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5 SOCIAL DA ÉTICA
o b l ema cen t r al
Pr
o i s as
H á c en te
t i va m d as?
obje ou erra
er t a s
c
O problema da natureza
dos juízos morais
OS VALORES
Existem valores
de diversos tipos:
•éticos ou morais
•estéticos
BONDADE
BONDADE •religiosos
Um valor é um princípio •políticos
ou ideal que inspira
HONESTIDADE
HONESTIDADE
JUSTIÇA •desportivos
aquilo que as pessoas
pensam, querem e
JUSTIÇA
LIBERDADE
…
LIBERDADE
fazem.
BELEZA
BELEZA
Um valor é algo de Ética ou moral: diz respeito
HARMONIA
HARMONIA à diferença entre o certo e o
estimável que merece ser SAGRADO errado, entre o que devemos
defendido, procurado ou SAGRADO e não devemos fazer.
realizado – é uma meta
PERFEIÇÃO
PERFEIÇÃO
importante a atingir. …
… Neste capítulo
Muitas das ações
estudamos apenas
humanas são motivadas os valores
pelos valores. éticos ou
morais.
Pensar Azul Texto Editores
Valores
Vida Paz
Justiça Amor
Lealdade Beleza
Tolerância Verdade
Igualdade Amizade
Solidariedade Liberdade
Honestidade
3
Pensar Azul Texto Editores
Problema
4
Não são coisas nem
Os valores: qualidades sensíveis
das coisas são
qualidades especiais que
tornam algo preferível
um BEM ( em que se
reconhece um valor)
Concretiza o valor.
6
Falar de um valor é falar do critério
que justifica as nossas escolhas e
preferências
8
Os valores são aquelas qualidades que não se referem à
estrutura dos objetos, mas que fazem que esses não
sejam indiferentes para nós.
9
c ia
r ê n
ef e i va
Pr orat
val
É o próprio ato da valoração . Ela é a
atribuição do valor e constitui o elemento
fundamental da natureza humana. É uma
Estas atitudes atitude que nos leva a tomar posição perante
preferenciais as coisas, os acontecimentos e as pessoas.
estão
presentes em
todos os
momentos da Quando fazemos opções, se escolhemos
nossa vida ou rejeitamos, ao construirmos projetos
e tomarmos decisões temos
inevitavelmente como cenário,
preferências enraizadas em valores.
10
Os valores obrigam-nos a uma atitude de
aceitação ou rejeição perante a realidade
Quando
Quandotemos
temosconsciência
consciência
dos
dosvalores,
valores,aarealidade
realidadeee
as
asações
açõesdeixam
deixamde deser
ser
indiferentes,
indiferentes,neutras.
neutras.
Então podemos
dizer:
“Com os valores a indiferença não é permitida.”
“ Quando dizemos de algo que vale, não descrevemos o que esse algo
é, mas que ele não é indiferente. A não indiferença constitui aquilo
que contrapõe o valor ao ser. A não indiferença é a essência do
11
valer.”
Pensar Azul Texto Editores
Definição
Valor
12
Qualidades que não
têm existência própria
– precisam de um
suporte ( uma
coisa ,um
acontecimento, um
pensamento).
15
B) São sempre valores para alguém por isso não há
unanimidade na apreciação do valor das coisas.
16
• O valor não é uma qualidade dos objetos em si,
mas uma propriedade adquirida por esses objetos
graças à sua relação com o homem como ser social,
embora os objetos, para poderem valer, tenham de
possuir realmente certas propriedades objetivas.
17
Agimos, portanto, em função de valores . Os valores são uma
espécie de bússola que nos indica a decisão a tomar numa determinada situação.
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Caracterização geral dos valores
• Polaridade
• Hierarquização (tábuas de valores)
• Historicidade
• Absolutividade/relatividade 19
Polaridade
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Hierarquização
Esta hierarquia não é rígida sendo influenciada por factores pessoais e histórico-culturais, mas
admitir flutuações na hierarquia de valores não significa que todas as hierarquias tenham a
mesma legitimidade.
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Historicidade, absolutividade/relatividade
24
Têm existência cultural e O seu modo de ser é o
comunitária valer
São critérios, atributos criados pelo homem e que, sob a forma de preferências, qualidades ou
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aspirações, lhe permitem avaliar realidades e condutas.
FUNÇÕES DOS VALORES
26
O que são os valores?
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Emitir juízos consiste em atribuir certas propriedades ou características àquilo com
que nos deparamos.
Exemplos de juízos:
1. Beethoven compôs mais de oito sinfonias.
2. A Nona Sinfonia de Beethoven é sublime.
3. Alguns estados norte-americanos aboliram a pena de morte.
4. A pena de morte devia ser abolida.
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Os juízos (1) e (3):
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Juízos de facto e juízos de valor
A diferença entre juízos de facto e juízos de valor normativos não resulta de os primeiros serem consensuais e os
segundos não o serem. Pois há juízos de facto que não são consensuais (como a existência de extraterrestres) e juízos
de valor que são consensuais (como a incorreção moral do homicídio) .
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Alguns juízos morais não são normativos.
Quando o Luís afirma que gosta de pastéis de Belém, não quer que todas
as pessoas gostem de pastéis de Belém. Neste caso, trata-se apenas de
exprimir um gosto ou preferência; não exprime um juízo normativo
porque ele não quer adequar a realidade ao seu pensamento.
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Juízos de valor (ou de apreciação)
Exemplos
Pietá é uma das mais belas esculturas renascentistas
Guernica é uma bela pintura
O amor é belo
Lisboa é uma cidade encantadora
O João é corajoso.
Só os quadros azuis são belos.
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JUÍZOS DE FACTO, JUÍZOS DE VALOR E ÉTICA
Para compreender melhor o que é um juízo de valor é importante ver como é que
um juízo desses se distingue de um juízo de facto.
Juízos Juízos
de facto
São
de valor
São avaliativos: fazem uma EXEMPLO
S
EXEMPLO •A pena d
Em Portugal
descritivos: apreciação positiva ou negativa;
morte
e
não existe descrevem são a favor ou contra
é injusta.
pena de morte. o modo como alguma coisa e formulam uma •A pena d
e
as coisas são. preferência. morte
é justa.
Juízos de facto e Juízos de valor
1 – Descrevem a realidade ou informam-nos acerca 1 – Valoram determinados acontecimentos,
de factos, coisas, acontecimentos ou ações. coisas ou ações.
Durante a segunda guerra mundial A morte de 6 milhões de judeus às mãos dos
seis milhões de judeus morreram nos nazis foi um ato criminoso e horrendo.
campos de concentração nazis.
2 – Têm claramente valor de verdade. O seu valor 2 – Refere-se de forma implícita ou explicita a
de verdade é independente das crenças ou valores ou princípios fundamentais nos quais
se baseia para produzir uma avaliação ( uma
gostos de quem os profere. valoração positiva ou negativa ).
É verdadeiro ou falso, isto é , refere-se aos factos A morte de 6 milhões de judeus foi um ato criminoso
podendo ser negado ou confirmado pela porque ( justificação do juízo) o respeito pela vida
experiência ( observação e/ou e dignidade do homem é valioso.
experimentação).
Não se tem a certeza sobre o nº de judeus que 3 – São normativos ou prescritivos. Destinam-
morreram nos campos de concentração nazis. Só se a indicar-nos como devemos avaliar as
se sabe que o nº de vitimas mortais foi elevado. coisas.
3 -São descritivos ou informativos: não prescrevem Ao julgar-se que a morte de 6 milhões de judeus foi um
ato criminoso dos nazis, considera-se que esse ato
ou proíbem o que deve ou não fazer-se. –
não devia ser cometido. O respeito pelo valor da
Descrevem a realidade ou informam-nos vida e dignidade humanas traduz-se na norma:
acerca de factos, coisas, acontecimentos ou “Não matarás”, que neste caso foi infringida.
ações. Quando são verdadeiros limitam-se a
dizer-nos como as coisas são. 36
Ficha de trabalho valo
res
Ficha de trabalho valo
res correção
Exercícios
Juízo de facto ou de valor?
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Exercícios
Juízo de facto ou de valor?
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Exercícios
Juízo de facto ou de valor?
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A NATUREZA DOS JUÍZOS DE VALOR
MORAIS
Serão os valores algo que o ser humano inventou e inventa, existindo apenas nas
mentes desses seres, ou serão eles características das coisas às quais os atribuímos,
fazendo assim parte da realidade?
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A NATUREZA DOS JUÍZOS
DE VALOR MORAIS Essas respostas serão
Considerar que a Ética meras opiniões, que não
é objetiva ou não é objetiva temos nenhuma obrigação
influencia de modo de ter em conta, ou poderã
diferente as nossas ser verdades que todos
respostas a inúmeras deveríamos aceitar
O problema da natureza questões.
dos juízos de valor e ter em conta?
morais
é uma questão importante
com implicações Em seguida,
Para discutir este problema é preciso
na resposta à questão vamos abordar
ter em consideração o facto de muitas
de saber se sociedades atuais serem multiculturais:
três perspetivas
diferentes
pessoas de culturas, valores e costumes
sobre esta
há ou não diferentes vivem em conjunto.
questão.
verdades No nosso estudo
Como lidar com
objetivas
essas diferenças?
na Ética Será tudo
não vamos fazer
aceitável? nenhuma
distinção
entre Ética e
Teorias
Duas famílias de teorias:
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Sub-Teorias
Não-cognitivismo:
Cognitivismo:
• Subjetivismo: os juízos morais têm valor de verdade, mas o seu valor
de verdade depende da perspetiva do sujeito que faz o juízo.
• Relativismo: os juízos morais têm valor de verdade, mas o seu valor
de verdade depende da perspetiva de cada cultura.
• Objetivismo: os juízos morais têm valor de verdade, mas o seu valor
de verdade é independente da perspetiva de quaisquer sujeitos.
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Tema –
O problema da natureza dos juízos m
orais: o Subjetivismo ; o Relativismo e
o Objetivismo.
As teorias objetivistas 1respondem afirmativamente a ambas as
questões.
Subjetivismo 2
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Subjetivismo
O subjetivista defende as seguintes teses:
• (T1) Os juízos morais têm valor de verdade, mas o seu valor de verdade depende da
perspetiva do sujeito que faz o juízo.
• (T2) Há factos morais, mas estes são subjetivos, pois só dizem respeito aos sentimentos
de aprovação ou reprovação das pessoas.
• (T3) «X é bom» ou «X é moralmente correto» significa «Eu aprovo X»; «X é mau» ou «X
é moralmente errado» significa «Eu reprovo X».
5 Na ética cada um tem «a sua verdade»; assim, quando uma pessoa exprime um juízo moral não pode estar enganada.
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O argumento da discordância
Contraste-se com os juízos de facto: neste caso, pensa o subjetivista, não encontramos o mesmo tipo de discordâncias . Por
exemplo, há um consenso quanto à composição química da água, mas não há um consenso quanto à permissibilidade do aborto.
Do ponto de vista subjetivista, não há consenso neste segundo caso porque é um juízo de valor.
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Objeções ao argumento da discordância
1 Ou seja, a premissa que está a ser posta em causa é a de que, no que respeita aos valores só há discordância.
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Objeções ao argumento da discordância
A segunda objeção põe em causa a ideia de que se um juízo não for subjetivo, não já
discordância. Pelo contrário, há muitos casos em que estamos perante juízos que não
são subjetivos e no entanto há discordância.
Por exemplo, há quem pense que os seres humanos foram diretamente criados por
Deus, como é descrito na Bíblia, e quem pense que os seres humanos surgiram de
outras espécies, por meio de processos naturais. Contudo, não se trata de juízos
subjetivos. Acontece apenas que as pessoas não conseguem chegar a um consenso.
Também há quem pense que o clima hoje é mais quente devido aos seres humanos, e
quem pense que não. Uma vez mais, não estão em causa juízos subjetivos. Apesar disso,
as pessoas não conseguem chegar a um consenso. 1
1 A premissa que está a ser rejeitada é uma condicional: « Se os juízos não fossem subjetivos, não haveria discordância». Assim a
objeção consiste em defender que a verdade da antecedente é compatível com a falsidade da consequente: há casos em que um
juízo não é subjetivo, mas há discordância.
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O argumento do conflito de valores
Talvez o argumento da discordância capte mal uma ideia parecida, mas diferente.
Essa ideia é a de que, quando há conflitos no que respeita a juízos de facto, há
maneiras objetivas de decidir quem tem razão: é só uma questão de observar as
coisas cuidadosamente. Contudo, o que acontece quando há conflito de valores?
Neste caso, não parece haver uma maneira objetiva de decidir quem tem , razão, e é
por isso que os valores são subjetivos.
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Objeções ao argumento do conflito de valores
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OBJEÇÕES AO SUBJETIVISMO
Qualquer comportamento é
aceitável, bastando para isso
que este esteja de acordo
com os sentimentos de cada
um.
Se aceitarmos o subjetivismo deixaremos de ter motivos para avaliar os juízos éticos das
outras pessoas e para argumentar racionalmente quando se trata de resolver questões morais.
Esta teoria torna absurdo qualquer esforço racional para encontrar os melhores princípios
éticos e fundamentá-los perante os outros.
67
OBJEÇÕES AO Atenção!
Estas são
SUBJETIVISMO apenas d
de várias uas
possíveis objeções
Impede a censura de ações ao subjet
ivismo.
claramente erradas
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O OBJETIVISMO
Tese fundamental
Alguns juízos de valor morais são objetivos.
A verdade ou falsidade de alguns juízos de valor morais não
depende nem da cultura nem das preferências individuais.
A verdade ou falsidade desses juízos depende das razões
que os sustentam, ou seja:
• um juízo moral será objetivamente verdadeiro, se Porém, esta teoria defende que
puder existem algumas verdades morais
ser justificado com boas razões; universais, como por exemplo:
• um juízo moral será objetivamente falso, se não • a mutilação genital feminina é
puder errada;
• o racismo é errado;
ser justificado com boas razões.
• a escravatura é errada.
71
O OBJETIVISMO
74
Critérios transubjectivos
de valoração
Há valores que, independentemente da especificidade
de cada cultura, devem valer para toda a Humanidade.
82
O RELATIVISMO
Tese fundamental
Todos os juízos de valor morais são
culturalmente relativos.
Tal como o subjetivismo, o relativismo também considera que os juízos de valor
morais não são objetivamente verdadeiros nem falsos.
Mas enquanto o subjetivismo afirma que a verdade ou falsidade dos juízos depende
dos sentimentos e preferências do indivíduo, o relativismo afirma que depende da
cultura de cada sociedade:
•os juízos morais são verdadeiros para as sociedades que os aceitam;
•os juízos morais são falsos para as sociedades que os rejeitam.
O RELATIVISMO
Falamos de
diferenças:
Nem melhores nem piores: diferentes •no vestuário
•nas língua
O relativismo dá muita importância à diversidade cultural: s
povos diferentes têm valores e costumes diferentes.
•na educação
das crianças
•na religião
O relativismo afirma que não se pode dizer que os valores
de uma sociedade são melhores ou piores do que os de outra. •nas crença
s acerca da
sexualidade
• A mutilação genital feminina é moralmente certa. •no papel d
os homens e
m u das
• A mutilação genital feminina é moralmente errada. lheres na sociedade
…
Estes juízos são verdadeiros ou falsos?
Para os defensores
Ambos são verdadeiros em algumas
sociedades e falsos noutras, pois a prática
do relativismo ...
da mutilação é aprovada pela maioria das … esta teoria favorece
pessoas em algumas sociedades e a tolerância
reprovada pela maioria noutras entre pessoas de sociedades
sociedades. Não há uma maneira neutra e diferentes.
universal de determinar que uma dessas
posições é preferível à outra.
O RELATIVISMO
O relativismo defende que
as pessoas devem viver de acordo
Rejeição do etnocentrismo com os valores da sociedade
a que pertencem e não devem criticar
os valores aceites em outras
Para o relativismo, não existe uma moralidade sociedades.
única.
A moralidade varia em todas as sociedades, consideram que esta
consoante os hábitos que cada sociedade aprova teoria favorece
ou reprova. a tolerância entre
sociedades diferentes
Por essa razão, o relativismo considera
incorreto
que pessoas de uma sociedade
critiquem
os costumes de outras sociedades.
o relativismo é uma
Para o relativismo uma crítica desse
resposta
género
adequada aos desafios
é intolerante e etnocêntrica.
do multiculturalismo
e aos problemas que
possam surgir do
convívio entre pessoas
com valores
e costumes muito
diferentes.
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89
90
Atenção!
OBJEÇÕES AO Estas são
ap enas d
u as
RELATIVISMO de várias
objeções
possíveis
A crítica pode não ser ao relativ
ismo.
etnocêntrica
Não permite explicar
o progresso moral
Se o relativismo fosse verdadeiro, a
• é possível criticar outros costumes sem ideia
ser ofensivo; de progresso moral não teria sentido
– por esta teoria entender que não é
• criticar um determinado costume de outra possível fazer juízos transculturais.
sociedade não significa criticar a totalidade
Porém, como é implausível não haver
dos costumes dessa sociedade, nem,
progresso moral, pode concluir-se que
consequentemente, ter uma atitude o relativismo não é verdadeiro.
etnocêntrica contra essa sociedade.
https://auladigital.leya.com/shar
e/af57871f-e691-4ec7-a050-1f5
71c56587a
Guião de análise do video
Relativismo Moral
O relativismo moral defende que
o bem e o mal são convenções
sociais, próprias de cada cultura,
ou seja, que existem regras e
normas que valem apenas em
cada sociedade.
• Os esquimós consideravam o
infanticídio moralmente
permissível, enquanto que outras
culturas discordam, considerando
o infanticídio um mal.
1 . As culturas evoluem: È certo que algumas sociedades evoluem: por exemplo a escravatura tinha um
valor positivo e era uma prática na América do Norte e hoje é uma aberração. Se as sociedades evoluem é
porque compreendem que certas práticas são más e que é melhor substitui-las por outras mais conformes
à natureza humana. Mais equilibradas para todos . A ciência ajudou a perceber que todos somos iguais. O
relativismo conduz-nos ao conformismo e à indiferença.
2 . Há revoltas dentro das sociedades. No seio de uma certa cultura muitas pessoas mais informadas não
concordam com certas práticas, nem sempre há unanimidade, e há desvios à norma. Portanto muitos
costumes não são livremente aceites mas são impostos pela inércia da tradição.
3 . Pelo facto de não sabermos o melhor não significa que não exista. Os relativistas confundem a
diversidade de opiniões com a inexistência da verdade. Se formos relativistas então não há valores morais
absolutos. Assim todos as regras morais são possíveis e nenhuma é melhor que outra. Isso não significa que
não há moral, significa apenas que ela não é única, que há diferentes regras e princípios consoante as
sociedades.
Pelo facto de não sabermos que há vida em Andrómeda, não quer dizer que não haja uma verdade sobre
isso. 115
ubjetivismo
bjetivismo
116
Segundo o subjetivismo, os juízos morais apenas exprimem
posições pessoais de aprovação ou reprovação.
A resposta:
Sim; são relativos às opiniões e sentimentos das pessoas/indivíduos
que os defendem (tese do subjetivismo moral)
117
Argumentos:
O subjetivismo moral está centrado no seguinte argumento:
Premissa: Diferentes indivíduos discordam acerca do que é correto ou incorreto.
Premissa: Não existe um critério objetivo que nos permita distinguir o que é correto do que é errado (quem tem
razão).
Conclusão: Logo, todos temos razão.
A 1ª premissa apresenta-nos um facto: é do senso-comum que existe discórdia no que toca a questões morais.
A 2ª premissa é uma consequência da 1ª: o subjetivista acredita que é por haver essa discórdia que não existem
valores absolutos, que possam ser
aplicados a todos. Afirma antes que todos temos razão, que a validade dos valores morais depende do código
moral da pessoa/indivíduo que o defende.
Ex: Se João acredita que X é correto e Pedro acredita que X não é correto, segundo esta teoria ambos têm razão,
visto que a validade de cada crença depende dos sentimentos e crenças da pessoa que a defende.
Logo, não parece existir razão para criticarmos as opiniões uns dos outros: são igualmente boas, não temos o direito
de as julgar nem o critério objetivo (ou neutro) para o fazer.
A partir deste argumento e da sua explicação, delinearam-se três aspetos que tornam o subjetivismo moral
atraente: esta teoria procura promover a liberdade, autonomia e tolerância das/entre as pessoas.
118
• Os juízos morais têm valor de verdade, mas o seu valor de verdade depende da perspetiva do sujeito que faz o juízo.
• Há factos morais, mas estes são subjetivos, pois só dizem respeito aos sentimentos de aprovação ou reprovação das
pessoas.
• «X é bom» ou «X é moralmente correto» significa «Eu aprovo X»; «X é mau» ou «X é moralmente errado» significa
«Eu reprovo X».
Há duas razões que podem levar-nos a aceitar o subjetivismo moral:
1. O subjetivismo torna possível a liberdade. O subjetivista pode alegar que, se as distinções entre o certo e o errado
não forem fruto dos sentimentos de cada pessoa, então serão imposições exteriores que limitam as possibilidades de
ação de cada indivíduo. Pressupõe, portanto, que agimos livremente apenas quando damos voz aos nossos
sentimentos e agimos de acordo com eles.
2. O subjetivismo promove a tolerância entre pessoas com convicções morais diferentes. Quando percebemos
simultaneamente que as distinções entre o certo e o errado dependem dos sentimentos de cada pessoa, e que os
sentimentos de uma não são melhores nem piores que os de outra, tornamo-nos mais tolerantes, mais capazes de
aceitar como legítimas as opiniões e as ações que vão contra as nossas preferências.
• Objeções ao subjetivismo
Mas será que estamos dispostos a aceitar isto? Pensemos noutra possibilidade. Imaginemos que uma pessoa acredita poder
sacrificar outra, apesar de esta ser uma pessoa saudável e normal, para salvar o seu filho, que precisa de um
transplante de coração. Será que neste caso também estamos dispostos a pensar que é tudo uma questão de opinião,
ou, pelo contrário, acreditamos que ela realmente não pode fazer isso? Quem pensa que ela realmente não pode
matar para salvar o seu filho tem de rejeitar o subjetivismo. Isto porque está a supor que existem falsidades e verdades
no domínio dos juízos morais que não dependem dos sentimentos de aprovação ou reprovação de quem faz o juízo.
* O subjetivismo acredita que não há verdades absolutas porque os assuntos morais são objeto de discórdia generalizada;
mas isso não quer dizer que não existam verdades objetivas.
• Se esta teoria defende que todos os indivíduos têm razão, então também têm razão aqueles que defendem que o
subjetivismo está errado.
Portanto, é verdade que o subjetivismo está errado.
• Objeções ao subjetivismo
2. O subjetivismo compromete-nos com uma educação moral que consiste apenas em ensinar que devemos agir de acordo com os nossos
sentimentos.
Se educarmos as crianças de acordo com a perspetiva subjetivista, teremos de ensinar-lhes apenas a seguir os seus sentimentos, a orientar-se
em função daquilo de que gostam e de que não gostam. Teremos de lhes dizer que qualquer comportamento que venham a ter é
aceitável, bastando para isso que esteja de acordo com os seus sentimentos. Se uma criança tiver um sentimento profundamente negativo
em relação à escola, provavelmente pensará que não há mal algum em faltar às aulas. E o subjetivista terá de aceitar que, para ela, é
verdade que não há mal algum em faltar às aulas.
• Objeções ao subjetivismo
Defende que:
* Um juízo moral é correto quando, independentemente de gostos
e de convenções, tem as melhores razões do seu lado – racionais e
imparciais.
As avaliações morais têm de ser justificadas de uma forma que seja
aceitável para qualquer individuo racional, seja qual for a sua crença
ou sociedade. Quanto melhor for a justificação que suporta o juízo
moral, mais razões teremos para considerá-lo objetivamente
verdadeiro.