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O subjetivismo moral é a teoria segundo a qual o valor de verdade dos juízos morais depende
das crenças, sentimentos e opiniões dos sujeitos que os emitem. Os juízos morais exprimem
sentimentos de aprovação e de desaprovação e dependem desses sentimentos. Não há
verdades morais objetivas e universais.
2. O subjetivismo moral afirma que nenhuma perspetiva moral é mais verdadeira ou melhor do
que outra. Tente formar um contra-argumento.
Como o subjetivismo é também uma perspetiva moral, então não é melhor do que qualquer
outra. Contudo, os subjetivistas acreditam que o absolutismo moral e a crença na existência de
verdades objetivas em ética são perspetivas erradas. Trata-
-se de uma contradição.
3. O subjetivismo moral torna impossível uma genuína discussão de questões morais. Está de
acordo? Justifique a sua posição.
Imaginemos que João defende que o aborto é errado e que Maria argumenta que o aborto é
moralmente aceitável. Segundo o subjetivista, eles não estão realmente em desacordo sobre se
o aborto é ou não moralmente legítimo. Estão simplesmente a exprimir os seus sentimentos
sobre a moralidade do aborto. Será perda de tempo que um tente convencer o outro de que
está enganado. Se o seu ponto de vista corresponde ao que sente, então é subjetivamente
certo. O mesmo se passa com Maria. Não faz sentido debater ou discutir porque será uma
conversa de surdos. Cada qual exprime gostos diferentes e julga que gostos não se discutem. O
que é verdade para ti é verdadeiro e o que é verdade para mim é verdadeiro e ponto final.
O objetivismo moral é a teoria defendida por quem acredita na existência de verdades morais
objetivas. Essas verdades não dependem, de modo algum, do ponto de vista de cada indivíduo
ou cultura.
Soluções às questões para estudo de preparação 3º teste – 10ºE
5. Imaginemos que Joaquim defende que a pena de morte é moralmente errada e que Joana
defende que a pena de morte é moralmente correta. O que diria o objetivista sobre esta
situação?
O objetivista diria que, havendo verdades morais objetivas, há práticas morais objetivamente
erradas. Por isso mesmo, um destes juízos de valor tem de ser objetivamente falso. Um dos
dois – ou o João ou a Joana – tem de estar errado. Uma das práticas é errada em si mesma e
por isso não se pode admitir que as duas opiniões sejam verdadeiras como pretenderia o
subjetivista.
O que, segundo o determinismo moderado, distingue ações livres de ações não livres é a
natureza das causas que estão na sua origem: as ações livres têm causas internas ou
psicológicas (desejos, crenças), ao passo que as ações não livres têm causas externas. O
determinismo radical considera que há uma ligação causal entre a nossa vontade e as nossas
ações. Contudo, essa ligação não é controlada pela nossa vontade, mas sim pelo nosso
património genético e pela herança cultural e educativa que recebemos e fez de nós o que
somos.
a) Um homem sai de casa e dirige-se à esquadra da polícia porque quer confessar a sua
participação num crime.
b) Um homem sai de casa e dirige-se à esquadra da polícia porque alguém lhe apontou uma
arma à cabeça e o aconselhou a confessar o crime dizendo-lhe, que se não o fizesse, as
consequências seriam gravíssimas para a sua família, entretanto refém.
a) Livre quando a sua causa imediata são estados internos do agente e b) Não livre quando a
sua causa imediata são estados ou fatores externos que o agente não controla.
Soluções às questões para estudo de preparação 3º teste – 10ºE
No caso a), a ação é claramente causada por um estado interno: o desejo de confessar o que
fez. A sua ação seria então, de acordo com os deterministas moderados, uma ação livre, sem
constrangimentos externos. Mas será mesmo assim? Imaginemos que o que o faz sair de casa
não é exatamente apenas uma causa interna − o seu desejo de confessar – como também o
facto externo relevante de que a polícia está a caminho de sua casa. A ação parece derivar de
uma combinação complexa de fatores externos e internos.
No caso b), o determinista moderado ou compatibilista diria que a ação não é livre porque a
causa da ação é externa: a arma que alguém aponta à sua cabeça. Trata-se na sua perspetiva
de uma ação compelida. Mas é esta conclusão incontestável? Podemos dizer que não. Podemos
imaginar outra reação. Vejamos: o homem tem uma arma apontada à cabeça, mas também
pode acreditar – causa interna – que a sua vida não tem valor e que, ao morrer, pode
assegurar uma situação financeira estável à sua família – ele acredita que, se morrer, a sua
família terá uma compensação monetária relativa ao seu seguro de vida. Poderia acontecer que
tivesse optado por não obedecer à ordem ameaçadora. Nesse caso, a causa imediata da sua
ação seria interna − o seu desejo de não viver. Mas, nesse caso, a causa imediata da sua ação
seria não a arma apontada à cabeça − causa externa −, mas sim o seu desejo de não viver,
que é uma causa interna. Como, de acordo com o determinismo moderado, ações livres são
ações cuja causa imediata é interna – desejos e crenças –, não teremos de concluir que, apesar
da arma, a ação do homem foi livre?
1º - Dizer que somos livres exceto quando somos compelidos por forças externas − ameaças,
por exemplo – desvaloriza o facto de que fatores internos como as compulsões e forças
inconscientes podem determinar as nossas ações.
2º - O facto de escolhermos agir de uma certa forma não garante que a nossa escolha seja livre
porque não fomos nós a determinar o nosso caráter e a nossa personalidade. Forças internas e
externas que não controlámos foram a causa da personalidade ou maneira de ser que
apresentamos e determinam o que fazemos.
Soluções às questões para estudo de preparação 3º teste – 10ºE
3º - Assim, é muito discutível que sejamos realmente livres ou que possamos ter agido de outra
maneira. Não podemos falar de livre-arbítrio, no sentido em que algo poderia ter acontecido de
modo diferente do que aconteceu. As nossas escolhas até podem ser nossas, mas são
determinadas pelo modo como fomos educados ou «construídos».