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IDENTIDADE
O Serviço Social apresenta desafios, como foi citado anteriormente, pois a categoria
profissional possui avanços e retrocessos em relação a como combater a homofobia,
apresentando duas faces a esse debate, seja no âmbito profissional ou no âmbito acadêmico.
Retrocessos que seguem uma vertente conservadora presente na profissão, uma vez que há
uma resistência em reconhecer o direito dessas pessoas em serem livres, como também
apresentam diálogos que são pouco abordados na profissão, e uma vaga análise teórica que
atinge diretamente a atuação desses profissionais que por sua vez não irão conseguir lidar com
o usuário. E houve também avanços, que reconhecem a LGBTfobia como uma expressão da
questão social, buscando a combatividade, como também, a partir dos anos 2000, ocorreu a
inserção desse debate no movimento estudantil de serviço social, com abordagens estratégicas
frente a sexualidade e a identidade de gênero. Porém, é certo dizer que mesmo os avanços
serem benéficos para a profissão,e consequentemente para a população, é notável que em
certo contexto na profissão, como apresentado no texto, pouco era abordado sobre a
LGBTfobia, as questões da população como um todo, seus desafios, demandas e suas
necessidades, o que se reproduz muito nos dias atuais dentro da profissão. Ocorre então a
necessidade de inserir fortemente e de maneira crítica nos cursos de serviço social essa
temática, ampliando os debates e as discussões, tanto para o movimento estudantil como para
a atuação do profissional, a fim de intervir na realidade dessas pessoas, superando então,
todas as formas de repressão e entendendo o sujeito em sua totalidade.
O documentário “Favela Gay” vai retratar a homossexualidade nas comunidades do
Rio de Janeiro, mostrando a realidade na qual pessoas gays, lésbicas, trans e travestis
enfrentam no seu cotidiano, realidade essa repleta de desafios, medos e grandes necessidades
para sobreviver. Dessa maneira, é possível perceber como os entrevistados compartilham de
vivências em comum, pois são da classe trabalhadora, periféricos e da comunidade LGBT,
que para além de lidarem com as pressões impostas pelo capitalismo, ainda precisam lidar
com todas as formas de discriminação impostas pela sociedade e preconceitos que são
produzidos e reproduzidos no dia a dia, sobretudo no espaço periférico como foi visto no
documentário, onde as pessoas seguem o padrão heteronormativo, mesmo a favela sendo um
espaço que deveria ser de acolhimento e de pertencimento. Além dessa questão, é citado
também como a prostituição é um fator determinante na vida desses indivíduos, inclusive na
infância, como é o caso de uma das entrevistadas no curta, que conta num dos seus
depoimentos que iniciou pela primeira vez aos 11 anos a vida na prostituição. Ao longo disso,
é desenvolvido que o prostíbulo pode ser considerado como um dos primeiros locais que são
procurados e constantemente frequentados, seja pelo dinheiro que aparece de forma rápida, ou
seja, por uma questão de necessidade e urgência, seja por um espaço de acolhimento pelas
situações que muitas pessoas trans/travestis já passaram em comum e que acabam
compartilhando da mesma dor e também da mesma luta.