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Situações onde falamos de experiências valorativas, nas que se situam no registo das
obrigações ou no das possibilidades:
Podemos falar de experiência valorativa sempre que estivermos no campo das
possibilidades, uma vez que o ato de valorizar implica, necessariamente a existência de
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alternativas, quer nos estejamos a referir a apenas um objeto, pessoa, ou ação, quer a
mais do que um.
Quando nos referimos a apenas um objeto, o campo das possibilidades prende-se com o
facto de podermos achar esse objeto belo ou feio, útil ou inútil, etc. Podemos ainda
produzir juízos de valor em relação a mais do que um objeto, estabelecendo, por
exemplo, uma comparação, exprimindo a nossa preferência por um, em detrimento de
outro.
Mais uma vez, a experiência valorativa ocorre no campo das possibilidades, implica
uma certa liberdade de escolha. Quando nos situamos no registo das obrigações, a
experiência valorativa perde o seu significado, uma vez que uma determinada escolha
nos é imposta do exterior, independentemente das nossas preferências.
• Critérios Valorativos:
Historicidade e Relatividade:
Encaixam no subjetivismo, pois defendem que os valores variam, que no tempo, quer
no espaço.
Quanto à Relatividade, os juízos de valor são relativos às culturas, são verdadeiros ou
falsos em função da avaliação das culturas. Não há uma verdade objetiva. As verdades
são produzidas de forma diferente por pessoas/indivíduos diferentes (Várias pessoas
chegam a um consenso intersubjetivo).
Na Historicidade, o desejo pelos objetos varia ao longo da História da Humanidade.
(Exemplo: A escravatura era comum e integral na Grécia Antiga e hoje em dia é
reprovada.)
Perenidade e Absolutividade – Encaixam no objetivismo, pois em ambos os casos temos
critérios que defendem a invariabilidade dos valores.
A Perenidade defende que os valores são intemporais, ou seja, não sofrem alterações ao
longo da História da Humanidade. (Exemplos: Valor da Vida, Valor da Justiça, …).
Polaridade do Valor – Tudo o que é valor tem caráter de bipolaridade, de oposição de
extremos. (Exemplo: o bem contrapõe-se ao mal, sendo o bem um valor e o mal, um
contravalor).
Hierarquia de Valores – Os valores apresentam-se ordenados segundo uma escala de
importância. A validade de cada hierarquia é discutível, pois existe sempre um elemento
de subjetividade e relatividade na apreciação dos valores. Em linguagem corrente,
designamos por “mais… do que…” e/ou por “menos… do que…” (Exemplo: 1- Amor,
2- Respeito, 3- Coragem, …).
• Objetivismo vs. Subjetivismo:
Objetivismo – Os valores são absolutos, independentes dos sujeitos, que se limitam a
reconhecer constatar o valor presente nos objetos. Os valores são imutáveis,
independentes e transcedem o sujeito.
Teoria Objetivista dos Valores – Segundo, o objetivismo, os valores existem “em si
mesmos” (no objeto e não no sujeito), como realidades imutáveis. O que muda é a nossa
apreciação em relação a esses valores, o nosso conhecimento dos mesmos, o que
significa que pode ter-se dado muita importância a um valor como a honra, na Idade
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Média, e hoje nem tanto (por exemplo), portanto a nossa visão desse valor mudou, mas
não o valor em si mesmo. Concilia-se o relativismo com o objetivismo.
Subjetivismo – Os valores dependem sempre dos sentimentos e pensamentos dos
sujeitos. Só existem em função do sujeito. Por isso, variam em função dos desejos e
preferências dos indivíduos.
Teoria Subjetivista dos Valores – Os valores existem apenas em função do sujeito, dos
seus desejos, preferências, valores, necessidades, etc., não existindo enquanto
propriedades das próprias coisas. Resultam de uma interpretação nossa, pelo que não
são nem verdadeiras nem falsas. Por isso mesmo não é fácil os juízos de valor reunirem
o mesmo tipo de consenso que os juízos de facto.
Distinção entre as Teorias Ontologista e Naturalista dos Valores – No Naturalismo, os
valores consistem em propriedades das coisas, com uma existência real e objetiva.
No Ontologismo, os valores existem enquanto ideias, com uma existência independente
dos objetos (em relação aos quais os atribuímos) e dos sujeitos concretos e suas
circunstâncias específicas (espaço e tempo em que se localizam).
Definição dos Valores segundo o Psicologismo e o Emotivismo* – Os valores referem-
se a vivências pessoais, a sentimentos e emoções que resultam de determinados estados
psicológicos, sendo subjetivos, estando dependentes das preferências destes sujeitos,
dos seus pontos de vista.
Os objetos não têm valor em si mesmos, valem porque os desejamos. Desenvolvida por
Charles L. Stevenson, esta perspetiva filosófica defende que os valores exprimem as
nossas emoções, sentimentos e atitudes, não sendo possível avaliá-los em termos de
verdade ou falsidade. Trata-se de uma perspetiva subjetivista.
*Considerações:
1- A negação dos valores como propriedades objetivas das coisas rebate a tese objetivista
naturalista.
2- Ao fazerem juízos de valor expressão de emoções, sentimentos e atitudes e não de ideias
de caráter supostamente universal, estas teorias parecem opor-se igualmente ao objetivismo
ontologista.
3- Em relação à 2ª. Consideração, sendo assim, isso impossibilita a reflexão e discussão
crítica sobre os valores baseada numa perceção comum do conceito subjacente aos valores.
2.1. A Cultura
• Definir Cultura:
A Cultura diz respeito aos valores, crenças, objetos, comportamentos e tradições que
são partilhados por um grupo relativamente amplo e transmitido de geração em geração.
Provém do verbo latino “colere”, que significa “cultivar o solo”. Não diz respeito
apenas à posse de informação, ao “ter cultura”, mas também ao ser.
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Em sentido amplo, a cultura é uma manifestação do poder criador, inventivo e
transformador do ser humano, que é considerado, por isso, um animal de cultura,
distinguindo-se dos outros seres. Todas as atividades, objetos e instrumentos que os
seres humanos constroem no contacto com a Natureza e nas relações humanas podem
ser consideradas parte da cultura.
• Identificação de Aspetos Materiais e Espirituais:
Da cultura, fazem parte todos os tipos de atividade humana, estende-se por cultura o
conjunto dos elementos que caracterizam uma sociedade considerada. Todas as
sociedades vivem uma cultura que lhes é própria e que deriva dos seus diferentes
hábitos, valores e modos de vida. A cultura engloba dois tipos de elementos, os aspetos
materiais e os aspetos espirituais. Ambos se articulam e influenciam mutuamente.
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• Modelos de Relação entre Culturas:
Monoculturalismo/
Objetivismo
Etnocentrismo
Resumindo
Interculturalismo – Tolerância Positiva – Escolha Livre Imposição 😊