hidrogênio, as subs tâncias que conseguem captar ou liberar H+ em solução,
mantendo deste modo o pH relativamente constante, são consideradas substâncias tampão.

5. HOMEOSTASE
As células vivem no componente intersticial do LEC. As funções normais das células
dependem da constância desse meio. Assim, nos animais superiores, um grande número
de mecanismos reguladores se desenvolvem para manter esta constância.
Os vários ajustes fisiológicos que servem para restau rar o estado de constância do meio,
uma vez que tenha ha vido desvio, foi chamado de Homeostase. As propriedades de
tamponamento dos líquidos do organismo, os ajustes respiratórios e renais, na presença de
um excesso de áci do ou base, são exemplos de mecanismos de homeostase. Existe um grande
número de mecanismos reguladores que colaboram com a homeostase como por exemplo os meca
nismos de retro-ativação negativa (Feedback) fundamen tais no funcionamento das
glândulas.

CAPITULO

APARELHO CARDIOVASCULAR
m

1. INTRODUÇÃO
O sistema cardiovascular ou circulatório é o meio de transporte que fornece
substâncias nutritivas e oxigênio para os tecidos. As substâncias são, em geral, absorvidas ao
nível do aparelho gastrointestinal (intestino delgado e grosso) e o oxigênio através do
aparelho respiratório (pul mões) e chegam até a corrente sangüínea. Tanto as subs
tâncias nutritivas como o oxigênio são usados pelo meta bolismo celular e voltam
através do sangue sob a forma de produtos do metabolismo e CO, (gás carbônico) para os
pulmões, coração e rins.
O sangue ainda exerce importante papel na regulação da temperatura
corporal, além de distribuir os hormônios e outros agentes que regulam a função
celular.
O sangue que carrega todas estas substâncias é bombeado pelo coração
através de um sistema vascular fechado.
PESO Speedrido
e
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O coração, conforme detalharemos no próximo topico, é formado por duas bombas,


ligadas em série. Apresenta quatro câmaras distintas: Atrio e Ventrículo.esquerdo (san
gue arterial -0,); Átrio e Ventrículo direito (sangue venoso - CO.). Do ventrículo esquerdo,
o sangue arterial é bom beado através de artérias a arteríolas, para os capilares até as células,
onde deixa 0, e recebe CO2. Após a utilização das substâncias e do 0,, o sangue drena para as
vênulas, para as veias (maiores) e retorna ao átrio direito através das veias cavas
superior e inferior, como sangue venoso. Esta circulação do ventrículo esquerdo ao organismo e
deste para o átrio direito é chamada grande circulação ou circu lação sistêmica. Do átrio direito o
sangue flui para o ven trículo direito o qual bombeia este sangue para os pulmões para
oxigená-lo (recebe 0, e deixa CO,) e retorna ao átrio esquerdo (pelas 4 veias pulmonares)
formando a chamada pequena circulação ou circulação pulmonar.
Existe um outro sistema líquido no organismo chama do linfático, o qual drena a linfa
dos tecidos e que no si nal drena no sistema venoso, porém, este sistema não será tema
deste livro.
A circulação é controlada por numerosos sistemas reguladores, principalmente pelo
sistema nervoso, que, quando possível, mantém um fluxo adequado nos capila res em todos os
órgãos, mas em particular no coração e cérebro.
i stries within
min
z twintig mange
b

2. CONSTITUIÇÃO
Os constituintes do sangue, glóbulos brancos (leucó citos), glóbulos vermelhos
(eritrocitos ou hemáceas) e pla quetas estão suspensos no plasma sangüíneo. Devemos
lembrar que 55% deste volume corresponde ao plasma.
Todos os constituintes do sangue são formados na me dula óssea dos ossos longos.
minyak w
satu
werkicom is for
be

2.1. GLOBULOS BRANCOS OU LEUCOCITOS


O número normal de glóbulos brancos no homem é de resten 5.000 a 10.000 glóbulos
brancos por mm3 de sangue. Pode nos dividi-los em: polimorfonucleares e mononucleares. com
2.1.1. Polimorfonucleares.
Neutrófilos (possuem granulações neutrófilas) ou Basófilos (coram-se com corantes
básicos) Granulocitos Acidófilos ou Eosinofilos (coram-se com corantes ácidos)
Polimorfonucleares (Granulócitos). São formados por células inaturas de medula
óssea (não confundir com a medula espinhal - Sistema Nervoso), isto é, a porção inter na
dos ossos (Exemplo: externo, vértebras, fêmur).
edhe pretragen Preise

2.1.1.2. Os Basófilos contém no seu interior Heparina (substância anticoagulante)


porém, o seu papei na manu tenção do balanço normal entre os sistemas coaguladores e
anticoaguladores é incerto.
2.1.1.3. Os Eosinófilos fagocitam o complexo antígeno anticorpos e o número
de eosinófilos circulantes é franca mente elevado nos pacientes com doenças alérgicas.
21.2. Mononucleares
Linfócitos - (células com núcleo grande e sem grânulos). Monócitos - (apresentam
também núcleos grandes, porém aparecem em pequena quantidade).
2.1.2.1. Os Linfócitos em parte são formados na me dula óssea mas, a maior parte deles
é formada nos nódulos linfáticos (gânglios), Timo e Baço.
São lançados na circulação através dos vasos linfáti cos e contém os anticorpos,
os quais tem papel fundamen tal nas reações de hipersensibilidade e formam uma nova barreira
às agressões ao organismo sendo, porém capazes de produzir doenças do tipo auto-
imunes.
2.1.2.2. Os Monócitos são, como os neutrófilos, alta mente fagocitários. São
chamados macrófagos, pois são bem maiores que os neutrófilos.
Além de apresentarem funções de defesa, como os neutrófilos, podem ter uma função
relacionada com a fa bricação de anticorpos.

2.2. GLÓBULOS VERMELHOS (HEMACIAS OU ERITROCITOS)


Os glóbulos vermelhos ou eritrócitos carregam a he moglobina na circulação, a
qual é responsável pelo trans
porte de oxigênio.(Fig. 3)
Nos mamíferos não apresentam núcleos (perdem o nú cleo ao entrar para a circulação) e no
homem, sobrevivem
22
apenas 120 dias. São fabricados na medula óssea, tendo esta fabricação uma
autoregulação, com o aumento do número de eritrocitos nos casos de anemia (diminuição de
glóbulos ver melhos) e a inibição da fabricação dos mesmos nos aumentos de glóbulos (doenças
pulmonares, por exemplo). Exemplo: A hipóxia (diminuição de oxigênio nos tecidos) também
estimu la a eritropoiese (fabricação de glóbulos vermelhos).
O valor normal de concentração de glóbulos verme lhos é de 5,5 milhões
por mm3 no homem e 4,5 milhões por mm3 na mulher.
Hemoglobina - O pigmento que dá cor aos glóbulos vermelhos é responsável
pelo transporte de oxigênio. A hemoglobina é constituída por quatro sub-unidades. Cada uma
delas contém a molécula heme (ligada ao ferro) con jugada a um polipeptídio (globina). No
adulto normal a hemoglobina encontrada é a chamada A podendo existir outras como, por
exemplo, a hemoglobina fetal F que é substituída, logo ao nascimento, pela hemoglobina A.

Centro côncavo de glóbulo vermelho

Figura 3 - Glóbulo Vermelho A hemoglobina liga-se ao oxigênio para


formar a oxihemoglobina, combinando-se com o radical Fe++ da here, transportando assim o
oxigênio.
A hemoglobina pode ligar-se a outras substâncias que não o oxigênio,
dificultando o transporte deste, como por exemplo, o monóxido de carbono (CO2), que
ao ligar-se com a hemoglobina forma a carboxihemoglobina, incapaz de transportar o
oxigênio para os tecidos.
23

Quando os glóbulos vermelhos envelhecidos são des truídos no sistema reticulo-


endotelial (gânglios linfáticos, fígado e baço) a porção globina da molécula é metaboliza da
e a heme é transformada em biliverdina, de uma nova hemoglobina. Deste modo o metabolismo da
bilirrubina, formada a partir da biliverdina, inicia-se quando esta liga se a albumina da circulação.
Uma parte da bilirrubina vai se transformar em bile pelas células do fígado (hepáticas), ficando
uma pequena parte na circulação. Nas situações que o fígado não retira uma parte da bilirrubina da
circulação ou ainda se hou ver uma hemolise (quebra de hemácias) muito grande, a quantidade de
bilirrubina aumenta no sangue levando à chamada icterícia, que é a coloração amarelada da pele,
das escleróticas (camada branca dos olhos) e das membranas mucosas.

2.3. PLAQUETAS OU TROMBOCITOS


As plaquetas são minúsculos discos redondos ou ovais, de cerca de dois mm de diâmetro
que participam do pro cesso de coagulação sanguínea. Representam fragmentos de
megacariócitos, que são células brancas extremamente grandes formadas na medula óssea. Os
megacariócitos de sintegram-se, formando plaquetas, enquanto ainda estão na medula
óssea, liberando depois as plaquetas no sangue. A concentração normal de plaquetas no
sangue situa-se em torno de 200.000 a 400.000 por mililitro de sangue.
Possuem ainda grandes quantidades de serotonina além de noradrenalina, adrenalina e histamina
(mediado res químicos).
Nas situações em que os vasos sangüíneos são lesa dos, as plaquetas se agrupam no local,
aderindo à pare de do vaso e liberando serotonina que condiciona uma vasoconstrição generalizada,
na tentativa de tamponar o vaso lesado.

24
Este mecanismo é chamado de Hemostasia (impedi mento de perda
sanguínea) e produz a coagulação do vaso seccionado e ocorre em quatro etapas:
(1) espasmo vascular: imediatamente após a ruptura ou o corte de um vaso
sangüíneo ocorre vasoconstrição (contração) do vaso sangüíneo lesado.
(2) formação de tampão plaquetário: acúmulo de pla quetas para formar um
tampão plaquetário no vaso lesado (adesividade das plaquetas no local da lesão e aderência
das plaquetas entre si).
(3) coagulação sangüínea: esquema acima.
(4) regeneração: crescimento de tecidos fibrosos no coágulo sangüíneo
para obturar o orifício do vaso. Coagulação:
tw

Tecidos com
lesões
Plaquetas aglomeradas

Tromboplastinogênio
Tromboplastina
www

(plasma) Protrombina
Enzima Tromboplastina
Trombina
!
i Catt(plasma)
forma Vitamina K

librina
Fibrinogênio
(Coágulo)
(plasma)
..

No processo de coagulação o que se verifica é a constrição do vaso e a formação de um


tampão homeo stático provisório de plaquetas, o qual se converte em coágulo definitivo. O coágulo
definitivo é formado a partir de uma substância chamada fibrina, porém, o mecanismo de
coagulação responsável pela formação de fibrina implica numa cadeia de reações inter-rela
cionadas.
A reação fundamental na coagulação do sangue (pro teína solúvel do plasma) é, a
conversão de fibrinogênio em fibrina. Esta é catalizada pela trombina, a qual é formada a
partir da protrombina que deve ser ativada por duas vias: extrínseca e intrínseca.
Quando ocorre redução do número de plaquetas cir culantes (trombocitopenia), o
paciente fica predisposto a um grande número de minúsculos pontos hemorrágicos na pele e nos
tecidos profundos, uma vez que o método de tamponamento plaquetário para interromper
peque nas hemorragias vasculares se torna deficiente. A trom bocitopenia pode ser determinada
geneticamente, porém a maioria dos casos resulta de intoxicação por toxinas ou medicamentos.
Na trombocitose ocorre aumento do número de pla quetas circulantes, podendo levar
à formação de trombos (coágulos), predispondo o indivíduo à trombose, que é a solidificação
do sangue dentro do coração ou dos vasos. Geralmente é determinada geneticamente.
A henofilia é uma doença hereditaria que afeta a co agulação do sangue devido à não
produção de algum fator de coagulação. Como a coagulação é uma reação em ca deia, a
falta de qualquer componente provoca interrupção do processo.
A síntese de alguns fatores de coagulação ocorre no fígado e é dependente de vitamina
K, cuja deficiência pode provocar hemorragias.

26
2.4. PLASMA
A porção líquida do sangue, chamada plasma, é uma solução complexa,
contendo um grande número de íons e moléculas inorgânicas, as quais, através do plasma, es
tão em trânsito pelas várias partes do organismo, além do transporte de outras substâncias.
O volume plasmático é de 5% do peso corporal (3.500ml para 70kg). Se o sangue fica
estagnado, o plasma coagula, só permanecendo fluído se um anticoagulante for acrescentado. Se o
sangue coa gular forma-se um coágulo, que se retirado, deixará um fluído chamado soro, o qual tem a
mesma composição do plasma, porém contém fatores de coagulação e serotonina.
No plasma encontramos um número grande de pro teínas que são divididas em fração
albumina, globulina e fibrinogênio. A fração globulina é subdividida em alfa 1, alfa 2, beta 1, beta 2, gama-
globulina e às vezes inclui o fibrinogênio (coagulação).
3. TIPOS SANGUÍNEOS

27
apreciável de um anticorpo chamado aglutinina B ou anti B. Quando este plasma é misturado
com glóbulos tipo B as aglutininas anti-B, reagem com os aglutinogenios dos glóbulos B, causando
aglutinação, e posteriormente a he molise (quebra das hemácias). Assim, os indivíduos do tipo B
possuem no plasma aglutininas Anti-A, indivíduos do tipo o possuem aglutininas Anti-A e Anti-B e os
do tipo AB não possuem aglutininas.
Existem outras subdivisões do grupo ABO que não serão aqui discutidas.
As chamadas reações de transfusão acontecem quando O sangue é transfundido para um
indivíduo com incompa tibilidade de tipo sangüíneo, isto é, uma pessoa que possui aglutininas
contrárias aos glóbulos vermelhos contidos na transfusão. O plasma do receptor possui aglutininas
contrá rias aos glóbulos verinelhos do doador. Assim, quando reuni das, os glóbulos vermelhos
se hemolisam e se aglutinam. Em geral, o plasma do doador fica diluído no do receptor que
ra ramente aglutina, a não ser que a concentração de aglutininas contrárias a dos glóbulos do
receptor for muito alta.
A severidade de uma reação de transfusão pode variar desde assintomática
elevação de bilirrubina no plasma, até uma severa icterícia, lesão renal, anúria e morte.
Pessoas com o tipo sangüíneo AB são algumas vezes, chamadas de receptores
universais, porque elas não pos suem aglutininas circulantes, e podem receber sangue de
qualquer tipo. Inversamente, os indivíduos do tipo O são chamados doadores universais, pois não
existem agluti ninas anti-O. A possibilidade de reações de sensibilização devido a outras
incompatibilidades, às vezes nem conheci das, devem ser levadas constantemente em
consideração.
Atualmente existem novos tipos sangüíneos conheci dos e muitos que serão descobertos,
de modo que, no fu turo será possível identificar a população pelos seus tipos sangüíneos do mesmo
modo que atualmente isto é feito através das impressões digitais.
28
DELA AMETUVA

3.2. SISTEMA RH
Paralelamente aos antígenos do sistema ABO, o siste ma Rhéo de maior importância clínica.
O "fator Rh” é assim chamado porque foi estudado inicialmente no sangue do
macaco Rhesus. Este Sistema é constituído por 13 antígenos. Por motivos de importância nos
déteremos no antígeno mais freqüente que é o chama do aglutinogenio D que caracteriza o Rh
positivo quando presente. Os indivíduos Rh negativo não possuem antige no De produzem a aglutinina-
anti-D ou anti-Rh, só quan do entram em contacto com células com antígeno D, que são de indivíduos Rh
positivo.
Uma complicação devido à incompatibilidade relativa ao fator Rh, surge na situação em que
a mãe é Rh negativo (D-ausente) e o feto Rh positivo (D-presente). Quando isto acontece a mãe,
Rh negativo, recebe através da placenta cé lulas do sangue fetal, Rh positivo, desenvolvendo a agluti
nina anti-D. Nesta situação pode haver hemolise e as várias formas da Doença Hemolítica do Recém-Nascido
(eritro blastose fetal). Esta hemolise no feto é grave, quando no útero, podendo levar à morte,
icterícia grave ou anemia.
De um modo geral, somente 5% das mães negativas ficam sensibilizadas pelo feto
D-positivo. Mesmo para a mulher que foi sensibilizada durante a gravidez, o primei- - ro filho é
freqüentemente normal. Somente numa gravidez subseqüente pode se desenvolver a anemia
hemolítica.
AKEREME

SO

11 - CORAÇÃO E VASOS

1. ANATOMIA
W
WA SIASA

1.1. INTRODUÇÃO
O coração (do grego Kardia) está situado no mediastino médio (mediastino é
o espaço entre os dois pulinões, atrás do osso esterno), dividido em duas metades, direita e
esquerda, por um septo longitudinal e oblíquo. Cada metade consiste em um
câmara chamada átrio, que recebe o sangue das veias, e outra câmara, chamada
ventrículo, que impulsiona o san gue para as artérias. No homem, a sua situação é predomi
nante para a esquerda, com seu maior eixo de trás para frente, para a esquerda e para
baixo.
A veia cava, a veia cava inferior e as próprias veias do co ração conduzem o
sangue que vem do organismo para o átrio direito. A seguir o sangue penetra no ventrículo
direito atra vés da valva tricúspide de onde é ejetado para o tronco artério pulmonar. As artérias
pulmonares direita e esquerda levam sangue aos pulmões e as quatro veias pulmonares trazem
o sangue de volta para o átrio esquerdo. Após, penetra pela valva mitral no ventrículo
esquerdo, de onde é impulsionado para o interior da artéria aorta, através da qual é distribuído à
circulação sistêmica. As valvas importantes do coração são quatro: as átrio ventriculares
direita (tricúspide) e esquerda (mitral ou bicúspide), a valva pulmonar, entre o ventrículo
direito e o tronco artério pulmonar, e a valva aórtica, entre o ventrículo esquerdo e a aorta.
(Fig. 4)
WASTANI

Cajado da aorta
Artéria pulmonar
.

be
Tic

Aorta ascendente
Tronco pulmonar
nonar

Artéria coronária esquerda


Artéria coronária esquerda
VES
M

Auricula direita
BRA
ENTES

Ventriculo direito

Figura 4 - Coração

1.2. ESTRUTURA
De fora para dentro o coração é constituído por três
camadas: epicárdio, miocárdio e endocardio. O epicárdio corresponde
ao epicárdio visceral, pois o coração está en volto por duas
camadas que formam um saco fibroseroso. A primeira é o pericárdio
fibroso (feixes de colágeno e fi bras elásticas), e a segunda é o
pericárdio seroso que é di vidido em: epicárdio ou pericárdio visceral e o
pericárdio parietal. Este também forra o pericárdio fibroso formando
a cavidade do pericárdio que contém uma película líquida. O miocárdio
é constituído fundamentalmente por fibras musculares cardíacas. A
espessura da camada miocárdica é proporcional ao trabalho que ela
executa. Os ventrículos trabalham mais que os átrios e suas paredes são
mais es pessas. O trabalho do ventrículo esquerdo é maior que o do
ventrículo direito, pois a pressão na aorta é maior que no tronco artério
pulmonar. Desta maneira, a parede do
31
Won
.
C

ventrículo esquerdo é duas vezes mais espessa que a pare de do ventrículo


direito. O endocárdio confere un aspecto liso e brilhante ao interior do coração. (Fig.
5)
Anasalantation

Tronco branquiocefálico
w
ww.

---- Artéria subclávica esquerda --- Artéria carótida comum esquerda


Veia cava superior Aorta ascendente
MOR

Fossa oval

Artéria pulmonar direita veia


pulmonar di sa mienior
cava interior Válvula
tricuspide
Veia pulmonar esquerda inferlor Tronco da artéria pulmonar . Válvula pulmonar
Ostio da coronaria direita
Cordoalha tendinea
Septo interventricular (parte muscular)
Árurlo direito--- Ostio da veia -

Ventriculo esquerdo
Músc

Miocárdio do ventriculo esquerdo


Cordoalha tendinea
Ventriculo direito
Trabércula
to sta

l'igura 5 - Ventrículos Direito e Esquerdo


r

1.3. ANATOMIA EXTERNA E INTERNA


O coração, externamente, é descrito como tendo ápi ce, base e 3
faces: externocostal, diafragmática e pulmonar (esquerda). A base é formada
pelos átrios e pelos vasos. Os átrios se continuam formando apêndices em forma de
ore Thas chamados aurículas (direita e esquerda). O ápice é a ponta do coração que é
arredondada e está como já disse mos para baixo e para a esquerda. A face
externocostal do coração é formada principalmente pelo ventrículo direito e a
face esquerda ou pulmonar é formada principalmente pelo ventrículo esquerdo.
with

32
Na porção interna dos átrios notamos pequenas eleva ções musculares chamadas
músculos pectineos, porém eles são observados principalmente no átrio direito pois o esquer do tem a
parede praticamente lisa. No átrio direito encontra mos às vezes a válvula do seio coronário e, sempre, o
óstio (cavidade) átrio-ventricular direito onde abaixo está a valva tricúspide (três cúspides). Entre
o átrio direito e o esquerdo encontramos o septo interatrial, no qual podemos notar a fos sa oval que
no átrio esquerdo aparece como uma região mais translúcida e no direito como uma depressão
ovoide.
Noátrio esquerdo encontramos o óstio atrioventricular esquerdo ou mitral onde abaixo está
a valva mitral (duas cúspides).
A anatomia interna dos ventrículos mostra uma superfí cie irregular formada pelas
trabéculas cárneas das quais são importantes os pilares que são os músculos papilares. Estes são
fixos nas bases, implantadas nas paredes dos ventrículos e os ápices se continuam por fibras
finas tendinosas (cordoálias tendíneas) que se inserem nas cúspides das valvas atrioventri
culares. O aparelho valvar, em cada ventrículo, consiste de um anel fibroso em torno do óstio
atrioventricular, as cúspides, as cordoálias tendineas e os músculos papilares. As valvas semi
lunares da aorta e do tronco artério pulmonar estão situadas na origem destes vasos, apresentando três
cúspides cada uma delas.
O ventrículo direito apresenta a valva atrio-ventricular direita ou tricuspide, que
apresenta 3 cúspides: anterior, poste rior (inferior) e septal. No ventrículo esquerdo situa-se a valva
atrioventricular esquerda ou mitral, a qual apresenta duas cús pides: uma anterior ou aórtica e outra
posterior ou ventricular.
Finalmente devemos destacar o septo interven-tricu lar que é uma formação
músculo membranácea, cuja parte membranácea é mais delgada e que separa as câmaras di
reita da esquerda. (Fig. 6)

Veia cava
Aorta
Válvula pulmonar
Ramo da artéria pulmonar
vula aórtica
superior
02

Auricula
direita
ws

Veias
ko

Válvula tricuspide
NA
JES

pulmonares Auricula esquerda


4

:
AW
Válvula mitral

válvula mira
Ventriculo
direito
A
RE

Septo
EAD
in
H

Cordas tendinosas

Gordura
Venteluco esquerdo
Músculo
Vela cava
Aorta

inferior

Figura 6 - Anatomia Interna do Coração

2. SISTEMA DE CONDUÇÃO
ELÉTRICA
As várias partes do coração trabalham numa certa
se qüência: sístole atrial (contração atrial) seguida de
sístole ventricular (contração ventricular) e diástole onde
temos o relaxamento das 4 câmaras. Para que esta
sequência seja mantida, os estímulos elétricos devem
percorrer o coração através de um sistema de condução
ordenado cujo estímu lo se inicie nos átrios e vá até os
ventrículos.
O chamado marca-passo natural do coração (onde o es
tímulo elétrico é originado) é o no sinusal ou sino-atrial (S-A),
localizado na junção da veia cava superior com o átrio
direito. O nó sinusal tem a propriedade de gerar estímulos
elétricos ritmados, capazes de manter a freqüência cardíaca
normal e o funcionamento do coração (ritmo sinusal). O nó sinusal
está ligado
ao nó átrio-ventricular (A-V), localizado na
porção pos
34
tero-inferior do septo inter-atrial, através de fibras nervosas que levam os estímulos do átrio
direito para o átrio esquerdo e finalmente para o no A-V e daí para os ventrículos. Quando o estímulo
elétrico chega ao nó A-V, ele irá percorrer o cha inado Feixe de Hiss e seus ramos direito e esquerdo (um
para cada ventrículo) e finalmente alcançar o miocárdio (músculo cardíaco) através das fibras do Sistema
de Purkinje.
Resumindo, conforme o estímulo elétrico percorre as estruturas do sistema de
condução, vão sendo ativadas as câmaras cardíacas, iniciando pelos átrios (sístole atrial) e terminando nos
ventrículos (sístole ventricular).

3. CONTROLE DO CORAÇÃO
PELO SISTEMA NERVOSO
Alguns detalhes do Sistema Nervoso serão referidos antes da explicação da
regulação do coração, pois será de valia em todas as relações entre o sistema nervoso e os
vá rios aparelhos.
O Sistema Nervoso é dividido anatomicamente em: Sis tema Nervoso Central (Encéfalo e Medula
Espinhal) e Sis tema Nervoso Periférico (Nervos e Gânglios). Dentro dessa divisão encontramos
estruturas (núcleos e nervos) que for mam outras divisões, agora funcionais, responsáveis pelo
funcionamento dos músculos, tanto voluntários como invo luntários, das vísceras e outros
sistemas especiais.
Neste capítulo, é importante conhecermos uma parte da divisão funcional chamada de
Sistema Nervoso Auto nomo (ou Neuro-Vegetativo), responsável pelo funciona mento de todas
as vísceras, inclusive do coração, o qual divide-se em Simpático e Parassimpático. De uma
maneira geral o Sistema Nervoso Simpático estimularia os múscu los involuntários das vísceras
(liberando noradrenalina e adrenalina) e o Sistema Nervoso Parassimpático inibiria as fibras
musculares (liberando acetilcolina).
35
Der Mekah.com internacionin e
method leaders finestimonianwi
t
h
internacionalini

No coração, além do controle do nó sinusal e do nó átrio-ventricular, estas duas


estruturas recebem fibras ner vosas provenientes tanto da divisão simpática como da pa rassimpática
do Sistema Nervoso Autônomo. Outras fibras simpáticas vão também até o miocárdio atriale
ventricular. Assim, o coração mantém seus batimentos e seu funciona mento basal (ritmo
sinusal e freqüência cardíaca entre 60
e 100 bat/min) através do nó sinusale do átrio-ventricular. Porém, nas situações onde
há necessidade de uma mudan ça de ritmo (emocional, exercício físico e outras), o sistema
nervoso manda estímulo ou pela divisão simpática para estimular (taquicardia = mais de 100
batimentos por minu to) ou pela divisão parassimpática (bradicardia = menos de 60
batimentos por minuto).
Observamos assim, que o coração possui um ritmo próprio comandado pelos seus
marca-passos naturais, po rém recebe informações do sistema nervoso capazes de in
terferir no ritmo do coração, dependendo é claro, das mo dificações criadas tanto pelo meio
ambiente externo como pelo meio ambiente interno.
ni
minden
rendimiento de animistiwaluha sa pama
mag
i
maramin

4. CICLO CARDÍACO
O processo elétrico descrito acima, também chamado de despolarização
atrial e ventricular, provoca uma onda de contração que se propaga sobre o miocárdio.
Este fenôme no dá início ao chamado ciclo cardíaco formado por sístole (contração) atrial
e ventricular e diástole (relaxamento).
malitiamond

4.1. SISTOLE ATRIAL


A Sístole atrial faz entrar certa quantidade adicional de sangue nos ventrículos. Dois
terços do enchimento ven tricular, porém entra passivamente durante a diástole. A contração
do miocárdio atrial diminui a entrada de san gue pelos orifícios das duas veias cavas (átrio
direito) e das
.cattoli del materiaalin sekilian tumishi
w

36
huduminicante atender samm

quatro veias-pulmonares (átrio esquerdo) fazendo com que o volume ile sangue contido nos átrios passe
para os ven trículos. Durante a sístole atrial as válvulas átrio-ventricu lares (mitral e tricúspide) estão
abertas para que o sangue possa fluir de uma câmara para outra c as válvulas sigmói des (aórtica e
pulmonar) estão fechadas para que o sangue não saia do coração e fique nos ventrículos.

4.2. SISTOLE VENTRICULAR


O período de transição entre a sistole atrial e a ventri cular é chamado de período de
contração isovolumétrica, isto é, durante décimos de segundos o coração contrai sem que o volume
interno de sangue varie (valvas átrio-ventri culares e sigmoides fechadas). Isto aumenta a pressão in
terna do ventrículo esquerdo rapidamente, de zero a pouco mais de 80 mmHg, ultrapassando
assim a pressão diastó lica da aorta (80 mmHg) e a pressão no ventrículo direito ultrapassando a
pressão da artéria pulmonar (10 mmHg). Neste instante, as valvas aórticas e pulmonares
abrem-se iniciando a expulsão do sangue pelos ventrículos, através da contração do miocárdio
destes. Assiin, inicia-se a sístole ventricular que logo após o início da expulsão do sangue, faz
com que a pressão sangüínea atinja no ventrículo es querdo (+ ou - 125 mmHg) e no ventrículo
direito (+ ou - 25 mmHg), seus valores máximos. O sangue que sai do ventrículo esquerdo
(oxigenado), pela artéria aorta, é bom beacio para o organismo e o sangue que sai do ventrículo
direito (venoso) é bombeado para os pulmões através das artérias pulmonares, para ser oxigenado.
É preciso notar que as artérias pulmonares carregam para os pulmões sangue sem
oxigênio (venoso) resultante do metabolismo celular e as veias pulmonares carregam para o átrio
esquerdo, sangue oxigenado (arterial) vindo dos pulmões. Estas são as únicas exceções no
organismo onde artérias carregam sangue venoso e veias carregam sangue arterial.
4.3. DIASTOLE
Esta fase do ciclo é praticamente simultânea nas qua tro câmaras,
tanto nos átrios como nos ventrículos, não havendo uma diástole atrial e outra
ventricular. A partir do momento que a pressão intraventricular diminui
rapi damente, o miocárdio encontra-se completamente contra ído, as valvas
aórtica e pulmonar se fecham e inicia-se a diástole. A pressão ventricular fica
menor que a dos átrios e as valvas átrio-ventriculares se abrem, para que o
sangue passe a fluir dos átrios para os ventrículos.
Nesta altura, o miocárdio já se encontra em relaxa mento e a pressão atrial também
diminuiu e vai iniciar sua elevação até a próxima sistole atrial.
A duração do ciclo cardíaco em média, dependendo da freqüência
cardíaca, é de 0,80 segundos diminuindo com o aumento da freqüência
cardíaca.
.
.
...
....

5. PULSO ARTERIAL
A expulsão do sangue, na sístole, para dentro da aorta não
impulsiona o sangue somente nos vasos, mas provo ca também, uma
onda de pressão que caminha sobre as artérias em direção à periferia. Na
sua passagem, a onda de pressão distende as paredes arteriais. Esta distensão
é palpável como um pulso, conhecido por pulso arterial. Com o aumento da
idade, as artérias tornam-se mais rígi das, (arteriosclerose e outros
fenômenos) e a onda do pulso caminha mais rapidamente.
A intensidade do pulso é determinada pela pressão diferencial
(diferença entre a máxima e a mínima) não tendo quase relação com a
pressão média. O pulso é fraco nos casos de hemorragias graves ou outras
patologias que levem ao estado de choque. Nos casos de exercício físico
intenso, o volume sistólico sanguíneo aumenta muito cau sando um pulso
forte.
38
wwwwwwwwwwwwwwww
w
wwwwwwwww

6. RUÍDOS CARDÍACOS
Dois ruídos são ouvidos pelo estetoscópio, normal mente, durante um ciclo cardíaco.
Um ruído grave, ligeiramente prolongado semelhan te à sílaba "TUM" (primeira bulha)
causado pelo fecha mento das valvas mitral e tricúspide no início da sístole ventricular. Após, no fim
da sístole ventricular, ouvimos um ruído mais curto e agudo, semelhante à sílaba "TA"
(segunda bulha) causado pelo fechamento das valvas aór tica e pulmonar. Podemos ouvir uma terceira
bulha, pouca intensa e grave, ouvida no início da diástole em indivíduos jovens normais e também
podendo ser ouvida em algumas patologias. Este ruído coincide com a fase do enchimento rápido dos
ventrículos que devido ao volume grande de sangue provoca vibrações nas estruturas.

7. SOPROS
Os sopros são ruídos anormais em várias partes do sistema vascular.
O fluxo sangüíneo é silencioso quando lento e lami nar. Entretanto, se o sangue
encontra uma obstrução ou passa por um estreito orifício em alta velocidade aparecem redemoinhos
que geram sopros. Nas situações que o fluxo sangüíneo torna-se turbulento ao invés de lento e
laminar, o sangue pode gerar o ruído de um sopro.
A maior, mas certamente, não única causa dos sopros cardíacos é a lesão das valvas
cardíacas. Quando a valva é estreitada (estenose), o sangue passa em direção normal, porém em fluxo
turbulento. Sendo incompleto o fechamen to das valvas, o sangue passa pela valva em direção
anor mal (regurgitação ou insuficiência).
Devemos lembrar que os sopros sistólicos fracos são comuns em indivíduos, especialmente
em crianças, sem le

39

sões cardíacas. Sopros sistólicos também são encontrados em pacientes anêmicos devido,
provavelmente, à viscosi dade baixa (sangue com menos glóbulos vermelhos fica menos
concentrado e mais líquido) e ao fluxo rápido do sangue.

8. CIRCULAÇÃO CORONÁRIA
O coração necessita, como os outros órgãos, de oxigê nio e substâncias nutritivas
para o seu bom funcionamen to, os quais devem ser levados até as estruturas cardíacas e
principalmente ao miocárdio. A distribuição do sangue para o próprio coração é feita
através das artérias coroná rias. São duas as artérias coronárias que irrigamo miocár dio, as
quais nascem na raiz da aorta, num lugar chamado seio coronário (seio = coleção de sangue
represado). O san gue chega assim até o miocárdio através dos ramos destas artérias que
formam pequenas artérias (arteríolas), depois capilares (vasos de pequeno calibre = fio de
cabelo) que al cançam assim as fibras musculares nutritivas.
Após a sua utilização, este sangue (sem oxigênio) vai através de
pequenas veias (vênulas) ser drenado para as cavidades cardíacas, para um outro seio
coronário, que de semboca no átrio direito, indo assim para oxigenação.
De um modo geral a coronária direita irriga princi palmente o ventrículo direito,
e a parede inferior (ou dia fragmática) do ventrículo esquerdo e a coronária esquerda bifurca-
se logo no seu início, na artéria coronaria descen dente anterior e artéria coronaria circunflexa,
as quais irri gam as paredes anterior e lateral desse último ventrículo.
A partir destes conhecimentos da circulação podemos entender o mecanismo do
Infarto do Miocárclio, decorrente da obstrução de um ou mais ramos das artérias coronárias.
Das causas de obstrução coronariana a arterio esclerose, que é o endurecimento da
parede das artérias,
40
é a causa mais comum, sendo atualmente responsável por 95%, pelo menos, das obstruções arteriais.
Não devemos confundir o termo arterioesclerose (en durecimento da parede das
artérias) com ateroesclerose (deposição de gordura na parede das artérias, a qual leva ao
processo de arterioesclerose).
O depósito progressivo de gordura na parede das arté rias leva a uma diminuição da
chegada do sangue ao mio cárdio (isquemia), por diminuição do calibre das artérias, com
consequente diminuição do aporte de oxigênio (hipo xia), essencial para a sobrevivência do músculo. Quando
a obstrução é total, ou ao redor de 90%, a artéria coroná ria não consegue irrigar o miocárdio e temos
uma anóxia (ausência total de oxigênio) com consequente morte celular (necrose) que caracteriza o
Infarto do Miocárdio.

9. PRESSÃO ARTERIAL
A pressão na aorta, na artéria braquial (braços) e nas outras grandes artérias atinge, num
indivíduo joven, um valor máximo (pressão sistólica) ao redor de 120 mmHg durante cada ciclo
cardíaco e cai a um valor mínimo (pres são diastólica) ao redor de 80 mmHg.
A pressão arterial é dada convencionalmente, como pressão sistólica, isto é 120/80
mmHg.
Teoricamente, a pressão arterial máxima seria realmente a pressão do sangue ao sair
pela aorta do ventrículo esquerdo, no momento da sístole. Na prática, seria impossível colocar um
cateter na aorta e ligá-lo a um manômetro (medidor de pressão) para sabermos a pressão exata, sistólica e
diastólica a cada ciclo cardíaco. Desta maneira, foram criados métodos capazes de medir a pressão arterial
sem a necessidade de re cursos cirúrgicos e de determinação precisa e rápida.
Atualmente o método mais utilizado é o chamado "auscultatório” que consiste num manguito,
que vai colo

cado ao redor do braço do indivíduo, ligado a um mano metro de mercúrio


(esfigmomanômetro) e um estetoscópio que é colocado sobre a artéria branquial na
região cubital (na prega entre o braço e o ante-braço). O manguito é rapi damente inflado
até uma pressão acima da pressão sistó lica provável na artéria (em geral o marcador do
manôme tro vai até 30 mmHg, não sendo necessário chegar até este valor). A artéria sofre
oclusão pela pressão do manguito e nenhum ruído pode ser ouvido por meio do
estetoscó pio. Em seguida a pressão no manguito é lentamente di minuída. No instante em
que a pressão sistólica da artéria se torna um pouco maior que a do manguito, um jato
de sangue passa pelo vaso comprimido durante cada sístole e, simultaneamente, um
ruído de batida é ouvido abaixo do manguito. A pressão no manguito, na qual os
ruídos são ouvidos, primeiramente é a pressão sistólica. Diminuindo se mais a
pressão no manguito, os ruídos tornam-se mais intensos e depois abafados e finalmente
desaparecem. Nes te momento determina-se a pressão diastólica.
A pressão arterial normal, medida por este método é, em repouso, geralmente
120x80 mmHg podendo variar um pouco de indivíduo para indivíduo. Como a pressão é
produto entre a quantidade de sangue expulso pelo ventrí culo e a resistência imposta pelos
vasos periféricos (longe do coração), a pressão pode sofrer modificações por condi ções
que afetam um ou ambos parâmetros. A emoção, por exemplo, aumenta o volume
minuto do coração, causando a elevação da pressão sistólica enquanto que o
aumento da resistência periférica (arterioseclerose, por exemplo) cau sa elevação da
pressão diastólica. Os limites entre pressão normal e elevada (hipertensão) são discutidos
principal mente em pacientes idosos, porém na atualidade os in divíduos adultos com
pressões máximas maiores de 140 mmHg e mínimas maiores de 90 mmHg são
considerados hipertensos.

CAPITULO DE
hc

APARELHO
RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório humano é
constituído por um par de pulmões e por vários
órgãos que conduzem o ar para dentro e para
fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos
são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a
traquéia, os bronquios, os bronquiolos e os
alvéolos, os três últimos localizados nos
pulmões. (Fig. 7)
MS25

Ris

foss
RE

faringe
cavidade bucal -
laringe -
bronquios
traquéia

pulmão direito
AL

met
TAMEN so

pulmão esquerdo
1833
LUIS
RAFAEL
DHE

Figura 7 - Aparelho Respiratório


*:
..

1. PULMÕES - ANATOMIA
Os pulmões são órgãos da respiração. O adjetivo pul monar é originado do Latim
pulmo que quer dizer pulmão. Os pulmões estão livres na cavidade torácica ficando apenas presos ao
coração e a traquéia por ligamentos. Os pulmões contêm ar quando sadios (flutuam se colocado na
água), apresentando uma coloração azulada e às vezes acinzentada escura, com um fundo
azulado. Na criança recém-nascida apresentam-se róseos tornando-se mais escuros com
a ida de, devido a impregnação pelas partículas do ar atmosféri co. Cada pulmão apresenta um
brônquio principal que vcio da divisão da traquéia. Este bronquio principal penetra pela região do hilo
pulmonar (este nome, para qualquer órgão, é a região onde penetram as artérias, saem as veias
e passam outras estruturas de relação) dividindo-se e subdividindo se dentro do pulmão,
formando um sistema de tubos aéreos ramificados chamados árvore bronquial. (Fig. 8) Os tubos
conduzem o ar para os alvéolos os quais são sacos aéreos delicados, com finas paredes contendo
vasos capilares. Os alvéolos são as partes respiratórias dos pulmões, onde o oxigênio (0) é colhido
pelo sangue e o dióxido de carbono (CO) é eliminado. (Fig 9 e 10)
Cada pulmão apresenta um ápice, uma base, três fa ces (costal, medial e
diafragmática) e três bordas (anterior, inferior e posterior). O pulmão esquerdo está
dividido em dois lobos: superior e inferior separados por uma fissura obliqua. O pulmão direito está
dividido em três lobos: su perior, médio e inferior, provavelmente, desvia-se para a esquerda por
causa do coração (incisura cardíaca). (l'ig:11)
Os dois pulmões estão cada um, envolto por um saco chamado “saco pleural”. A
pleura é uma membrana serosa, brilhante, escorregadia que forra a parede torácica onde é
chamada de pleura parietal. Após se estender pela cavidade torácica a pleura se reflete, indo
revestir os pulmões e se apro fundando pelas fissuras dos mesmos, sendo agora chamada
E
:

44

pleura visceral. As faces opostas da pleura parietal


deslizam suavemente uma de encontro a outra, durante a
respiração. O espaço virtual entre elas, a cavidade pleural,
contém uma película de líquido de espessura capilar (líquido
capilar).
Nariz
BARAT

Faringe Esófago Traquéia


Laringe
Pulmão Direito
Pulmão Esquerda

Brônquios Figura 8 - Árvore Bronquial

27

FAKSI
042 MAG
222

Figura 9 - Árvore Bronquiale Alvéolos

45
O sangue que tem de ser oxigenado é conduzido pelas artérias pulmonares
direita e esquerda que vem do tronco pulmonar, o qual por sua vez, parte do
ventrículo direito. As artérias pulmonares ao penetrarem nos pulmões vão se dividindo em
artérias menores, que acompanham os brôn quios, formando uma verdadeira árvore arterial. Da
mesma maneira que os bronquios se dividiram e subdividiram-se para formar a
árvore brônquica as artérias dividem-se até o tamanho de capilares. Estes por sua vez, se
distribuem para os 300 milhões de alvéolos, formando uma superfície de contato
alvéolo-capilar de aproximadamente 70 m2 de superfícies (de trocas gasosas).
Na superfície alvéolo-capilar, os gases presentes no sangue venoso, que vem pelas
artérias pulmonares e suas ramificações (lembrar que isto é uma exceção: sangue ve noso
em artéria), possuem pouquíssimo oxigênio e muito gás carbônico (pois este sangue é
proveniente dos tecidos). Ao chegar naquela superfície, dentro do alvéolo temos o
ar que veio pela respiração rico em oxigênio e pobre em gás carbônico. Deste modo através
da diferença de concentra ção e de pressão dos gases se dá a troca dos
mesmos (he matose) (Fig. 12). O resultado será uma mudança no san gue dos
capilares, de venoso para arterial (mais oxigênio e pouco CO2) ficando no alvéolo
pouco oxigênio e muito CO.,, que será eliminado pela respiração. O sangue arterial passa
para as vênulas e depois para as veias maiores (esta é a segunda exceção: sangue arterial
em veia) até sair dos pulmões pelas quatro veias pulmonares, indo para o átrio esquerdo.
S

46

Artéria Pulmonar
Veia Pulmonar

pow Bronquiolos
Capllares Sanuineos
Alvéolos

WW

WY

Figura 10 - Alvéolos
Traquéia
revence
Apice

Face costal
Face medial
.
9
DU

Pulmão direito
9

Base

Cisura Bronquio Sulco profundo entre lobos


Pulmão esquerdo
Face Diafragmática

Figura 11 - Pulmões
wwwtwintihar

2. VIAS AÉREAS
As vias aéreas podem ser divididas anatomicamente em vias aéreas superiores e
inferiores.
As vias aéreas superiores são formadas pelas narinas, cavidades nasais,
nasofaringe, orofaringe, laringe e traquéia, que se bifurca numa região chamada carina,
dando origem ao bronquio principal direito e brânquio principal esquerdo.
As vias aéreas inferiores são formadas pelos brôn quios primários, brônquios
secundários, bronquiolos, du tos alveolares e alvéolos pulmonares.
O nariz apresenta duas narinas, e entre elas, o chama do septo nasal. A cavidade
nasal estende-se das narinas, an teriormente, e até as coanas, posteriormente. Na porção in
ferior da cavidade nasal, separando-se da cavidade oral, está o palato duro. No final do
palato duro existe uma formação muscular que é o palato mole e cuja extremidade forma a
úvula (campainha). Das estruturas mais importantes do teto da cavidade nasal chamamos a
atenção para a lâmina criva da do osso etmóide, a qual separa a cavidade das
estruturas da órbita (onde estão colocados os olhos) e por onde passam fibras do
nervo olfatório. Devemos lembrar que a cavidade nasal se comunica com a parte
nasal da faringe (nasofarin ge). Na parede lateral interna do septo, dos dois lados das
narinas, observamos as conchas nasais (Superior, média e inferior) nas quais
estão orifícios que comunicam a cavidade nasal e os ouvidos (médio e os ductos
lacrimais). (Fig.13)
O ar entra pelas fossas nasais onde é aquecido e ume decido. Aí existem pêlos
que ajudam a retirar parte das impurezas do ar. Depois de passar pelas fossas nasais, o ar
vai para a orofaringe atingindo a laringo faringe, onde temos a entrada do esofago
(por onde os alimentos chegam ao estômago) o qual, fica posterior à traquéia.

48
wymaganiese momenti
n

da arteria pulmonar
F..
..
.
..

para a veia pulmonar

bronquiolo
.
VT

SiSH

Hematose é a troca de gás oxigénio por gás carbónico nos


alvéolos

l'igura 12 - Hematose

Concha
Nervo olfativo

Sensores
lativos
Sensores olfativos

m
AR

Meato Sulco sob cada concha


ES
S
Cavidade nasal
07324
Nariz (externo)
erat.

Pêlos da narina
ROSY
KAO

Palaio duro
HRS

Boca

Boca
2
Garganta
Céu da boca
FRENTE LADO

l'igura 13 - Cavidade Nasal Na laringo


faringe, temos a entrada da traquéia, na qual estão
as cordas vocais (estas produzem a voz huma na).
Aí também está a cartilagem epiglote, responsável
pelo controle de entrada de ar para a traquéia e de
alimentos para o esôfago (ela funciona como
uma válvula).
Após o ar passar pela laringe (Fig. 14), atinge a tra quéia
propriamente dita, a qual é um tubo cartilaginoso formado por
anéis cartilaginosos semicirculares de mais ou menos 15 cm).
(Fig. 15)
Epiglote
Osso
1 Ligamento

Cartilagem Tecido duro e flexível

Pomo-de-adão

Cartilagem tireólde

Cartilagem cricoide

Figura 14 - Laringe

-- 1 Laringe

2 Traquéia

3 Bronquio
wa

.
Figura 15 - Traquéia
iit

50
L

A traquéia começa na região do pescoço, indo para dentro da cavidade torácica até
dividir-se, na região da ca rina, em dois bronquios principais.
O ar vai então, dos bronquios principais para os bron quíolos, até chegar aos alvéolos
pulmonares que são envol vidos por capilares pulmonares. É aí que vão acontecer as
trocas gasosas e o sangue que veio para o pulmão vai se oxigenar, num processo chamado
de Hematose.

3. MECÂNICA DA RESPIRAÇÃO
Os pulmões e a parede torácica são estruturas elás ticas. Normalmente o espaço entre a
parede torácica e os pulmões contém uma fina camada de líquido.
Os pulmões são distendidos e expandidos após o nascimento (um dos motivos da
criança chorar ao nascer). A pressão dentro da cavidade pleural (entre pulmão e a cavi dade
torácica) é negativa, abaixo da pressão atmosférica, fa cilitando a expansão pulmonar.
Deste modo, se abrirmos a parede torácica, os pulmões colabam (“murcham').
A respiração divide-se em duas fases: a inspiração, um processo ativo, que ocorre
com a contração dos músculos ins piratórios e a expiração que na prática é considerada passiva.
A inspiração, que promove a entrada de ar nos pul mões, dá-se pela contração da
musculatura do diafragma e dos músculos intercostais externos. O diafragma abaixa e as costelas elevam-
se, promovendo o aumento da caixa torácica, com conseqüente redução da pressão interna (em
relação à externa), forçando o ar a entrar nos pulmões.
A expiração espontânea, que promove a saída de ar dos pulmões, dá-se
pelo relaxamento da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais externos.
O dia fragma eleva-se e as costelas abaixam, o que diminui o volume da caixa torácica, com
conseqüente aumento da pressão interna, forçando o ar a sair dos pulmões.

51

W
ww

Dos músculos respiratórios mais importantes deve mos chamar a atenção


para o diafragma e os músculos in tercostais. O primeiro é responsável por 75% da
variação do volume intratorácico durante a inspiração calma. O dia fragma está fixado
ao redor da base torácica, curvando-se a direita sobre o fígado. Durante a
inspiração este múscu lo se contrai, movimentando-se para baixo e aumentando o
espaço da caixa torácica para a expansão dos pulmões neste sentido. Os músculos
intercostais externos, na ins piração, levam as costelas para frente e para baixo (o
osso externo também vai para frente) aumentando a caixa torá cica no sentido antero-
posterior. Os músculos expiratórios (intercostais internos) só são usados nas
expirações força das, bem como outros músculos inspiratórios do pescoço que só são
usados em situações especiais como: as doenças pulmonares crônicas e a asma
brônquica. (Fig. 16)

Expiração transport
moto Inspiraçãa
Músculos internos Músculos externos Puxam as costelas para Movem os costelas
baixo e para dentro para cima e para fora

Figura 16 - Mecânica da Respiração


52

4. REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO 4.1. CONTROLE Nervoso


A respiração espontânea depende completamente das descargas rítmicas dos
centros respiratórios localizados no bulbo. Interrompendo-se os nervos eferentes (que saem) que
ligam os centros respiratórios com a musculatura res piratória ou destruindo-se estes centros, os movimentos
respiratórios automáticos param, porém os movimentos respiratórios voluntários são ainda possíveis.
Os centros respiratórios estão localizados na forma ção reticular da parte caudal do
bulbo (porção do sistema nervoso central, colocado na região posterior e interna do pescoço) e são três:
centro inspiratório, cujos neurônios provocam a inspiração quando estimulados; centro expi ratório,
parcialmente superposto ao primeiro, cujos neurô nios causam a expiração ativa quando estimulados; centro
pneumotáxico, que ajuda a controlar tanto a freqüência quanto os padrões da respiração.
Os neurônios inspiratórios emitem, quando em ati vidade, salvas de impulsos que
são seguidas de períodos de inatividade. A respiração continua regularmente, pois esta parada
de estímulos é devido ao centro pneumotáxico que inibe intermitentemente o centro inspiratório.
Desta maneira, ao terminar uma inspiração o centro inspiratório fica inibido durante alguns instantes, nos
quais se dá a ex piração. A inibição do centro inspiratório é feita pelo cen tro pneumotáxico que mantém
assim o ritmo respiratório entre 12 a 15 ciclos/minuto (nno adulto).
Impulsos iniciados pela estimulação psíquica ou sen sorial do córtex cerebral podem
afetar a respiração. Em con dições normais, o centro respiratório (CR) produz, a cada 5 segundos, um
impulso nervoso que estimula a contração da musculatura torácica e do diafragma, fazendo-nos ins pirar.
O CR é capaz de aumentar e de diminuir tanto a fre
53

qüência como a amplitude dos movimentos respiratórios, pois possui quimiorreceptores que são
bastante sensíveis ao pH do plasma. Essa capacidade permite que os tecidos rece bam a quantidade
de oxigênio que necessitam, além de remo ver adequadamente o gás carbônico. Quando o
sangue torna se mais ácido devido ao aumento do gás carbônico, o centro respiratório induz a
aceleração dos movimentos respiratórios. Dessa forma, tanto a freqüência quanto a amplitude da respi
ração tornam-se aumentadas devido à excitação do CR. Em situação contrária, com a depressão
do CR, ocorre diminuição da freqüência e amplitude respiratórias.

4.2. CONTROLE QUÍMICO


A elevação da pressão do gás carbônico no sangue ar terial (PC0,) ou a
diminuição da pressão de oxigênio (PO), por aumento da concentração de gás carbônico ou por
di minuição de concentração de oxigênio aumenta o nível de atividade do centro respiratório. As
modificações em sen tido contrário tem efeito levemente inibidor. Os efeitos das variações da
composição química do sangue sobre a res piração são causados por impulsos dos quimiorreceptores
respiratórios, que são células receptoras localizadas no bulbo, nas artérias carótidas (vasos que saem da
aorta para irrigar o cérebro) e na artéria aorta. Estas células são sensí veis à composição química do
sangue e emitem impulsos que estimulam o centro respiratório.
Nos casos onde o metabolismo produz uma quantidade maior de radicais ácidos (por
exemplo - corpos cetônicos no diabetes mellitus) o pH sanguíneo modifica (diminui do va lor normal,
tornando-se ácido-acidose metabólica). As células quimiorreceptoras detectam esta mudança e estimulam
ocen tro respiratório aumentando a freqüência respiratória (taqui pnéia). Este aumento da freqüência provoca
uma troca de CO, e , mais rápida nos alvéolos, de maneira que, a pressão de CO, no sangue diminui e
a pressão de O, aumenta, inibindo os centros respiratórios, compensando a estimulação inicial.
54
Ao contrário, por exemplo na alcalose metabólica onde temos perda de radicais ácidos (por
vômitos por exemplo, perdemos ácido cloridrico) e o pH aumenta (torna-se alcalino ou básico,
aumentando o seu valor), isto será detectado pelas células que inibirão o centro da respiração
(bradipnéia). A diminuição da freqüência respiratória provoca uma diminuição da troca de CO, nos
alvéolos e consequentemente aumento da pressão de CO, no sangue (o CO, é radical ácido pois resulta
do ácido car bônico) que estimula o centro respiratório e compensa o pH.

5. PATOLOGIAS
DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 5.1. ENFISEMA PULMONAR
Doença caracterizada estruturalmente por aumento anormal permanente dos espaços
aéreos distais ao bron quíolo terminal acompanhado de destruição das paredes alveolares. Não ocorre
fibrose. Ao simples aumento dos espaços aéreos sem sua destruição, chama-se hiperinsufla ção ou
hiperexpansão pulmonar.
A insuficiência respiratória incapacitante costuma ocorrer por volta da quinta ou sexta décadas
de vida, a de ficiência funcional surge precocemente. Os danos são irre versíveis, no entanto,
pode-se deter a evolução do processo eliminando-se o tabagismo.
Ocorre destruição das paredes alveolares. Os Pulmões fi cam aumentados de volume
sendo que suas margens anterio res se sobrepõem. Aparecem bolhas nas margens e no ápice. O
órgão fica pálido (contém pouco sangue), fofo e inelástico.
Há dilatação permanente dos alvéolos, ductos e sacos alveolares e perda do componente
elástico do pulmão.
A obstrução dos pequenos canais aéreos cria obstá culo a saída do ar, aumento do ar
residual e aumento da dilatação dos espaços aéreos distais.
: wit

5,2. ASMA
Esta doença se caracteriza pela inflamação crônica das vias aéreas, o que
determina o seu estreitamento, causando dificuldade respiratória. Este estreitamento é
reversível e pode ocorrerem decorrência da exposição a diferentes fatores desen cadeantes
("gatilhos"). Esta obstrução à passagem de ar pode ser revertida espontaneamente ou com
uso de medicações.
As pessoas asmáticas reagem demais e facilmente ao contato com qualquer
"gatilho". Dentre estes, os mais comuns são: o contato com a poeira doméstica, mofo, pólen,
cheiros fortes, pêlos de animais, fumaça, alimentos, medicamentos.
A mucosa brônquica, que é o revestimento interno das vias aéreas, está
constantemente inflamada por causa da hiper-reati vidade brônquica (sensibilidade
aumentada dos bronquios). Nas crises de asma, esta hiper-reatividade brônquica aumenta
ainda mais e determina o estreitamento das vias aéreas. Este fenômeno
leva à tosse, chiado no peito e falta de ar.
Os mecanismos que causama asma são complexos e variam entre a população. Nem
toda pessoa com alergia tem asma enem todos os casos de asma podem ser explicados pela
resposta alér gica do organismo a determinados estímulos. De qualquer forma, cerca de um
terço de todos asmáticos possui um familiar (pais, avós, irmãos ou filhos) com asma ou com
outra doença alérgica.
Alguns asmáticos têm como "gatilho" o exercício. Ao se exer citarem, entram numa
crise asınática com tosse, chiado no peito (si bilância) ou encurtamento da respiração.
Alguns vírus e bactérias causadoras de infecções respiratórias também poden estar impli cadas
em alguns casos de asma que se iniciam na vida adulta.
A asma brônquica pode ter início em qualquer elapa da vida. Na maioria das vezes,
inicia na infância e poderá ou não durar por loda a vida.
Caracteristicamente, nesta doença os sintomas apa recem de forma cíclica,
com períodos de piora. Dentre os sinais e sintomas principais, estão: tosse, que pode
estar ou não acompanhada de alguma expectoração (catarro); falta de ar; chiado no peito (sibilância); dor
ou aperto no peito.
56

CAPITULO 4

APARELHO GENITO-URINÁRIO

1. ANATOMIA

1.1. BEXIGA URINÁRIA, URETER E URETRA


A forma, tamanho, posição e relações da bexiga uri nária variam com a idade e
com a quantidade de urina que ela contém. A posição e as relações variam, também com o sexo, inas não
existem diferenças significantes entre as bexigas masculinas e femininas quanto ao tamanho e a forma. A
bexiga vazia, no indivíduo adulto vivo, é um tanto arredondada sendo modificada pelas suas conexões e
pela pressão. Ela se localiza inteiramente ou quase den tro da pelve (região formada pelos ossos pélvicos
ou da bacia) e repousa sobre a pube (porção anterior da pelve). Está situada um pouco mais
inferiormente na mulher do que no homem. À medida que a bexiga se enche, ela gra dativamente sobe ao
abdômen e pode alcançar o nível do umbigo. A face superior da bexiga está relacionada, através do
peritônio (tecido que protege e recobre o intestino e a parede abdominal), com as alças do
intestino delgado. Na mulher, o corpo do útero se acha acima da bexiga quando
cla está vazia. (l'ig. 17)

5>

Rim
1111

Uréter

Bexiga
Trompa (Tuba Uterina)
Bexiga
WS

Vesiculas Seminais
with
14
1

i No

Prostata
Ovário Pênis Vagina-
.

Epidimio Testículo
Urétra Vulvo do Vestibulo
Glande

Figura 17 - Bexigas Masculina e Feminina No interior da bexiga


observamos o seu revestimento pela mucosa, e encontramos 3
óstios (orifícios): o óstio interno da uretra, por onde a urina vai
sair, e os dois óstios dos ure
teres que trazem a urina dos dois rins. Os ureteres
partem dos rins atravessam a porção abdominal e
penetram na porção pelviana, com um comprimento
aproxima do de 12 cm e meio, chegando um ureter
de cada lado da bexiga pro vindo, respectivamente,
dos rins direito e esquerdo. (Fig. 18)
menten tussen Ureter

Figura 18 - Ureter
58
A uretra é um tubo fino, muscular que serve de pas
sagein da bexiga para o exterior do organismo. No homem serve,
também, como via de passagem para o líquido se minal na maior
parte do seu curso. A uretra feminina e a masculina diferem em muitos
aspectos. A uretra mas culina tem cerca de 20 cm de comprimento,
iniciando-se na bexiga, passando por através da próstata (glândula
de secreção), penetrando na pelve e chegando na raiz do cor po
do pênis até a ponta da glande. Durante o seu trajeto inicial,
(prostático e início da pelve) recebe secreções da próstata, vesículas
seminais e outras pequenas glândulas que vão constituir o sêmen. A uretra
feminina tem cerca de 4 cm de comprimento, se estendendo da
bexiga até o óstio externo da uretra, que está localizado entre os lábios
menores, na frente da abertura da vagina e abaixo do cli tóris. (Fig. 19)

Bexiga
Bexiga
FOR SALE

YAYA
We KOUL
.

Vagina
**

Uretra

Glande
Orificio vaginal

Jóstio externo da uretra


Figura 19 - Uretras Masculina e Feminina
59

2. ÓRGÃOS GENITAIS
MASCULINOS
Os órgãos genitais masculinos consistem
dos dois tes tículos e epidídimos que se acham
alojados na bolsa escro tal, os ductos
ejaculatórios, a próstata, as glândulas bulbo
uretrais e o pênis. Todos estes são pares, com
exceção da próstata e do pênis. (Fig. 20)
DEXIGA
UHETEN

URETER
resimi
W
YYYDET

VESICULA SEMINAL

CANAL DEFENENTE
meminte
stranih inte
PROSTATA

GLANDULA DE
COOPER
-------- UfRETRA
?
EPIDOMO
PER
RA
RESNIU
* Shaw
TESTICULO

ALATO UNIRARIO

Figura 20 - Órgãos Genitais


Masculinos
60
Os espermatozóides, formados nos testículos, são os constituintes essenciais do líquido
seminal (sêmen). Eles pas sam dos testículos para o epidídimo, onde são armazenados.
O epidídimo possui uma secreção mucóide formando um dos constituintes do líquido seminal.
Após sua saída do epidídimo, os espermatozóides atravessam o ducto de ferente e o ducto
ejaculatório e passam para a uretra e dai para o exterior.
Os constituintes restantes do líquido seminal são pro duzidos nas vesículas seminais, na
próstata, nas glândulas bulbo-uretrais, e nas glândulas uretrais que são lançados na uretra.
Os testículos são órgãos pares, ovoidais, sendo a pala vra grega orchis o
correspondente a testículos e o termo or quite como derivado mais usado (inflamação do
testículo).
Após a puberdade eles produzem espermatozóides e sendo glândulas
endócrinas, produzem um hormônio mas culino. O epidídimo é uma estrutura em forma de C,
que está aplicada contra a margem posterior do testículo. Na sua porção final o epidídimo aumenta
de diâmetro e passa a formar o ducto deferente. Este ducto conduz os esperina tozóides
do epidídimo para o ducto ejaculatório. Na região onde este ducto passa próximo a parede
abdominal pode ser feita uma cirurgia simples chamada vasectomia com a finalidade de impedir a
passagem dos espermatozóides para a uretra, servindo como método anticoncepcional.
Oducto ejaculatório é formado pela união do ducto da vesícula seminal como ducto
deferente indo desembocar na uretra (lembrar que existem dois ductos ejaculatórios, um para cada
lado). As vesículas seminais são duas bolsas sacu liformes, que produzem uma parte do líquido
seminal.
A próstata consiste, principalmente de musculatura lisa, tecido fibroso e contém
também glândulas cuja secre ção confere odor característico ao sêmen e, com a
secreção das vesículas seminais, constitui o volume do líquido se minal. (Fig.21)
.

Bexiga

Vesícula seminal
cortant
A

Comprometimento da vesícula seminale

Canal deferente

Próstata
Glândula de Cooper
Uretra

ED BY
Figura 21 - Próstata

3. ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS


Os órgãos genitais femininos são constituídos pelos ovários, trompas
uterinas, útero, vagina e órgãos genitais externos. Os ovários e as trompas
de falópio, que são ór gãos pares, juntamente com o útero, órgão ímpar, estão si
tuados na cavidade pelviana. A vagina está localizada par cialmente
na cavidade pelviana e parcialmente na região externa (períneo). (Fig.
22)
Os ovários, como estudaremos no capítulo das glân dulas,
(endocrinologia), produz óvulos e tem função endo crina, fabricando
dois hormônios principais: estrógeno e progesterona. Na mulher que não
teve filhos (nulípara) o
62

.
..

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