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ITAPEVI/SP
2023
FAVENI
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
ITAPEVI/SP
2023
A IMPORTÂNCIA DO ASSISTENTE SOCIAL NO COMBATE À VIOLÊNCIA
CONTRA MULHERES, CRIANÇAS E IDOSOS NO BRASIL.
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). “Deixar este texto
no trabalho”.
RESUMO- O Brasil é um país de contrastes sociais, por isso, diversos problemas estão presentes no
cotidiano, especialmente no que se refere às relações humanas e, frente a essa realidade, um fato
lamentável tem se tornado cada vez mais comum: a violência e abusos contra mulheres, crianças e
idosos. Este artigo científico vem abordar tal assunto de forma a buscar conscientizar a população da
gravidade dessa realidade e no intuito de combater o referido problema por meio de uma exposição
pormenorizada dos tipos de agressão e abusos mais recorrentes. Por mais revoltante que seja, os tipos
mais comuns de violência ocorrem justamente no ambiente familiar, praticados por quem, originalmente,
tem o dever de cuidar, amar e proteger os membros de sua família. Idosos, crianças e mulheres tem
sofrido há décadas com certo descaso da própria sociedade em relação aos atos de violência e abusos
que sofrem diariamente e, mais decepcionante ainda, é ver que muitas pessoas tratam com certa
naturalidade tais abusos. Por meio de uma pesquisa bibliográfica eficiente, será possível explicitar o
referido problema, de maneira a buscar uma solução para essa questão e a consequente redução nos
índices de violência praticados contra mulheres, crianças e idosos. Dessa forma, talvez seja possível
contribuir para melhorar as relações humanas e a forma como as pessoas enxergam e tratam aqueles
que estão em situação mais vulnerável e sem chances de se defender de toda forma de abusos,
agressões e violência que sofrem diariamente no Brasil.
1
claudia_galves00@hotmail.com
1 INTRODUÇÃO
Toda profissão que consiste em cuidar diretamente do ser humano tem algo de
especial, exerce certo fascínio sobre aqueles que gostam de lidar com pessoas em
situação de vulnerabilidade, seja como voluntários em obras sociais ou atuando
profissionalmente. Este é o caso do assistente social, que age como um intermediário
entre as instituições públicas que prestam serviço social e os cidadãos que buscam
assistência temporariamente ou de modo permanente. O trabalho do assistente social é
muito amplo e importante, pois engloba desde casos de violência doméstica, abusos
contra mulheres e crianças, idosos e deficientes, até o acompanhamento das vítimas,
além do suporte à população carente em situações de risco e vulnerabilidade social,
entre outros. É um trabalho de grande relevância e humanamente indispensável.
O tema proposto neste trabalho limita-se a tratar da violência contra mulheres,
crianças e idosos e o papel essencial do assistente social nestes casos. O problema em
si requer, antes de tudo, uma reflexão por parte da sociedade: qual a melhor forma de
prevenir e combater a violência contra esses três grupos, ou seja, como conscientizar a
sociedade da gravidade desses fatos e da necessidade de atenção a tudo isso?
Diante disso, o presente trabalho de pesquisa pretende expor a realidade do
cotidiano do assistente social em sua jornada na busca pela dignidade humana dos
cidadãos assistidos, através da exposição de onde e como esse profissional interfere
para ajudar pessoas e famílias em crise, dando um suporte para que haja uma melhoria
na qualidade de vida de quem procura os serviços públicos de saúde e assistência
social. Da mesma forma, familiares e responsáveis por essas vítimas de abusos e
violência precisam redobrar a atenção e, principalmente, evitar que eles mesmos se
tornem os agressores, pois é muito comum que mulheres, idosos e crianças sofram
maus tratos dentro do próprio ambiente em que vivem, por parte de quem deveria lhes
prestar assistência, cuidados e proteção. Portanto, o principal nesses casos é combater
a violência com atitudes que demonstrem preocupação, amor e carinho com as vítimas.
O principal objetivo deste artigo é despertar a sociedade para uma mudança,
através da conduta de cada um no intuito de enfrentar e combater o grave problema da
violência contra mulheres, crianças e idosos no Brasil, por meio de uma abordagem
realista e direta sobre como os direitos desses grupos são violados diariamente. Quanto
aos objetivos específicos, estes se resumem em: apresentar os principais problemas
que afetam os grupos mencionados no que diz respeito à violação de seus direitos
fundamentais; contribuir de forma significativa para o combate aos abusos e maus
tratos contra crianças, mulheres e idosos; chamar a atenção da família para a
necessidade de empatia e cuidados com seus idosos e crianças; auxiliar na prevenção
e combate aos diversos tipos de violência cometida contra esses três grupos, através
de uma exposição resumida dessas formas mais comuns de abusos.
Um trabalho como este se justifica, antes de tudo, pelo seu importante papel
social, ao revelar o lado obscuro da violência doméstica, dos abusos praticados contra
crianças, idosos e mulheres e do quanto isso pode impactar negativamente no convívio
familiar e no futuro das crianças que vivenciam essa triste realidade. A nível acadêmico,
quando se considera a relevância do curso de Serviço Social, é possível constatar que
o presente artigo científico traz uma contribuição considerável para ampliar a visão do
futuro assistente social no que se refere à sua atuação nos diferentes ambientes
sociais, bem como demonstrar a imensa responsabilidade desse profissional nos
cuidados e proteção de grupos mais vulneráveis ou pessoas que sofrem violência.
Para maior credibilidade das informações, a metodologia utilizada foi a pesquisa
bibliográfica, a fim de proporcionar melhor embasamento teórico ao trabalho.
A primeira parte do desenvolvimento aborda a violência contra a mulher no
Brasil, por meio de algumas considerações acerca desse tema e das formas de
violência sofrida por elas.
A segunda parte trata dos abusos e violência cometidos contra crianças e
adolescentes, com uma abordagem realista dos tipos mais comuns de agressão que
esses menores sofrem diariamente, mesmo com Leis para proteger sua integridade.
Já a terceira parte do desenvolvimento fala acerca da violência contra os idosos,
alertando para as formas mais recorrentes de abusos sofridos por essa faixa etária.
De modo geral, o presente artigo tem a pretensão de alertar a sociedade para a
gravidade desses problemas e levantar questionamentos acerca de como cada cidadão
contribui para agravar esse triste cenário, no qual as vítimas são agredidas diariamente.
2 DESENVOLVIMENTO
Um dos aspectos que mais precisam ser levados a sério pelo assistente social é
a humanização no atendimento a pessoas em alguma situação de vulnerabilidade,
sejam crianças, mulheres, idosos, deficientes, enfim, todos precisam receber uma
abordagem com tratamento humanamente digno. Isso precisa ser enfatizado por conta
da tendência atual de distanciamento dos seres humanos, seja por conta de uma
cultura individualista ou por influência da tecnologia avançada, que promoveu uma
espécie de isolamento social voluntário em seus usuários mais compulsivos.
É preciso expandir o alcance das informações sobre o tema, porque não se pode
continuar tolerando essa situação em que mulheres morrem diariamente, vítimas de
maridos e companheiros abusadores e violentos. E quem se beneficia de um nível
maior de conhecimento do tema não são apenas as mulheres, mas a sociedade em
geral, todas as famílias, pois a mulher tem um papel de grande importância para o
equilíbrio social em todas as culturas do mundo. Kofi-Annan (2000), ex-secretário geral
da ONU, afirmou sobre os efeitos da violência contra a mulher:
Art. 5º: Para os efeitos desta Lei configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - No âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;
III - Em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação. Parágrafo único. As relações
pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual. (BRASIL, 2006)
I - A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;
II - A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que
lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
III - A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar,
a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação,
ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer
modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que
a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação,
chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus
direitos sexuais e reprodutivos;
IV - A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,
subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades;
É toda a ação pela qual uma pessoa em relação de poder e por meio de força
física, coerção ou intimidação psicológica, obriga uma outra ao ato sexual
contra a sua vontade, ou que a exponha em interações sexuais que propiciem
sua vitimização, da qual o agressor tenta obter gratificação. São considerados
atos de violência sexual: Violência sexual verbal; Exibicionismo; Vouyerismo;
Ato sexual; Sadismo; Pornografia; Exploração sexual infantil; Tráfico para
propósitos sexuais; Incesto; Estupro. (MARGARIDO, 2010, p. 62-63).
Este capítulo vem tratar de um tema bastante sério e polêmico: a violência contra
o idoso no Brasil. Trata-se de um problema muito recorrente e que perdura há muitas
décadas, se agravando ainda mais na cultura atual, onde se supervaloriza a juventude,
a beleza e a vitalidade, em detrimento da experiência de vida dos idosos. Escolheu-se
este assunto por conta da sua relevância no âmbito social e porque muitas famílias não
dão o devido valor, atenção e assistência aos seus idosos, por isso se faz necessário
existir o Estatuto do Idoso e campanhas de conscientização para a valorização de
cidadãos dessa faixa etária.
A terceira idade é uma fase complexa. Se por um lado, para parte dessas
pessoas, chega a hora de parar de trabalhar e descansar, desfrutando daquilo que se
conquistou a vida toda, por outro lado, a maioria sofre com exploração, abusos,
violência e descaso, pois têm seus bens e sua renda praticamente confiscados, são
isolados em casa e privados de uma vida de qualidade. Na visão de Faleiros (2010)
uma situação de abusos contra a pessoa idosa é caracterizada por uma realidade que
não afeta apenas o Brasil, mas sim em vários países, alcançando todas as classes
sociais, se destacando o idoso vulneravelmente quanto às violências praticadas nas
formas mais variadas: sexual, psicológica, física e financeira, sendo de forma
cumulativa ou não. E que com consequência disso, uma resposta que se apropria à
violência contra idosos inclui a luta por uma justiça social mais ampla na perspectiva da
cidadania e dos Direitos Humanos (FALEIROS, 2010).
Para facilitar o entendimento, de modo geral, do que vem a ser a violência contra
o idoso, Minayo (2003) analisa a definição desse termo pela OMS (Organização
Mundial da Saúde) e define a violência contra a pessoa idosa:
Nota-se no Artigo 3º supracitado que proporcionar esses direitos aos idosos não
é opcional, mas sim obrigatório para toda a sociedade, fato este que corrobora a
necessidade de uma conscientização geral acerca da urgência em estimular uma
mudança de conduta das pessoas que têm idosos por perto, seja em casa, no trabalho
ou em ambientes que frequentam. Há muita negligência e, quando não, muitos fazem
pouco caso dos idosos e apenas não se preocupam em proporcionar a eles um bem-
estar em qualquer circunstância. Tal realidade é comprovada diariamente, como, por
exemplo, no transporte público, quando os mais jovens não se levantam para dar lugar
a um idoso ou na rua quando, mesmo notando-se que um idoso precisa de ajuda, a
maioria dos transeuntes passa e ignora o fato.
ANNAN, Kofi. Sessão Extraordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas “Mulher
2000: igualdade entre os sexos, desenvolvimento e paz no Século XXI”. Nova
York, junho 2000.
COSTA, Marli Marlene Moraes da. AQUINO, Quelen Brondani de. A violência contra a
mulher: breve abordagem sobre a Lei Maria da Penha. Disponível em: <
file:///C:/Users/ADMIN/Downloads/738-Texto%20do%20artigo-2135-1-10-
20131001.pdf> Acesso em: 30 out. 2023.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. Vol. 2. Parte especial – arts.
121 a 249. 7ª ed.: São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.