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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DA LAPA

FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL

CÉLIA DO ROSÁRIO MEDEIROS SILVA

PATRÍCIA ALMEIDA MONTEIRO

PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL PERANTE A VIOLÊNCIA CONTRA A


MULHER.

Lapa – PR
2023

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CÉLIA DO ROSÁRIO MEDEIROS SILVA

PATRÍCIA ALMEIDA MONTEIRO

PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL PERANTE A VIOLÊNCIA CONTRA A


MULHER.

Pré-projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de


Serviço Social da UNIFAEL como requisito obrigatório a obtenção do título
de bacharel em Serviço Social.

Orientador (a):

Lapa – PR
2023

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................4

2. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................6

3. OBJETIVOS ........................................................................................................7
3.1 GERAL .........................................................................................................7
3.2 ESPECÍFICOS .............................................................................................7
4. HIPÓTESE ..........................................................................................................8
5. REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................9
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................

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INTRODUÇÃO

A violência de gênero é um problema social global que persiste em níveis alarmantes,


afetando milhões de mulheres em todo o mundo. Esse fenômeno se manifesta de diversas
maneiras, incluindo abuso físico, psicológico, sexual e econômico, privando as mulheres de
seus direitos fundamentais e sua dignidade. A magnitude e a complexidade desse desafio
exigem a atenção e ação de múltiplas disciplinas, entre as quais se destaca o Serviço Social.
O Brasil, assim como muitos outros países, enfrenta altos índices de violência de
gênero, tornando-se um terreno fértil para o estudo desse fenômeno. Neste cenário,
compreender como os profissionais de Serviço Social atuam em ambientes de violência contra
a mulher torna-se essencial conhecer o enredo da situação para desenvolver estratégias
eficazes de prevenção e apoio às vítimas.
Este trabalho busca, portanto, examinar em detalhes o papel do Serviço Social nesse
contexto, avaliando sua eficácia, identificando desafios e propondo formas de aprimorar a
intervenção. Através da análise crítica e da revisão da literatura acadêmica, este estudo
pretende contribuir para o avanço do conhecimento e aprimoramento das práticas de Serviço
Social no enfrentamento da violência contra a mulher.
Neste contexto, os próximos capítulos deste trabalho irão explorar o referencial
teórico, a metodologia de pesquisa e os resultados encontrados, fornecendo uma visão
abrangente do papel do Serviço Social na promoção de ambientes seguros e livres de
violência para as mulheres.
Por meio desta pesquisa, almejamos não apenas expandir a compreensão sobre a
intervenção do Serviço Social na violência de gênero, mas também contribuir para a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária, na qual todas as mulheres possam viver
livres do medo da violência e com pleno exercício de seus direitos e autonomia.

JUSTIFICATIVA

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A justificativa para a realização deste trabalho é respaldada pela urgente necessidade
de abordar a persistente e alarmante questão da violência contra a mulher no Brasil e em todo
o mundo. A violência de gênero não apenas viola os direitos humanos fundamentais das
mulheres, mas também representa um sério obstáculo para o desenvolvimento social e a
construção de uma sociedade justa e igualitária.
A escolha de investigar a intervenção do Serviço Social nesse contexto se baseia na
relevância crítica desse profissional na luta contra a violência de gênero. Os assistentes sociais
desempenham um papel central na identificação, prevenção e apoio às vítimas de violência
contra a mulher, atuando como agentes de mudança e defensores dos direitos humanos.
Além disso, o conhecimento aprofundado sobre as práticas de intervenção, os desafios
enfrentados pelos profissionais e as melhores estratégias para combater a violência de gênero
pode informar políticas mais eficazes e práticas de assistência mais bem fundamentadas. Por
meio deste TCC, busca-se contribuir para o avanço do entendimento sobre a intervenção do
Serviço Social em ambientes de violência contra a mulher, com a esperança de que as
conclusões deste trabalho possam inspirar ações mais eficazes e empáticas em prol das
mulheres que sofrem com essa forma de violência, bem como contribuir para a promoção de
uma sociedade mais igualitária e livre de violência de gênero.

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OBJETIVOS

3.1 GERAL

Compreender a prática profissional do Assistente Social no enfrentamento da violência


às mulheres.

3.2 ESPECÍFICOS

 Identificar quais os tipos de negligência contra mulheres;

 Verificar a importância e o papel do assistente social frente a este processo, nas


dimensões política e social;

 Compreender a intervenção do Assistente Social, quanto a garantia dos direitos das


mulheres vítimas de violência.

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HIPÓTESE

A hipótese deste estudo é que a intervenção do Serviço Social desempenha um papel


fundamental na mitigação da violência contra a mulher, contribuindo para a promoção de
ambientes mais seguros, a recuperação das vítimas e a conscientização da sociedade sobre a
importância de combater a violência de gênero. Acredita-se que as práticas e estratégias
desenvolvidas pelos profissionais de Serviço Social podem influenciar positivamente a
redução dos índices de violência contra a mulher, oferecendo apoio integral e empoderamento
às vítimas, ao mesmo tempo em que promovem uma mudança cultural necessária para
erradicar esse problema.

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REFERENCIAL TEÓRICO
(ESTAMOS FAZENDO A LEITURA DOS ARTIGOS PARA A FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA)
1. violência contra mulher: contexto histórico

A dominação masculina foi construída baseada na ideia de que as diferenças biológicas entre
os sexos designam papeis sociais inferiores às mulheres (SCOTT, 1995).
Essa desigualdade enraizou-se nas relações sociais através de normas, costumes e leis,
de forma que o tratamento desigual e injusto em relação às mulheres cristalizou-se.
Os índices de feminicídio no Brasil foram objeto de estudo de Garcia, Freitas,
da Silva e Hofelmann (2013), que identificaram que, entre 2009 e 2011, foram
registrados 13.071 casos de feminicídio no país, uma taxa bruta de mortalidade de 4,48 óbitos
a cada 1000.000 mulheres.
No Brasil, o tema da violência começou a ganhar relevância a partir da década de 60
em que as mortes violentas começaram a substituir as mortes por doenças infecto-parasitárias
nos ambientes urbanos. E na década de 80, houve aumento de 29% nos casos de morte
violenta, fazendo desta a segunda causa de mortes (Minayo, 1994), entretanto, ainda não
existiam dados epidemiológicos específicos sobre a violência impingida contra a mulher.
As primeiras políticas de Estado de promoção e proteção das mulheres, conquistadas
pela luta feminista e que serviram de base para as demais políticas deste campo (Brasil,
2004) foram durante o processo de anistia política, iniciada em 1979, os movimentos
feministas brasileiros voltaram a se fortalecer, pressionando as organizações políticas a
criarem o primeiro Conselho Estadual da Condição Feminina, fundado em 1983, no Estado
de São Paulo (Massuno, 2002).
Depois em 1985 foi criado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher- CNDM,
vinculado ao Ministério da Justiça, que e tinha como missão promover e monitorar a criação
e manutenção de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher -DEAMs e de Casas-
Abrigo ( Brasil, 2004). No mesmo ano de criação do CNDM, foi criada a primeira Delegacia
de Defesa da Mulher. No ano seguinte, em 1986, foi criada no Estado de São Paulo, a
primeira Casa-Abrigo para proteção de mulheres em risco de morte. Serviço este, vinculado à
Secretaria de Segurança Pública (Silveira, 2006).

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Com a Constituição de 1988, se estabeleceu formalmente o princípio de igualdade em
direitos e deveres entre homens e mulheres e assegura mecanismos para coibir a violência :
"O Estado assegura a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações" (Constituição da República
Federativa do Brasil,1988).
De 1985 a 2002, o principal eixo da política de enfrentamento à violência contra a
mulher foi a criação de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher e de Casas-
Abrigo, tendo como principal eixo a assistência social e a segurança pública. Em 2002, a
Secretaria de Estado de Direitos da Mulher (SEDIM), vinculada ao ministério da Justiça,
criou o Programa Nacional de Combate à Violência contra a Mulher, que tinha o mesmo foco
que a política anterior. Esta política foi ampliada em 1998, quando foi elaborada a Norma
Técnica do Ministério da Saúde para prevenção e tratamento dos agravos resultantes da
violência sexual. Em 24 de Novembro de 2003, foi promulgada a Lei 10.778/0 que instituiu
"a notificação compulsória dos casos de violência contra as mulheres atendidos nos serviços
de saúde, públicos ou privados" (Brasil, 2004 p. 6).
Em 2003 foi criada a Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SPM), que
possui status de Ministério e está vinculada à Presidência da República. Com a criação desta
Secretaria, a política de enfrentamento à violência contra a mulher foi ampliada, assim como
foram ampliados os investimentos e a criação de novos serviços como os Centros de
Referência e as Defensorias da Mulher e a criação de Redes de Atendimento. Em 2004, foi
elaborado o Plano Nacional de Políticas para Mulheres, para consolidação do Enfrentamento
à Violência contra as Mulheres, no período de 2004 à 2007, incluindo diferentes setores do
Estado na promoção de garantias de direitos das mulheres.

A atual Política Nacional para as Mulheres, orienta-se pelos princípios propostos no


Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (Brasil, 2004), e tem como princípios:
- Igualdade e respeito à diversidade - mulheres e homens são iguais em seus
direitos.A promoção da igualdade implica no respeito à diversidade cultural, étnica, racial,
inserção social, situação econômica e regional, assim como os diferentes momentos da vida
das mulheres;
- Eqüidade - a todas as pessoas deve ser garantida a igualdade de oportunidades,
observando-se os direitos universais e as questões específicas das mulheres;

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- Autonomia das mulheres - o poder de decisão sobre suas vidas e corpos deve ser
assegurado às mulheres, assim como as condições de influenciar os acontecimentos em sua
comunidaSde e seu país;
- Laicidade do Estado - as políticas públicas voltadas para as mulheres devem ser
formuladas e implementadas independentemente de princípios religiosos, de forma a
assegurar os direitos consagrados na Constituição Federal e nos instrumentos e acordos
internacionais assinados pelo Brasil;
- Universalidade das políticas - as políticas públicas devem garantir, em sua
implementação, o acesso aos direitos sociais, políticos, econômicos, culturais e ambientais
para todas as mulheres;
- Justiça social - a redistribuição dos recursos e riquezas produzidas pela sociedade e
a busca de superação da desigualdade social, que atinge de maneira significativa às mulheres,
devem ser assegurados;
- Transparência dos atos públicos - o respeito aos princípios da administração pública,
tais como legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, com transparência nos atos
públicos e controle social, deve ser garantido;
- Participação e controle social - o debate e a participação das mulheres na
formulação, implementação, avaliação e controle social das políticas públicas devem ser
garantidos e ratificados pelo Estado brasileiro, como medida de proteção aos direitos
humanos das mulheres e meninas (Brasil, 2004 p.18-19).
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a violência contra mulher é
considerada uma das violações dos direitos humanos mais devastadores nos dias atuais, a
entidade vem se posicionado a favor da igualdade de gênero e empoderamento feminino,
com a finalidade de eliminar este agravo contra as mulheres e meninas, em consonância com
a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. Ainda enfatiza que para alcançar esse
objetivo se faz necessário a união de esforços que viabilizem direitos e serviços que atendam
as mulheres de forma eficaz com equidade e iniciativas de combate ao racismo e demais
formas de discriminação (ONU, 2018).
Basta uma rápida e simples busca nas páginas da internet para observar o número
elevado de notícias sobre mulheres que foram mortas e violentadas por companheiros/ex-
companheiros. Alguns exemplos: em uma entrevista realizada pela equipe de reportagens do
G1, no dia 8 de março de 2019, dia Internacional da Mulher, foi constatado que em 2018, em

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Sergipe, 1500 mulheres foram ameaçadas e outras 37 foram mortas vítimas de violência
doméstica. E nos primeiros dezenove dias do ano de 2019 já haviam sido instaurados mais de
320 inquéritos de violência contra a mulher em Rio Branco (AC) (Lima, 2019). No dia 18 de
fevereiro de 2018, a Secretaria do Estado de Segurança Pública de Santa Catarina divulgou
no seu Boletim Semanal que em Santa Catarina foi registrado pelo menos um caso de
feminicídio por semana (NSC, 2019).

2. O serviço social perante a violência contra a mulher

O profissional de Serviço Social está inserido na divisão sócio técnica do trabalho,


sendo que a profissão é regulamentada pela Lei 8662/93, pautada no Código de ‘Ética de
1993 e nas diretrizes curriculares da Associação Brasileira de Ensino Pesquisa em Serviço
Social, construídas em conjunto com Conselho Federal de Serviço Social/Conselho Regional
de Serviço Social, com uma formação teórico-metodológica, ética-política e técnico
operativo, com competências e habilidades técnicas para atuar frente a complexidade da
questão social e suas múltiplas expressões.
O Serviço Social em seu cotidiano atua na mediação com ações emancipatórias, na
construção de uma conscientização coletiva dos indivíduos. O Projeto Ético Político (PEP)
alinhado com o código de ética da profissão, conforme seus princípios fundamentais, traz
reflexões críticas e posicionamento articulado aos interesses da classe trabalhadora em defesa
de políticas públicas e acesso a garantia de direitos, na construção da categoria profissional,
na perspectiva de uma sociedade menos desigual e excludente, para além do capital
(SIKORSKI e BERNARDO, 2018).
3. Procedimentos e exigências à profissão

Black, Guerra e Santos (2017) pontuam que a intervenção do/as Assistentes Sociais deve ser
balizada nas três dimensões do trabalho profissional: teórico-metodológico, éticopolítico e
técnico- operativo, de modo indissociável, e colocam ainda que para uma melhor
assertividade na intervenção o profissional deve recorrer aos instrumentais técnicos
operativos. Para as autoras a entrevista é um dos instrumentais mais usados pelo profissional,

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juntamente com a acolhida; e a escuta qualificada e as observações técnicas, configurando-se
em técnicas amplamente usadas para os atendimentos e encaminhamentos necessários.
Os/as Assistentes Sociais desenvolvem ações profissionais em espaços institucionais em
nível individual, podendo utilizar também procedimentos em nível coletivos que contemplem
atendimentos em grupos com a prática voltada a encontros com a população, com palestras e
materiais educativos. As possibilidades de intervenção devem permitir uma visão e
reconhecimento do local no qual o profissional está inserido, na perspectiva de organização e
gestão, podendo ser utilizadas ações de planejamento; captação de recursos financeiros,
elaboração de orçamentos e desenvolvimento de planos, programas, projetos, relatórios entre
outros (BACKX, GUERRA e SANTOS, 2017).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(ESTAMOS FAZENDO A LEITURA DOS ARTIGOS PARA A FUNDAMENTAÇÃO


TEÓRICA)

CARNEIRO, A. A.; FRAGA, C. K.. A Lei Maria da Penha e a proteção legal à mulher vítima
em São Borja no Rio Grande do Sul: da violência denunciada à violência silenciada. Serviço
Social & Sociedade, n. 110, p. 369–397, abr. 2012.
https://www.scielo.br/j/sssoc/a/zPkd4nCFLC98THTyXhmYLLB/?lang=pt#

SILVA, J. F. S. DA .. Violência e Serviço Social: notas críticas. Revista Katálysis, v. 11, n. 2,


p. 265–273, jul. 2008.
https://www.scielo.br/j/rk/a/PPCnXsKcBgJwXDxdWZKcCKB/#

BIGLIARDI, Adriana Maria; ANTUNES, Maria Cristina; WANDERBROOCKE, Ana


Claudia N. S. O impacto das políticas públicas no enfrentamento à violência contra a mulher:
implicações para a Psicologia Social Comunitária. Bol. - Acad. Paul. Psicol., São Paulo , v.
36, n. 91, p. 262-285, jul. 2016 . http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1415-711X2016000200003

https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/101656/221456.pdf?
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https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/
18537/1/1639098960068_PAULA_REGINA_DA_SILVA-%5b71849-907-1-
978428%5dTRABALHO_DE_CONCLUSAO._fimmdocx_-_Copia.pdf

https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/188235/001084348.pdf?
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https://rdu.unicesumar.edu.br/bitstream/123456789/9544/1/Fabiana%20de%20Lima
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https://repositorio.uninter.com/bitstream/handle/1/1232/TEREZINHA%20TEZZA
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https://periodicos.uff.br/revistagenero/article/view/48100/31393

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