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UFF – Universidade Federal Fluminense

ESR – Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional

SSC – Departamento de Serviço Social de Campos

Disciplina: Seguridade Social II- Saúde

Prof.ª Dr.ª Viviane Aparecida Siqueira Lopes

DISCENTES: Karoline das Dores, Neusely Gomes, Mayara Helen e Paolla de Almeida
Barreto

Resenha Crítica
Questões para o trabalho profissional do Assistente Social no processo transexualizador

Ao participar do processo de reprodução social, o Serviço Social reproduz componentes


ético-morais que perpassam as relações sociais de um dado momento histórico-conjuntural, e
isso se expressa nas respostas profissionais que objetivam atender a um conjunto de
necessidades e demandas que oferecem legitimidade à profissão. As exigências sociais típicas
da cotidianidade do tempo presente, assim como os preconceitos como forma de alienação
moral são desafios que o profissional de Serviço Social precisa enfrentar para buscar
respostas que seus agentes historicamente formulam visando atender as necessidades da
população usuária dos serviços e políticas onde trabalham. Diante disso, observa-se a
importância do exercício profissional dos assistentes sociais no processo transexualizador,
por apreender as consequências das expressões da questão social para essas populações,
assim como as diversas violações de direitos.
A atuação do assistente social nessas demandas é indispensável para não negligenciar e dar o
suporte necessário a esse grupo, mas o Conselho Federal de Serviço Social-Conselhos
Regionais de Serviço Social (CFESS-CRESS) ainda não traçou parâmetros específicos para
assistência e cuidado de tal população, caracterizando a complexidade, conflitos e
contradições inerentes à ética profissional no enfrentamento das expressões da questão social
num contexto capitalista que utiliza-se do preconceito para permanecer no processo de
expropriação dessas pessoas. O Brasil possui o maior índice de mortes de pessoas trans no
mundo e esse fator deve ser analisado pois observa-se que até divisão do trabalho na
sociedade é um fator determinante do capitalismo que prejudica esse grupo dando origem ao
trabalho informal ou sexual, que evidencia a desigualdade de gênero,por razões de
desvantagens,preconceito e toda uma hierarquia(divisão de classe, dominação, poder entre as
classes sociais) por trás desse cenário. Esse grupo sofre a dupla exclusão ou a dupla-
discriminação, que não somente está atrelada ao preconceito da família, mas do Estado não
interventor e a atenção voltada para esse grupo acaba prejudicada, pois ele tem seus direitos
violados em todas as áreas da vida: subjetiva, econômica, política e cultural, dando origem à
marginalização da sociedade que está associada à desigualdade de gênero, pela não inserção,
por não serem prioritários, principalmente na área da saúde.
O exercício profissional ao deparar-se com demandas das pessoas trans no SUS busca romper
com o conservadorismo objetivando o cuidado e inclusão social dessa poopulação e a
mobilização é feita a partir de exigÊncias de especificidades para aplicar seus instrumentos
de trabalho ético-políticos executados pelo exercício profissional do Serviço Social, criando
respostas na luta contra a trans-travestifobia e em defesa do nome social, entrando num
processo de conscientização das famílias e da sociedade e oferecendo redes de assistência
para esse grupo que muitas vezes se mostra ausente da conscientização dos próprios direitos.
Dentre as prestações de serviços o profissional no âmbito da saúde com seu exercício ético
político é essencial para a luta contra a seletividade na saúde, é responsável por conscientizar
o direito ao acesso às políticas públicas voltadas a essa população, e contribui no combate a
discriminação que essas pessoas sofrem e colaborando na defesa do nome social através de
resoluções do CEFESS nº 615, de 8 de setembro de 2011,nº 489, de 3 de junho de 2006 e o
Código de Ética do/a Assistente Social –Resolução CFESS nº 273,de 13 de março de 1993,
trazendo o objetivo de tornar uma sociedade mais justa e democrática sem descriminalidades
de sexo, raça ou orientação sexual , dando a essas pessoas o direito e a liberdade da sua
escolha sexual e identidade de gênero , assegurando sua proteção e cidadania.

Referências

BARROCO, Maria Lucia Silva; BRITES, Cristina Maria. A Centralidade da Ética na Formação
Profissional. Temporalis, Brasília, Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço
Social, Ano I, n. 2, p. 19-33, jul./ dez. 2000.

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