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PSICOLOGIA E ASSISTÊNCIA

SOCIAL: DESIGUALDADE,
ESTRUTURAÇÃO E
EQUIPAMENTOS.
Valber Sampaio.
Campo das desigualdades
Relações de poder
• 40-50 – mudança no cenário produtivo

• Aumento das desigualdades

• Estado como distribuidor de benesses (clientelistas/ escolhia a “população-alvo”)

• Igreja cuidava da “fatalidade da pobreza”

• Era Vargas (30-45) – Intensificação na Ação Pública no Campo Social: criação do


Ministério do Trabalho
• Se organiza nesse período, no Brasil, a Legião Brasileira de
Assistência – LBA e o Conselho Nacional de Serviço Social –
CNSS
• LBA: cria comissões municipais e conta com o voluntariado
feminino para ações de filantropia
• Transferência de responsabilidade do Estado para entidades
através de disponibilização de tributos financeiros
• Nada era realizado no âmbito do direito do cidadão
• A partir da luta de diversos grupos e movimentos sociais, como sindicatos,
partidos políticos, trabalhadores da área, intelectuais, profissionais liberais,
parcelas da igreja, organizações públicas e privadas entre outros, foi-se
discutindo e construindo uma proposta de Lei Orgânica e de Política de
Assistência Social (LOAS) em favor das pessoas em situação de
vulnerabilidade e exclusão.
• Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
• Parágrafo único - Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a
seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
• I - universalidade da cobertura e do atendimento;
• II -uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas
e rurais (...);
• IV -irredutibilidade do valor dos benefícios;
• V - equidade na forma de participação no custeio (...);
• VII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a
participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e
aposentados
2003 – 4ª Conferência Nacional de Assistência
Social:
• Serviços
• Programas FAMÍLIAS
• Projetos
• Benefícios

❑ Matricialidade Sóciofamiliar
❑ Território

2005: Sistema Único de Ass. Social - SUAS


O que é assistência social?

O que NÃO é assistência social?

Quais os limites e possibilidades do SUAS na


afirmação da assistência social como DIREITO e
como política pública?
O QUE É ASSISTÊNCIA SOCIAL?
• É direito do cidadão e dever do Estado,
• É Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os
mínimos sociais,
• É uma política realizada através de um conjunto integrado de ações
de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às
necessidades básicas.
(Artigo 1º da LOAS)
O que NÃO é assistência social?
1. Não é fazer caridade;
2. Não é realizar atividades com o objetivo de conseguir votos;
3. Não é atividade prestada por aqueles que têm mais em favor
daqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade;
4. Não é política para ser desenvolvida de forma clientelista em
busca de apoio, consciência tranquila ou de votos;
5. Não é política para pobres.
A Assistência Social enquanto direito é fruto
de um processo de luta construído
historicamente

No processo de reconfiguração da assistência social brasileira


pós constituinte de 1988, a Lei Orgânica da Assistência Social
em 1993 e a Política Nacional de Assistência Social em 2004
(PNAS) preconizam o (re)desenho desta política com a
implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)
Os Serviços nacionais necessários para o
desenvolvimento do SUAS foram estabelecidos por meio
da resolução do CNAS de n°109/2009. Tipificação
Nacional dos Serviços. Esta resolução descreve
também as finalidades, provisões e resultados esperado
destes serviços.
PROTEÇÃO
SOCIAL BÁSICA
MÉDIA COMPLEXIDADE

PROTEÇÃO SOCIAL
ESPECIAL
ALTA COMPLEXIDADE
POLÍTICAS SETORIAIS POLÍTICAS TRANSVERSAIS
Previdência Social
Geral e
Servidor público

Igualdade de Gênero
Proteção social Saúde
(seguridade social)

Igualdade Racial

Assistência Social
Habitação e Urbanismo
Crianças e adolescentes

POLÍTICA
SOCIAL Saneamento Básico
Juventude
Trabalho e Renda

Educação
Idosos
Promoção social
(Oportunidades e
Resultados)
Desenvolvimento
Agrário

Cultura

Jorge Abraão IPEA/2010


Conselho Regional de Psicologia
“A(o) Psicóloga(o) foi inserido no corpo técnico
com a perspectiva de

Desta forma, com diferentes METODOLOGIAS


• Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF;
• Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos;
• Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas;

• Centro de Referência de Assistência Social – CRAS;


• Centro de Convivência dos Idosos;
• e demais unidades que ofertam serviços, programas e/ou projetos da Proteção Social
Básica.
“É uma da política de assistência social,
do Sistema
Único de Assistência Social (SUAS) nas áreas de social dos
municípios e DF.

Dada sua capilaridade nos territórios, se caracteriza como a


, ou seja, é uma unidade que possibilita o acesso de um grande número de
famílias ”.
• tem por objetivo prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidades e riscos sociais nos
territórios, por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, do fortalecimento de
vínculos familiares e comunitários, e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania.

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome


Sistema Único de Assistência Social/Proteção Social Básica
Brasília – 2009/Orientações Técnicas Centro de Referência de Assistência Social - CRAS
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
SERVIÇO DE PROTEÇÃO E
ATENDIMENTO INTEGRAL
A FAMÍLIAS E INDIVÍDUOS - PAIF

SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E
FORTALECIMENTO DE VÍCULO

SERVIÇO DE PROTEÇÃSO SOCIAL


BÁSICA EM DOMICÍLIO
PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
E PESSOAS IDOSAS
• O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) é uma unidade pública
da política de Assistência Social onde são atendidas famílias e pessoas que estão em
situação de risco social ou tiveram seus direitos violados (...).
• (...) violência física, psicológica e negligência; violência sexual; afastamento do convívio
familiar devido à aplicação de medida de proteção; situação de rua; abandono; trabalho
infantil; discriminação por orientação sexual e/ou raça/etnia; descumprimento de
condicionalidades do Programa Bolsa Família em decorrência de violação de direitos;
cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto de Liberdade Assistida e de
Prestação de Serviços à Comunidade por adolescentes, entre outras.

http://mds.gov.br/assuntos/assistencia-social/unidades-de-atendimento/creas
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL - MÉDIA COMPLEXIDADE
SERVIÇO DE ATENDIMENTO SERVIÇO DE PROTEÇÃSO SOCIAL
ESPECIALIZADO A FAMÍLIAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA,
E INDIVÍDUOS - PAEFI IDOSOS E SUAS FAMÍLIAS

SERVIÇO ESPECIALIZADO EM SERVIÇO ESPECIALIZADO PARA


ABORDAGEM SOCIAL PESSOA EM SITUAÇÃO DE RUA

SERVIÇO DE PROTEÇÃO SOCIAL


CENTRO DE REFERENCIA ESPECIALIZADO
A ADOLESCENTE EM CUMPRIMENTO
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA
DE LIBERDADE ASSISTIDA(LA) E PRESTAÇÃO
DE SERVIÇO À COMUNIDADE(PSC)
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL- ALTA COMPLEXIDADE

SERVIÇO DE ACOLHIMENTO
INSTITUCIONAL

MEDIDA SOCIOEDICATIVA SERVIÇO DE PROTEÇÃO EM


RESTRITIVA SITUAÇÕES
E PRIVATIVAS DE DE CALAMIDADE PÚBLICA
LIBERDADE (ECA: ART. 121,122 E 123) E DE EMERGENCIAS
• pode ser feita tanto individual como em grupo:

• Pode ser feita no CRAS ou no domicílio;

• - É o contato inicial com a pessoa e/ou família que será atendida e inserida no acompanhamento. Momento

de estabelecimento de vínculos, exige do profissional escuta sensível das demandas. É o momento também

de apresentar o serviço e fornecer informações sobre o que é ofertado, esclarecendo possíveis dúvidas. Deve

possibilitar a aproximação do usuário com o serviço.

• É fundamental a postura acolhedora dos profissionais, livre de preconceitos e conclusões prévias, tornando o

ambiente receptivo.
– Procedimento de coleta de dados e orientação, mas também de continuidade da acolhida para
aquele que chega e busca inserção no serviço. Este procedimento integra o acompanhamento
psicossocial. Este é um momento de estabelecer um contato individualizado e atento às
demandas e potencialidades da família e seus membros, priorizando o registro das informações
coletadas, assegurando a privacidade e a apropriação das singularidades da família e seus
membros, assim como da dinâmica das relações em seu interior. Também é o momento de
levantar informações para construção do prontuário no serviço e/ou registro do cadastro
informatizado.
Atuação conjunta de profissionais cujo objetivo é direcionar a ação de maneira mais abrangente com

conhecimentos e habilidades especificas de diferentes áreas; “sem que com isso aconteça uma justaposição

das práticas profissionais e com isso possa existir a construção de alternativas junto com a família”

(SIMIONATO et al. 2002). Exige frequência e sistematização dos atendimentos, utilizando-se de diferentes

metodologias e instrumentais. Nessa intervenção o foco está em conhecer o individuo e/ou família

identificando demandas explicitas e implícitas, levando em conta seu contexto social, cultural, a rede que

acessa e/ou conta, as dificuldades vivenciadas, expectativas dentre outros aspectos.


• Objetiva-se proporcionar o espaço de convivência e o compartilhamento de experiências
com vistas a ampliar as possibilidades do sujeito no mundo.

• Como todo trabalho em grupo também deve considerar a história do sujeito e seus
recursos pessoais, os aspectos conflituosos e subjetivos para desenvolver de forma
coletiva, estratégias e projetos de vida.

• Observar se as oficinas, palestras estão sendo direcionadas pelas necessidades das famílias
e da política de assistência social.
• Estimular com a equipe, na perspectiva de análise conjunta da
realidade e planejamento coletivo das ações, o que supõe assegurar espaços de reunião e
reflexão no âmbito das equipes multiprofissionais;

• Contribuir para no processo de elaboração e


avaliação do plano de intervenção;

de socialização de informação sobre os direitos sócio-assistenciais


e sobre o dever do Estado de garantir sua implementação;

• Organizar os e realizar atendimentos individuais e/ou coletivos de acordo


com as necessidades da intervenção;
e estabelecer de entidades da rede;

para debater e formular


estratégias coletivas de combate a violação de direitos;

, com vistas a mediar seu acesso pelos(as)


usuários(as)
• A definição das estratégias e o uso dos instrumentais técnicos

, em consonância com as demandas específicas da realidade em que atua.

• A realização dessas competências e atribuições requer a utilização de instrumentais e


adequados a cada situação social a ser enfrentada profissionalmente.
Lembrando que o acompanhamento não é obrigatório. Nem
toda família que passa pelo CRAS ou CREAS vai ser
acompanhada. Isso dependerá da avaliação técnica e dialogo
com a família.
O acompanhamento tem de ser de desejo da família, ela tem
que requerer ou aceitar o acompanhamento para superar
vulnerabilidades e riscos eminentes.

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