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Professor autor/conteudista
ELOIZA HELENA CAMPANA
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pública, sob pena de responsabilização civil e criminal.
SUMÁRIO
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1. Biossegurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1 Acidentes biológicos entre profissionais de saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2. Saúde do trabalhador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1 PCMSO: Programa de Controle de Medicina e Saúde Ocupacional . . . . . . . . . . . . . 8
2.4 PPRA: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.3 Cipa: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.4 NR-32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.5 NBR 14785 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3. Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
5. Risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
5.1 Agente de risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
5.2 Risco ocupacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
5.2.1 Risco de acidentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
5.2.2 Riscos ergonômicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
5.2.3 Riscos físicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
5.2.4 Riscos químicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16
5.2.5 Riscos biológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16
5.3 Níveis de contenção física para riscos biológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
6. Mapa de riscos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
7. Prevenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
7.1 Barreiras primárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
7.1.1 Equipamentos de proteção individual (EPI) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
7.1.2 Equipamentos de proteção coletiva (EPC) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
7.1.3 Equipamentos de segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
7.2 Barreiras secundárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
7.3 Simbologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
8. Rotinas de esterilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
8.1 Artigos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
8.2 Limpeza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
8.2.1 Limpeza manual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
8.2.2 Limpeza automatizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
8.2.3 Desinfecção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
8.2.4 Esterilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
8.2.5 Embalagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
8.3 Higienização das mãos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
8.3.1 Uso de água e sabão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
8.3.2 Uso de preparação alcoólica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
8.3.3 Uso de antissépticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
INTRODUÇÃO
1. BIOSSEGURANÇA
Figura 1 – Biossegurança
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trabalhos do laboratório de análises clínicas, gerando um aumento do número de amostras analisadas
e o incremento da demanda. Com isso, fizeram-se necessários cuidados mais criteriosos e uma
crescente preocupação com os níveis de segurança.
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dentro dos serviços de saúde, sendo aqueles que cuidam diretamente de pacientes mais expostos.
Mas aqueles profissionais de categorias não envolvidas diretamente com os cuidados aos pacientes
ou seus fluidos corporais também podem ser vítimas de acidentes biológicos (trabalhadores de
limpeza, lavanderia, manutenção e coleta de lixo).
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2. SAÚDE DO TRABALHADOR
Figura 4 – Saúde do trabalhador
Fonte: rodfai/Shutterstock
O trabalho vai surgir basicamente junto com o primeiro ser humano. Com o passar do tempo,
surge a necessidade de obter um trabalho decente, no qual se deve ter a oportunidade de:
• Art. 196 - “A Saúde é um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas [...]”
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• Art. 200 - “Ao Sistema Único de Saúde (SUS) compete... executar as ações de saúde do
trabalhador...”
Constitui uma área da saúde pública que tem como objeto de estudo e intervenção das relações
entre o trabalho e a saúde e tem como objetivos a proteção e promoção da saúde do trabalhador.
Alguns fatores podem influenciar a saúde do trabalhador, como fatores sociais, econômicos,
tecnológicos e organizacionais responsáveis pelas condições de vida.
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desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa e este programa é regido pela NR-
9. Um dos aspectos mais importantes deste programa é o levantamento do mapa de riscos do
ambiente do trabalho através da antecipação, reconhecimento e avaliação e consequente controle
da ocorrência de riscos ambientais, existentes ou futuros no ambiente de trabalho. O PPRA deve
estar articulado com o disposto nas demais NR, em especial com o PCMSO (NR 7).
Fonte: <http://blog.concursosdasaude.com.br/wp-content/uploads/2016/12/Logo-CIPA.jpg>.
A Cipa é uma comissão formada por representantes indicados pelo empregador e membros
eleitos pelos trabalhadores e que tem por finalidade prevenir acidentes e doenças decorrentes do
trabalho.
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2.5 NBR 14785
Os requisitos de segurança mínimos de um laboratório clínico são regidos pela Norma Técnica
NBR 14785 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) de 2001. Esta norma é um código
de práticas que descreve os requisitos de segurança aplicáveis aos laboratórios clínicos em todo o
território nacional e serve aos governos, órgãos oficiais ou privados, como base para essa finalidade.
O objetivo é estabelecer as especificações para a segurança, aplicáveis no laboratório clínico.
3. HISTÓRICO
Figura 6 – Biossegurança
Fonte: Tonhom1009/Shutterstock
Em 1941, Meyer e Eddie publicaram uma pesquisa com 74 casos de brucelose associados a um
laboratório nos Estados Unidos da América. Neste estudo, os autores notaram que a manipulação
de culturas ou a inalação de poeira (aerossol) contendo a bactéria Brucella spp. era eminentemente
perigosa para os trabalhadores do laboratório. Vários dos casos foram relacionados com falta de
cuidado ou manuseio incorreto dos materiais infectados. Em 1949 Sulkin e Pike publicaram o primeiro
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dos seus estudos sobre infecções associadas a laboratórios. Os autores constataram 222 infecções
virais, sendo 21 destas fatais. Em pelo menos um terço dos casos a provável fonte de infecção estava
relacionada ao manuseio de animais e tecidos contaminados. Estes e outros estudos ditavam a
necessidade da implantação de regras para a diminuição de acidentes relacionados ao trabalho
em laboratórios. Com isso, a história da biossegurança começa a se estruturar nas décadas de
1970 e 1980.
1974 - Classificação de Risco dos Agentes Etiológicos - CDC (Centers for Disease Control)
Reestruturação da CTNBio
2010 - Norma Técnica de Biossegurança para Laboratórios de Saúde Pública (Portaria 3.204/2010).
Leia a íntegra da Portaria nº 3.204/2010, que aprova a Norma Técnica de Biossegurança para
Laboratórios de Saúde Pública, em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt3204_20_10_2010.
html>.
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adequados e permitam a eliminação ou minimização desses riscos para o trabalhador e para o
ambiente, sob o ponto de vista das instalações, da capacitação dos recursos humanos e da dinâmica
de trabalho. Cada laboratório de análises clínicas deverá desenvolver um manual de biossegurança,
onde deverão ser identificados os possíveis riscos encontrados. Este manual deverá conter também
os procedimentos e práticas para minimizar ou eliminar as exposições a estes riscos.
Devemos lembrar que o laboratório de análises clínicas deve ser projetado para assegurar
que os riscos (biológicos, químicos, físicos, ergonômicos e de acidentes) sejam minimizados ou
totalmente evitados, provendo assim um ambiente de trabalho seguro.
• Formação de aerossóis
• Número de pessoal e de equipamentos
• A infestação por roedores e artrópodes
• A entrada de indivíduos sem autorização
5. RISCO
Como dito anteriormente, “Biossegurança é um conjunto de medidas voltadas para a prevenção
de riscos [...]”, mas o que é risco?
Risco é definido como um perigo mediado pelo conhecimento. É a chance de ocorrer prejuízo,
dano ou perda, onde temos perigo ou a possibilidade de perigo. E por perigo entendemos um estado
ou situação que inspira cuidado.
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5.1 Agente de risco
O agente de risco é qualquer componente de natureza física, química ou biológica que possa
“comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos
desenvolvidos”. Para que tenhamos ação em biossegurança, é imprescindível realizar uma avaliação
de riscos.
Fonte: comussu/Shutterstock
ID do vetor: 548494051
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CURIOSIDADE
Os profissionais da área da saúde estão constantemente expostos aos mais diversos grupos de
riscos ocupacionais, como biológicos (agentes infecciosos), químicos (substâncias tóxicas), físicos
(radiação ou temperatura), ergonômicos (posturais) e psicossociais (estresse).
1. Riscos de acidentes
2. Riscos ergonômicos
3. Riscos físicos
4. Riscos químicos
5. Riscos biológicos
Risco de acidente é qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de perigo e possa
afetar sua integridade, bem-estar físico e moral. As causas de acidente podem ser em sua maioria
por atos inseguros, mas também por uma condição insegura.
O ato inseguro pode ser decorrente de negligência, descuido, falta de atenção, imprudência,
inobservância das atitudes necessárias, imperícia, incompetência técnica pela inexperiência ou
falta de conhecimento. A condição insegura pode dever-se à deficiência ou irregularidade técnica
presente no local do trabalho.
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5.2.2 Riscos ergonômicos
Figura 8 – Risco ergonômico
Fonte: Macrovector/Shutterstock
Os riscos ergonômicos são aqueles que podem interferir nas características psicofisiológicas
do trabalhador, afetando a sua saúde ou até mesmo causando algum desconforto. Portanto, são
todos os elementos físicos e organizacionais que interferem no conforto e saúde.
Os riscos físicos são provocados por alguma forma de energia a que possam estar expostos
os trabalhadores. São aqueles gerados por máquinas e condições físicas características do local
de trabalho, que podem causar danos à saúde do trabalhador. Entre as formas de energia, temos:
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temperaturas extremas, ruído, vibrações, umidade, pressões anormais, campos elétricos, radiações,
entre outros.
Consideram-se agentes de risco químico as substâncias químicas que se encontram nas formas
líquida, sólida e gasosa que, quando absorvidas pelo organismo, podem produzir reações tóxicas
e algum dano à saúde. Estas substâncias podem penetrar no organismo por via respiratória e ser
absorvidas pelo organismo através da pele ou por ingestão.
Alguns exemplos são: poeira, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores, substâncias tóxicas,
explosivas, inflamáveis, corrosivas, oxidantes, entre outros.
Os agentes de risco biológico podem ser distribuídos em quatro classes por ordem crescente
de risco, segundo os seguintes critérios:
• Patogenicidade
• Virulência
• Transmissibilidade
• Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes
• Disponibilidade de tratamento eficaz
• Endemicidade
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Classe I (Risco 1)
Dificilmente são patogênicos para o homem, animais ou plantas (escasso risco individual para
o trabalhador e comunitário). Ex: Lactobacillus, Bacillus cereus, Bacillus subtilis...
Classe II (Risco 2)
São patogênicos para o homem, mas medidas terapêuticas e profiláticas são eficazes (moderado
risco individual para o trabalhador e limitada probabilidade de disseminação para a comunidade).
Ex: Escherichia coli, Pseudomonas spp., Acinetobacter spp., Candida albicans, herpesvírus, vírus
da dengue, adenovírus, HBC, HIV, Toxoplasma spp., Trypanosoma spp....
Muito patogênicos para o homem e potencialmente letais, no entanto existem medidas terapêuticas
e/ou profiláticas eficazes (elevado risco individual para o trabalhador e probabilidade de disseminação
para a comunidade e meio ambiente). Ex: flavivírus, hantavirus, príons, Mycobacterium tuberculosis,
Bacillus anthracis, Burkholderia mallei, Clostridium botulinum, Histoplasma capsulatum...
Classe IV (Risco 4)
São extremamente patogênicos para o homem e/ou para animas e não existem medidas
terapêuticas e profiláticas são eficazes (elevado risco individual para o trabalhador e elevada
probabilidade de disseminação comunitária). Ex: Cowdria ruminatium, vírus ebola, febres hemorrágicas,
vírus da aftosa.
Em laboratórios de análises clínicas, onde o trabalho envolve sangue humano, líquidos corporais,
tecidos ou linhas de células humanas, aplica-se a classe de risco 2. Geralmente a presença do
agente infeccioso é desconhecida, mas estes apresentam um espectro de gravidade moderada
para a comunidade.
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Quadro 1 – Principais consequências dos riscos ocupacionais
Risco 1 Nível 1: NB 1
Risco 2 Nível 2: NB 2
Risco 3 Nível 3: NB 3
Risco 4 Nível 4: NB 4
*requisitos de segurança
Fonte: Elaborado pela autora.
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NB-1 - Nível de biossegurança 1: Representa um nível básico que se baseia nas práticas padrões
(adoção de boas práticas laboratoriais). Não são necessárias barreiras primárias ou secundárias,
com exceção de uma pia para a higienização das mãos. Aplica-se aos laboratórios de ensino básico,
nos quais são manipulados os microrganismos pertencentes a classe de risco I. Pode ser utilizado
também em laboratórios onde é realizado o trabalho, com cepas definidas e caracterizadas de
microrganismos conhecidos por não causarem doenças em homens adultos e sadios.
NB-2 - Nível de biossegurança 2: É destinado ao trabalho com microrganismos da classe de risco II.
É adequado para qualquer trabalho onde a presença de um agente infeccioso pode ser desconhecida.
São necessárias barreiras primárias (cabine de segurança biológica e equipamentos de proteção
individual) e secundárias (desenho e organização do laboratório). Aplica-se aos laboratórios clínicos
ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico, laboratórios-escolas e outros laboratórios onde
o trabalho é realizado com um maior espectro de agentes de risco moderado.
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Quadro 3 – Níveis de biossegurança
1 Básico – N1 Não são Ensino básico; BPL Nenhum Bancada de trabalho; Tratado;
conhecidos pesquisa pias próximas autoclavado ou
por causarem incinerado
doenças
em adultos
sadios
2 Básico – N2 Associados Serviços BPL, acesso EPI; CSB NB1, mais autoclave Tratado;
com doenças básicos de restrito, sinal de classe I ou II autoclavado ou
humanas/ saúde, serviços risco biológico, para possíveis incinerado
risco lesão de diagnóstico precaução aerossóis
percutânea, e pesquisa padrão, manual de
ingestão, biossegurança
exposição da
mucosa
3 Confinamento Agentes Serviços Como N2, mais EPI; CSB classe I NB2, mais separação Tratado,
– N3 exóticos com especiais de roupa especial, ou II e/ou outros física dos corredores autoclavado ou
potencial para diagnóstico e acesso controlado, dispositivos de acesso, portas incinerado
transmissão pesquisa ventilação dirigida primários, de acesso duplas,
via aerossol proteção ar de exaustão não (descontaminado
respiratória recirculante, fluxo de antes de sair da
ar negativo sala)
4 Confinamento Agentes Serviço de Como N3, mais CSB classe III ou NB3, mais edifício Práticas específicas
– N4 exóticos ou manipulação entrada hermética, classe II mais separado ou área
perigosos que de agentes troca de roupa na macacão de isolada, sistemas
impõem um patogênicos entrada, saída com pressão positiva, de abastecimento e
alto risco de perigosos ducha, eliminação ar filtrado escape a vácuo
doenças especial de
resíduos
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Os requisitos recomendados e indispensáveis de acordo com o nível de biossegurança são
classificados em barreiras de contenção primárias e secundárias, das quais falaremos mais adiante.
6. MAPA DE RISCOS
É a expressão gráfica da distribuição do conjunto de riscos envolvidos em um processo de
trabalho realizado em um ponto específico.
Fonte: <http://blog.inbep.com.br/para-que-serve-o-mapa-de-risco/>.
Por que devemos fazer o mapa de riscos? Estes riscos podem prejudicar a saúde do trabalhador
e o bom andamento do serviço, portanto, devem ser identificados, avaliados e controlados de forma
correta.
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Segundo a NR-5, a Cipa terá por atribuição “[...] identificar os riscos do processo de trabalho, e
elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria
do SESMT, onde houver”.
Após a sua elaboração, discussão e aprovação pela Cipa, o mapa de riscos deverá ser afixado
em cada local analisado, de forma que os trabalhadores tenham fácil acesso ao mesmo e possam
ser alertados sobre os perigos existentes no local de trabalho.
Os riscos ambientais são agrupados em cinco grupos e classificados por cores correspondentes
a cada tipo de agente, sendo eles apresentados no Quadro 4:
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Tais riscos têm origem nos diversos elementos do processo de trabalho, como materiais,
equipamentos, instalações e na forma de organização do trabalho. Então, este mapa trata de
identificar situações e locais potencialmente perigosos. Alguns exemplos de riscos estão descritos
no quadro a seguir.
No mapa de riscos, os riscos são representados por círculos de três tamanhos diferentes
(pequeno, médio e grande) de acordo com o grau de gravidade. O círculo será colorido de acordo
com o tipo de risco a que está associado.
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Figura 10 – Grau de gravidade de riscos
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7. PREVENÇÃO
Figura 11 – Medidas de prevenção
Fonte: Concretecowboy/Shutterstock
Prevenção é o conjunto de medidas e recomendações que visam evitar e/ou diminuir a transmissão
direta ou indireta de microrganismos de importância epidemiológica entre pacientes, profissionais
de saúde ou visitantes dentro dos serviços de saúde, evitando assim as consequências das doenças.
A prevenção pode ser a inespecífica ou específica.
• Medidas inespecíficas: São medidas gerais, com o objetivo de promover o bem-estar das
pessoas.
• Medidas específicas: São medidas restritas. Incluem as técnicas próprias para lidar com cada
agravo em particular.
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Quadro 6 – Princípios para o controle de risco
Gerenciamento de resíduos
Fonte: Adaptado de Anvisa (2007).
As medidas preventivas contra infecções por patógenos transmitidos pelo sangue, conhecidas
por precauções-padrão, começaram a ser instituídas a partir da descrição do primeiro caso de
infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). As medidas de precauções-padrão são um
conjunto de recomendações gerais que visam prevenir a exposição ocupacional a patógenos em
profissionais de saúde.
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7.1.1 Equipamentos de proteção individual (EPI)
Figura 12 – EPI
Fonte: comussu/Shutterstock
• Agentes infecciosos
• Materiais perfurocortantes
• Substâncias químicas e/ou tóxicas
• Outros agentes e situações nocivas à saúde
Ou seja, os EPI são dispositivos destinados a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador,
lembrando que os EPI devem proporcionar o mínimo e desconforto e nunca tirar a liberdade de
movimentos do trabalhador.
A classificação dos EPI pode ser feita segundo a parte do corpo que se protege: proteção para
a cabeça, proteção do corpo, dos membros superiores e dos membros inferiores. Os principais EPI
que devem estar disponíveis para todos os profissionais que trabalham em laboratórios de análises
clínicas são: aventais, luvas, máscaras, óculos e protetores faciais.
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O avental protege as roupas contra borrifos químicos ou biológicos e ainda fornece uma proteção
adicional ao corpo. A melhor opção é a seleção de aventais de puro algodão, material não reativo a
produtos químicos e resistente a chamas. Os aventais devem, de preferência, cobrir completamente
as vestimentas, ser fechados nas costas e ter mangas compridas.
As luvas atuam contra riscos biológicos, queimaduras químicas, calor ou frio excessivo, choques
elétricos e outros riscos físicos. Também fornecem elevado grau de proteção contra dermatites.
Deve-se lembrar que as luvas precisam ser de material resistente, ter baixa permeabilidade e boa
flexibilidade, além de serem compatíveis com as substâncias que serão manuseadas.
As máscaras vão proteger o aparelho respiratório e podem ser: respiradores com filtros mecânicos
para proteção contra partículas suspensas no ar, respiradores com filtros químicos que protegem
contra gases e vapores orgânicos e respiradores com filtros combinados (mecânicos e químicos).
Os óculos de segurança oferecem amparo aos olhos contra riscos de impactos, de substâncias
nocivas ou de radiações. Eles precisam proporcionar ao trabalhador visão transparente e sem
distorções.
Os protetores faciais protegem a face contra riscos de impactos (partículas sólidas, quentes ou
frias), substâncias nocivas (poeira, líquidos e vapores) e radiações (raios infravermelho, ultravioleta).
Eles oferecem uma proteção adicional à face do trabalhador sem necessitar do uso de óculos de
segurança.
Lembre-se, ainda, que os pés devem estar protegidos. O uso de sandálias ou sapatos de pano
acarretam problemas sérios e podem gerar situações perigosas. O sapato deverá ser compatível
com o tipo de atividade desenvolvida.
Máscara N95
Segundo o CDC (Centro para Prevenção e Controle de Doenças – EUA), esta máscara é utilizada
para o controle da exposição ocupacional ao Mycobacterium tuberculosis, sendo recomendada
também para redução da exposição a aerossóis contendo outros agentes biológicos potencialmente
patogênicos e/ou infecciosos, tais como:
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• Varicela
• Entre outros
A máscara foi desenvolvida para proteger o trabalhador de saúde de infecções por inalação de
gotículas transmitidas à curta distância e pela projeção de sangue ou outros fluidos corpóreos que
possam atingir suas vias respiratórias.
Os EPC são equipamentos que servem para minimizar a exposição dos grupos de trabalhadores
aos riscos. Estes equipamentos irão possibilitar a proteção da equipe do laboratório e do meio
ambiente.
Cabines de segurança
As cabines de segurança biológica (CSB) são o principal exemplo de EPC e têm por finalidade
evitar a fuga de aerossóis (infecciosos, gases tóxicos e/ou corrosivos) para o ambiente, protegendo
o operador, o ambiente laboratorial e o material de trabalho da exposição a aerossóis e salpicos
com agentes infecciosos. As cabines de segurança são indispensáveis em qualquer laboratório.
Há três tipos de cabines de segurança biológica usadas em laboratórios:
• Classe I
• Classe II – A, B1, B2, B3
• Classe III
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Classe II 100 30% de ar Sim (níveis 2e3 Sim
– B1 recirculado e baixos/
exaustão através volatividade)
de filtro HEPA e
dutos
Essas cabines de segurança biológica podem ter fluxo horizontal ou vertical. A CSB de fluxo
laminar horizontal é utilizada para trabalhar com produtos estéreis não patogênicos. Já a CSB
de fluxo laminar vertical destina-se a trabalhos com amostras ou produtos patogênicos, em que
há necessidade absoluta de segurança para o trabalhador. A escolha da CSB depende do tipo de
proteção necessária (proteção do produto, proteção pessoal contra microrganismos dos grupos
de risco 1 a 4 ou uma combinação destes). Lembre que químicos tóxicos ou voláteis não devem
ser utilizados em CSB que reenviam o ar usado para a sala.
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7.2 Barreiras secundárias
As barreiras secundárias nada mais são que as soluções físicas presentes no ambiente de
trabalho que proporcionam uma proteção do meio ambiente externo ao laboratório contra exposição
aos materiais infecciosos. As barreiras recomendadas dependerão do risco de transmissão de cada
laboratório. Algumas soluções físicas são:
Outro elemento básico para a contenção de agentes de risco é a boa prática de laboratório
(BPL). Esta pode ser seguida quando temos as práticas e técnicas microbiológicas padronizadas,
um conhecimento prévio dos riscos a que se está exposto, um treinamento de segurança efetivo
e, acima de tudo, a implantação do manual de biossegurança.
7.3 Simbologia
Figura 13 – Sinalização
A sinalização é uma ação muito importante e deve ser uma das primeiras ações a serem
desenvolvidas pelos profissionais responsáveis pelo programa de biossegurança de uma
instituição, já que os profissionais da área da saúde que exercem suas atividades em
laboratórios estão sujeitos a diversos tipos de riscos. Produtos e áreas que oferecem riscos
devem ser marcados com os devidos símbolos internacionais em etiquetas autoadesivas padrão.
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No Brasil, a simbologia de risco está normatizada pela ABNT na NBR 7500 e é a mesma adotada
pela ONU. Estes símbolos apresentam formas e cores diferenciados que indicam sinalização de:
aviso, interdição, obrigação, segurança e prevenção de incêndio. Alguns exemplos de sinais podem
ser vistos abaixo:
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Figura 14 – Risco biológico
Fonte: <http://www.who.int/csr/resources/publications/biosafety/BisLabManual3rdwebport.pdf>.
8. ROTINAS DE ESTERILIZAÇÃO
A limpeza das áreas físicas do laboratório de análises clínicas deve ser realizada com o intuito de
desinfecção, e deve acontecer regularmente. Para pisos, paredes, vidraças, bancadas e superfícies
não metálicas a limpeza deve ser feita com hipoclorito de sódio 0,5% e, para superfícies metálicas,
álcool etílico 70%. A desinfecção do ambiente é empregada antes e após a atividade laboratorial
para prevenir contaminação do ambiente com materiais ou produtos biológicos que ofereçam risco,
sendo esta tarefa extremamente essencial para reduzir os riscos de contaminação acidental pelo
laboratorista ou por outro indivíduo presente no local.
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Figura 15 – Rotina de esterilização
• Limpeza é a remoção de materiais não desejáveis, como sujeira orgânica e/ou inorgânica de
superfícies e objetos. A limpeza comumente se faz com água, detergente e ação mecânica.
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• Desinfecção é o processo físico e/ou químico que irá destruir os microrganismos presentes em
objetos inanimados. Na desinfecção, não necessariamente os esporos dos microrganismos
são destruídos.
• Esterilização é o processo físico e/ou químico que tem por finalidade destruir todas as formas
de microrganismos, inclusive os esporos de microrganismos.
• Descontaminação é o termo utilizado para a desinfecção e/ou esterilização terminal de
superfícies, equipamentos ou instrumentos contaminados.
• Antissepsia é o procedimento pelo qual microrganismos presentes na pele ou mucosas são
eliminados. Na antissepsia utiliza-se substâncias microbicidas ou microbiostáticas.
• Assepsia é o procedimento pelo qual microrganismos presentes em superfícies, equipamentos
ou instrumentos são eliminados com o uso de substâncias microbicidas ou microbiostáticas.
Através dos processos citados acima é possível controlar a contaminação por produtos biológicos.
Mãos 5 minutos
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8.1 Artigos
Compreendem instrumentos de naturezas diversas utilizados na assistência médico hospitalar
e laboratorial. São classificados de acordo com sua natureza, risco para o paciente e aplicação em:
• Crítico: penetra na pele e nas mucosas dos pacientes, atingindo tecidos subepiteliais e sistema
vascular (instrumentos perfurocortantes que têm contato com sangue). Requer esterilização;
• Semicrítico: entra em contato com a pele não íntegra ou mucosa íntegras. Requer desinfecção;
• Não-crítico: entra em contato com a pele íntegra. Requer limpeza.
8.2 Limpeza
A limpeza é o processo que irá preceder as ações de desinfecção e/ou esterilização. É importante
lembrarmos que, quanto mais limpo estiver o artigo, menores as chances de falhas ocorrerem na
esterilização do mesmo. A limpeza pode ser desenvolvida de forma manual ou automatizada e tem
por finalidades:
• remoção da sujidade;
• remoção e/ou redução de microrganismos;
• remoção de resíduos químicos, orgânicos e endotoxinas;
• remoção e/ou redução de substâncias pirogênicas;
• preservar o material.
Fonte: lukpedclub/Shutterstock
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É todo procedimento de limpeza realizado manualmente por meio de ação física, utilizando-se
água, detergente, escovas de cerdas macias e esponjas.
Detergentes são “Soluções que têm a capacidade de tornar solúvel em água sujidades aderidas
e de difícil remoção”.
8.2.3 Desinfecção
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• Nível intermediário - elimina os microrganismos na forma vegetativa e a maioria dos fungos e
vírus, inclusive o bacilo da tuberculose, porém não elimina nenhum esporo de microrganismos.
• Nível baixo - elimina a maioria dos microrganismos na forma vegetativa e alguns fungos e
vírus, no entanto, não elimina o bacilo da tuberculose nem esporos de microrganismos.
A desinfecção pode ocorrer por processos físicos, onde temos um alto nível de desinfecção,
como a pasteurização (água 75ºC por 30 minutos) e pela utilização da lavadora termodesinfectadora
(60 a 95ºC).
A seleção dos desinfetantes deve ser feita levando-se em conta que este componente deve ter
um amplo espectro de ação antimicrobiana, não danificar os artigos, sofrer pouca e/ou nenhuma
interferência da matéria orgânica, não ser corrosivo, possuir baixa toxicidade e ser estável.
8.2.4 Esterilização
A esterilização pode ocorrer por métodos físicos (calor seco, calor úmido e radiações), químicos
(glutaraldeído, formaldeído, acido peracético, peróxido de hidrogênio estabilizado, compostos de
ácido peracético/peróxido de hidrogênio) ou físico-químicos (óxido de etileno, formaldeído e plasma
de peróxido de hidrogênio).
Figura 17 – Autoclave
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Esterilização a base de calor
• Utiliza a ação combinada de um agente químico e um meio físico, gerando vapor de gases.
Todo processo de esterilização deve ser monitorado para se ter a certeza da eficácia do processo.
Alguns indicadores podem ser utilizados para este fim. São eles:
8.2.5 Embalagem
A embalagem dos artigos a serem esterilizados deve ser selecionada de modo que o processo
de esterilização ocorra devidamente e que sua esterilidade seja mantida até a sua utilização:
• Ser permeável ao ar
• Ser permeável ao agente esterilizante
• Permitir a entrada do agente esterilizante
• Permitir a secagem do artigo
• Ser uma barreira à passagem de microrganismos
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controle de infecções. Atualmente existem diversos programas que enfocam a importância da
higienização das mãos e tentam, com isso, mudar a adesão dos profissionais da área da saúde.
A primeira vez que a higienização das mãos foi dada como importante para o controle de infecções
foi em 1846, quando o médico húngaro, Ignaz Semmelweis, reportou a diminuição no número de
mortes maternas por infecção puerperal após a implantação da prática de higienização das mãos
em um hospital em Viena. No entanto, apesar das evidências da importância da higienização das
mãos, a maioria dos profissionais da saúde ainda não seguem estas recomendações.
Alguns motivos relacionados para a não adesão da higienização das mãos são:
• Muito ocupados
• As mãos se ressecam
• As mãos não parecem sujas
• As pias não estão próximas
• Falta papel-toalha
• A prioridade é o trabalho
• Leva muito tempo
Figura 18 – Higiene das mãos
Fonte: MSSA
A higienização das mãos é, sem dúvida, a rotina mais simples, menos dispendiosa, mais eficaz e
de maior importância na prevenção e controle da disseminação de infecções, devendo ser praticada
por toda equipe, sempre ao início e ao término de qualquer tarefa. Lavar as mãos corretamente,
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além de prevenir uma série de doenças transmissíveis, é considerado um princípio básico da higiene
pessoal.
O termo “lavagem das mãos”, utilizado corriqueiramente, foi substituído recentemente por
“higienização das mãos” devido à maior abrangência deste processo. O termo engloba a higienização
simples, a higienização antisséptica, a fricção antisséptica e a antissepsia cirúrgica das mãos. Os
tipos de higienização das mãos podem ser vistos no vídeo a seguir.
A higienização das mãos tem por finalidade a remoção mecânica das sujidades, suor, pelos,
células descamativas, oleosidade e a redução da microbiota transitória da pele. Com isso, prevenimos
e diminuímos a transmissão das infecções veiculadas pelo contato (transmissão cruzada). A duração
do procedimento varia de 40 a 60 segundos. Já a antissepsia ou degermação de mãos tem por
finalidade a redução da microbiota residente e a eliminação da microbiota transitória. Será utilizada
uma solução com propriedade germicida denominada antisséptico.
• Residente - Coloniza as camadas mais internas da pele, sendo mais difícil de ser removida
pela higienização das mãos com água e sabão. É constituída por microrganismos de baixa
virulência, pouco associados às infecções veiculadas pelas mãos (Staphylococcus spp.,
Corynebacterium spp., e Micrococcus spp.).
• Transitória - Coloniza a camada mais superficial da pele. Sendo assim, pode ser removida
pela ação mecânica da higienização das mãos com água e sabão. Quando se utiliza solução
antisséptica, esta microbiota é eliminada com mais facilidade. É constituída, basicamente, por
bactérias gram-negativas (Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa) e cocos Gram-positivos
(Staphylococcus spp.), além de fungos e vírus.
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Vejamos diferentes contagens de microrganismos em diferentes áreas:
Nos profissionais de saúde, essa contagem varia de 3,9 x 104 a 4,6 x 106 UFC/cm2.
Todos os profissionais da área da saúde devem higienizar as mãos, e existem diversos momentos
em que este procedimento está indicado. Devemos nos lembrar de que, mesmo que as luvas sejam
utilizadas durante os procedimentos, após a sua retirada as mãos devem ser higienizadas. Os
profissionais que atuam na área da saúde podem higienizar suas mãos utilizando água e sabão,
preparação alcoólica ou antisséptico, variando de acordo com as indicações.
A lavagem simples das mãos com água e sabão é recomendada sempre que:
Serve para higienizar as mãos quando estas não estiverem visivelmente sujas.
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8.3.3 Uso de antissépticos
Degermação da pele
Entre os principais antissépticos utilizados para a higienização das mãos, destacam-se álcoois,
clorexidina, compostos de iodo, iodóforos e Triclosan.
Quadro 8 – Antissépticos
Fonte: Anvisa.
Para a realização da higienização das mãos, os profissionais da área da saúde necessitam das
seguintes instalações:
• Lavatórios ou pias
• Dispensadores de sabão e antissépticos
• Toalheiro com papel-toalha
• Lixeira
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Os lavatórios ou pias devem preferencialmente possuir torneiras com comandos que dispensem
o contato das mãos. Os dispensadores de sabão e antissépticos devem possuir dispositivos que
facilitem seu esvaziamento e preenchimento, a fim de evitar sua contaminação. Deve-se optar por
dispensadores que evitem o contato direto com a mão dos profissionais da área da saúde e de fácil
limpeza. O papel-toalha deve possuir boa propriedade de secagem e deve-se dar preferência aos
papéis em bloco. O toalheiro deve ser de fácil limpeza e a sua instalação deve ser de tal forma que
não receba respingos de água e sabão. A lixeira deve se encontrar junto aos lavatórios ou pias. No
caso de lixeira com tampa, sua abertura deve ser sem a utilização das mãos.
Fonte: adriaticfoto/Shutterstock
Conforme a Lei nº 8.213/91, acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou perda
ou redução, permanente e/ou temporária, da capacidade para o trabalho. Equipara-se também a
acidente de trabalho “a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de
sua atividade”. No Brasil, acidentes de trabalho devem ser comunicados imediatamente por meio da
emissão da comunicação de acidente de trabalho (CAT). Este documento deve ser encaminhado ao
profissional acidentado, hospital, sindicato da categoria, Sistema Único de Saúde (SUS), Previdência
Social e Ministério do Trabalho. Os acidentes de trabalho material biológico devem ser tratados
como casos de emergência médica, uma vez que as intervenções necessitam ser iniciadas logo
após a ocorrência do acidente, para a sua maior eficácia.
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Indivíduos que trabalham em laboratórios de análises clínicas estão frequentemente expostos
a diversos agentes biológicos prejudiciais à saúde e correm o risco de adquirir uma infecção por
exposição ocupacional. Segundo o CDC, em um estudo intitulado “National Surveillance System
for Healthcare Workers” (2011), ocorreram 236.000 acidentes percutâneos por ano e, destes, 75%
eram preveníveis. Em um estudo do grupo italiano “Italian Study on Occupational Exposure to HIV”,
em um ano, ocorreram 439 acidentes percutâneos e, destes, 74% poderiam ser prevenidos apenas
com alteração do comportamento do trabalhador.
Alguns cuidados locais imediatos devem ser seguidos após a exposição ocupacional a materiais
biológicos:
• Pele: Lavar com água e sabão abundantemente, secar e aplicar álcool a 70%.
• Mucosas: Lavar abundantemente com água ou soro fisiológico.
• Lesão perfurocortante: Deixar sangrar alguns segundos; lavar exaustivamente com água e
sabão.
Nunca realizar procedimentos que possam aumentar a área exposta (cortes, injeções locais) e
não utilizar soluções irritantes (éter, hipoclorito ou glutaraldeído). Não é recomendada a utilização
a injeção de antissépticos nos ferimentos, nem mesmo se recomenda “espremer” o ferimento.
Para qualquer exposição ocupacional a materiais biológicos deve ser realizada recomendações
específicas para imunização contra tétano e disponibilizado o aconselhamento e o seguimento
clínico e sorológico, sendo este:
Se anti-HBs negativo:
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◊ HBsAg, anti-HBc
◊ anti-HCV
Faz-se necessária uma avaliação de critérios e risco de exposição para definir se há ou não
indicação de início da profilaxia pós-exposição.
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1. Tipo de material biológico envolvido
• Sêmen
• Fluidos vaginais
2. Tipo de exposição
• Percutânea
• Membranas mucosas
Deve ser iniciada o mais precocemente possível, idealmente nas primeiras duas horas após a
exposição, tendo como limite as 72 horas subsequentes à exposição.
Está indicada
• Qualquer situação em que a infecção pelo HIV não possa ser descartada na pessoa fonte
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Tabela 2 – Posologia indicada como protocolo de profilaxia pós-exposição ao vírus HIV.
1 x ao dia
1 x ao dia
1 x ao dia
1 x dia
Fonte: <http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-profilaxia-pos-exposicao-pep-
de-risco>.
Em casos em que o TDF não é tolerado ou é contraindicado (pessoas com doenças renais,
diabetes, hipertensão arterial), a combinação de AZT+3TC é recomendada como alternativa. Deve
ser utilizada a combinação de Zidovudina (AZT) + Lamivudina (3TC) + Atazanavir/ritonavir (ATV/r),
seguindo a posologia da tabela:
Tabela 3 – Posologia indicada como protocolo de profilaxia pós-exposição ao vírus HIV em casos de intolerân-
cia ou contraindicação ao Tenofovir (TDF).
1 x ao dia
Em esquemas alternativos sem o ATV/r, recomenda-se como terceira droga o LPV/r ou AZT. Deve ser
utilizada então, a combinação de Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) + Lopinavir/ritonavir (LPV/r) ou
Zidovudina (AZT).
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9.2 Exposição ao vírus da hepatite B
As estimativas da probabilidade de infecção por HBV após acidente por perfurocortantes variam
de acordo com o paciente-fonte:
O ideal é que todos os profissionais da área da saúde estejam previamente vacinados. Após
uma exposição ao HBV, o trabalhador que estiver com a vacinação completa não necessita de
nenhuma medida adicional. No entanto, aqueles não vacinados deverão iniciar vacinação e as
medidas específicas. Os trabalhadores que estiverem com o esquema de vacinação incompleto
deverão completar o esquema e iniciar as medidas específicas. A medida mais eficaz é a utilização
de gamaglobulina hiperimune; no entanto, este tratamento é extremamente caro.
Resposta Testar para anti-HBs: Testar para anti- Testar para anti-HBs:
desconhecida HBs:
Se adequada, sem Se adequada, sem
terapia Se adequada, sem terapia
terapia
Se inadequada, HBIG e Se inadequada e alto
vacina Se inadequada, risco, HBIG e vacina
vacina
Fonte: <http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-
terapeuticas-para-profilaxia-pos-exposicao-pep-de-risco>
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9.3 Exposição ao vírus da hepatite C
O risco de infecção pelo HCV após acidentes percutâneos com agulhas com lúmen varia de 0
a 7% e, após exposição de mucosas, é menor que 1%. Não existe qualquer intervenção terapêutica
profilática especifica pós-exposição para a hepatite C. Estudos demonstram não haver benefício
profilático com o uso de imunoglobulinas, sugerindo que o interferon só atua efetivamente quando a
infecção pelo HCV está estabelecida. No entanto, o paciente fonte deve ser testado para a infecção
por HCV.
É importante lembrar que uma exposição ocupacional pode ocorrer a qualquer hora do dia,
portanto, o aconselhamento, os testes e o tratamento devem estar disponíveis durante as 24 horas
do dia.
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CONCLUSÕES
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BIBLIOGRAFIA
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Noções gerais para boas práticas em
microbiologia clínica. Brasília: Anvisa, 2008.
BLOCK, S. S. (Ed.). Disinfection, sterilization, and preservation. 4. ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1991.
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Ministério da Saúde, 1989.
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RR-8, p. 1-12. 1993.
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– Nash. Summary Report for Blood and Body Fluid Exposure Data Collected from Participating
Healthcare Facilities (June 1995 through December 2007). 2011.
Costa, ARN; Leal, D; Kerber, RF. Riscos ocupacionais em trabalhadores de laboratórios de análises
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Revista CIpa. Biossegurança: elo estratégico de SST. Edição 253. São Paulo, 2002.
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HIRATA, M. H.; FILHO, J. M.; Manual de biossegurança. São Paulo: Manole, 2002.
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TEIXEIRA, P.; VALLE, S. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Fiocruz,
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WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Laboratory biosafety manual. 2. ed. Geneva: WHO, 1993.
Legislação:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm
http://trabalho.gov.br/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1752.htm
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Lei n°. 11.105, de 24 de março de 2005.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11105.htm#art42
http://www.abnt.org.br/
Sites:
www.anvisa.gov.br
http://ctnbio.mcti.gov.br/inicio
http://trabalho.gov.br/
http://portalsaude.saude.gov.br/
www.aids.gov.br
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