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Faculdade Alfa

A atuação do psicólogo no CRAS – desafios


e possibilidades
Ms. Angela Beatriz de Lima Borges
Assistência Social
 Marcos legais:
- Constituição Federal: 1988
- Política Nacional de Assistência Social:
2004;
- SUAS: 2011
 Proteção Social Básica – CRAS;
 Proteção Social Especial – CREAS.
Política de Assistência Social

“São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o


lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e a infância, a assistência aos desamparados,
na forma desta Constituição”. (Art. 6º da CF 1988)
Lei Orgânica da Assistência Social
- LOAS
 A assistência Social, direito do cidadão e dever do
Estado, é política de seguridade não contributiva, que
provê os minímos sociais” (Art. 1º da LOAS)
 A assistência social como política pública orienta-se
pelos direitos de cidadania e não pela ajuda ou favor.
Direitos assegurados pela PNAS

 Direito à proteção social com centralidade na família;


 Direito a uma infância protegida/ desenvolvimento
infantil;
 Direito à proteção a terceira idade;
 Direito a participação na gestão e controle social das
ações através dos Conselhos de Assistência Social;
Direitos assegurados pela PNAS

 Direito à proteção social básica e especial;


 Direito a renda mínima (benefícios de transferência de
renda);
 Direito à inclusão produtiva;
 Direito a um lugar de referência para acessar os
serviços socioassistenciais (CRAS)
Quadro Esquemático do PAIF e CRAS na Proteção Social
Básica do Sistema Único de Assistência Social

SUAS

Proteção
Social Básica

CRAS
PAIF
Funções do CRAS

Gestão da Proteção Gestão do PAIF


Básica no Território
CRAS são ofertados serviços e ações

 Acolhida;

 Proteção Proativa – apoio as famílias e indivíduos na

garantia dos seus direitos de cidadania, com ênfase no

direito a convivência familiar e comunitária;

 Serviços continuados de acompanhamento às famílias


Serviços Socioeducativos (geracionais,
intergeracionais, de interesse e outros)

Benefícios de
Benefícios Transferência de
Eventuais CRAS Renda
(PBF e BPC)

Serviços e projetos de Capacitação


e Inserção Produtiva
Usuários
 Famílias atendidas pelos programas federais:
prioritariamente beneficiários do Programa Bolsa Família,
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI,
Benefício de Prestação Continuada (Idosos e Pessoas com
Deficiência – BPC), participantes do Programa de Economia
Solidária, entre outros;
 Idosos vulnerários pela pobreza para o acesso em
programas sociais (convívio e socialização);
 População indígenas, quilombolas e de assentamentos.
Secretaria Municipal de Assistência Social
 Central: parte administrativa dos programas, projetos e serviços.
- Superintendência Municipal da Mulher;
- Superintendência Municipal do Deficiente Físico.

 Unidades:
- Proteção Social Básica:
4 unidades de CRAS (3 em casas alugadas e 1 espaço próprio;
1 Centro de Convivência de Idosos (sede própria)
4 grupos de SCFV – 7 a 17 anos (funcionando 4 nas unidades de CRAS, 4 em
entidades conveniadas e 7 em espaços alugados).

- Proteção Social Especial:


3 CREAS e CREPOP;

- Segurança Alimentar e Nutricional: Restaurante Popular.

- Programa de Transferência de Renda: Programa Bolsa Família e Benefício


de Prestação Continuada.
Priorizaçã o dos Territó rios –
diagnó stico socioterritorial do CRAS

Regiões Situação Constatada


Leste - Aprox. 20.000 hab na área de abrang; elevado nº
de pessoas em situação de vulnerabilidade social;
tráfico de drogas ilícitas em populações jovens e
adolescentes; criminalidade; violência intra e extra
familiar; falta de infra-estrutura (saneamento básico,
asfalto,...); problemas de regulamentação
habitacional; área de Aterro Sanitário;
desarticulação comunitária.
Bairros de Abrangência
Internacional Park
Retiro do Bosque
Nova Olinda
Jardim Miramar
Setor Rosa dos Ventos
Res. Alvorada Sul
Itamarati
Pq Montreal
Real Grandeza
Jd. Palmares
Jd. Das Acá cias
Jd. Repouso
Vila Souza
Conj. Ana Rosa
Expansul
Jd. Eldorado
Vale do Sol
Célia Maria
Casa Grande
Cj Planalto
Setor Continental
Setor Planície
Atuação do psicólogo neste contexto
 Assistência Social: guias com referencial teórico
metodológico para o trabalho no CRAS, mas não há
orientação específica para psicólogos e assistentes
sociais.

 CREPOP: “Referências Técnicas para atuação do/a


psicólogo/a no CRAS/SUAS” (2008) e “Como os
psicólogos e as psicólogas podem contribuir para avançar
o SUAS – informações para gestoras e gestoras” (2011).

 CFESS, CFP e Conselhos Regionais de Psicologia:


“Parâmetros para atuação de assistentes sociais e
psicólogos (as) na Política de Assistência Social” (2007)
Mudança de Paradigma e
Inversão da Demanda
 Assistencialismo X Garantia de direitos

 Equipe multiprofissional

 Participação da sociedade civil

 Metodologia do trabalho
Psicologia na Assistência Social
Tem como objetivo:

 Fortalecimento dos usuários enquanto sujeitos de direitos

 Fortalecimento das políticas públicas

 Psicologia comprometida com transformação social, que toma como


foco as necessidades, objetivos e experiência do usuário

 A Assistência Social enquanto direito e para quem dela precisar

 Construção de novos significados

 Resignificar os serviços socioassistenciais:


Psicologia na Assistência Social

A oferta de serviços esta clara para a comunidade? E para a


equipe técnica?

Como os usuários e os técnicos participam na elaboração


da política de Assistência Social?
A PSICOLOGIA NA PRÁTICA
 Fomentar o processo de reflexão e escuta com os usuários dos serviços,
programas..

Tornar o usuário sujeito da ações desenvolvidas. Favorecendo espaços de


discussões de âmbito local para desenvolvimento de ações coletivas;

 Buscar compreender a demanda, criando espaços de criação e


transformação;

 Metodologias de Intervenção;

 Inclusão da comunidade na construção do projeto de intervenção.

Criar espaços que alteram a condição dos usuários dos serviços em


sujeitos, apropriando-se do lugar de protagonista na construção das
ações, efetivando a crença no potencial, na capacidade de
transformação e construção de novos significados.
Aspectos da Intervenção
 Contexto Social;
 Matricialidade Sociofamiliar;
 Prevenção (discriminação, exploração, violência);
 Interdisciplinariedade;
 Intersetorialidade.

“ Abertura para reflexão e construção de práticas, que


envolvam técnicas e estratégias de intervenção realmente
promotoras de transformação não só do sujeito objeto da
ação, mas dos profissionais responsáveis por esse
processo.”
Planejamento e Avaliação do
trabalho
 Planejamento e Avaliação: tem caráter participativo junto a equipe
técnica e comunidade, podendo ocorrer semestralmente para
atividades macrosociais e de forma processual para aquelas
microsociais.
 Grupo de Estudos (semanal);
 Estudo de Caso (Quinzenal);
 Reuniões com equipe técnica (Semanal).
Articulação Socioassistencial e
com outras Políticas Públicas
 Vem contribuindo para a compreensão das organizações sobre a Política de
Assistência Social. Bem como, o papel do CRAS neste território;
 Aproximou os usuários dos serviços oferecidos no seu território;
 Permitiu a coleta de informações sobre o território para uma ação preventiva;
 Essa rede tem solicitado e planejado ações conjuntas, evitando
sobreposição das mesmas;
 Tem sido realizado reuniões de Planejamento sempre quando se propõe
ações conjuntas.
Alguns Elementos Fundamentais
para o trabalho
 As relações na comunidade estão permeadas por relações de poder, e

esse poder está intimamente vinculado ao pertencimento, a classe social, e

ao momento histórico

 Comunidade espaço de construção de cidadania

 Explorar e compreender os significados presentes nas ações do sujeito,

bem como dos grupos de sujeitos, objetivando apreender o que leva a

determinadas direções as relações, conflitos e decisões

 Ter foco na construção de novas respostas;


Alguns Elementos Fundamentais
para o trabalho
 Foco na relações da comunidade, famílias, grupos e institucional

 Compreensão da real demanda de objeto, não explícita

 Disponibilidade para relação/escuta

 Reflexão constante da ação, para não criar práticas alienadas e alienantes

 Pensar a rede socioassistencial de forma integrada


Alguns Elementos Fundamentais
para o trabalho
 Estabelecer estratégias de vinculação/intervenção/escuta: entrevista

domiciliar, grupos, oficinas, ou seja, espaços que possibilitem o alívio de

tensões , o compartilhar sentimentos e vivencias na busca de alternativas

para enfrentamento/solução, a expressão do eu (individual) no coletivo

(grupal) que constitui a nossa sociedade com seu funcionamento que exige

uma compreensão ampliada em múltiplos olhares e práticas


Desafios
 Construção de metodologias

 Construir meios de avaliação do trabalho realizado e trocas destas


experiências com a rede socioassistencial e com as outras políticas públicas;

 Construção da pratica interdisciplinar, como sendo um dos pontos para


transformação social

 Participação do usuário na discussão e construção da política de Assistência


Social (programas, projetos), ou seja, a efetivação do direito e da cidadania.
Desafios

 Rotatividade dos profissionais;

 Vínculo empregatício precarizado;

 Falta de materiais para o desenvolvimento do trabalho;

 Inexistência de capacitações, formações e aperfeiçoamentos no âmbito municipal

e estadual;

 Unidade alugada, podendo ser deslocada a cada gestão, da região de referência.


OBRIGADA!

Angela Beatriz de Lima Borges


angela_psi2012@yahoo.com.br

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