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Ou
Kritik der mongolischen
Vernunft
Análise da Terceira Secção, do 2º capítulo da 2ª parte: Doutrina
transcendental do método, da Crítica da Razão Pura
Quando a crença (considerar algo verdadeiro) é válida para todos aqueles que sejam
dotados de razão o seu princípio é objetivamente suficiente para se lhe chamar convicção
se a crença não é universal é persuasão
persuasão = simples aparência, porque um juízo não universal é tido como
objetivo
"a crença não se pode comunicar" - aquilo que não se pode dizer com
sentido não deve ser dito
verdade= concordância com o objeto (os juízos de todos os
entendimentos devem encontrar-se de acordo)
OPINIÃO: é uma crença, que tem consciência de ser insuficiente, tanto subjetiva como
objetivamente
FÉ: é uma crença apenas com subjetividade suficiente, é considerada objetivamente
insuficiente
SABER: é uma crença que é suficiente tanto subjetiva como objetivamente
não se pode ter uma opinião sem possuir qualquer saber, mediante esse saber o juízo
consegue uma ligação com a verdade, essa ligação, sem ser completa, é algo mais do que
uma ficção arbitrária
Na matemática e na moralidade:
deve-se saber ou abster-se de todo o juízo
nos princípios da moralidade, não se tem o direito de arriscar uma
ação com base na simples opinião de que qualquer coisa é permitida, mas
é preciso sabê-lo
não é possível julgar do ponto de vista simplesmente especulativo, porque os
fundamentos subjetivos da crença não merecem crédito algum nas questões
especulativas, visto não se poderem manter livres da ajuda empírica nem comunicar com
os outros no mesmo grau.
só do ponto de vista prático é que uma crença teoricamente insuficiente pode ser
chamada fé.
este ponto de vista prático é:
habilidade -fins arbitrários e contingentes
moralidade -fins absolutamente necessários
FÉ CONTINGENTE: quando não se conhece outras condições para se atingir um fim
FÉ NECESSÁRIA: quando sei de maneira certa que ninguém pode conhecer outras
condições que levem ao fim proposto
FÉ PRAGMÁTICA: uma fé contingente, mas que é fundamental para o emprego real dos
meios para certas ações
a APOSTA: a aposta é o que permite reconhecer se o que alguém afirma é simplesmente
persuasão, ou pelo menos uma convicção subjetiva, isto é, uma fé firme.
a aposta faz refletir e quem não tem convicção suficiente desiste da sua posição.
FÉ: diz respeito à direção que me é dada por uma ideia e à influência subjetiva que exerce
sobre o desenvolvimento dos atos da minha da minha razão e que me confirma nessa
ideia embora não me encontre no estado de a justificar do ponto de vista especulativo.
FÉ MORAL: é um caso diferente de fé pois é necessário que aconteça algo (obedecer à
lei moral)
↳ o fim está inevitavelmente fixado e só há uma condição possível
(Deus e um mundo futuro: "ninguém conhece outras
condições
que conduzam à mesma unidade dos fins sob a lei moral."
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a referência comum a Kant
-"Kant adere um novo caminho ao pensar o conhecimento separadamente"
-Kant introduz na doutrina transcendental do método o conhecimento do
conhecimento
Lógica Transcendental
Lógica Pura (sistemas lógicos, lógica modal, etc)
Lógica Aplicada (teorias da justificação epistémica)
Kant absorve tanto um mundo puramente subjetivo como um mundo puramente objetivo
um processo de ajuizamento que vai muito além dos juízos positivos que realizamos no
dia-a-dia a realidade é sempre compreendida já sobre a influência de um subjetivo, sobre
o sujeito, eu.
o campo da "razão pura", tal como o da "moralidade', sendo a priori, não deixa espaço
para a opinião" (Meinung), mas somente para o que é certo, embora o "saber" seja daí
inalcançável: a “crença” (Glaube), enquanto correspondente ao "ter por verdadeiro
teoricamente insuficiente" na sua aplicação prática.
CRENÇA
PRAGMÁTICA NECESSÁRIA DOUTRINAL
Méritos epistêmicos
Méritos não epistêmicos - úteis na prática
o processo epistémico inicia-se com a opinião, elemento necessário para tal
PROCESSO TEORÉTICO:
↳ aceitação de certas proposições sintéticas a priori, as quais podem satisfazer o impulso
metafísico e isto "Sem nos permitir exibir os nossos resultados enquanto
epistemicamente equivalentes ao conhecimento percentual histórico e cientificamente
CRENÇA MORAL:
↳o sujeito compromete-se com a sua ação, mas não ligada ao plano epistémico.
uma ação moral tem de ter a vontade do sujeito, não poderá ser algo
determinado, desta forma seria retirado a essência da moral
CRENÇA RACIONAL:
↳ fundamentada paradoxalmente em "sentimentos morais" cujo pressuposto é
incontornável
LÓGICA:
↳Distinção entre a "verdade" (não um domínio em si mesmo, uma qualidade de
ajuizamento), enquanto propriedade (ou qualidade) objetiva do conhecimento, e "juízo",
o elemento de ligação "pelo qual algo é representado como verdadeiro" e que, ao
concretizar-se para um "sujeito particular", consiste subjetivamentemente "num tomar
por verdadeiro ".
Juízo
algo ser representado sujeito como verdadeiro
↳ "o tomar por verdadeiro
Sujeito
↳perceção
JUÍZO MODAL
I." a alma do humano pode ser imortal" - possível(arbitrário)
II."a alma humana é mortal"-real (verdadeiro)
III."a alma do humano tem de ser mortal"- necessário (certeza)
I.problemático
II.assertório
III.apolítico
LÓGICA MODAL
E
LÓGICA EPISTÉMICA
lógica epistémica
↳ Jaakko Hinfinita
Para, Jaakko Hintinkka, é necessário demarcar a diferença entre juízos modais, ao
contrário da lógica modal, que traduzia (I) e (II) de igual forma
I.) Pap
II.)Bap
III.)Kap
princípio do KK:
Kp → KKp> KKKP (...)
rejeição do princípio KK:
↳problema da regressão infinita
↳+rejeição do princípio KK
A lógica pura é antecessora na lógica formal moderna pois não admite senão "princípios
mais altos (ou puros (lauter)) a priori", abstraindo. completamente de qualquer conteúdo,
seja ele "empírico ou transcendental," e recusando qualquer contaminação psicológica
para se constituir cientificamente enquanto "cânone do entendimento”.
A lógica aplicada, aplica-se (e subir sobe-se para cima, já que estamos numa de redundâncias)
às situações concretas em que um sujeito se pode encontrar, para a compreensão das
quais concorre toda uma série de condicionalismos subjetivos ou psicológicos que lhe
retiram cientificidade; os seus "princípios empíricos "não lhe permitem aspirar a ser mais
do que um mero "catártico do entendimento comum"
CPR B89
dupla meta epistemologia
1.meta epistemologia da lógica transcendental principalmente metafísica que trabalha
com conceitos sintéticos a priori
2. -meta epistemologia da lógica geral aplicada principalmente empírica que
trabalha com conceitos sintéticos;
-meta epistemologia da lógica geral pura que trabalha com conceitos analíticos;
a lógica geral aplicada não devia ser chamada de "lógica", na qual consideramos às "coisas
se costumam passar no nosso pensamento, não como se deveriam passar."
Hein van der Berg resume bem o que está em causa ao escrever que "a matemática
fornece fundamentos de cognição a priori de coisas naturais determinadas" e, desse
modo, "compre uma função estritamente epistémica com respeito à física."
c) A matemática, metafísica e a moral tem um estatuto apriorista, estão
fechadas ao domínio opinativo: não pode haver aqui opiniões já que estas nunca
podem formular-se sobre matérias passíveis de conhecimento a priori.
Não abandonamos todas as nossas opiniões para formular um saber ou um crer, a opinião
não serve para nada e no processo de cognição nunca é totalmente abandonada.
“um comprometimento” com aquilo que não pode ser empiricamente comprovado
Kant não deixar dívidas quanto a isso quando, num longo esclarecimento em nota,
enuncia "esta crença é a necessidade de aceitar a realidade objetiva de um conceito (do
bem supremo), isto é, a possibilidade do seu objeto, como objeto necessário a priori da
escolha", frisando depois âmbito subjetivo em que se constitui a "validade e inalteridade"
dessa “crença prática”, que, embora nunca possa ter uma aptidão epistémica, "toma o
lugar de um conhecimento."
Mas por muito confiança que tenha relativamente à validade da aperceção e dos
testemunhos em que se fundam tais certezas empíricas, percebe-se o porquê de, para
Kant, serem assertóricas já que poderiam não ser o caso
Kant deixa isso claro na secção inicial do I capítulo da Doutrina Transcendental do Método
da Crítica da Razão Pura ao afirmar "argumentos empíricos não podem proporcionar
nenhuma prova apolítica"
A relação entre (ii) e (iii) manifesta-se por excelência nos "axiomas", que formam os
"princípios sintéticos à priori dade que são imediatamente certos."
Temos, por conseguinte, dois subgéneros do género de relação entre (ii) e (iii): um
axiomático, a que corresponde (ii) – (iii) enquanto tal, e um não axiomático, que se
poderá designar (ii)-(iii)*.
Note-se que ambos permitem uma "certeza matemática" que é "imediata", embora
divirjam no que nos respetivos fundamentos diz respeito.
Um alcance distinto da "clareza matemática" ocorre quando ela é "mediata"
Uma relação (ii) e (iii') patenteia-se naqueles casos em que não se estando perante
qualquer coisa que seja imediatamente
o raciocínio por adução é muitas vezes associado àquilo que ficou conhecido na
contemporaneidade como "inferencia da melhor explicação."
O ponto mais relevante da argumentação de Kant neste espaço do capítulo diz respeito
à distinção que estabelece entre "demonstração"(Demonstration) e "prova acromática",
através das quais se alcança, respetivamente, "certeza matemática" e "certeza filosófica".
Kant adianta que "(só) uma prova apolítica, na medida em que é intuitiva, pode chamar-
se demonstração".
o filósofo fica limitado aprovas que não são demonstrativas, mas apelativas.
aquilo que está em causa é "considerar de cada vez o geral" in abstracto (mediante
conceitos) ou poder fazê-lo "in concreto (na própria intuição) e contudo mediante a pura
representação a priori".
Kant alerta para o perigo da pretensão da filosofia (teórica) em se tornar "ciência", i.e.,
"a suma de um conhecimento como sistema", enquanto se diferencia da "suma de um
conhecimento como simples agregado", a exemplo daquilo que sucede no
"conhecimento comum".
apesar de "tudo o que acontece tem a sua causa" permita a priori formular na experiência
juízos apodíticos com base em princípios, este nunca serão uma evidência
As categorias da relação correspondem a "analogias da experiência", elas têm um
estatuto marcadamente diferente dos axiomas".
12. a "vontade" não influencia o processo judicativa, não ser por via do entendimento"
a) adiamento ou retenção dos nossos juízos marcados pela
provisoriedade e consequente problematização.
b) noções de "adiamento crítico do juízo" ou "suspensão indagatória"
e "adiamento cético" ou "suspensão cética do juízo": a colocação de
qualquer juízo em "suspensão" quando não há "fundamentos suficientes
para considerar algo como verdadeiro "em oposição à sua colocação "em
dúvida";
Kant e Bayes
a influência de Bayes na epistemologia formal
a análise Bayesiana do que se veio a designar probabilidade condicional ou posterior
assenta num teorema que pode ser expresso em notação simplificada por meio da
seguinte equação:
x
uma questão importante, dos princípios Bayesinianos, que nos reaproxima do
enquadramento que Kant faz da probabilidade na Lógica diz respeito ao grau da crença
numa hipótese que forçosamente nunca pode ser nulo ou total se quisermos evitar o
dogmatismo
Um caso típico em que há crença nula em quando uma hipótese em causa constitui, aquilo
que Ikka Niinilvoto descreve como, "uma idealização que se sabe ser falsa", pois isto
implica que "as suas probabilidades anteriores e posteriores sejam zero".
Regra de Cromwell:
“Eu suplico-lhes, na piedade de Cristo, pensem que é possível que estejam enganados.”
no Bayesianismo:
+ conhecimento=+ informação
mais hipóteses consolidadas podem ser apresentadas e as nossas probabilidades serão
cada vez mais fundadas.
existe ainda um debate sobre o tipo de crença que é assumida inicialmente,
nomeadamente se a crença deve ter uma base subjetiva ou objetiva.
Kant sustenta, numa antecipação da regra de Cromwell, que nem absoluta desconfiança
nem a absoluta confiança se revelam apropriadas; se são raros os casos em que podemos
conhecer algo dogmaticamente, também a atitude ética, que recusa sem ter um
fundamento "todo o conhecimento assertórico (behauptend)", não apresenta uma
alternativa viável pois impossibilita desde logo qualquer "aproximação à "certeza", sendo
ambas as posturas dogmáticas.
A metodologia crítica não tem aplicação aos conhecimentos que são específicos dos foros
"matemático" ou “empírico”, mas tão-somente ao "conhecimento puramente filosófico".
3. Conceito de hipótese
a) tem natureza probabilística (insusceptibilidade de "certeza apolítica": sendo a
hipótese por definição incerta, o Fürwahrhalten hipotético fundamenta-se numa
pressuposição (Voraussetzung) de suficiência.
b) inferência indutiva e otimização científica: relevância de que "à probabilidade de
uma hipótese pode aumentar e elevar-se a um análogo de certeza."
c) estatuto do "até agora" (bisjetzt) nas ciências da natureza: a impossibilidade da
dimensão hipotética na matemática e na metafísica;
d) o facto de a sua validade ser conferida por aquilo que tem ocorrido "até agora"
não deve impedir que, com o devido espírito crítico, a perspetivamos "como se
fosse totalmente certa "- tanto quanto o pode ser "através da indução"
e) conclusões sobre a meta epistemologia Kantiana
o naturalismo científico e filosófico que Herman von Helmholtz (neo kantiano, mas
principalmente cientista), que começou a promover de forma influente na segunda
metade do séc. XIX, deu o mote a essas disputas.
J. Weiner considera não haver descontinuidade no par a priori/a posteriori, mas frisa o
quão importante é compreender "a reinterpretação de Frege da distinção Kantiana
analítico /sintético ", salientando que esta "reinterpretação tem de ser encarada como
mais do que uma emenda menor de um detalhe da epistemologia Kantiana." Segundo
Weiner, para Frege tanto a priori/a posteriori, sintético/analítico têm que ver com
justificação, contudo a verdadeira distinção de Kant analítico /sintético concerne ao
conteúdo, não à justificação, das proposições.
Já J.Conant em Kantianismo de Frege, evoca as mencionadas passagens do § 3 e recorda
que "(u)ma série de comentadores pensou que (essa) formulação deveria ser lida como
um ataque à formulação Kantiana da distinção analítico /sintético", embora, entende "a
intenção de Frege (seja) permanecer fiel no espírito, senão à letra, da filosofia de Kant."
Segundo Conant, Frege está meramente a recuperar que o une a Kant e que corresponde
essencialmente ao anti psicologismo, que ambos defendem a propósito da lógica pura.
O diagnóstico traçado por Weiner será mais judicioso, havendo evidências textuais
bastantes para as divergências que Frege assume relativamente a Kant e que dizem
fundamentalmente respeito à conceção epistemológica deste juízo: 1 (ver texto de
Frege)
Frege não está de lodo a identificar proposições a posteriori com proposições analíticas
Tal como Kant, ele só reconhece a existência de (i) proposições sintéticas a posteriori,
que requerem perceção sensorial; (ii) proposições sintéticas a priori, que são
proporcionadas pela intuição interna, tendo nas proposições de geometria o seu
paradigma, e (iii) proposições analíticas, que, sendo a priori, laboram simplesmente no
pensamento.
Frege critica passagens de Kant que excedem a recusa do carácter intuitivo sintético a
priori da aritmética, que, contrariamente à geometria, Frege considera enquanto a
posteriori
Merece destaque o que é dito noutra nota, ao §27, na qual Frege, lamenta que Kant
tenha indiscriminadamente empregado a palavra "representação" de forma objetiva e
subjetiva, quando a deveria ter usado "apenas num sentido subjetivo", considerando
que, com isso, "ele deu à sua doutrina um colorido muito subjetivo, idealista, e tornou
difícil o atingir do seu verdadeiro ponto de vista", sendo essa "distinção tão justificada
como a (distinção) entre psicologia e lógica".
É pertinente que Bolzano- cujo objetivismo expresso na teoria das "proposições em si"
(Sätze in sich) e "verdades em si" (Wahrheiten an sich) se assemelha ao que Frege veio a
defender através dos seus pensamentos (Gedanken) e que influenciou manifestamente
Husserl-faça girar muita da sua resistência à filosofia Kantiana justamente em torno dos
modos do Fürwahrhalten.
Segundo Bolzano, o Fürwahrhalten pode gerar basicamente opiniões, quando há pouca
"confiança" (Zuversicht) da parte do sujeito que julga, ou no limite crenças, quando essa
confiança é mais elevada, mas nunca saber, sob pena de este redundar num processo
meramente subjetivo.
Contrariamente a Frege e Bolzano, Kant nunca poderia admitir que algo
tenha o selo da verdade forra do reconhecimento dessa verdade, inclusive
analítica
Frege propõe, o seu objetivismo, com base em três fontes epistêmicas que não são
justificáveis nem injustificáveis, que o foro da verdade seja pensado autonomamente
face ao considerar algo verdadeiro.
Frege enumera as três "fontes de conhecimento" que são dadas na sua confiabilidade a
despeito das suas "perturbações":
"Distingo as seguintes fontes de conhecimento:
1. perceção sensorial;
2. a fonte de conhecimento lógico;
3. fonte de conhecimento geométrico e fonte de conhecimento temporal;
A cada uma destas fontes de conhecimento correspondem perturbações que reduzem o
seu ver.”
Correspondem no fundo (em termos Kantianos):
1. sintético
2. analítico
3. sintético a priori
Segundo Frege, o teorema de Pitágoras, é o que é, revelando-se ou não a
alguém
Refere Frege que "o pensamento que expressamos no teorema de Pitágoras é verdadeiro
intemporalmente, verdadeiro independentemente de se alguém o toma por verdadeiro
(für war hält)"
As discussões entre Frege e Russell substituíam agora as que tinham tido lugar entre
Frege e Husserl nos últimos anos do séc. XIX, contribuindo decisivamente para a
afirmação da filosofia analítica.
Os argumentos que Russell apresenta em 1905 no influente artigo Sobre Denotação
constituem importantes reações epistemológicas à base platonista do pensamento de
Frege.
1. Russell e a pergunta por "o que é que conhecemos quando conhecemos proposições
acerca do "tal e tal" sem conhecermos quem ou o que é o tal e tal", ou seja, "quando o
sujeito é meramente descrito."
a) a importância epistemológica, e não apenas lógica, deste problema
b) as noções de "contacto" (acquaintance) e "descrição" (description)como
antiéticas.
c) o contacto enquanto "relação cognitiva direta" a uma determinada coisa:
situações em que se pode estar "diretamente consciente (aware) do próprio
objeto"
d) a exclusão da relação judicativa desta esfera, reservada apenas à
"apresentação"(presentation): o que está em causa na ideia de que "a relação de
sujeito e objeto" específica do contacto corresponde ao "reverso da relação
objeto e sujeito que constituía apresentação"
e) o contacto como não necessitando de uma apresentação atual: o papel da
memória e daquilo que se sabe sem se pensar nisso
f) a apresentação enfatiza o objeto e não o carácter relacional que é
distintivo do contacto: o materialismo e o idealismo, ou solipsismo, nos extremos
epistemológicos.
2. preservando 'o dualismo do sujeito e objeto "de forma garantir "um fato fundamental
respeitante à cognição.
a) aquilo com o qual estamos relacionados em primeira instância é da ordem
dos "dados dos sentidos" (sense -data), algo face ao qual se estabelece "contacto
direto"
b) conhecimento introspetivo e "consciência de si" (self-consciousness):
estar consciente de que se está consciente de algo
c) noções de "consciência de particulares" e "consciência de universais": o
fenómeno do "conceber" (conceiveng) e “conceito" (concept) a que se acede
nesta última, por diferença relativamente às instâncias particulares disso mesmo
d) o próprio conceito de “consciência” (awareness) como podendo ser algo
do que se passa a estar consciente
e) a peculiaridade das "relações", de cuja "relação universal ela mesma"
nunca estamos conscientes: o caso da preposição "antes" na proposição" Isto esta
"antes daquilo" e no complexo “...
Russell torna isso mais claro na versão incluída em Os Problemas da Filosofia, cujo início
foi reescrito, constituindo um recurso privilegiado para se compreender o Conhecimento
por contacto e Conhecimento por descrição.
a) A distinção entre " conhecimento de coisas" (Knowledge of things) e
"conhecimento de verdades ("Knowledge of Truths)o conhecimento de coisas
como específico da investigação epistemológica divisão deste entre
"conhecimento por contacto "e "conhecimento por descrição": a independência
lógica do primeiro face ao "conhecimento de verdades", ao contrário do sgundo,
que assume "algum conhecimento de verdades como sua fonte e fundamento"
b) o contacto enquanto dispensando a intermediação de "qualquer processo de
inferência ou qualquer conhecimento dever-dados": o fundacionalismo e não-
inferencialismo oposto do não-fundacionalismo e inferencialismo na justificação do
conhecimento.
c) os "dados dos sentidos" não conceptualmente como "coisas com as quais temos
contacto, coisas imediatamente conhecidas por mim como elas são".
d) O nosso conhecimento das coisas na medida em que constituem elegemos físicos
correspondem a um "conhecimento direto" mas a um "conhecimento por
descrição"
e) a paradoxal redução de todo o conhecimento acerca dos objetos a
"conhecimento de verdades", que representa proposicionalmente um
"conhecimento por descrição"
f) reavaliando a "formação" que é proporcionada pelo contacto: ceticismo
Russell não reconhece "nenhum estado mental que estejamos diretamente conscientes
da mesa ", despojados, de conhecimento inferencial, o pressuposto da acquaintance, que
implica uma indubitabilidade dos sense-data, é indispensável para responder à dúvida
cética, repousando aí o rationale na tese principal do texto: "Todo o nosso conhecimento,
tanto conhecimento de coisas como conhecimento de verdades, baseia-se no contacto
como sua fundação."
Dado que aquilo que comunicamos não são somente nomes, mas proposições, Frege vai
introduzir as noções de "pensamento" - que conglomera diferentes Sinne - e "valor de
verdade ", o verdadeiro e o falso, que determinam se a proposição denota ou refere um
estado de coisas
Dummett vincou bem as implicações "não epistêmicas" desse realismo semântico, tendo
preferido adotar uma posição "antirrealista", no seio da qual as condições de verdade
passam a ser condições de assertabilidade enquanto estabelecidas por certa comunidade
linguística para determinada asserção ser realista.
a visão realista de Frege, segundo Dummet, tem implicações "não epistêmicas ".
não parece possível admitir que "possamos fazer um juízo ou manter uma suposição sem
conhecer aquilo sobre o qual estamos a julgar ou a supor".
Russell já tinha reparado como Kant "que a descrição nas nossas mentes
será provavelmente alguma massa de conhecimento histórico mais ou
menos vaga."
- "Quando há algo com o qual não temos contacto imediato, mas apenas definição por
frases denotativas, as proposições nas quais esta coisa é introduzida por meio de uma
frase denotativa não contém realmente esta coisa como constituinte"
↳Podemos estabelecer proposições acerca das coisas com as quais não temos
"contacto imediato"
- O ponto fundamental para Russell é que, em todo o caso, aquilo que encapsulamos na
expressão "Monte Branco" é forçosamente algo que pertence à nossa acquaintance-
derivando, e.g. das imagens dos glaciares ou das montanhas cobertas de neve que
conhecemos e que os "constituintes" das proposições que articulamos fazem a ponte
com essas realidades contanto que isso que é articulado seja verdadeiro
A posição de Frege
- A esfera do verdadeiro situa-se fora de qualquer coisa que possamos pensar"
- Se os nossos pensamentos pudessem esgotar a verdade disso ao qual se referem, só
haveria Fürwahrhalten, que Frege entende consistir num processo psicológico e, como
tal subjetivo.
- Não é por haver quem admita que a terra é plana que isso resultará em conhecimento
A Posição de Russell
-Russell também procurava uma objetividade, mas não a via no quadro de um
"pensamento";
A recusa de Russell da experiência privada
-Estas passagens tornam manifesto que Russell temem vista CD e não CD*CD visa
superar a privacidade específica de CD*
↳ Recusa da possibilidade de um solipsismo
-Nem a verdade está toda dentro da minha cabeça nem está toda fora dela
Mente e realidade
- Relação múltipla: Mente e todos outros termos com que a mente se relaciona
-Essa dualidade do sujeito e o objeto apenas se aplica à acquaintance, que é sempre
verdadeira, devendo os nossos juízos pressupô-los, mas nunca pretender equivaler-lhe,
sob pena de não conseguirmos explicar o que acontece nos casos em que ajuizamos
falsamente.
• Russell: conceito da crença "igual ao de juízo" -juízo como uma forma de crença
“Na minha teoria (na de Witt entenda-se), ‘p’ tem o mesmo significado (meaning) que
‘não P’, mas sentido (sense) oposto. O significado é o facto. A teoria do juízo apropriada
tem de tornar impossível julgar sem sentido."
Ceticismo em Russell?
- Os juízos sem-sentido (permitidos pela teoria dos juízos) podem ter uma consequência
inversa daquela que a teoria da acquaintance tinha aos olhos de Russell, que era obstarao
ceticismo radical;
- Sem outra condição (externisto) que não seja a relação judicativa (internista), estamos
condenados à aceitação do que ‘A’ considere ter sentido, ainda que isso possa envolver
unicamente uma representação subjetiva.
Ludwig Wittgenstein
" O Tratado Lógico-Filosófico, concluído em 1918, só veio à luz do dia graças a Russell.
Schick
-”O resultado da filosofia não são proposições filosóficas" mas o esclarecimento das
proposições"
- Tanto Wittgenstein como os positivistas pretendiam "superar uma tendência metafísica
na filosofia" que gera um discurso "sem sentido"