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Pobreza e Desigualdade
Assim, mesmo em países onde não exista pobreza, pode haver desigualdades
sociais, raciais, de gênero etc.
E a exclusão?
A respeito da Violência
ATENÇÃO. As violências são sem dúvidas, uma das principais formas de violação
de direitos que devem ser prevenidas e mitigadas por meio das ofertas da
Política de Assistência Social.
São vários os tipos de violência e suas vítimas devem ter acesso as medidas
preventivas, de acolhida e de proteção nas ofertas da Proteção Social Básica
(PSB) e na Proteção Social Especial (PSE).
Sobre interseccionalidade
Entender as diversidades perpassa anteriormente por uma outra coisa que é desenvolver
um olhar e uma escuta atenta, de fato, para diferentes visões do mundo, diferentes
formas de enxergar o mundo e passa não só por compreender ou entender, mas
principalmente por desenvolver sensibilidades, desenvolver empatia. Temos que pensar
nas causas estruturantes colocadas pelo próprio sistema capitalista em que nós vivemos,
que é promotor sim das desigualdades sociais, do não respeito às diversidades e
consequentemente das múltiplas formas de violência, mas pensarmos, principalmente,
em como nós conseguimos mudar culturalmente as lógicas que existem com relação a
esses preconceitos, com relação ao não respeito às diferenças, que não é simplesmente
uma questão de tolerar, não é simplesmente uma questão de aceitar, mas é uma questão
de ter sensibilidades e acima de tudo entender que todos e todas, dentro das suas
diversidades, são cidadãos e cidadãs sujeitos de direitos.
Um primeiro desafio que nós temos de fato, diz respeito a termos de modo mais
consolidado e disseminado esses dados. Muitas vezes a gente sabe da incidência por
dados pontuais de algumas bases como do próprio SUS, do SUAS também, dos
registros mensais de atendimento do SUAS, mas existe ainda pouca coisa consolidada
com relação a incidência de alguns tipos de violência e, talvez essas violências que eu
citei, que considero violências silenciosas e silenciadas, quando a gente pega por
exemplo o caso da pessoa com deficiência, muitas vezes, esses casos sequer chegam a
ser contabilizados porque sequer eles são identificados e são denunciados, então a gente
tem um problema muito grande ainda que, apesar da existência desses dados, que são
dados extremamente relevantes os dados do Disque 100, os dados do Atlas da violência
e outros dados sobre violência de maneira geral, mas ainda existe uma certa
subnotificação. O SUAS precisa investir em estudos e pesquisas mais aprofundados,
estudos e pesquisas talvez até mais censitários com relação a isso e estudos que
fomentem o caráter mais preventivo da violência né, porque, muitas vezes, se há
subnotificação, isso acontece por uma série de questões inclusive os medos, temores que
as pessoas que são violentadas sofrem, precisamos, cada vez mais, integrar as nossas
bases de dados. Elas são muito desintegradas. Precisamos investir em processos de meta
avaliação desses dados, ou seja, pensar na avaliação das avaliações e discutir esses
dados de maneira intersetorial. Queria aqui destacar que existem duas questões
fundamentais para a gente avançar no tratamento dos dados sobre violência: tratar esses
dados de modo interseccional, ou seja, verificando os fatores causadores de
determinadas opressões devido a características identitárias de raça, de gênero, de classe
social, e aí a gente pode ir colocando outras questões também, mas principalmente a
questão racial e a questão de gênero, devem ser pontudas e analisadas no
intercruzamento dessas bases de dados e, além da questão interseccional, nós devemos
pensar na análise desses dados com base na lógica intersetorial, ou seja, não é
simplesmente o SUAS, não é simplesmente o SUS, o sistema de Justiça, mas nós
precisamos integrar tudo isso para, inclusive, fomentar o planejamento de algumas
estratégias que gerem serviços, ações, programas, projetos e benefícios, no sentido do
enfrentamento às situações de violência. É importante a gente entender também o
processo de disseminação desses dados. Esses dados ainda são muito restritos aos
próprios serviços públicos que são prestados ou ao âmbito acadêmico. Nós precisamos
fazer com que esses dados cheguem a ponta, com que esses dados cheguem às
populações dos territórios para que as pessoas consigam entender a gravidade que é o
problema público da violência.