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PROPOSTA DE ATIVIDADES II

Além da área de Linguagem e suas Tecnologias, os contos que


compõem a obra possibilitam ser explorados a partir de outras áreas do
conhecimento: Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Matemática e suas
Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. As discussões
propostas a partir das atividades propostas pretendem ampliar o campo de
debate e a compreensão da obra literária, a fim de que os alunos apliquem
conceitos apreendidos durante a leitura e a discussão em outros contextos. Ao
abordar cada área do conhecimento, indicamos também competências e
habilidades que são desenvolvidas.

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS

Uma das proposições para o estabelecimento de uma lenda urbana é a


crença. “Trata-se de um pacto que os membros da comunidade se propõem a
fazer, ainda que não tomem como verdadeiras as histórias que fazem circular.”
(LOPES, p. 377). Essa circulação, aliada à essa crença na possibilidade do
fato, permite com que a história seja transmitida e incorpore signos.

Desta forma, afim de que os estudantes verifiquem na prática esse


caráter da crença que essas histórias possuem, propomos uma atividade na
qual eles possam, por meio de uma pesquisa, comprovar a popularidade de
algumas lendas e outras informações que levem em conta, por exemplo, a
faixa etária dos entrevistados.

Essa intersecção de áreas contribui “não apenas para a formação de


cidadãos críticos e reflexivos, mas também para a formação científica geral dos
estudantes, uma vez que prevê a interpretação de situações das Ciências da
Natureza ou Humanas” (BRASIL, 2018, p. 532). Para tanto, a atividade se
mobiliza para o desenvolvimento de competências relacionadas ao investigar,
ao argumentar, ao comunicar e ao representar.

Competências e habilidades
CE 1: Utilizar estratégias, conceitos e procedimentos matemáticos para interpretar situações em
diversos contextos, sejam atividades cotidianas, sejam fatos das Ciências da Natureza e Humanas,
das questões socioeconômicas ou tecnológicas, divulgados por diferentes meios, de modo a contribuir
para uma formação geral.

CE 2: Propor ou participar de ações para investigar desafios do mundo contemporâneo e tomar


decisões éticas e socialmente responsáveis, com base na análise de problemas sociais, como os
voltados a situações de saúde, sustentabilidade, das implicações da tecnologia no mundo do trabalho,
entre outros, mobilizando e articulando conceitos, procedimentos e linguagens próprios da Matemática.

CE4: Compreender e utilizar, com flexibilidade e precisão, diferentes registros de representação


matemáticos (algébrico, geométrico, estatístico, computacional etc.), na busca de solução e
comunicação de resultados de problemas.

EM13MAT101: Interpretar criticamente situações econômicas, sociais e fatos relativos às Ciências da


Natureza que envolvam a variação de grandezas, pela análise dos gráficos das funções representadas
e das taxas de variação, com ou sem apoio de tecnologias digitais.

EM13MAT202: Planejar e executar pesquisa amostral sobre questões relevantes, usando dados
coletados diretamente ou em diferentes fontes, e comunicar os resultados por meio de relatório
contendo gráficos e interpretação das medidas de tendência central e das medidas de dispersão
(amplitude e desvio padrão), utilizando ou não recursos tecnológicos.

EM13MAT406: Construir e interpretar tabelas e gráficos de frequências com base em dados obtidos
em pesquisas por amostras estatísticas, incluindo ou não o uso de softwares que inter-relacionem
estatística, geometria e álgebra.

Antes da leitura

Sonde os conhecimentos prévios dos alunos sobre a questão.


Questione-os, por exemplo, qual faixa etária eles acreditam ser mais crente em
relação a algumas lendas e por quê. Pergunte se conhecem alguém que conta
ter vivido situações como as que serão relatadas nos contos: encontros com
seres estranhos, assombrações, fantasmas ou lugares mal-assombrados.
Se possível, a fim de introduzir o tema, pesquise previamente algumas
manchetes e reportagens sobre esses acontecimentos. Facilmente são
encontradas notícias sobre possível aparecimento de alienígenas, teorias da
conspiração envolvendo pessoas conhecidas e lugares envolvendo
acontecimentos misteriosos. Como se verá em outras propostas de atividades,
lugares onde aconteceram grandes tragédias são muito frequentemente a
origem desses relatos.
Por fim, se necessário, retome as características de uma lenda urbana
com os alunos, a fim de que eles não confundam essas histórias com outras do
folclore brasileiro.

Durante a leitura
Solicite aos estudantes que, durante a leitura, registrem ações e
discursos que envolvem crenças populares nos contos. Essas ações e
discursos, por vezes, se confundem com superstições cotidianas, como passar
embaixo de escadas ou deixar o chinelo virado no chão, por exemplo. Peça
que os alunos se atentem a quais personagens praticam essas ações e emitem
esses discursos.

Depois da leitura
A fim de permitir aos alunos o desenvolvimento de habilidades relativas
à Estatísticas, propomos que seja organizada uma pesquisa amostral na qual
eles possam interpretar e comunicar dados obtidos.
Para que esses propósitos se concretizem nessa área, os
estudantes devem desenvolver habilidades relativas aos
processos de investigação, de construção de modelos e de
resolução de problemas. Para tanto, eles devem mobilizar seu
modo próprio de raciocinar, representar, comunicar, argumentar
e, com base em discussões e validações conjuntas, aprender
conceitos e desenvolver representações e procedimentos cada
vez mais sofisticados. (BRASIL, 2018, p. 529).

Se julgar necessário, retome as características de lendas e contos,


presentes na seção Aprofundamento. Isso garantirá que os alunos não
confundam, durante as entrevistas/pesquisas, histórias pertencentes ao folclore
ou causos populares com lendas urbanas.
Por fim, os alunos comunicarão seus dados aos outros grupos,
apresentando gráficos e utilizando outros recursos para melhor representá-los.

1. Pesquisa
Primeiramente, divida a turma em grupos, selecionando o tema da
pesquisa como melhor convir à realidade escolar. Uma sugestão é arranjá-los
em nove grupos para que cada um fique com uma lenda urbana. Além disso,
organize o questionário a ser utilizado de forma padrão por todos os alunos.
Assim, ao final da atividade, os dados poderão ser reunidos em um só
esquema de representação. Essa última atividade pode, também, ser efetuada
de forma coletiva e, quem sabe, compartilhada por meio de recursos digitais
para toda a comunidade escolar.
A seguir, indicamos um modelo de questionário que pode ser
empregado. É sempre importante lembrar que, de preferência, as respostas
devem ser anônimas, a fim de preservar a identidade dos entrevistados.
LOCAL DE NASCIMENTO:
CIDADE E BAIRRO EM QUE MORA:
SEXO:
FEMININO MASCULINO OUTRO:
IDADE:
10-15 16-20 21-30 31-40 41-50

51-60 61-70 71-80 81-90 91ou mais

RELIGIÃO:
ESCOLARIDADE:
ALFABETIZADO NÃO ALFABETIZADO
1º GRAU INCOMPLETO 2º GRAU INCOMPLETO
1º GRAU COMPLETO GRADUAÇÃO INCOMPLETA
GRADUAÇÃO COMPLETA PÓS-GRADUAÇÃO

PROFISSÃO:
CONHECE A LENDA URBANA _________________________________?
SIM NÃO

CONHECE ESSA VERSÃO OU OUTRA?

CONHECE OUTRA LENDA URBANA?

ACREDITA NESSAS HISTÓRIAS?


SIM NÃO

COMENTE:
É essencial ao processo de desenvolvimento das competências e
habilidades referentes à investigação que o professor acompanhe os alunos,
orientando-os sobre a necessidade de uma análise comparativa de dados a fim
de confirmar sua veracidade. Espera-se que, por meio da pesquisa, os alunos
percebam uma faixa etária ou região da cidade em que a incidência da crença
em determinada lenda seja maior, entre outros dados.
Oriente-os a fazer a pesquisa com o maior número possível de pessoa. Se
julgar possível, estabeleça um número mínimo obrigatório, a fim de que
possam somar a maior quantidade de dados para análise.

2. Apresentação em gráficos
Proponha aos alunos que, com a ajuda de programas e aplicativos
gratuitos, desenvolvam um gráfico para apresentação dos dados obtidos.
Sugira que, dentro do possível, consultem aplicativos e sites gratuitos e
confiáveis para o desenvolvimento de gráficos e tabelas. Estabeleça uma data
para a apresentação dos resultados.
Esses gráficos podem ser apresentados na forma de seminário, com os
alunos acrescentando, quando preciso, informações complementares sobre os
dados coletados.

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

A aproximação entre as duas áreas existe desde a sua gênese: Ciências


da Natureza e Literatura nascem juntas, originadas da mesma observação, do
mesmo olhar humano para as estrelas, esses estranhos pontinhos brilhantes
que tanto nos espantam desde sempre. Ao longo do tempo, as duas formas de
expressão se distanciaram, representando cosmovisões por vezes opostas.
Por outro lado, como ressalta a BNCC nas diretrizes da área das Ciências da
Natureza e suas Tecnologias,

Cabe considerar e valorizar, também, diferentes cosmovisões –


que englobam conhecimentos e saberes de povos e
comunidades tradicionais –, reconhecendo que não são
pautadas nos parâmetros teórico-metodológicos das ciências
ocidentais, pois implicam sensibilidades outras que não separam
a natureza da compreensão mais complexa da relação homem-
natureza. (BRASIL, 2018, p. 548).

Assim, no campo Vida, Terra e Cosmos, propomos uma atividade na


qual os alunos possam, pelo caminho científico-investigativo, sondar um pouco
mais os mistérios do Universo. A partir da leitura especificamente do conto
“Chupa-cabra”, propomos uma atividade investigativa sobre vida
extraterrestre, atividade que visa “promover o protagonismo dos estudantes
na aprendizagem e na aplicação de processos, práticas e procedimentos, a
partir dos quais o conhecimento científico e tecnológico é produzido”. (BRASIL,
2018, p. 551).

Antes da leitura

Antes da leitura do conto “Chupa-cabra”, pergunte aos alunos o que eles


sabem sobre esse fenômeno. Peça que citem outras situações em que se
relatam histórias de aparições de objetos voadores não identificados e de
criaturas estranhas. Se julgar pertinente, inicie a atividade com um relato
jornalístico sobre o chupa-cabra.

Durante a leitura

Peça que os alunos registrem impressões sobre o conto, como os


efeitos do uso de um narrador em 1ª pessoa, por exemplo, a fim de perceber o
efeito de sentido provocado por esse escolha.

Depois da leitura

Ao final da leitura, retome junto dos alunos o último trecho:

O gato brinca com uma formiga na varanda. A formiga tem asas,


mas parece que a brincadeira já a machucou o suficiente para
não permitir mais seu voo. A formiga dá uns passinhos rápidos,
curtinhos como ela, curtinhos como a vida dela. O gato a
observa quase sádico, inclinando a cabeça como se a
analisasse. Quase cruel, mas não. É a vida pulsando dentro
dele, o instinto. O quarto é savana agora, ele é leão. Bicho faz,
mas faz sem intenção.

Olho para o céu ainda claro, mas já com uma nítida lua
crescente marcando a abóboda como se fosse cicatriz. E se
formos nós as formigas? E se formos apenas formigas sendo
observadas esse tempo todo?

A partir do trecho, retome a notícia e/ou as questões de sondagem para


uma breve análise do conto: sobre as dúvidas expressas pelo personagem e
sobre os significados dessa última cena. Explore os sentidos e metáforas
presentes no gato que brinca com uma formiga voadora.

1. Pesquisa

Introduza a atividade investigativa explicando aos alunos como ela vai


funcionar: diferente dos eventuais seminários, essa pesquisa, que pode ser
organizada em duplas ou trios, terá seus resultados compartilhados no formato
de podcast. Assim, várias opiniões sobre a possibilidade de vida fora do
planeta Terra podem ser expressas em forma de um debate compartilhável
com outras pessoas interessadas no tema. Essa atividade busca contemplar
uma observação da BNCC, “que, mais importante do que adquirir as
informações em si, é aprender como obtê-las, como produzi-las e como
analisá-las criticamente.” (BRASIL, 2018, p. 551).

Oriente, então, que os alunos busquem informações científicas sobre o


tema. Peça que desviem de resultados sensacionalistas, muito divulgados em
blogues e em plataformas diversas de vídeos. Recorde aos alunos que a
investigação deve ser feita em fontes confiáveis, baseada em dados e
observações científicas, não em crenças místicas sobre esses seres.

Caso necessário, tire dúvidas dos alunos quanto aos registros de


informações e dados obtidos nas pesquisas. Talvez fosse o caso de solicitar
que reservem, para anotações, um pequeno caderno, bloco de notas ou fichas,
ou, ainda, um arquivo de texto digital. Esse material deve ser organizado a fim
de que as informações sejam facilmente encontradas durante a gravação do
podcast.
2. Podcast

Dependendo do número de alunos na turma, atribua funções, a fim de


que todos possam participar e sintam suas qualidades valorizadas. Algumas
funções que podem existir na produção do material são: organização das
informações e como elas serão transmitidas, edição e revisão de um roteiro,
produção do material (incluindo o material necessário para a gravação e
recursos intermidiáticos, como celular, gravador, microfone, fones de ouvido
etc.) e gravação. Nessa última etapa, os alunos poderão empregar aplicativos
gratuitos na internet ou no próprio aparelho celular empregado na atividade.
Envolva dois ou três grupos, ou representantes desses grupos, escolha
também a depender do número de alunos disponíveis. A ideia é que perguntas
como “Quais foram as primeiras suspeitas sobre a existência de vida
extraterrestre? Há descobertas científicas sobre isso? O que significa a
expressão ‘certeza científica’ que muitas vezes é empregada nesse contexto?”,
dentre outras, possam guiar a conversa, que, uma vez gravada, torna-se um
podcast. Desta forma, como guia dos debates, explore diferentes questões
para os grupos, a fim de não se tornar uma atividade repetitiva.
Concluída a gravação, oriente-os a fazerem upload em uma plataforma
digital. Para finalizar, todos devem ajudar no compartilhamento dos vários
podcast produzidos.

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS

Cremos ser impossível a uma obra literária se desenvolver sem


estabelecer relações diretas com a área das Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas. Ora, os objetivos da área não são os mesmos objetivos da leitura
literária? Isto é: “a compreensão e o reconhecimento das diferenças, o respeito
aos direitos humanos e à interculturalidade, e o combate aos preconceitos de
qualquer natureza.” (BRASIL, 2018, p. 561). Conforme expressa a BNCC:

No Ensino Fundamental, a BNCC se concentra nos


processos de tomada de consciência do Eu, do Outro e
do Nós, das diferenças em relação ao Outro e das
diversas formas de organização da família e da
sociedade em diferentes espaços e épocas históricas.
Para tanto, prevê que os estudantes explorem
conhecimentos próprios da Geografia e da História:
temporalidade, espacialidade, ambiente e diversidade (de
raça, religião, tradições étnicas etc.), modos de
organização da sociedade e relações de produção,
trabalho e poder, sem deixar de lado o processo de
transformação de cada indivíduo, da escola, da
comunidade e do mundo. (BRASIL, 2018, p. 561).

Além disso, objetivo tanto das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas


quanto da literatura propor aos estudantes que “desenvolvam a capacidade de
estabelecer diálogos — entre indivíduos, grupos sociais e cidadãos de diversas
nacionalidades, saberes e culturas distintas [...]” (BRASIL, 2018, p. 561).

A fim de promover esses princípios, propomos uma atividade de


pesquisa, compartilhamento de resultados e debate a partir da temática
desigualdade, nas áreas nas quais foi representada nos contos que compõem
a obra.

Competência e habilidades
CE 5: Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando
princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos.

EM13CHS101: Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas


linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos,
geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.

EM13CHS104: Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de modo a identificar


conhecimentos, valores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de
diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.

EM13CHS205: Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas dimensões culturais,


econômicas, ambientais, políticas e sociais, no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para
as culturas juvenis.

EM13CHS403: Caracterizar e analisar processos próprios da contemporaneidade, com ênfase nas


transformações tecnológicas e das relações sociais e de trabalho, para propor ações que visem à
superação de situações de opressão e violação dos Direitos Humanos.

EM13CHS501: Compreender e analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, identificando


processos que contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia e
o poder de decisão (vontade).

EM13CHS502: Analisar situações da vida cotidiana (estilos de vida, valores, condutas etc.),
desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade e preconceito, e propor ações que
promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às escolhas individuais.

EM13CHS503: Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas causas,
significados e usos políticos, sociais e culturais, avaliando e propondo mecanismos para combatê-las,
com base em argumentos éticos.
EM13CHS504: Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das transformações
científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores
de indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas.

Antes da leitura
Sonde os conhecimentos prévios dos alunos acerca dos preconceitos
em um sentido geral: preconceitos étnicos, sociais, relacionados à orientação
sexual ou ao gênero sexual, além das diferenças de status social que alguns
grupos têm em detrimento de outros. Questione se alguém já vivenciou uma
situação de preconceito, bullying ou marginalização devido a uma característica
física, psicológica, ideológica ou social.
Pergunte aos alunos a opinião deles a partir dessa dinâmica de
preconceitos e discriminação no universo digital e no mundo contemporâneo.
Estabeleça, desde o início da discussão, um ambiente respeitoso e
seguro para o compartilhamento de experiências.

Durante a leitura
Peça que, durante a leitura dos contos, os alunos registrem situações de
preconceito, bullying e marginalização nos contos. Os contos “Brincadeira do
compasso”, “O homem do saco” e “Chupa-cabra”, por exemplo, apresentam
personagens que sofrem bullying por diferentes motivos e de diversas formas.
No caso de “O homem do saco”, há também a possibilidade de violência física
contra o personagem He-man. Além desses, o conto “A loira do banheiro” trata,
indiretamente, da violência contra a mulher, elemento crucial no surgimento da
lenda urbana referente.
Podem também ser observadas também as várias ocorrências de
personagens que apresentam doenças de ordem psicológica, elemento muito
característico dos contos e romances de horror, como a loucura e a culpa.
Alguns, como é o caso de Pedro, o narrador de “A brincadeira do compasso”,
desenvolvem certas tendências a partir do evento narrado; no caso dele, a
melancolia diante da espera de algo que ele crê fatal.
Certifique-se de que os alunos bem compreendam que os preconceitos
e ofensas emitidos pelos personagens são desprovidos de verdade, como fica
representado na falsa visão do campo no conto “Chupa-cabra”, por exemplo.
Depois da leitura

1. Pesquisa
Organize a turma em grupos, dividindo entre eles os diferentes temas de
pesquisa. Algumas sugestões são:
 Bullying no ambiente escolar
 Ciberbullying
 A mulher e a legislação brasileira
 Machismo e misoginia
 Homofobia e transfobia
 Preconceito racial
 Preconceito social e acesso a condições básicas
 Preconceito contra a pessoa com deficiência (mental e física)

Os dados relevantes para serem abordados pode variar conforme a


realidade escolar e número de grupos na turma. Espera-se que os alunos
pesquisem, dentre outras questões, o papel da legislação brasileira em cada
um desses tópicos, exemplos de notícias e reportagens sobre situações graves
envolvendo esses grupos, movimentos sociais de resistência e legitimação
desses grupos, pesquisas estatísticas etc.
É fundamental o acompanhamento da pesquisa realizada, de uma análise
comparativa de informações e de fontes confiáveis.

2. Apresentação dos resultados


Uma vez finalizada a pesquisa, oriente os grupos a organizarem as
informações em uma apresentação em slides para que possam ser
transmitidas por meio de um seminário oral. Combine uma data para as
apresentações.

Caso necessário, oriente os alunos na confecção dos slides, a fim de


que distribuam as informações em tópicos e itens, não exagerando na
quantidade de texto e uso de cores muito vibrantes.
Outra sugestão é que os grupos apresentem as informações por meio de
podcast. Essa possibilidade permite que o resultado das pesquisas seja
compartilhado com um maior número de pessoas.

3. Debate

Para finalizar a atividade, promova um debate sobre as informações


apresentadas. Peça que os alunos se posicionem sobre algumas questões,
concordando ou discordando da posição defendida pelos grupos, justificando
suas opiniões com argumentos sólidos e respeitando o outro. Aproveite a
oportunidade para ressaltar a importância da argumentação ética e
responsável na defesa de um ponto de vista.

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