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O que é a Filosofia?

As questões da
Escola Secundária Alcaides de Faria – Barcelos
Ficha formativa de Filosofia – 10º
Ano letivo 2022/2023 Outubro de 2022
Antes de começar a responder, leia cuidadosamente toda a ficha. Responda de forma rigorosa, organizada
e clara. Use letra legível e terminologia adequada. Não se esqueça de justificar devidamente as suas
afirmações.

FICHA FORMATIVA 1
Abordagem introdutória à filosofia e ao filosofar:
- O que é a filosofia? Caracterizar a filosofia como uma atividade conceptual crítica.
- As questões da filosofia: Clarificar a natureza dos problemas filosóficos.

Grupo I
Indique, na folha de resposta, o número do item a que está a responder e a letra da alternativa que
considera correta.

Indica a alternativa correta.


1. O significado etimológico da palavra «filosofia» é:
A. sabedoria.
B. amor da sabedoria.
C. capacidade de argumentar.
D. pensamento.

2. A Filosofia é uma:
A. ciência social.
B. atividade humana, como a religião, a arte e a ciência.
C. história das grandes ideias.
D. área do saber caracterizada pela valorização do pensamento acrítico.

3. Qual é a frase que não se aplica à Filosofia?


A. Questiona ideias muito comuns que as pessoas usam todos os dias sem pensar.
B. Poucos dos resultados obtidos ficam por desafiar muito tempo.
C. Ocupa-se de questões muito gerais.
D. Usa métodos lógicos que asseguram o consenso entre os especialistas.

4. Na Filosofia valoriza-se a:
A. incerteza.
B. ignorância.
C. atitude crítica.
D. atitude dogmática.

5. Qual destas questões é filosófica?


A. Em Portugal há alguma lei acerca dos maus tratos contra animais?
B. Que diferenças existem entre o sistema jurídico português e o sistema jurídico francês?
C. O modo como a velhice é encarada numa certa sociedade influencia ou não a prática da eutanásia?
D. O conhecimento humano será genuíno ou ilusório?

6.Na «Alegoria da Caverna», a libertação do prisioneiro simboliza


A. a passagem do conhecimento para a sabedoria.
B. a passagem da ignorância para o conhecimento.
C. o facto de algumas pessoas não estarem dispostas a discutir as suas crenças com as outras pessoas.
D. a transformação de uma atitude crítica numa atitude acrítica.
7. A Filosofia distingue-se da Matemática, porque, contrariamente a esta,
A. recorre a métodos empíricos.
B. não possui métodos formais de demonstração.
C. nunca fala de números.
D. não é racional.

8. «Pensemos (…) numa afirmação como “Nenhum objeto pode viajar mais depressa do que a luz“. As
afirmações das ciências empíricas são afirmações do género desta: afirmações que se referem ao mundo
que podemos observar pelos sentidos ou que podemos inferir a partir de observações e medições
complicadas realizadas com instrumentos como um espectrómetro ou um radiotelescópio. Mas por mais
que façamos medições e observações não iremos descobrir se os animais têm direitos, nem se Deus
existe.»
Desidério Murcho, «O Que É a Filosofia?» in Crítica – https://criticanarede.com/filos_gen.html (consultado em 5/03/2021)
Este texto refere-se ao facto de a Filosofia ser:
A. um estudo conceptual.
B. empírica.
C. uma reflexão acerca de problemas que não fazem parte da nossa vida.
D. uma área de estudos onde não há respostas consensuais.

9.Analisa, atentamente, as frases apresentadas e seleciona a resposta correta:


i. O que é a verdade?
ii.A teoria do Big Bang é verdadeira?
A. i. é mais básica do que ii.
B. ii. é mais básica do que i.
C. i. e ii. são igualmente básicas.
D. Nem i. nem ii. são questões básicas.

10. O problema «Existirão boas razões a favor ou contra a existência de Deus?» é abordado pela
A. ciência.
B. religião.
C. Filosofia da religião.
D. Filosofia da ciência.
Grupo II

- Lê, com atenção, o seguinte texto e responde às questões apresentadas.

“O que significa, especificamente, dizer que a filosofia faz a «crítica» das nossas crenças? Para
começar, admitamos que a maior parte das nossas crenças sobre questões vitais como a religião e a
moralidade são manifestamente acríticas. Faz uma pausa para avaliar as tuas crenças sobre estas questões,
perguntando-te por que razão vieste a ter as crenças que tens. Na maior parte dos casos, podemos afirmar
com segurança, irás descobrir que não «vieste a ter» tais crenças em resultado de uma reflexão
prolongada e séria sobre elas. Pelo contrário, aceitaste-as com base em alguma autoridade, isto é, um
indivíduo qualquer, ou instituição, que te transmitiu essas crenças. A autoridade pode ser os teus pais,
professores, igreja ou amigos. Muitas das nossas crenças são impostas pelo que chamamos vagamente
«sociedade» ou «opinião pública». Estas autoridades, regra geral, não te impõem as suas convicções. Ao
invés, absorveste essas crenças a partir do «clima de opinião» no qual te desenvolveste. Assim, a maior
parte das tuas crenças sobre questões como a existência de Deus ou sobre se por vezes é correto mentir
são artigos intelectuais em «segunda mão».
Mas isto não significa, claro, que essas crenças sejam necessariamente falsas ou que não sejam sólidas.
Podem perfeitamente ser sólidas. Os artigos em «segunda mão» por vezes são muito bons. O que está em
causa, contudo, é isto: uma crença não é verdadeira simplesmente porque uma autoridade qualquer diz
que o é. Supõe que, perante uma certa crença, eu te perguntava: «Como sabes que isso é verdade?»
Certamente que não seria satisfatório responder «Porque os meus pais (professores, amigos, etc.) me
disseram». Isto, em si, não garante a verdade da crença, porque tais autoridades se enganaram muitas
vezes. Verificou--se que muitas das crenças sobre medicina dos nossos antepassados, que eles
transmitiram às gerações posteriores, eram falsas. E desde que se fundaram as primeiras escolas que os
estudantes - graças aos céus - encontraram erros no que os seus professores diziam e tentaram encontrar
por si crenças mais sólidas. Por outras palavras, a verdade de uma crença tem de depender dos seus
próprios méritos. Se os teus pais te ensinaram que é desastroso abusar de maçãs verdes, então a asserção
deles é verdadeira não porque o disseram, mas porque certos factos (muito desagradáveis) mostram que é
verdadeira. Se aceitares uma «lei» científica que leste num manual, essa lei deve ser aceite não porque
está escrita num manual, mas porque se baseia em provas experimentais e no raciocínio matemático.
Temos justificação para aceitar uma crença unicamente quando esta é sustentada por provas
experimentais e argumentos sólidos. Mas, como tenho vindo a insistir, a maior parte de nós nunca testa as
nossas crenças desse modo.
É aqui que entra a atividade «crítica» da filosofia. A filosofia recusa-se a aceitar qualquer crença que as
provas experimentais e o raciocínio não mostrem que é verdadeira. Uma crença que não possa ser
estabelecida por este meio não é digna da nossa fidelidade intelectual e é habitualmente um guia incerto
da acção. A filosofia dedica-se, portanto, ao exame minucioso das crenças que aceitámos acriticamente de
várias autoridades. Temos de nos libertar dos preconceitos e emoções que muitas vezes obscurecem as
nossas crenças. A filosofia não permitirá que crença alguma passe a inspeção só porque tem sido
venerada pela tradição ou porque as pessoas acham que é emocionalmente compensador aceitar essa
crença. A filosofia não aceitará uma crença só porque se pensa que é «simples senso comum» ou porque
foi proclamada por homens sábios. A filosofia tenta nada tomar como «garantido» e nada aceitar «por
fé». Dedica-se à investigação persistente e de espírito aberto, para descobrir se as nossas crenças são
justificadas, e até que ponto o são. Deste modo, a filosofia impede-nos de nos afundarmos na
complacência mental e no dogmatismo em que todos os seres humanos têm tendência para cair.
Jerome Stolnitz, Estética e Filosofia da Crítica de Arte, 1960

1 - O que é uma crença acrítica?


Uma crença acrítica é um estado psicológico em que o indivíduo assume para si uma premissa de verdade
e faz dela um dogma. Ou seja, é impossível que se faça uma crítica ao modelo adotado, já que essa crítica
representaria uma injúria à verdade definida.

2 - Explique qual é, segundo o autor, a origem da maior parte das nossas crenças.
A origem da maior parte das nossas crenças é o ambiente de sociedade em que estamos inseridos,
nomeadamente se somos religiosos seremos influenciados pelo padre e por figuras que representam essa
religião, e se somos religiosos fomos persuadidos pelos nossos pais\família para o sermos pois segundo
eles isso será o certo a fazer.

3 - «Uma crença não é verdadeira simplesmente porque uma autoridade qualquer diz que o é», afirma o
autor. Que quer isto dizer?
O autor quer dizer que uma crença não é verdadeira simplesmente porque uma autoridade qualquer diz
que o é, por exemplo se uma autoridade no assunto nos disser que o mar é vermelho, devemos acreditar
ou aceitar essa proposição dessa pessoa que não tem justificação nenhuma? Bem, todos já vimos que o
mar é azul e que não existe mar vermelho. No entanto, algumas pessoas consideram argumentos de
pessoas com alguma autoridade válidos, como se a personalidade de quem ocupa certas posições afetasse
na verdade delas, quando não é bem assim.

4 - «A filosofia impede-nos de nos afundarmos na complacência mental e no dogmatismo em que todos


os seres humanos têm tendência para cair», afirma o autor. Porquê?
Sendo a filosofia a arte de pensar, nao seriamos levados por meras tradições e conceitos repetidos durante
séculos, mas sim pensaríamos e tirariamos as nossas próprias observações acerca dos mais variados temas

5 - «É preferível viver de acordo com as crenças que nos foram transmitidas pela tradição, em vez de as
avaliar criticamente.» Concorda? Porquê?
Não concordo com a afirmação, porque além de estarmos a ter uma atitude comodista ao não querer
mudar e ponderar outras perspectivas sobre os mesmos assuntos. Estamos a ser ovelhas que seguem o
mesmo rebanho, segundo o escritor José Saramago este será o eterno mal dos portugueses por, irem todos
uns atrás dos outros. A sociedade não sabe pensar pela sua cabeça e ver que , se todos fazem estando
errados, não sendo esse o caminho certo para se seguir, então não è ́ para se fazer. Devemos ser pessoas
que se insurgem sem medo, contra as massas, sermos pessoas efetivamente críticas.

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