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Os valores
A virtude
O dever
Os valores
• Todo ato moral inclui a
necessidade de escolher entre
vários atos possíveis, ou seja,
aquele mais válido, positivo, digno
e elevado.
• Ter conteúdo axiológico não
significa somente o que
consideramos a conduta boa,
digna de apreço e valor; significa
também, que pode ser má, digna
de condenação e censura. Em
ambos os casos, avaliamos em
termos axiológicos.
• Tanto as coisas que o homem não
criou, como os atos humanos ou
os produtos da atividade humana,
têm um valor para nós
Que são os valores
• Quando falamos em valores, temos
presente a utilidade, a bondade, a
beleza, a justiça, assim como os
respectivos polos negativos: inutilidade,
maldade, fealdade e injustiça.
• Como o valor existe nas coisas? No
exemplo do ouro, temos uma dupla
existência: A) como objeto natural
(cientista) B) como objeto natural
humano ou humanizado, podendo até
ser usado como moeda (propriedade
estética, propriedade prático-utilitária e
propriedade econômica)
• Assim, alguns metais adquirem valor na
medida em que o seu estado natural de
existência se humaniza. As primeiras
qualidades do objeto existem
independentemente das segundas.
• O objeto valioso não pode existir sem
certa relação com o sujeito, nem
independentemente das propriedades
naturais, sensíveis e físicas que
sustentam o seu valor.
Sobre o valor econômico
• O termo “valor” deriva da economia.
Embora, o valor econômico possua um
conteúdo distinto dos valores estético,
político, moral.
• A mercadoria é um objeto útil que
satisfaz determinada necessidade
humana, e vale na medida em que
podemos usá-la.
• A dupla relação: A) pelas propriedades
materiais do objeto, que é o
sustentáculo dos valores. Esse objeto
existe antes de existir a sociedade. B)
Sua relação com o sujeito que o usa
ou consome. Trata-se de uma relação
com o objeto que vai além da sua
existência material.
• Valor de uso e valor de troca. Algo é
valioso se, e somente se, for útil a
existência humana ou produto do
trabalho humano.
• O valor de troca é adquirido pelo
produto do trabalho humano ao ser
comparado com outros produtos.
Sobre o valor econômico
• Ora, o valor de troca precisar
contar com o valor de uso. Mas, o
valor de troca faz abstração do
valor de uso (qualidades) para
estabelecer entre eles uma
relação quantitativa.
• O valor de uso e o valor de troca,
não é uma propriedade do objeto
em si, mas do objeto como
produto do trabalho humano.
• No sistema de consumo atual,
todos produzem para o mercado, e
por isso, a mercadoria assume o
aspecto de coisa estranha, alheia
ao homem. Assim, o valor de troca
aparece sem a relação com o
homem.
• Marx afirma que o produto do
trabalho humano se transforma em
“fetichismo da mercadoria”.
A definição de valor
• Não existem valores em si, como
entidades ideais ou irreais, mas
objetos reais (ou bens) que possuem
valor.
• Os valores existem nos objetos reais
pelas suas propriedades valiosas e por
estarem no convívio da realidade
humana.
• O suporte necessário para agregação
de valores exige a existência de certas
propriedades reais (naturais e físicas).
• As propriedades valorativas naturais
estão em potência, e podem se
transformar em ato a partir da sua
relação com o homem social.
• Sendo assim, o valor não é
propriedade dos objetos em si, mas
propriedade adquirida graças à sua
relação com o homem como ser
social. Mas, por sua vez, os objetos
podem ter valor somente quando
dotados realmente de certas
propriedades objetivas.
Objetivismo e subjetivismo
axiológico
• Se as coisas não são valiosas em
si, por que valem? Valem porque
eu – como sujeito empírico e
individual – as desejo, por minha
necessidade?
• A tese do subjetivismo axiológico
reduz o valor de uma coisa a um
estado psíquico subjetivo, a uma
vivência pessoal.
• Assim, não desejamos o objeto
porque vale, mas vale porque o
desejamos ou necessito.
• O subjetivismo transfere o valor do
objeto para o sujeito e o faz
depender do modo como a
presença do objeto me afeta.
As razões do subjetivismo
• De fato, não existem objetos de
valor em si.
• Erram quando recusam por
completo as propriedades dos
objetos, quer sejam elas naturais
ou criadas pelos homens.
• Falham quando tentam reduzir o
valor a uma mera vivência, ou
estado psíquico subjetivo, ou seja,
o indivíduo pertence a uma época,
e como ser social, se insere
sempre na rede de relações de
determinada sociedade. Assim, a
reação do sujeito não é
exclusivamente pessoal.
O objetivismo axiológico
• A tese defendida pelo objetivismo
afirma que existem objetos valiosos
em si, ou seja, independentemente do
sujeito.
• Encontramos a gestação do
objetivismo em Platão quando afirma
a doutrina metafísica das ideias. O
belo e o bom existem idealmente como
entidades supraempíricas, imutáveis e
absolutas, subsistentes por si e em si.
• Distinção Platônica: O bem é o
primeiro princípio, o grau mais elevado
de conhecimento, origem do mundo
inteligível e causa do ser das Ideias,
conferindo essência a elas. A Ideia é
aquilo que garante a inteligibilidade do
ser, fazendo com que ele possa ser
conhecido no mundo real.
A classificação do bem
• O bem se classifica de vários modos, mas a principal
classificação é entre o bem honesto, o bem útil e o bem
agradável:
• 1) O bem honesto: é aquilo que convém à alguma coisa como
aperfeiçoando a sua natureza e portanto, por sua natureza é
desejado. Ele tem valor de si para mover o apetite e tem de si
a própria decência ou a regra e a medida. (Ex: a pessoa
virtuosa na sociedade).
• 2) O bem útil: é aquilo que convém à alguma coisa como meio
para adquirir outro bem. Move para agir, pois a medida da sua
decência é o outro. (Ex: está ligado ao maior bem).
• 3) O bem agradável: é aquilo que convém a alguma coisa
como trazendo repouso às faculdades. Tem em si donde
mover, mas não tem em si onde convir. (Ex: prazer físico e
psíquico, valor de troca).
• Nem todo bem agradável é honesto.
Objetivismo axiológico
separação entre valor e bens
• Os valores constituem um reino
particular, subsistente por si próprio.
São absolutos, imutáveis e
incondicionados.
• Os valores estão numa relação
especial com as coisas reais valiosas
que chamamos bens. Nos bens,
encarna-se determinado valor, nas
coisas belas a beleza.
• Os valores são independentes dos
bens nos quais se encarnam.
• Os bens dependem do valor que
encarnam. São valiosos na medida em
que suportam um valor.
• Os valores são imutáveis. Já os bens
são mutáveis, pois são objetos reais,
condicionados ao tempo.
• Assim, os valores tem uma existência
real, à maneira das ideias platônicas
como ideal.
Objetivismo axiológico
separação entre valor e existência humana
• Os valores existem em si e por si,
independente de qualquer relação
com o homem.
• Como entidades absolutas não
precisam ser postos em relação
com o homem.
• O homem pode manter relações
com os valores, conhecendo e
produzindo (obra de arte). Porém,
os valores existem em si.
• As mudanças históricas
compreenderam várias formas de
relação dos homens com os
valores. Mas, o conhecimento
humano, em nada afeta a
existência absoluta dos valores,
que são por natureza, absoluto,
incondicionado e eterno.
Objetivismo axiológico
• O que existe de valioso numa
coisa tem a sua fonte no valor que
existe independentemente dela.
(Bem – bens).
• Mas existem valores não
encarnados, mas que precisam se
concretizar. Por exemplo: a
solidariedade, a lealdade, a
amizade e a honestidade.
• Assim, temos que admitir que
todos os valores têm ou tiveram
sentido na sua relação com o
homem. Por isso, não existem
valores indiferentes à sua
realização, visto que o homem os
cria produzindo bens que os
encarnem, ou para apreciar as
coisas reais em conformidade com
eles.
A objetividade dos valores
• Nem o objetivismo (existir por si)
nem o subjetivismo (vivência do
sujeito que avalia) consegue
explicar satisfatoriamente a
maneira de ser dos valores.
• Os valores existem para um
sujeito, não no sentido de mero
indivíduo, mas ser social. Exige
também um suporte material,
sensível, sem o qual não tem
sentido.
• Os valores são, pois, criações
humanos, e só existem e se
realizam no homem e pelo
homem.
• As coisas não criadas pelo homem
adquirem valor entrando em
contato com ele, pois se tornam
valiosas quando servem para fins
ou necessidades dos homens.
A objetividade dos valores
• A objetividade dos valores não provém das ideias
platônicas (seres ideais), nem a dos objetos físicos
(seres reais, sensíveis). Trata-se de uma objetividade
especial – humana e social – que não se pode reduzir
ao ato psíquico do sujeito nem tampouco às
propriedades naturais de um objeto real. Precisamos
transcender o limite de um indivíduo ou de um
grupo social determinado, mas não ultrapassar o
âmbito do homem como ser histórico-social.
• Assim, os valores existem unicamente em um mundo
social; isto é, pelo homem e para o homem.
Valores morais e não morais
• Até agora nos ocupamos de dois tipos
de valores: aqueles que se encarnam
nas coisas reais, sensíveis e aqueles
que são produzidos pelos homens.
• Aquilo que consideramos “bom” ou “util”
para os objetos, não possui caráter ou
significado moral. Pois o valor de um
bom relógio está na sua utilidade.
• Assim, a bondade de um objeto pode
estar na sua funcionalidade e também
na sua finalidade. Quanto a finalidade
estará inclinada a bondade moral (a
faca, o avião, o dinamite).
• A qualificação moral está naquele que
escolhe o que fazer, em determinadas
circunstâncias, por interesses e
necessidades, por determinados fins.
Assim, nenhum objeto traz em si os
valores morais. Somente o que tem
um significado humano (livre,
consciente e voluntário pode ser
avaliado moralmente responsável.
A Avaliação moral
• Atribuiremos valores aos atos
humanos por três elementos:
• A) o valor atribuível;
• B) o objeto avaliado (atos ou
normas morais);
• C) o sujeito que avalia;
• Levando em consideração o valor
moral fundamental da bondade,
analisar as condições concretas
nas quais se avalia (atos
propriamente humanos) e o
caráter concreto dos elementos
que intervém na avaliação (atos
com conseqüência aos outros – a
pedra, o trabalho na mais valia).
• Os atos humanos precisam ser
avaliados dentro de um contexto
histórico-social no seio do qual
ganha sentido atribuir um
determinado valor.
O caráter concreto da Avaliação moral