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EXCELENTÍSSIMO SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE ARARUAMA-RJ.

PROCESSO nº XXXXXX

PATRICK DA SILVA​, já qualificado nos autos a fls. XX, através de seus


procuradores abaixo assinado, vem respeitosamente apresentar a presente

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

Com fulcro nos artigos 396 e 396-A do CPP, pelos motivos de fato e de direito que
abaixo passa a expor:

I - PRELIMINARMENTE

a) DA NULIDADE DA CITAÇÃO POR HORA CERTA

No dia 26/02/2018, o oficial de justiça compareceu a residência de Patrick,


verificando que o imóvel encontrava-se trancado, sendo que foi a única tentativa de citação
deduzindo assim que Patrick estaria se ocultando.Realiza no dia seguinte citação por hora
certa juntando o resultado do mandado de citação e intimação para defesa aos autos no
mesmo dia.

Maria sua vizinha, presenciando a conduta do oficial de justiça entrou em contato


com o advogado de Patrick, informando ao mesmo que ele trabalhava em atividade
marítima e ficaria embarcado por 15 dias, o advogado entra em contato com Patrick através
de e-mail e este lhe passa uma procuração e esclarece os fatos ocorrido.

Ocorre Exa. que, o ato do Sr. oficial de justiça não encontra respaldo no Código de
Processo Penal, pois Patrick não estava se ocultando, e sim trabalhando em alto mar, local
de difícil acesso. Apenas por este motivo a citação não foi realizada.
II- DOS FATOS

No dia 05/03/2017, no interior do Estado do Rio de Janeiro, na cidade Araruama,


Patrick estava na varanda de sua casa, quando avistou Lauro, namorado de sua sobrinha
agredindo-a de maneira violenta por razão de ciúmes. Vendo o risco que a sobrinha corria
gritou para Lauro com intuito de cessar a agressão, porém sem sucesso. Patrick
encontrava-se com limitações em seu movimentos devido uma lesão na perna causada por
um acidente de trânsito. Percebendo que a única maneira de defendê-la naquele momento
seria com sua arma de fogo, pegou-a com a intenção apenas de causar uma lesão corporal
a fim de cessar a agressão, sem sucesso pois a arma não funcionou, mas causou temor em
Lauro que empreendeu em fuga e compareceu a delegacia para narrar a conduta de
Patrick.

III- DO DIREITO

Ademais, ressaltasse que, apesar de Patrick ter agido da maneira descrita acima,
somente o fez por temer pela integridade física, bem como pela vida de sua sobrinha
Natália, a qual sofria agressões violentas e injustas por parte de seu namorado Lauro.

Patrick, como mencionado, tentou efetuar disparo de arma de fogo, pois este era o
único meio disponível e eficaz no momento do fato para fazer cessar as agressões. Ainda, é
cabível mencionar que toda a situação foi gerada em razão de ciúmes por parte de Lauro,
que passou a violar a integridade física de Natália. Portanto, ao tomar conhecimento da
situação, Patrick não poderia ter tomado atitude diferente, senão a de socorrer a sobrinha
da maneira disponível e necessária que a situação impôs.

É oportuno, diante do todo exposto, mencionar o art. 395, inciso III do Código de
Processo Penal, o qual se molda corretamente ao presente caso, já que por ter agido de
acordo com as excludentes de ilicitude falta justa causa para o exercício da ação penal,
assim devendo ser rejeitada a denúncia.

No caso da denúncia ser recebida, por se tratar de circunstâncias que excluem os


crimes, deve o ora denunciado ser absolvido dos fatos alegados, conforme o disposto no
art. 386, inciso VI do Código de Processo Penal.

a) Da Legítima Defesa de Terceiros

Conforme disposto no Art. 25 do CP - Entende-se em legítima defesa quem,


usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente,
a direito seu ou de outrem.

Conforme descrição dos fatos Patrick atirou em Lauro em defesa de sua sobrinha
Natália, que estava sofrendo agressões violentas de Lauro, seu namorado, vendo a
situação Patrick com dificuldades de locomoção não viu outra alternativa senão utilizar-se
do único recurso possível no momento para defendê-la, tendo como resultado a fuga de
Lauro.

b) Do Crime Impossível

O crime impossível está previsto no artigo 17 do CP, o qual prevê “não se pune a
tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto é
impossível consumar-se o crime” foi o que ocorreu na descrição dos fatos em que a arma
não funcionou, não tendo potencial lesivo, não configurando assim crime.

IV - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) A absolvição sumária com base no artigo 397, I e III do CPP;


b) Nulidade da citação;
c) A oitiva das testemunhas arroladas;
d) Protesta provar o alegado por todos meios de prova, documental,
testemunhal e demais meios de prova em direitos admitidos;
e) No mérito, requer a presente seja denúncia julgada totalmente improcedente.

ROL DE TESTEMUNHAS:

1. Natália da silva, brasileira, estudante, residente na rua Jacarandá, 53,


Araruama/RJ;

2. Maria de Souza, brasileira, casada, do lar, residente na rua Jacarandá, 70,


Araruama/RJ;

3. José dos Santos, brasileiro, casado, pedreiro, residente na rua Jacarandá, 83,
Araruama/RJ.

Termos em que pede deferimento.

Araruama, 09 de março de 2018.


Claudisa Anes Pereira de Paula
OAB/RS XX.XXX

Géssica Busnelo
OAB/RS XX.XXX

Jean Heineck
OAB/RS XX.XXX

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